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Mensagem por Joao Ruiz Seg Out 03, 2011 9:47 am

Relembrando a primeira mensagem :

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O português que calça princesas e primeiras damas

por SÓNIA SIMÕES
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1660558

A criatividade de Luís Onofre, que já passou por fazer sapatos com pele de rã, caiu aos pés de Letizia Ortiz, Michelle Obama e Paris Hilton.

A carta de agradecimento assinada por Michelle Obama e com carimbo da Casa Branca está guardada e deverá constar de uma moldura com lugar de destaque na fábrica de Luís Onofre, em Oliveira de Azeméis. Foi assim que a primeira dama manifestou o total agradecimento pelos mocassins número 41 desenhados pelo estilista e levados na bagagem do próprio Barack Obama, após a visita a Portugal.

"Quando vi o carteiro chegar com a carta registada a dizer 'White House', não queria acreditar", conta ao DN Luís Onofre, o homem (português) que tem como fãs a princesa Letizia Ortiz, a milionária Paris Hilton e, até, a actriz Naomi Watts. Nada que lhe roube a humildade de quem começou com muito trabalho e deve a todos os clientes, a cada ano, uma colecção original e de sucesso. "Penso sempre que podia fazer melhor e tento sempre melhorar. Uma má colecção é arrasadora a nível internacional e lembrada durante muito tempo." A lição aprendeu-a com a experiência começada há precisamente 12 anos, quando entrou na empresa de calçado do pai, que foi fundada pela sua avó Conceição Rosa Pereira (cujo nome permanece o da empresa).

Os sucessos e dificuldades da indústria do calçado ainda balançaram Luís Onofre, que esteve quase a optar pelo curso de Design de Interiores. Mas à última hora, os genes foram mais fortes e a escolha recaiu no Design de Calçado. Seguiu-se uma especialização em Itália - fundamental na sua forma de trabalhar - e a integração na empresa do pai. Na altura, a fábrica produzia calçado "mais clássico e para um público de idade superior". Paralelamente, faziam as colecções da Kenzo e da Cacharel. "Não foi fácil começar a introduzir o meu produto. Tive de me ir adaptando ao público, mas sabia que queria um sapato que abrangesse pessoas de várias idades."

A primeira colecção que fez reunia 40 modelos diferentes, agora tem 400 para apresentação - o que dá uma produção de cerca de 80 pares diversos. "Tive de me adaptar ao mercado. Percebi, por exemplo, que não podia fazer apenas sapatos altos." E neste momento oferece uma gama muito variada: "Entre sapatos, mocassins, sandálias, bailarinas, mesmo no Inverno, porque há países com climas diferentes."

A participação em várias feiras internacionais foi fundamental para se tornar reconhecido e encontrar agentes comerciais para o seu produto. Hoje exporta 93% do que produz, o que lhe traz uma consciência internacional dos gostos de cada um. "Na Rússia procuram-se saltos altíssimos, com muitos pormenores, os países nórdicos e o Norte de Itália procuram produtos mais básicos, sem grandes pormenores, mas bom sapatos. O mercado latino, Portugal, Espanha, Sul de Itália, Grécia, querem saltos mais baixos, ligam mais ao conforto."

Como criativo da empresa que hoje só comercializa o que foi pensado por si, Luís Onofre teme que um dia não consiga ser capaz de continuar a produzir e de ter de recorrer a outra pessoa para pensar por ele. "Não é ser egoísta, mas é uma tarefa que, neste momento, não consigo delegar em ninguém. Se falha, põe em risco mais de 60 postos de trabalho." A inspiração busca-a em coisas tão simples como o adorno que uma vez viu na mão de um hippie, quando se passeava pelo Brasil: uma pulseira que ligava o dedo. O resultado foi transposto para a colecção de 2003. Noutra usou apenas materiais naturais para um calçado 100% ecológico. Mas neste campo tenta variar.

Conta que o material mais estranho que usou foi pele de rã - rã de cativeiro vinda precisamente do Brasil depois de passados vários degraus burocráticos. Importa os mais variados materiais, como pele de pitão (verdadeira ou não, porque há quem não queira pagar pela verdadeira), pele de crocodilo, camurça e muito pêlo. Materiais presentes nesta estação de Inverno com um conceito que pretende dar a volta à crise. "Este ano, a colecção é pensada nas mulheres que compram por impulso. É graças a elas que este sector ainda sobrevive."

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 00020252

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Melhor empresária da Europa é portuguesa

Mensagem por Joao Ruiz Qua Nov 23, 2011 5:30 am

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Melhor empresária da Europa é portuguesa

Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1721124

Marca de acessórios de moda surgirá em 2012 com nova colecção e posicionamento. Pelcor prepara salto para mundo da alta moda.

A Pelcor, marca de acessórios de moda, brindes para empresas e produtos de decoração de pele de cortiça, vai surgir no início de 2012 com uma nova imagem e uma colecção renovada, tendo em vista "atingir os segmentos de mercado mais altos e de luxo".

Sandra Correia, responsável da marca e distinguida esta semana com o prémio de Melhor Empresária da Europa 2011 - atribuído pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho Europeu das Mulheres Empresárias -, adiantou ao DN/ /Dinheiro Vivo que o objectivo é "competir com as grandes marcas internacionais, dando o salto para o mundo da alta moda". E mais não diz, invocando a necessidade de manter segredo.

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 000206AD

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Das refeições feitas ao sumo 100% natural mas doce

Mensagem por Joao Ruiz Dom Nov 27, 2011 11:20 am

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Das refeições feitas ao sumo 100% natural mas doce

por Sónia Simões
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1726161

A empresa GL que trouxe as refeições prontas para o mercado português fez uma parceria com a Frubaça, de Alcobaça, e criou a marca Sonatural.

Ainda era um menino que vestia calções quando, depois das aulas, ajudava o pai na empresa responsável pelo abastecimento de matérias-primas na indústria portuguesa. O mercado mudou e Douglas Gilman cresceu com olho para o negócio: introduziu os iogurtes contra o colesterol em Portugal, as refeições prontas e as sanduíches à venda em lojas de conveniência e postos de abastecimento de combustível. Paralelamente, numa parceria com uma empresa de Alcobaça, criou a marca Sonatural recentemente reconhecida em Inglaterra.

