portugal e a recessao europeia
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portugal e a recessao europeia
2008-10-06 00:05
Portugal terá de lutar para escapar à recessão
FMI revê em baixa crescimento português para 2008 e 2009. Além da conjuntura externa negativa, o país enfrenta fragilidades internas.
Margarida Peixoto
A economia portuguesa será fortemente afectada pela conjuntura externa negativa e as suas debilidades internas levarão a que tenha de se esforçar por não entrar em recessão. “O crescimento terá de lutar por se manter em terreno positivo”, alertou James Daniel, chefe de divisão do Departamento Europeu do FMI e chefe da missão para Portugal.
No final da semana passada, o FMI reviu as projecções de crescimento para Portugal de 1% – calculado em Setembro – para 0,7% este ano. Para 2009, a expectativa passou de 0,75% de crescimento do produto interno bruto (PIB) para um crescimento de 0,6%, o que mostra que o próximo ano ainda não será de alívio, mas antes de agravamento da crise.
Mas esta revisão em baixa não ficará por aqui. James Daniel sublinhou ainda que estas previsões correspondem ao que se pensava “há uma ou duas semanas atrás”. Desde então, frisou, “as coisas mudaram. Este número [a previsão de crescimento para 2009] está a ser revisto em baixa”, alertou, admitindo que o valor a apresentar no World Economic Outlook – a divulgar esta semana – será “substancialmente mais baixo”.
Também a previsão de crescimento para 2008 será corrigida ligeiramente em baixa. Isto significa que Portugal crescerá pouco acima de zero tanto este ano, como em 2009, falhando sucessivamente as metas do Governo, que espera o PIB a crescer 1,5% este ano e 2% no ano das eleições legislativas.
Também as notícias para o mercado de trabalho são negativas, com o FMI a esperar um aumento do desemprego em 2009.
Entre as muitas razões que justificam o fraco desempenho da economia portuguesa, está a grande dependência da Europa e, mais especificamente, de Espanha – o principal parceiro comercial, que absorve 28,3% das exportações lusas. De acordo com as contas do FMI, o abrandamento da economia espanhola verificado no segundo trimestre deste ano (que passou de 2,8% para 1,6%) reflecte-se num corte do crescimento do PIB português superior a 0,14 pontos percentuais.
A Europa a travar a fundo, o aumento dos preços das matérias-primas e os juros a apertar os orçamentos disponíveis estão entre as dificuldades trazidas pela conjuntura externa.
Mas as culpas também estão no modelo de desenvolvimento português. “Portugal gasta muito mais do que o que produz”, sublinhou James Daniel, reforçando as conclusões do relatório, que apontam para uma “severa falta de produtividade”.
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FMI revê em baixa crescimento português para 2008 e 2009. Além da conjuntura externa negativa, o país enfrenta fragilidades internas.
Margarida Peixoto
A economia portuguesa será fortemente afectada pela conjuntura externa negativa e as suas debilidades internas levarão a que tenha de se esforçar por não entrar em recessão. “O crescimento terá de lutar por se manter em terreno positivo”, alertou James Daniel, chefe de divisão do Departamento Europeu do FMI e chefe da missão para Portugal.
No final da semana passada, o FMI reviu as projecções de crescimento para Portugal de 1% – calculado em Setembro – para 0,7% este ano. Para 2009, a expectativa passou de 0,75% de crescimento do produto interno bruto (PIB) para um crescimento de 0,6%, o que mostra que o próximo ano ainda não será de alívio, mas antes de agravamento da crise.
Mas esta revisão em baixa não ficará por aqui. James Daniel sublinhou ainda que estas previsões correspondem ao que se pensava “há uma ou duas semanas atrás”. Desde então, frisou, “as coisas mudaram. Este número [a previsão de crescimento para 2009] está a ser revisto em baixa”, alertou, admitindo que o valor a apresentar no World Economic Outlook – a divulgar esta semana – será “substancialmente mais baixo”.
Também a previsão de crescimento para 2008 será corrigida ligeiramente em baixa. Isto significa que Portugal crescerá pouco acima de zero tanto este ano, como em 2009, falhando sucessivamente as metas do Governo, que espera o PIB a crescer 1,5% este ano e 2% no ano das eleições legislativas.
Também as notícias para o mercado de trabalho são negativas, com o FMI a esperar um aumento do desemprego em 2009.
Entre as muitas razões que justificam o fraco desempenho da economia portuguesa, está a grande dependência da Europa e, mais especificamente, de Espanha – o principal parceiro comercial, que absorve 28,3% das exportações lusas. De acordo com as contas do FMI, o abrandamento da economia espanhola verificado no segundo trimestre deste ano (que passou de 2,8% para 1,6%) reflecte-se num corte do crescimento do PIB português superior a 0,14 pontos percentuais.
A Europa a travar a fundo, o aumento dos preços das matérias-primas e os juros a apertar os orçamentos disponíveis estão entre as dificuldades trazidas pela conjuntura externa.
Mas as culpas também estão no modelo de desenvolvimento português. “Portugal gasta muito mais do que o que produz”, sublinhou James Daniel, reforçando as conclusões do relatório, que apontam para uma “severa falta de produtividade”.
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