Economistas denunciam agências de "rating" por crime de manipulação de mercado
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Economistas denunciam agências de "rating" por crime de manipulação de mercado
Economistas denunciam agências de "rating" por crime de manipulação de mercado
07 Abril 2011 | 16:52
Manuel Esteves - mesteves@negocios.pt
Filomena Lança - filomenalanca@negocios.pt
Denúncia
subscrita por José Reis, Manuel Brandão Alves, Manuela Silva e José
Manuel Pureza será entregue na Procuradoria Geral da República na
próxima semana.
“Neste momento, as três mais importantes
agências de notação financeira (...) noticiam e divulgam, diariamente,
classificações de ‘rating’ que, com manifesto exagero e sem bases
rigorosamente objectivas, penalizam os interesses portugueses,
estimulando uma subida constante dos juros da dívida soberana”. Daqui
decorrem “comportamentos presumivelmente criminais”, indiciadores,
nomeadamente, do crime de manipulação do mercado.
O alerta vem de quatro economistas - José Reis e José Manuel Pureza, da Universidade de Coimbra,
e Manuela Silva e Manuel Brandão, do ISEG – que vão apresentar uma
denúncia ao Procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, no
início da próxima semana. Os alvos são a Moody’s, a Fitch e a Standard and Poor’s.
O
documento, a que o Negócios teve acesso, sustenta que “a actuação
destas agências de notação financeira tem configurado violações ao dever
de apresentação objectiva e imparcial de recomendações de investimento a
que estão obrigadas”. E enuncia alguns exemplos, entre as várias
descidas de ‘rating’ dos últimos tempos, em que “a actuação destas
agências de notação financeira tem configurado violações ao dever de
apresentação objectiva e imparcial de recomendações de investimento a
que estão obrigadas”.
O objectivo da denúncia, explica José Reis
em declarações ao Negócios, é alertar o PGR. Afinal ”há que ter em conta
que se as taxas de juro não são justas, mas sim influenciadas, daqui
decorre um poderoso mecanismo de transferência de recursos dos cidadãos
nacionais para investidores internacionais”.
Sendo que, lembra o
economista, pelo menos duas das agências de ‘rating’ em causa são
detidas por um mesmo fundo de investimento. E, prossegue a denúncia,
“não pode permitir-se que ajam de forma a alterar o preço dos juros,
direccionando o mercado para situações em que elas próprias ou os seus
clientes tenham interesse e retirem benefícios”.
Os economistas
consideram que há “um conflito de interesses na actividade destas
agências de notação financeira, em particular quando baixam os ratings a
estes países [Portugal, Espanha, Grécia ou Irlanda,
entre outros], fazendo aumentar os juros das suas dívidas e
influenciando a evolução de um mercado em que actuam os fundos
financeiros que são seus proprietários”.
Em Espanha e nos Estados
Unidos foram também já desencadeados processos semelhantes, mas ainda
não há qualquer decisão judicial transitada em julgado. A actuação das
agências de ‘rating’ tem sido, aliás, alvo de várias polémicas, tendo o
próprio FMI alertado já para o facto de que “estas agências usam e abusam do poder que têm”
Ainda
que sublinhando que, feita a denúncia, os procedimentos que
eventualmente venham a desenvolver-se cabem à PGR, José Reis não exclui a
possibilidade de ser pedido um “ressarcimento de danos” às três
agências de ‘rating’.
Recebida a denúncia, Pinto Monteiro decidirá se há ou não matéria de facto que justifique a abertura de um inquérito.
07 Abril 2011 | 16:52
Manuel Esteves - mesteves@negocios.pt
Filomena Lança - filomenalanca@negocios.pt
Denúncia
subscrita por José Reis, Manuel Brandão Alves, Manuela Silva e José
Manuel Pureza será entregue na Procuradoria Geral da República na
próxima semana.
“Neste momento, as três mais importantes
agências de notação financeira (...) noticiam e divulgam, diariamente,
classificações de ‘rating’ que, com manifesto exagero e sem bases
rigorosamente objectivas, penalizam os interesses portugueses,
estimulando uma subida constante dos juros da dívida soberana”. Daqui
decorrem “comportamentos presumivelmente criminais”, indiciadores,
nomeadamente, do crime de manipulação do mercado.
O alerta vem de quatro economistas - José Reis e José Manuel Pureza, da Universidade de Coimbra,
e Manuela Silva e Manuel Brandão, do ISEG – que vão apresentar uma
denúncia ao Procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, no
início da próxima semana. Os alvos são a Moody’s, a Fitch e a Standard and Poor’s.
O
documento, a que o Negócios teve acesso, sustenta que “a actuação
destas agências de notação financeira tem configurado violações ao dever
de apresentação objectiva e imparcial de recomendações de investimento a
que estão obrigadas”. E enuncia alguns exemplos, entre as várias
descidas de ‘rating’ dos últimos tempos, em que “a actuação destas
agências de notação financeira tem configurado violações ao dever de
apresentação objectiva e imparcial de recomendações de investimento a
que estão obrigadas”.
O objectivo da denúncia, explica José Reis
em declarações ao Negócios, é alertar o PGR. Afinal ”há que ter em conta
que se as taxas de juro não são justas, mas sim influenciadas, daqui
decorre um poderoso mecanismo de transferência de recursos dos cidadãos
nacionais para investidores internacionais”.
Sendo que, lembra o
economista, pelo menos duas das agências de ‘rating’ em causa são
detidas por um mesmo fundo de investimento. E, prossegue a denúncia,
“não pode permitir-se que ajam de forma a alterar o preço dos juros,
direccionando o mercado para situações em que elas próprias ou os seus
clientes tenham interesse e retirem benefícios”.
Os economistas
consideram que há “um conflito de interesses na actividade destas
agências de notação financeira, em particular quando baixam os ratings a
estes países [Portugal, Espanha, Grécia ou Irlanda,
entre outros], fazendo aumentar os juros das suas dívidas e
influenciando a evolução de um mercado em que actuam os fundos
financeiros que são seus proprietários”.
Em Espanha e nos Estados
Unidos foram também já desencadeados processos semelhantes, mas ainda
não há qualquer decisão judicial transitada em julgado. A actuação das
agências de ‘rating’ tem sido, aliás, alvo de várias polémicas, tendo o
próprio FMI alertado já para o facto de que “estas agências usam e abusam do poder que têm”
Ainda
que sublinhando que, feita a denúncia, os procedimentos que
eventualmente venham a desenvolver-se cabem à PGR, José Reis não exclui a
possibilidade de ser pedido um “ressarcimento de danos” às três
agências de ‘rating’.
Recebida a denúncia, Pinto Monteiro decidirá se há ou não matéria de facto que justifique a abertura de um inquérito.
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Economistas denunciam agências de "rating" por crime de manipulação de mercado
O alerta vem de quatro economistas - José Reis e José Manuel Pureza, da Universidade de Coimbra,
e Manuela Silva e Manuel Brandão, do ISEG – que vão apresentar uma
denúncia ao Procurador-geral da República (PGR), Pinto Monteiro, no
início da próxima semana. Os alvos são a Moody’s, a Fitch e a Standard and Poor’s.
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