De passo acelerado e entre telefonemas em francês e inglês, Douglas Gilman - português mas descendente de família britânica - confessa que está sempre a pensar em produtos novos. Começou a carreira profissional na empresa do pai (criada em 1942), mas chegou a sair por três anos para trabalhar numa multinacional. "Fui responsável pela instalação das primeiras lojas de conveniência em Portugal", conta. Mal sabia que, anos depois, esses seriam os seus principais clientes. Douglas regressou à empresa do pai, mas a entrada de Portugal na Comunidade Económica Europeia tinha posto um ponto final a uma série de indústrias. "Decidimos apostar nos produtos acabados."

Começa por importar um iogurte líquido suíço para doenças cardiovasculares, depois introduz o primeiro iogurte contra o colesterol no mercado. Depressa aprende a lição: uma empresa não pode ter apenas um produto e um cliente. Olha à volta e decide comprar uma fábrica de sanduíches em Loures, para abastecer lojas de conveniência e postos de combustível. A procura foi tanta que, mais tarde, acabou por comprar um fábrica na Azambuja, para onde mudou os funcionários e a produção em Abril deste ano. O investimento rondou os 1,2 milhões de euros.

A vender sanduíches e comida pronta para cadeias como o Ikea, e cada vez mais procurado no estrangeiro, Douglas investiu agora num "sistema de congelação que permite viajar mais de 500 quilómetros com os produtos". A ideia "é ter refeições prontas de qualidade e conseguir exportar para cada vez mais longe. É na exportação que podemos encontrar uma solução para a crise".

Na exportação e nas parcerias. Há quatro anos o empresário juntou-se à Frubaça, em Alcobaça, e criou a marca Sonatural. Enquanto a Frubaça dispõe de uma tecnologia de ponta que permite fazer sumos 100% naturais através de uma técnica de hiperpressão a frio (que mata os microorganismos da fruta sem ser a altas temperaturas, como na pasteurização), a empresa de Douglas dá a marca ao produto e algumas ideias inovadoras. Destaque para a fruta à colher. "Fizemos um preparado de fruta com bocadinhos de maçã porque clientes de uma companhia aérea queixaram-se que só a fruta desfeita era demasiado infantil."

Tanto os sumos como a fruta à colher são tão doces que é difícil acreditar que sejam feitos apenas de fruta, sem qualquer adição de açúcar e, até, de água. O segredo, conta Douglas, está nas maçãs de Alcobaça. "'Arredondamos' todos os frutos que possam ser ácidos, como o ananás, com a incorporação da maçã nacional".

O produto foi já reconhecido além fronteiras pelo "5 a day", um programa britânico promovido pela National Health Service que prevê sensibilizar os britânicos a comerem cinco peças de fruta por dia. Um sumo equivale a duas.

Na fábrica de Alcobaça, as garrafas de sumo saem da máquina alinhadas e coloridas. "Nem sempre a fruta é da mesma cor; depende da época do ano", adverte Jorge Periquito, que trouxe a inovação para Portugal. Ainda assim não se sente o problema da sazonalidade. "As pessoas esperam pela época dos morangos, para terem o sumo verdadeiro." Também pode ser laranja, frutos vermelhos, cenoura, manga e pêra.

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 00020087

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Rui Madeira criou o 9.º melhor vinho do mundo em 2010

Mensagem por Joao Ruiz Qua Nov 30, 2011 9:00 am

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Rui Madeira criou o 9.º melhor vinho do mundo em 2010

por Marina Marques
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1729375

Pioneira na produção de vinho sem adição de sulfitos, a CARM é um projecto familiar que em 2009 viu o seu Douro Reserva 2007 ficar em 9.º lugar na 'Wine Spectator'

"Fazer o melhor vinho de Portugal e vendê-lo por metade do preço do segundo melhor". É este o objectivo que Celso Madeira, presidente da Casa Agrícola Roboredo Madeira (CARM), persegue, juntamente com os dois filhos, Rui e Filipe. As quatro quintas da família, com uma vista deslumbrante para o Douro Superior, em Almendra, a 20 quilómetros de Vila Nova de Foz Côa, são o ponto de partida para atingir essa meta, que tem o mercado externo no horizonte.

Apesar de a casa da família já estar na região desde o século XVI, a produção de azeite e vinho para o mercado só começou em 1999. "Esta ideia do nascimento da CARM começou em 1999/91, quando me reformei", explica Celso Madeira, engenheiro civil de profissão. "Foi nessa altura que decidi potenciar o património agrícola da família. Comecei por tratar das terras que já tínhamos, comprar outras e quando chegámos a uma massa crítica que nos permitia produzir, transformar e comercializar azeite e vinho decidimos criar a CARM", conta.

O objectivo que pretende alcançar visa "adaptar o preço dos vinhos à qualidade que têm", isto porque, considera, "há uma distorção dos preços, em alguns casos acho até que são exorbitantes". E conta com um trunfo de peso: "Temos a sorte de estarmos situados na zona mais apta para produzir bom vinho em Portugal."

Com a primeira colheita da CARM a chegar ao consumidor em 2000, o reconhecimento internacional não tardou. "Em 2010, a lista dos 100 melhores vinhos do mundo, elaborado pela revista Wine Spectator, colocou o nosso CARM Douro Reserva 2007 em 9.º lugar, com 94 pontos, um vinho que teve como enólogo o meu filho Rui Madeira", destaca Celso Madeira.

Em plena confluência de três ícones do património natural e histórico de Portugal e do Mundo - o Parque Arqueológico do Vale do Côa, o Parque Natural do Douro Internacional e a Região Demarcada dos Vinhos do Douro e do Porto -, os cerca de 110 hectares de vinhas da CARM "encontram-se plantados nas encostas viradas a norte e a nascente, poupando as uvas às temperaturas mais elevadas que por aqui se fazem sentir no Verão e que param a sua maturação", explica o enólogo António Ribeiro.

