Progressão da doença do pinheiro-bravo é “assustadora” na região centro 03.10.2008 - 08h50 Por Ana Fernandes Miguel Madeira
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Progressão da doença do pinheiro-bravo é “assustadora” na região centro 03.10.2008 - 08h50 Por Ana Fernandes Miguel Madeira
Progressão da doença do pinheiro-bravo é “assustadora” na região centro
03.10.2008 - 08h50
Por Ana Fernandes
Miguel Madeira
Produtores dizem que falta acção concertada para evitar progressão da doença
Basta andar pelo IP3. Quem por ali viaja todos os dias não fica indiferente à progressão do número de pinheiros-bravos mortos na paisagem que se avista. Numa visita que ontem decorreu em vários concelhos afectados do centro do país, organizado por investigadores em colaboração com a associação Caule, o sentimento é de desânimo. “Isto está muito pior do que pensávamos”, resume Manuel Mota, da Universidade de Évora.
Em Arganil, Oliveira do Hospital, Tábua, Penacova e Santa Comba Dão, as árvores estão a secar e a morrer. De cerca de 2800 amostras retiradas na região, cinco por cento acusaram a presença de nemátodo, um minúsculo verme que entope os canais de seiva, secando os pinheiros-bravos.
Mas a reduzida percentagem de amostras positivas pode não traduzir toda a realidade. “Há muitas dúvidas sobre como é feita a amostragem, pois já se provou que às vezes, enquanto no tronco dá negativo, na copa detecta-se o nemátodo”, diz Luís Dias, da Confederação dos Agricultores de Portugal. Só que é difícil chegar à copa sem se abater a árvore, o que leva a que os testes privilegiem mais as amostras do tronco.
Luís Dias critica que, nos últimos anos, se tenham concentrado as atenções no nemátodo, “esquecendo outras pragas que também afectam o pinhal e que também explicam a considerável mortalidade a que se assiste”.
Vasco Campos, presidente da Caule (Associação Florestal da Beira Serra), discorda: “Sou produtor florestal nesta zona há muito tempo e até há dois anos não tínhamos esta mortalidade. Neste momento já temos cerca de 100 mil hectares afectados.” Luís Dias concede que, face ao que tinha visto na zona em Abril e ao que ontem vislumbrou, tudo se agravou.
E agora? O desânimo instala-se. “Parece já não ter solução”, dizem. Quando se descobriu que havia nemátodo na região centro, não era difícil adivinhar que a situação seria complicada. “A propriedade é muito pequena e os proprietários estão ausentes”, explica Vasco Campos. E há ainda o relevo e a falta de acessos, que só dificultam eventuais iniciativas. Estas têm sido escassas. “Só houve acções pontuais, tem de haver uma acção concertada para abrandar o que está a acontecer e evitar que isto chegue desta forma a outras regiões, soluções que terão de passar pelas associações de produtores florestais”, considera Luís Dias, que se diz, no entanto, esperançado com as iniciativas em preparação na Secretaria de Estado das Florestas.
A opinião unânime é que o assunto foi mal tratado desde o início, quando surgiu na península de Setúbal, uma zona onde era mais fácil enfrentar o problema devido ao seu relevo clemente e a uma maior dimensão da propriedade.
Mas pelas serranias do centro tudo é diferente e “assustador”. “Está a progredir a uma velocidade espantosa”, diz Manuel Mota. “A Comissão Europeia tem de se envolver mais, não só nas tentativas de erradicação, mas também no apoio à investigação, porque não adianta andarmos aqui todos a arriscar prognósticos sem saber todas as variáveis”, defende. Conhecer o ciclo de vida do nemátodo e do insecto que o transporta, assim como o grau de resistência das árvores são passos fundamentais, considera.
“Estamos numa fase dramática, que implica cortes substanciais, mas sem fiscalização sobre a circulação da madeira nada se conseguirá”, diz o investigador. Muitos acreditam que foram os carregamentos com toros contaminados para fora da zona afectada, que ninguém controlou, que disseminou a praga no resto do país.
