Augusto Santos Silva "Quero lá saber que Teixeira dos Santos seja útil ao PS, quero é que seja útil ao País"

Augusto Santos Silva
"Quero lá saber que Teixeira dos Santos seja útil ao PS, quero é que seja útil ao País"
29 Abril 2011 | 13:50
Elisabete Miranda - elisabetemiranda@negocios.pt

António Larguesa - alarguesa@negocios.pt







Tamanho






Para o dirigente
do PS, o ministro das Finanças tem de continuar a ser "utilíssimo a
liderar as negociações com a troika", desvalorizando neste momento a
possibilidade de Teixeira dos Santos, afastado das listas de deputados,
ser convidado para participar na campanha eleitoral.

Ao Negócios, Augusto Santos Silva disse que “este
momento está a ser utilíssimo liderando as negociações com a troika,
que está a assumir 24 horas por dia”, pelo que nem sequer pensa na
hipótese de Teixeira dos Santos entrar na campanha eleitoral para as eleições de 5 de Junho. “Quero lá saber que ele seja útil ao PS, quero é que ele seja útil ao País”.

Quanto
à ausência do ministro nas últimas acções partidárias e sobre a sua
colaboração na campanha, o dirigente socialista sublinha não saber se
tem “fama de ‘controleiro’”, acrescentando: “não sei quem esteve na
apresentação do programa nem tenciono andar a ver em todos os comícios
quem lá está”.


Coligação com CDS? “Disponíveis para todos os entendimentos necessários”

Na
mesma entrevista, Augusto Santos Silva considera “essencial que o
próximo governo seja maioritário”, não fechando a porta a qualquer
entendimento no pós-eleições para a formação desse Executivo.

Questionado sobre se seria suficiente para os socialistas um governo de coligação apenas com o CDS-PP de Paulo Portas ou se fazem questão de formá-lo com o PSD,
o coordenador do programa eleitoral do PS não coloca essa hipótese de
parte. “Estamos disponíveis para todos os entendimentos que forem
necessários”, resumiu, frisando que “a geometria desses entendimentos é
da responsabilidade do eleitorado”.

Em 2009, após vencer as legislativas com maioria relativa, José Sócrates chamou todos os partidos para saber da disponibilidade para acordos. Face
ao insucesso há dois anos, os socialistas dizem agora que, em caso de
vitória em Junho, exigirão “mais responsabilidade” aos outros partidos.

Santos
Silva confessa que “achava que essa questão já estava resolvida e que
todas as forças políticas tinham aprendido o custo que o País pagou por
não haver estabilidade politica no último ano e meio”, mas ficou
“surpreendido” com o facto de Passos Coelho ter agora remetido uma
decisão para o pós-eleições.

Quem “também pode
ajudar” na formação do novo governo é o Presidente da República, adverte
o dirigente socialista, para quem o partido que integra “não esconde as
divergências” que tem com o actual chefe de Estado.








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