Por entre imponentes cilindros de inox (cubas), numa adega construída em 2004 e que de tão moderna apaga qualquer reminiscência de infância , encafuando as antigas prensas de madeira na gaveta das memórias, António Ribeiro explica todo o processo e revela uma das inovações da CARM: a produção de vinho sem adição de sulfitos.

Aqui, as uvas entram através de tubos que as depositam nas cubas de inox onde passam os primeiros meses. Com a temperatura e a humidade sempre controladas por computador, a mínima alteração ao padrão traçado como ideal é logo corrigida. E depois da apreensão dos primeiros dias de vindima, o optimismo acabou por vir ao de cima, e "2011 promete ser um bom ano", refere António Ribeiro. Logo acrescentando prudente: "Mas só depois do primeiro Inverno poderemos ter a certeza."

Mas se o futuro se apresenta promissor para a produção de vinho (50% do qual é exportado para os quatro continentes), o mesmo não se pode dizer do azeite. A pouca produtividade das terras do Douro (com uma produção inferior em pelo menos dez vezes à alcançada no Alentejo), poderá ditar o fim da exploração desta cultura. No entanto, Celso Madeira não deixa de destacar "a qualidade extrema do azeite" e o investimento feito num moderno lagar, em 1999, que nas duas primeiras fases do processo utiliza o moinho de pedras tradicional para moer a azeitona e batedeiras homogeneizadoras que são réplicas das usadas há 100 anos, recorrendo à tecnologia mais moderna para o restante processo.

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 Bouteilles-06

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty A ajuda das marcas antigas a outra mais antiga, Portugal

Mensagem por Joao Ruiz Qui Dez 01, 2011 9:44 am

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A ajuda das marcas antigas a outra mais antiga, Portugal

por Paula Brito
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1730603

O desenvolvimento de marcas nacionais é um elemento determinante para acrescentar valor à produção nacional. É que a marca é sempre um elemento central de uma bem sucedida estratégia de crescimento alicerçada numa presença sustentável nos mercados nacionais ou internacionais

Identificadas as áreas em que Portugal pode contar, por via da exportação, na recuperação económica, importa também apostar na afirmação das suas marcas. Segundo a análise da Espírito Santo Research Sectorial, as marcas são um património de primeira relevância para as empresas através das quais o consumidor percepciona um conjunto de referências positivas dentro e fora de portas. E através do qual também o País pode ser alavancado em termos de competitividade e sustentabilidade.

Mas, tal como as empresas nacionais, as marcas portuguesas que conseguem ter projecção fora de portas batendo-se com as internacionais ainda são muito poucas. Isto, apesar de um número crescente de empresas e empresários terem uma maior consciência da importância da construção de uma marca de forma sustentada através de um "continuado processo inovador".

Esta máxima é válida também para o mercado interno, onde cada vez mais portugueses têm consciência e atenção ao valor das suas marcas. A situação difícil do País gerou a ideia de que para ajudar à sua recuperação há que comprar e consumir produtos nacionais, pondo as empresas portuguesas a produzir e a vender. A ideia ganhou mais força com acções como "Compro o que é nosso".

Em seis anos, são já 814 as empresas aderentes ao programa (45% do sector alimentar), representando 2500 marcas e um volume de negócios agregado superior a 14,5 mil milhões de euros. É objectivo da AEP atingir as 1000 empresas e 3000 marcas em 2012.

Não será difícil uma vez que os portugueses valorizam cada vez mais as suas marcas carregadas de atributos como a qualidade, imagem, garantia, confiança, responsabilidade, continuidade e preço. Mas também antiguidade, que pode parecer um aspecto negativo mas não é - é sinal de resistência... E, nos dias que correm, são características que importam, e muito. É o caso do vinho do Porto Fonseca, perfumes Ach Brito, conservas Bom Petisco, Licor Beirão, panelas Silampos, Renova, vinhos Ferreirinha e Mateus, farinha Branca de Neve, lápis Viarco, leite Lactogal, farmacêutica Bial, Compal, pasta medicinal Couto, entre muitas outras marcas, algumas com mais de 50 anos ou lá perto, a quem o DN vai dar atenção durante o mês de Dezembro.

De acordo com a Espírito Santo Research Sectorial, em Portugal as marcas históricas representam aproximadamente metade das 100 principais marcas presentes no mercado português há mais de 50 anos. Os sectores financeiro, da alimentação e bebidas, dos artigos de luxo e perfumaria, do automóvel e da electrónica, concentram mais de 80% das marcas históricas observadas.

Falta, no entanto a afirmação internacional, a "conquista de um lugar no mercado global", defende o Innovation Union Scoreboard 2010, que classifica Portugal na 15.ª posição entre as países da UE, no âmbito dos activos intelectuais e no que respeita ao número de marcas comerciais registadas. Portugal surge ainda abaixo da média da UE e de economias de dimensão semelhante: Áustria, Holanda, Bélgica, Irlanda e Finlândia.

Nada que não se consiga resolver com a "produção de um elevado número de manifestações de sedução", defende Carlos Coelho, criador de marcas. Ou de uma forma mais simples: "Todos os dias conta uma história muito sedutora que nunca termina e que continua sempre no dia seguinte. Assim se seduz um consumidor, assim se constroem as grandes marcas..."

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 Portugal

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty "O licor de Portugal" que foi pioneiro da publicidade

Mensagem por Joao Ruiz Seg Dez 05, 2011 9:58 am

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"O licor de Portugal" que foi pioneiro da publicidade

por Rui Marques Simões
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1734198

Esta é a história irreverente e bem-sucedida da empresa que sempre soube promover-se... mesmo quando ainda ninguém pensava em publicidade.

