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Internacional - Mercados
Europa/Fecho 2008-10-15 16:57
Bolsas europeias registam forte queda com receios de recessão geral
As principais praças da União Europeia registaram hoje quedas entre os 5 e os 7%, as maiores dos últimos três dias, depois das vendas a retalho nos EUA terem registado a maior queda em três dias e a taxa de desemprego no Reino Unido ter subido para o valor mais elevado em quase dois anos, aumentando os temores de que as economias desenvolvidas estão a entrar em recessão.

Pedro Duarte

Segundo afirmou à Bloomberg um especialista, "não temos perspectivas muito boas para o crescimento económico global para o ano que vem, e isso é o que está a preocupar os mercados (...). Ainda há um longo caminho a percorrer em termos da deterioração dos resultados."

Segundo uma nota de análise hoje emitida pelo Merrill Lynch, o pessimismo em relação ao investimento em acções, causado pelos receios de uma recessão global, está a reduzir o interesse pelas acções europeias, e pelos títulos das produtoras de matérias-primas em geral.

Assim, a empresa de mineração britânica BHP Billiton caiu 16% para os 901,5 pence e a sua compatriota e congénere Xstrata recuou 20% para os 1053 pence, devido à queda dos preços do cobre bem como ao aumento dos temores de que o financiamento de dois biliões [2 000 000 000 000] de dólares em financiamento à Banca não seja suficiente para evitar uma contracção económica global.

A penalizar o pessimismo mundial estão as declarações hoje efectuadas pelo Primeiro-ministro japonês, Aso Taro, a injeção de capital nos bancos não irá impedir os preços das acções de caírem porque "ninguém" acredita que a medida é suficiente.

Já a britânica Vedanta tombou 17% para os 746 pence, uma vez que a crise de crédito ameaça a sua aquisição da Asarco LLC. Na Holanda, o Grupo de serviços financeiros KBC desabou 19% para os 37,98 euros, depois de ter apresentado um prejuízo no terceiro trimestre.

Os especialistas notam que as bolsas agravaram as suas perdas depois de Wall Street ter começado a descer de modo acentuado, ao início da tarde, tendo-se os títulos das empresas que registam mais de um quinto das suas vendas nos Estados Unidos sido particularmente atingidos. A empresa de engenharia alemã Siemens perdeu 14% para os 46,10 euros, enqanto que a cimenteira francesa Lafarge recuou 11% para os 58,085 euros.

Nota ainda para a descida dos títulos das petrolíferas, devido à queda dos preços do petróleo. A francesa Total perdeu 7,5% para os 36,325 euros.

Assim, o Ibex-35 de Madrid recuou 5,06% para os 9706,80 pontos e o S&P/Mib de Milão desceu 5,33% para os 22 221,00 pontos, enquanto o Dax Xetra de Frankfurt caiu 6,54% para os 4859,23 pontos e o CAC-40 de Paris perdeu 6,82% para os 3381,07 pontos. A maior descida pertenceu no entanto ao FTSE-100 de Londres, que tombou 7,16% para os 4079,59 pontos.


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