03.10.2008 - 08h50
Por Ana Fernandes
Miguel Madeira
Produtores dizem que falta acção concertada para evitar progressão da doença
Basta andar pelo IP3. Quem por ali viaja todos os dias não fica indiferente à progressão do número de pinheiros-bravos mortos na paisagem que se avista. Numa visita que ontem decorreu em vários concelhos afectados do centro do país, organizado por investigadores em colaboração com a associação Caule, o sentimento é de desânimo. “Isto está muito pior do que pensávamos”, resume Manuel Mota, da Universidade de Évora.
Em Arganil, Oliveira do Hospital, Tábua, Penacova e Santa Comba Dão, as árvores estão a secar e a morrer. De cerca de 2800 amostras retiradas na região, cinco por cento acusaram a presença de nemátodo, um minúsculo verme que entope os canais de seiva, secando os pinheiros-bravos.
Mas a reduzida percentagem de amostras positivas pode não traduzir toda a realidade. “Há muitas dúvidas sobre como é feita a amostragem, pois já se provou que às vezes, enquanto no tronco dá negativo, na copa detecta-se o nemátodo”, diz Luís Dias, da Confederação dos Agricultores de Portugal. Só que é difícil chegar à copa sem se abater a árvore, o que leva a que os testes privilegiem mais as amostras do tronco.
Luís Dias critica que, nos últimos anos, se tenham concentrado as atenções no nemátodo, “esquecendo outras pragas que também afectam o pinhal e que também explicam a considerável mortalidade a que se assiste”.
Vasco Campos, presidente da Caule (Associação Florestal da Beira Serra), discorda: “Sou produtor florestal nesta zona há muito tempo e até há dois anos não tínhamos esta mortalidade. Neste momento já temos cerca de 100 mil hectares afectados.” Luís Dias concede que, face ao que tinha visto na zona em Abril e ao que ontem vislumbrou, tudo se agravou.
E agora? O desânimo instala-se. “Parece já não ter solução”, dizem. Quando se descobriu que havia nemátodo na região centro, não era difícil adivinhar que a situação seria complicada. “A propriedade é muito pequena e os proprietários estão ausentes”, explica Vasco Campos. E há ainda o relevo e a falta de acessos, que só dificultam eventuais iniciativas. Estas têm sido escassas. “Só houve acções pontuais, tem de haver uma acção concertada para abrandar o que está a acontecer e evitar que isto chegue desta forma a outras regiões, soluções que terão de passar pelas associações de produtores florestais”, considera Luís Dias, que se diz, no entanto, esperançado com as iniciativas em preparação na Secretaria de Estado das Florestas.
A opinião unânime é que o assunto foi mal tratado desde o início, quando surgiu na península de Setúbal, uma zona onde era mais fácil enfrentar o problema devido ao seu relevo clemente e a uma maior dimensão da propriedade.
Mas pelas serranias do centro tudo é diferente e “assustador”. “Está a progredir a uma velocidade espantosa”, diz Manuel Mota. “A Comissão Europeia tem de se envolver mais, não só nas tentativas de erradicação, mas também no apoio à investigação, porque não adianta andarmos aqui todos a arriscar prognósticos sem saber todas as variáveis”, defende. Conhecer o ciclo de vida do nemátodo e do insecto que o transporta, assim como o grau de resistência das árvores são passos fundamentais, considera.
“Estamos numa fase dramática, que implica cortes substanciais, mas sem fiscalização sobre a circulação da madeira nada se conseguirá”, diz o investigador. Muitos acreditam que foram os carregamentos com toros contaminados para fora da zona afectada, que ninguém controlou, que disseminou a praga no resto do país.