"O que é que se bebe aqui?" Após uma intensa campanha de marketing, a resposta ficou na ponta da língua dos portugueses: "Licor Beirão". Essa foi apenas mais uma das irreverentes e bem-sucedidas iniciativas promocionais da empresa, que desde os anos 40 - quando quase ninguém pensava no assunto - inova em termos de publicidade. Dos cartazes espalhados pelas bermas das estradas nacionais às campanhas com Manuel João Vieira, José Diogo Quintela e Paulo Futre, e agora até com Angela Merkel e Nicolas Sarkozy, tudo tem servido para aproximar a marca dos seus admiradores. E é por isso que, ainda hoje, o "licor de Portugal" sai todos os dias, em grandes quantidades, da Lousã para todo o País (e mundo).

"Licor Beirão - o licor de Portugal" era precisamente a mensagem de um dos primeiros cartazes que José Carranca Redondo (pai do actual sócio-gerente da empresa, José Redondo) andou a espalhar pelas paredes e estradas do País. Em 1940, com 24 anos, o industrial lousanense investiu todas as suas economias para comprar a fábrica do licor (fundada anos antes por um antigo vendedor de vinho do Porto, que se apaixonara pela Lousã e por uma habitante local). "Investiu tudo e, de seguida, pediu dinheiro emprestado para fazer publicidade", conta o filho. "Já viram o que é, em plena crise e II Guerra Mundial, pedir dinheiro emprestado para fazer cartazes? Hoje toda a gente tem orçamento para publicidade, mas na altura quem é que pensava nisso?", questiona José Redondo.

Carranca Redondo pensou. E fez. Os cartazes na berma das estradas ainda lhe custaram muita ida a tribunal. "Foram 93 acções postas pelo Estado. Dessas, só perdeu a primeira... quando foi defendido por um advogado. Depois, fez a sua própria defesa e levou sempre a melhor", recorda o filho.

A essas campanhas seguiram-se outras, da irreverente imagem de uma pin-up semivestida, abraçada a uma garrafa de licor, ao slogan mais polémico dos tempos do Estado Novo: "Licor Beirão, o beirão de quem se gosta" (diz-se que o beirão Salazar sorriu, em surdina, ante a ousadia do industrial da Lousã). Carranca Redondo "era um homem que todos os dias pensava algo de novo". Era até digno de ser estudado nas faculdades de Publicidade e Marketing, admite o filho: "Vem aí muita gente fazer pesquisa. Ele estava 30 ou 40 anos adiantado no tempo."

José Carranca Redondo morreu em 2005, mas a marca - hoje dirigida pelo filho do fundador, já coadjuvado pelo netos - continuou pujante e com imaginativas campanhas publicitárias. Depois do "campino" José Diogo Quintela e do "político" Paulo Futre, agora são caricaturas de Angela Merkel e Nicolas Sarkozy a ocuparem a publicidade natalícia da marca, que já por aí circula.

Afinal, os anos passaram mas o Licor Beirão manteve a personalidade. A preservá-la está a tradição familiar. "A força familiar é um dos pontos fortes da empresa. Os meus filhos cresceram aqui comigo - as funcionárias ainda hoje os tratam por tu", explica José Redondo, que também já tenta integrar os seus netos no dia-a-dia da fábrica, levando-os a conhecer os seus cantos nos tempos livres e férias escolares.

Assim, o futuro do famoso licor - fruto de 13 plantas provenientes de todo o mundo - estará sempre assegurado. Nos próximos tempos, José Redondo também quer inovar nos produtos associados à marca (depois de caipirão e morangão, há novas surpresas a caminho). E deseja aumentar as exportações, que, por agora (Espanha, Alemanha, Estados Unidos, Luxemburgo, Suíça...), valem 10% das vendas. Com esse intuito, vai arrancar em breve uma campanha no país vizinho, com Paulo Futre como embaixador. Será que vai pôr os espanhóis a perguntarem "¿Qué es lo que usted bebe aquí?"

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 00020422

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Talheres vimaranenses nas mesas de todo o mundo

Mensagem por Joao Ruiz Qua Dez 07, 2011 2:32 pm

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Talheres vimaranenses nas mesas de todo o mundo

por Susana Pinheiro
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1736358

Os talheres da Herdmar estão nas mesas do mundo há um século para "valorizar a importância do momento da refeição".

"A fabricar talheres desde 1911." É desta forma que a empresa de cutelaria de mesa Herdmar, em Caldas das Taipas, concelho de Guimarães, se apresenta ao mundo. Há cem anos que por aquelas bandas se faz a história que já conquistou mais de 60 países com inovadores talheres. Alguns deles exclusivos com acabamento em cores e com aplicações de cristais Swarovski. O objectivo é "valorizar a importância do momento da refeição", diz Maria José Marques, com a mesma dedicação e rigor com que gere a empresa juntamente com mais três irmãos.

A história da Herdmar começou com Manuel Marques, "o grande mestre e fundador", como lhe chamam os actuais administradores, que, aos 26 anos e com 50 escudos - cerca de 25 cêntimos na moeda actual -, montou uma oficina de facas, nas margens do rio Ave. "Aproveitava a energia hidráulica para auxílio na produção das facas e canivetes, que depois completava juntamente com colheres e garfos que adquiria noutros colegas produtores das aldeias vizinhas", conta a neta Maria José Marques.

Começou por os comercializar nas cidades mais próximas. Oito anos depois, Manuel Marques abriu a primeira fábrica, mal sabendo o sucesso que esta iria alcançar. Já nos anos 50 exportava para as antigas colónias. Ainda hoje, 90% dos produtos são para exportação. Os filhos Abel Marques e José Marques continuaram a escrever a história da empresa nos anos 1960. É com eles que nasce a marca Herdmar e continua a inovação da cutelaria de mesa.

O gosto pelo fabrico de talheres chegou à terceira geração da família com os irmãos Maria José, José Avelino, Abel e Mário a assumirem cada um o seu pelouro na administração da empresa. O negócio segue pela via do sucesso e, desta vez, em novas instalações, desde 2000, com aposta forte no empreendedorismo e na constante procura de novos mercados e consequente aumento do volume de negócios que hoje ronda os 7,8 milhões.

