Caso BPN: BE e PCP insistem nas audições a Miguel Cadilhe e Dias Loureiro 17.11.2008 - 18h38 Lusa,

Caso BPN: BE e PCP insistem nas audições a Miguel Cadilhe e Dias Loureiro
17.11.2008 - 18h38 Lusa, PÚBLICO
O Bloco de Esquerda insiste hoje na audição de Dias Loureiro na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças para prestar esclarecimentos sobre o Banco Português de Negócios. Já o PCP quer ouvir Miguel Cadilhe, antigo presidente da instituição nacionalizada pelo Governo.

Dias Loureiro, administrador entre Dezembro de 2001 e Setembro 2002 da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), detentora do BPN, pediu na semana passada para ser ouvido no âmbito das irregularidades detectadas naquele banco. O PS – que no início do mês chumbou um pedido do BE para a audição de antigos gestores do BPN – já fez saber que é contra esta audição, alegando que Dias Loureiro “pede para ser ouvido não porque tem alguma coisa para contar, mas porque não tem nada para esconder”.

Contudo, numa carta enviada hoje a Jorge Neto, presidente da comissão de Orçamento e Finanças, Francisco Louçã volta a pedir a audição do antigo administrador, por considerar que esta iniciativa “nem substitui nem perturba as investigações levadas a cabo pelo Ministério Público”. A audição, lê-se na missiva, “responde ao dever do Parlamento e desta comissão de apurar as condições em que o sistema financeiro funcionou e funciona”.

Além de Dias Loureiro, o BE quer também ouvir, “numa primeira fase”, o antigo presidente do banco, Oliveira e Costa, seguindo-se depois audições aos presidentes do Conselho de Administração que exerceram funções em 2008 (Abdul Vakil e Miguel Cadilhe).

Também por carta enviada, o deputado comunista Honório Novo pede a audição no Parlamento de Miguel Cadilhe, presidente do BPN entre Junho deste ano e o momento da nacionalização, para que este ajude a esclarecer a “falha grave e demorada” do Banco de Portugal na supervisão àquela instituição.

O PCP justifica o pedido de audição com as “visões contraditórias” existentes em relação à actuação da instituição central: por um lado, a “visão optimista” de Vítor Constâncio e, por outro, a manifestada em público por Cadilhe.

O deputado comunista lembra que o PS fez depender outras audições dos resultados da deslocação do governador do Banco de Portugal, ao Parlamento, realizada na semana passada. “As afirmações sobre 'falhas da supervisão bancária' justificam e impõem, face a declarações antagónicas de Vítor Constâncio que se ouça agora Miguel Cadilhe", escreveu Honório Novo na carta.

Tanto o requerimento do PCP como o do Bloco de Esquerda serão discutidos na reunião de quarta-feira.