Cartunista do Rio de Janeiro se inspira em rebeliões árabes 29 de agosto de 2011 • 13h19 • atualizado às 14h24
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Cartunista do Rio de Janeiro se inspira em rebeliões árabes 29 de agosto de 2011 • 13h19 • atualizado às 14h24
Cartunista do Rio de Janeiro se inspira em rebeliões árabes
29 de agosto de 2011 • 13h19
• atualizado às 14h24
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Suas charges são afiadas, ousadas e um espinho na carne para
líderes autoritários cambaleantes do mundo árabe - e um presente para
os manifestantes que protestam. Tudo isso tendo como improvável origem
um apartamento no Rio de Janeiro. Carlos Latuff, um esquerdista de 42
anos cujo único vínculo com o Oriente Médio é um avô libanês que ele
nunca conheceu, se tornou um herói da "Primavera Árabe" com desenhos
satíricos que ajudaram a inspirar as revoltas.
Ele só precisou de sua caneta, uma paixão pelas lutas da região e
uma conta no Twitter, que ele utiliza para publicar suas charges.
Começando com o levante na Tunísia em dezembro, o trabalho de Latuff vem
sendo baixado na internet por líderes dos protestos e estampado em
camisetas usadas em protestos do Egito à Líbia e ao Barein, tornando-se
um emblema satírico da indignação popular.
Em uma delas, uma bota de cano longo representando o governo da
Síria pisa em uma mão onde está escrito "liberdade". Em outra, um homem
representando a Justiça sob o governo militar do Egito segura uma
balança cheia de manifestantes presos. Latuff disse que soube pela
primeira vez que suas charges estavam tendo impacto quando, ao assistir à
TV, viu-os estampados em cartazes no momento em que as manifestações se
espalhavam pelo Egito, em 25 de janeiro, somente dois dias depois de
ele as ter distribuído na Internet.
"Aquilo me deu a certeza de que meu trabalho era útil", disse
Latuff à Reuters. "Não são as plataformas sociais que fazem as
revoluções. É o povo. Twitter, Facebook, assim como uma câmera ou
coquetéis molotov, são apenas instrumentos, equipamentos". Latuff não
cobra por seu trabalho e diz que doa os desenhos para destacar as
injustiças e mostrar sua solidariedade contra o autoritarismo
mundialmente.
Suas únicas visitas ao Oriente Médio foram em 1999 e 2009, quando
esteve nos territórios palestinos ocupados por Israel e, depois, em
campos de refugiados palestinos na Jordânia e Líbano. Foi o suficiente,
diz ele, para lhe fazer entender que as dinâmicas da opressão na região
eram semelhantes àquelas das favelas cheias de violência no Rio.
"A miséria é a mesma em qualquer país", disse ele. "A única
diferença (nos campos) era que as mulheres tinham as cabeças cobertas, a
escrita era em árabe e os homens com armas eram militantes, não
traficantes de drogas". A incursão de Latuff no mundo dividido do
Oriente Médio fez com que ele ficasse repleto de inimigos, bem como
amigos. Seu trabalho mostrando a brutalidade do Exército de Israel em
relação aos palestinos - uma charge compara soldados com alemães
nazistas ¿ atraiu acusações de antissemitismo, o que ele nega
fortemente.
Muitos de seus desenhos ainda têm como foco o Egito, onde os
poderes de emergência dados aos militares ainda continuam em vigor seis
meses depois da derrubada de Hosni Mubarak. Uma charge traz uma cobra
aparecendo por trás de uma mulher sentada diante de um computador - uma
referência à recente prisão da ativista Asmaa Mahfouz por "insultar" os
militares em um comentário no Twitter. Ela foi posteriormente liberada
pelos militares. "A maioria das pessoas não sabe o que está acontecendo
agora no Egito - como Mubarak deixou o governo, elas pensam que eles têm
democracia, mas isso não é verdade", disse Latuff.
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líderes autoritários cambaleantes do mundo árabe - e um presente para
os manifestantes que protestam. Tudo isso tendo como improvável origem
um apartamento no Rio de Janeiro. Carlos Latuff, um esquerdista de 42
anos cujo único vínculo com o Oriente Médio é um avô libanês que ele
nunca conheceu, se tornou um herói da "Primavera Árabe" com desenhos
satíricos que ajudaram a inspirar as revoltas.
Ele só precisou de sua caneta, uma paixão pelas lutas da região e
uma conta no Twitter, que ele utiliza para publicar suas charges.
Começando com o levante na Tunísia em dezembro, o trabalho de Latuff vem
sendo baixado na internet por líderes dos protestos e estampado em
camisetas usadas em protestos do Egito à Líbia e ao Barein, tornando-se
um emblema satírico da indignação popular.
Em uma delas, uma bota de cano longo representando o governo da
Síria pisa em uma mão onde está escrito "liberdade". Em outra, um homem
representando a Justiça sob o governo militar do Egito segura uma
balança cheia de manifestantes presos. Latuff disse que soube pela
primeira vez que suas charges estavam tendo impacto quando, ao assistir à
TV, viu-os estampados em cartazes no momento em que as manifestações se
espalhavam pelo Egito, em 25 de janeiro, somente dois dias depois de
ele as ter distribuído na Internet.
"Aquilo me deu a certeza de que meu trabalho era útil", disse
Latuff à Reuters. "Não são as plataformas sociais que fazem as
revoluções. É o povo. Twitter, Facebook, assim como uma câmera ou
coquetéis molotov, são apenas instrumentos, equipamentos". Latuff não
cobra por seu trabalho e diz que doa os desenhos para destacar as
injustiças e mostrar sua solidariedade contra o autoritarismo
mundialmente.
Suas únicas visitas ao Oriente Médio foram em 1999 e 2009, quando
esteve nos territórios palestinos ocupados por Israel e, depois, em
campos de refugiados palestinos na Jordânia e Líbano. Foi o suficiente,
diz ele, para lhe fazer entender que as dinâmicas da opressão na região
eram semelhantes àquelas das favelas cheias de violência no Rio.
"A miséria é a mesma em qualquer país", disse ele. "A única
diferença (nos campos) era que as mulheres tinham as cabeças cobertas, a
escrita era em árabe e os homens com armas eram militantes, não
traficantes de drogas". A incursão de Latuff no mundo dividido do
Oriente Médio fez com que ele ficasse repleto de inimigos, bem como
amigos. Seu trabalho mostrando a brutalidade do Exército de Israel em
relação aos palestinos - uma charge compara soldados com alemães
nazistas ¿ atraiu acusações de antissemitismo, o que ele nega
fortemente.
Muitos de seus desenhos ainda têm como foco o Egito, onde os
poderes de emergência dados aos militares ainda continuam em vigor seis
meses depois da derrubada de Hosni Mubarak. Uma charge traz uma cobra
aparecendo por trás de uma mulher sentada diante de um computador - uma
referência à recente prisão da ativista Asmaa Mahfouz por "insultar" os
militares em um comentário no Twitter. Ela foi posteriormente liberada
pelos militares. "A maioria das pessoas não sabe o que está acontecendo
agora no Egito - como Mubarak deixou o governo, elas pensam que eles têm
democracia, mas isso não é verdade", disse Latuff.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
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