"A oferta de produtos produzidos na fábrica, diferenciados, inovadores, com uma relação aceitável de qualidade/preço" são algumas das mais-valias da Herdmar, segundo a administradora Maria José Marques. Acrescenta a "garantia de um bom serviço e confiança transmitida aos clientes ao longo de um século de experiência".

A fórmula do sucesso assenta, segundo a administradora, na "incessante procura de novas tecnologias aportáveis à produção dos produtos, no melhor relacionamento com todos os colaboradores e na transformação de cada cliente num parceiro". Acrescenta ainda "uma atenção constante à protecção ambiental e a busca de novos mercados". Tem como parceiros empresas de produtos de mesa, como as cutelarias Ivo, Porcel, Silampos, Costa Verde e Frasa.

Com mais de cem trabalhadores, a Herdmar está na vanguarda com garfos, colheres e facas de design de "alta qualidade", idealizadas e produzidas na fábrica. Dos cerca de 80 modelos em aço inoxidável, distribuídos por quatro níveis de qualidade, os mais vendidos "são os talheres nas gamas média-alta e alta, com linhas modernas e acabamentos em cores - preto, azul, violeta, castanho". Também os utensílios revestidos a ouro e prata fazem sucesso assim como aqueles com aplicação de cristais Swarovski.

Ainda hoje, a fábrica tem um "pequeno museu" com peças produzidas, nas décadas de 20 a 40, pelo avô Manuel Marques, agora recuperados e "adaptados à nova realidade dos mercados, e que representam ainda actualmente um percentual importante nas vendas". O cuidado com o design e apresentação dos produtos estende-se igualmente à embalagem dos talheres. A Herdmar transformou-se, recentemente, numa residência artística no âmbito da Capital Europeia da Cultura de Guimarães.

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 Cuisiniers-09

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty A charcutaria que alimentou as Forças Armadas de Angola

Mensagem por Joao Ruiz Sáb Dez 10, 2011 12:18 pm

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A charcutaria que alimentou as Forças Armadas de Angola

por Rute Coelho
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1739032

Álvaro Santos Silva preside à empresa há 43 anosMente visionária do 'patrão' Álvaro Santos Silva transformou a empresa Sicasal num gigante da indústria de carnes em Portugal.

Na fábrica Sicasal, em Vila Franca do Rosário, Mafra, a história está também nos números: ali se abatem mil porcos por dia, mandam-se semanalmente para o mercado 500 toneladas de carne processada e 1000 de carne fresca. É também a história de uma fábrica que nunca deixou de laborar, nem quando foi parcialmente devastada por um incêndio, há três semanas, nem durante o Verão "revolucionário" de 1975, quando um comité saneou cinco operários, mas manteve na gestão o "patrão" Álvaro Santos Silva, hoje com 73 anos.

A fábrica perdeu o sector do desmanche de carnes devido a um grande incêndio, mas os 650 operários e o "comandante" Álvaro Santos Silva, presidente do conselho de administração há 43 anos, mantêm a chama acesa.

A Sicasal é uma indústria de carnes bem portuguesa, cujo nome está implicado numa viragem da mentalidade industrial em Portugal. A fábrica começou por se chamar Mota e Silva (ainda na década de 60), um nome pequeno, mais familiar, junção dos apelidos dos dois sócios, para se transformar em Sicasal- Sociedade Industrial e Comercial de Agricultura e Salsicharia Lda (mais tarde passou a Sociedade Anónima).

A mesma Sicasal que na década de 80 abasteceu os militares das Forças Armadas de Angola (FAA) durante a guerra civil. "O nosso cliente era só as FAA. Mas depois assistimos com alguma perplexidade, em reportagens televisivas, aos guerrilheiros da UNITA a comerem também enlatados e enchidos Sicasal", recordou Álvaro Santos Silva. Ex-militar na guerra de Angola, o patrão da Sicasal diz com humor que "se na hora de ir beber água ao mesmo rio eles faziam tréguas talvez na hora de comer as fizessem também".

O sócio passou a sogro

O mentor da transformação da Mota e Silva em Sicasal foi Álvaro Santos Silva, que juntou esforços com o amigo Mota quando veio de Angola. "Eu tinha regressado de Angola e montei um negócio de aves. O Mota tinha uma casa de matança de porcos. Decidimos juntar o negócio das aves com o dos suínos." O Mota sócio viria a ser mais tarde, já com a fábrica transformada em Sicasal, o Mota sogro. Isto porque o jovem Álvaro, então com 27 anos, se apaixonou e decidiu casar com a filha do sócio, uma estudante de Medicina com 21 anos. Álvaro iniciou os seus "descobrimentos", com viagens pela Alemanha e França, reinados da charcutaria, para ver como se fazia. "Aqui chocava-me ver abater 30 a 40 porcos da forma tradicional. Ou ver homens a transportar porcos às costas sem usarem sequer uma bata. As minhas viagens pela Europa serviram para ver que nas indústrias francesa ou alemã os porcos já não eram abatidos de forma tradicional, que já havia o sistema de atordoamento. Ou que já havia o sistema elevatório e não era preciso os homens andarem com os porcos às costas." Um admirável mundo novo que trouxe para a indústria de carnes Sicasal. "A tecnologia que implantei na fábrica ainda está actual hoje em dia." Equipamento "que dava outra capacidade de produção". No início dos anos 80, do plano inicial dos 500 porcos abatidos por dia (250 para transformar na fábrica e outros 250 para o mercado, o que "já era rentável") passou-se para os 1000. "Ninguém na concorrência atingia esse número, era um escândalo nacional." Na década de 90, a Sicasal entrou na "era da embalagem". Antes a procura era mais pelos enchidos. Depois, com a fase das embalagens, começou a haver muita procura pelos fiambres, mortadelas e salames, que já estavam "ao nível do que se fazia na França ou na Alemanha".

Dois filhos seus entraram para a administração, Filomena e Francisco, e outro, Luís, tem um negócio em Angola com produtos Sicasal. Álvaro Santos Silva passou a mensagem aos seus operários no dia 15 de Novembro: "Nas dificuldades há novas oportunidades." Para operários residentes em Vila Franca do Rosário, que viram crescer os filhos do patrão, este optimismo vale ouro.