Admin- Admin
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Re: Progressão da doença do pinheiro-bravo é “assustadora” na região centro 03.10.2008 - 08h50 Por Ana Fernandes Miguel Madeira
pEDI AO vITOR MANGO QUE É DAS DOENÇAS FLORESTAIS PARA ARROTAR NA MATÉRIA MAS O MESTRE DISSE QUE NAO LHE APETECE PALRAR
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: Progressão da doença do pinheiro-bravo é “assustadora” na região centro 03.10.2008 - 08h50 Por Ana Fernandes Miguel Madeira
Vitor mango escreveu:
Nemátodo da Madeira do Pinheiro (Bursaphelenchus xylophilus)
Sintomas e Sinais
· Agulhas amareladas e murchas, começando pelas mais jovens, que ficam na árvore por longos períodos de tempo. Árvores com a copa total ou parcialmente morta.
Aspecto de pinheiro-bravo com ataque do nemátodo. Ao lado, numa fase inicial que começa pelas folhas mais jovens. Em baixo um estado final do ataque.
Exsudação de resina diminui e os ramos secos são mais quebradiços que o habitual. Murchidão generalizada e súbita. O Nemátodo do pinheiro não é visível a olho nu, apenas podendo ser diagnosticado em laboratório.
Biologia e Comportamento
Onemátodo ataca o sistema de circulação da árvore, enfraquecendo-a e tornando-a mais susceptível ao ataque de outras pragas.
O contágio ocorre através de um insecto vector (em Portugal o longicórnio do pinheiro – Monochamus galloprovincialis, que transporta os nemátodos nas traqueias). A dispersão da doença está limitada à altura, e capacidade de voo dos insectos (entre Abril e Outubro).
Insecto vector.
Ataca a generalidade das espécies de pinheiro e outras coníferas, à excepção do género Thuia. Algumas espécies de pinheiro, como o pinheiro-bravo, pinheiro-larício e pinheiro-silvestre são muito susceptíveis.
O adulto do insecto vector alimenta-se nos raminhos e rebentos de árvores adultas, arrastando consigo estados juvenis do nemátodo, que penetram por estas feridas. O nemátodo coloniza rapidamente os vasos do xilema, bloqueando o seu funcionamento, o que provoca a morte da árvore. Nas árvores mortas o nemátodo alimenta-se dos fungos que provocam o azulamento da madeira (do género Ceratocystis). As árvores debilitadas ou recentemente mortas atraem as fêmeas do insecto vector, que aí fazem a postura, podendo transmitir igualmente nemátodos. As larvas desenvolvem-se e transformam-se em adultos, os quais são colonizados por nemátodos antes destes abandonarem as árvores atacadas na, Primavera seguinte.
Prevenção e Meios de Controlo
Medidas preventivas
· Utilizar espécies mais resistentes ou não utilizar pinheiros em novas florestações na área onde o nemátodo se encontra.
Armadilhas colocadas para captura do insecto vector do nemátodo.
Meios de controlo
· Corte e eliminação das árvores atacadas, durante o período de Inverno.
PROLUNP – Programa Nacional de Luta contra o Nemátodo do Pinheiro
Tratando-se de uma espécie de quarentena para a União Europeia que se encontra confinada à região de Setúbal, Coruche, Vendas Novas e Grândola, com um enquadramento legal muito específico, é essencial que a detecção de árvores com sintomas suspeitos seja de imediato comunicado à Direcção Geral dos Recursos Florestais (coordenação do PROLUNP – tel.: 213124800).
Encontra-se limitada a livre circulação de madeira desta região, bem como condicionadas as épocas e operações de corte de pinheiros na região referida
Contactos dos laboratórios credenciados para a correcta identificação do nemátodo.
DGPC
Telef: 213 613 200
INIA - Estação Florestal Nacional
Telef: 214 463 700
Sara Pereira
António Heitor
Departamento Técnico Florestal da CONFAGRI
Nota: Toda a informação aqui incluída faz parte da Publicação “Fitossanidade Florestal”, apoiada
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Progressão da doença do pinheiro-bravo é “assustadora” na região centro 03.10.2008 - 08h50 Por Ana Fernandes Miguel Madeira
Que infelicidade. Se nao e essa doenca a destruir os pinheiros, SAO OS Fogos!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
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