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 Tiphat

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Valle Pradinhos, o prestígio de Trás-os-Montes

Mensagem por Joao Ruiz Ter Dez 13, 2011 6:22 am

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Desde 1913

Valle Pradinhos, o prestígio de Trás-os-Montes

Desde 1913 que a propriedade Casal de Valle Pradinhos, em Macedo de Cavaleiros, pertence à família Pinto de Azevedo. Os seus vinhedos em regime de proteção integrada estão encepados com Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Amarela e Cabernet Sauvignon (castas tintas).

Além de Malvasia Fina, Riesling e Gewurztraminer (variedades brancas). Desde as duas últimas décadas do século passado que os seus vinhos sobressaem pela sua qualidade entre os seus pares regionais, vinificados primeiro sob a orientação enológica de João Nicolau de Almeida, e atualmente de Rui Cunha.

Entre os 37 produtores transmontanos (ou agentes económicos, como regista o site oficial da Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes) Valle Pradinhos distingue-se pela superior qualidade dos seus vinhos, vindima após vindima.

Manter esta consistência de qualidade década após década não é coisa fácil. Valle Pradinhos, do que conheço de Trás-os-Montes é, por isso, um símbolo de prestígio para a região. Como voltei a comprovar com estas colheitas:

Valle Pradinhos Regional Transmontano 2010 *****
Os seus 13% vol. álcool não diminuem a frescura que nos proporciona este branco transmontano elaborado a partir das castas Gewurztraminer, Riesling e Malvasia Fina. Muito aromático, está marcado por sabores a meloa e lichias. Melhor que a colheita de 2009.

Valle Pradinhos Rosé Doc Trás-os-Montes 2010 ****/*****
Cor de cereja madura e com sabores a cereja e framboesa. Vinificado com uvas tintas das castas Touriga Nacional e Tinta Roriz.

Valle Pradinhos Regional Transmontano Reserva 2006 *****
O Cabernet Sauvignon é dominante neste tinto de 2006, elegante e vigoroso nos seus 14,5 % vol. álcool. De cor violeta púrpura foi loteado após a seleção das melhores barricas, onde estagiou durante 16 meses. Um tinto com capacidade de envelhecimento, mas que merece ser apreciado desde já. Um belo exemplo do potencial de Trás-os-Montes.

Os vinhos da semana
BRANCO
Valle Pradinhos Regional Transmontano 2010 - €9,50

ROSÉ
Valle Pradinhos Rosé Doc Trás-os-Montes 2010 - €7,50

TINTO
Valle Pradinhos Regional Transmontano Reserva 2006 - €24,50

José Salvador in Visão, 2011-12-12

Portuguesíssimamente - Página 2 Bouteilles-06

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty «Economia orientada para o exterior»

Mensagem por Joao Ruiz Ter Dez 13, 2011 6:27 am

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«Economia orientada para o exterior»

Portuguesíssimamente - Página 2 Jorge_nunesface2

Concelho exportou 240 milhões de euros na sua maior parte para Espanha

O presidente da câmara de Bragança (PSD) disse hoje que o concelho teve uma dimensão exportadora correspondente a 240 milhões de euros em 2010, sendo que a maioria dos negócios foram efetuados com Espanha.

\"Há uma década, o concelho de Bragança não tinha dimensão exportadora. Atualmente a capacidade do concelho ronda os 2,8 por cento do volume de exportações registadas na região de Trás-os-Montes e Alto Douro\", acrescentou Jorge Nunes.

Segundo o autarca, a economia de Bragança está orientada para o exterior de forma \"inequívoca\" havendo \"uma vontade expressa\" por parte dos empresários de iniciarem um processo de internacionalização.

Lusa, 2011-12-13

Portuguesíssimamente - Página 2 12060

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Desde 1919 que este galo de Abrantes canta ao mundo

Mensagem por Joao Ruiz Ter Dez 13, 2011 4:43 pm

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Desde 1919 que este galo de Abrantes canta ao mundo

por SÓNIA SIMÕES
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1741829

A marca nasceu pela mão de Victor Guedes em plena Revolução Industrial. Passou para o filho, que, sem descendentes, a vendeu. Mas a tradição mantém-se.

Dizem os anúncios que o azeite Gallo canta desde 1919. Mas, na verdade, há registos de que tenha começado a cantar muito antes, pelas mãos da família Victor Guedes, quando abriu uma fábrica em Abrantes. Um canto que entoou ao longo de um século de história, desde a Revolução Industrial à suspensão da venda do produto em Portugal, no pós-25 de Abril, e à globalização.

"A existência da fábrica remontará a antes de 1900, mas a marca só foi registada em 1919. Temos dois diplomas de participação numa exposição que comemora o centenário da abertura dos portos brasileiros à navegação internacional, em 1908, no Rio de Janeiro", atesta Pedro Cruz, actual presidente do conselho de administração. Foi Victor Guedes pai quem terá registado a marca como Gallo, em homenagem às suas origens e aos seus familiares galegos.

O sucesso da empresa prendeu-se na altura com uma oferta variada de produtos - além do azeite, havia figos, nozes e vinho, e depressa acompanhou o fluxo migratório. "Na década de 1930, é formada uma rede distribuidora, o negócio deixa de se circunscrever a São Paulo, no Brasil. Hoje, em qualquer ponto da Amazónia, há uma lata de azeite Gallo." Nos anos 60, um segundo passo internacional, também coincidente com o fluxo migratório de portugueses: a Venezuela. O êxito foi tal que hoje o azeite Gallo é consumido por todos os venezuelanos que acham que a marca é espanhola por causa do nome "Gallo".

Enquanto a marca emerge nos mercados onde os portugueses procuraram melhores condições de vida, em Portugal dá-se a Revolução do 25 de Abril, em 1974. Com ela, o fim da agricultura e o início das importações de azeite, que levam os produtores a misturar óleo no azeite para conseguirem competir com os preços das multinacionais.

Victor Guedes filho, na altura, era um perfeccionista, intransigente com as qualidades do azeite. Nunca iria corromper o produto para fazer dinheiro, mas olhava para as autoridades com desconfiança. Para não adulterar o produto, preferiu manter a fábrica em Abrantes, mas apenas virada para o mercado externo. Voltaria mais tarde a vender por cá e a ser líder de mercado, com 14% da quota (actualmente são 20%).

Em 1989, o filho do fundador da marca não tinha descendentes que lhe seguissem os passos no negócio. Gravemente doente, decidiu vender a Gallo a duas empresas interessadas: Jerónimo Martins e Unilever. Da história da empresa, a parceria optou por respeitar valores tão fundamentais como a tradição e a obsessão pela qualidade, "que é um misto entre a ciência e arte, o saber lotear", diz Pedro Cruz, que na altura regressava de Londres para este projecto.

"É exactamente como se faz o perfume. Há vários azeites diferentes, mas o que eu quero obter é sempre o mesmo, são coisas que estudamos com o consumidor e que são diferentes de país para país." É por isso que a Gallo deixou de ter olivais, preferindo comprar a consumidores (de preferência nacionais). E um produto para o consumidor português não é o mesmo que para um brasileiro. Sabia que por cá o azeite é mais frutado, picante e amargo e no Brasil é muito mais suave?

Na mesma lógica, está toda a panóplia de outros produtos que a Gallo comercializa. Em Portugal os vinagres são um sucesso, no Brasil a aposta são as azeitonas. "Não temos uma política igual em todo o mundo, vimos as oportunidades e a partir daí inovamos." Mas se estas diferenças se notam em termos de sabor, este ano deixaram de se notar na embalagem de vidro escuro. "Foi a forma de nos apresentarmos de igual forma em todo o mundo." Mais do que design, é uma questão de qualidade: a embalagem é escura porque a luz, através do processo de oxidação, degrada o azeite.

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 Poules-09

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Artesãos dos chocolates fazem crescer negócio de família

Mensagem por Joao Ruiz Qua Dez 14, 2011 10:18 am

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Artesãos dos chocolates fazem crescer negócio de família

por SÓNIA SIMÕES
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1743147

Chegou a ser a confeitaria mais procurada em visitas ao Porto, mas a concorrência roubou-lhe o espaço. Hoje, a marca volta a vingar.

Das prateleiras do balcão sobressaem as cores do universo de chocolates e amêndoas mais antigo do Porto, Arcádia. Ao fundo, a porta abre-se para a fábrica, na qual se mantém a produção artesanal. No edifício da Rua do Almada há ainda espaço para os escritórios onde dois irmãos trabalham para conseguir levar a marca de família ao resto do País. Acredite-se. Já não é preciso ir ao Porto para comprar as históricas línguas-de-gato ou as amêndoas de licor Bonjour.

No ano em que um grupo de professores de Direito, coordenado por Salazar, apresentava o novo texto da Constituição, em 1933, Manuel Pereira Bastos abria na Praça da Liberdade, no Porto, a confeitaria que se iria tornar um ícone da cidade. As línguas-de-chocolate e as amêndoas tornar-se-íam motivo para todos os visitantes da cidade não saírem de lá sem uma caixa. O local era ainda destino preferido da alta sociedade.

Os anos passaram e o negócio foi-se mantendo em família. Com a morte de Manuel, o negócio passou para o filho, pai de Margarida e João. Os dois lembram-se de ser ainda crianças e receberem todos os dias em casa uma caixa com bolos da Arcádia. Guidinha, como era então chamada, dispensava. O irmão Joãozinho não hesitava comer dois ou três, até que a adolescência o alertou para o peso. Foi também por esta altura que os dois começaram a conhecer os cantos à casa e a ajudar em períodos de férias. Natal e Páscoa eram momentos prósperos para o negócio.

Foi assim até a concorrência permitir. "A Baixa do Porto foi perdendo peso, foram aparecendo outras centralidades, começaram a emergir zonas residenciais e a abrir confeitarias e cafés. Depois as grandes superfícies", enumera João, que agora se dedica ao negócio em sociedade com a irmã.

Há 12 anos, em 2000, a antiga confeitaria acaba mesmo por ser encerrada. Mas sem um verdadeiro ponto final. Passa apenas a produzir os produtos tradicionais: sortido, línguas-de-gato e amêndoas de licor. Um ano depois, com a morte do pai, João e Margarida tomam conta do negócio.

Ela deixa para trás o trabalho em análises químicas, conseguido depois de uma licenciatura em Farmácia. E ele, 25 anos de experiência ao serviço do Grupo Sonae.

"Achámos que devíamos encontrar outras soluções e formas de competir nos tempos modernos. Abrimos este estabelecimento na Rua do Almada e fomos desenvolvendo a nossa rede comercial", explica João.

Começaram com um quiosque por altura da Páscoa e do Natal no NorteShopping em 2003. O sucesso ditou que permanecessem abertos o ano inteiro. A falta de condições foi um trampolim para a abertura da primeira loja (em 2005), enquanto outros quiosques abriam no Porto, Braga, Coimbra e em Lisboa. "Foi importante para alargarmos os horizontes e mostrarmos às pessoas que a Arcádia não tinha morrido."

"Neste momento temos dez lojas Arcádia e gerimos cinco Coffee Box na sequência de uma parceria." Em 2007, recordam os dois irmãos, a Arcádia estava novamente na rua, com uma loja na Avenida da Boavista, no Porto, e uma oferta mais variada (scones, crepes, chocolate quente, saladas). Seguiu-se uma loja só de chocolates no Picoas Plaza, em Lisboa, depois substituída por outra no Dolce Vita Tejo. Mas os dois sócios perceberam que o conceito funcionava melhor na rua. Prova disso foram as lojas que abriu já nestes últimos dois anos, na Avenida de Roma e em Campo de Ourique. No ano em que o Governo cumpre rigorosamente as medidas de contenção impostas pela troika, a ideia dos gerentes da Arcádia é de expansão, com a abertura de duas lojas franquiadas em Guimarães e em Braga. Segue-se o resto do mundo. "Estamos a participar em feiras internacionais." Sempre sob a máxima de manter a tradição. É aí que está a diferença.

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 00020534

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Em quatro gerações, a Bial cresceu e multiplicou-se

Mensagem por Joao Ruiz Qui Dez 15, 2011 10:55 am

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Em quatro gerações, a Bial cresceu e multiplicou-se

por RUI MARQUES SIMÕES
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1744417

No espaço de quatro gerações da família Portela, a pequena farmacêutica portuense industrializou-se, internacionalizou-se e tornou-se exemplo na área da investigação.

A maior farmacêutica nacional pode ser também uma empresa familiar? Pode. Chama-se Bial, está nas mãos da 4.ª geração da família Portela, foi responsável pela criação do primeiro medicamento de patente 100% portuguesa e está representada em cerca de 50 países.

É uma história com quase 90 anos, que começou quando Álvaro Portela fundou uma pequena farmacêutica, nas traseiras da Farmácia do Padrão, na Baixa do Porto. O patrão da farmácia, o senhor Almeida, juntou-se ao ideólogo e assim se cunhou o nome da empresa: dois "Al" (Alberto mais Almeida), igual a "Bial".

Porém, foi pela mão dos Portela que a Bial se foi desenvolvendo. A Álvaro sucederam o filho, António Emílio (1962), e o neto, Luís (1979). E, agora, é o bisneto, António, de 36 anos, que gere os destinos (desde o início do ano).

Com o passar dos anos, a empresa "foi crescendo e foi-se industrializando", descreve António Portela, o actual CEO, com a história do projecto na ponta da língua. "O meu bisavô lançou uma marca de grande sucesso, que dinamizou muito a Bial, que foi o Benzo-Diacol, um produto para a tosse que ainda hoje tem um sucedâneo, o Diacol. No tempo do meu avô, começou a haver mais industrialização e alguma internacionalização da empresa. E no tempo do meu pai houve uma clara aposta na investigação e desenvolvimento, algo que não existia até aí", relata.

Essa aposta levou ao surgimento do primeiro fármaco com patente nacional: o antiepilético Zebinix, que foi lançado em meados do ano passado e já está à venda em 16 países. "Todos os anos são lançados apenas vinte e poucos medicamentos a nível mundial. Entrar nesse clube restrito é um orgulho muito grande. E o mérito é do meu pai [actual chairman, com funções não executivas] e da equipa dele, que conseguiram, ao longo de 20 anos, estabelecer uma unidade de investigação e desenvolvimento de alto nível, que tem mais de 100 pessoas", assume António Portela.

Afinal, na empresa, agora estabelecida em São Mamede do Coronado (concelho da Trofa), a investigação caminha de braço dado com os interesses comerciais. "O meu pai é médico e só veio tão cedo para a Bial devido ao falecimento prematuro do meu avô. Por isso, tentou dar oportunidades a outros de fazerem a investigação que ele não pôde realizar", explica António Portela. Foi assim que surgiu a Fundação Bial, "que tem associado o Prémio Bial, um dos maiores na área da saúde na Europa e que procura premiar obras de grande mérito, incentivando que se investiguem coisas que não são comercialmente atractivas". E é fruto do forte investimento da farmacêutica no departamento de Investigação e Desenvolvimento, que também já está a caminho aquela que pode ser a segunda patente nacional: "Neste momento o nosso desejo é trazer novas moléculas ao mercado. Temos uma para o tratamento de Parkinson já na última fase de testes e esperamos tê-la no mercado, em todo o mundo, em 2014 ou 2015."

António Portela resume tudo isto numa filosofia: "O que queremos é que a nossa empresa continue a gerar medicamentos inovadores e que, ao mesmo tempo, se torne cada vez mais global." Afinal, a Bial de hoje já não é apenas aquela farmacêutica que o português comum associa a "remédios" como o anti-inflamatório Reumon (gel ou loção) ou o antibiótico Clavamox. Além de estar em 50 países, cerca de 40% das suas vendas são exportações.

Mas António quer mais. Quer "crescer e consolidar" o trabalho do pai, agora que a empresa está nas mãos dele e do irmão mais novo (Miguel, responsável pela área corporate). E sorri com o que faz: "É bom saber que aquilo

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 Smilie34

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty O segredo da 'Branca de Neve' está... no rótulo

Mensagem por Joao Ruiz Sáb Dez 17, 2011 11:42 am

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O segredo da 'Branca de Neve' está... no rótulo

por MARINA MARQUES
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1747195

Inovação, qualidade, consistência e relação directa com os consumidores. Eis os quatro ingredientes que fazem levedar os cerca de 30 produtos das Fábricas Lusitana.

Nas Fábricas Lusitana as saquetas de farinha Branca de Neve e Espiga já não são coladas à mão e o enchimento também já não é manual. Mas a fórmula das misturas da farinha Branca de Neve mantém-se inalterada desde 1954, ano em que António Trigueiros de Aragão fundou a empresa, em Alcains, a 11 quilómetros de Castelo Branco. Um segredo que se mantém na família e... no rótulo.

E se ter em casa todo o tipo de mistura de farinhas é algo bastante banal no início deste milénio, a introdução no mercado nacional de farinhas autolevedantes, em 1955, foi uma verdadeira inovação. Estão assim encontrados dois dos ingredientes que fazem desta empresa, que vai na quarta geração, um caso de êxito: consistência e inovação.

A receita vai sendo revelada por António Trigueiros de Aragão, bisneto do fundador, que há cinco anos, com o pai, tomou as rédeas da empresa da família, após uma reestruturação da composição accionista, comprando acções da empresa que estavam dispersas por muitos familiares.

E adiciona mais um ingrediente: a relação directa com o consumidor. Agora facilitada pelas redes sociais e pela Internet, e contando também com a edição de uma revista semestral, esta foi uma preocupação do fundador logo nos primeiros anos de vida das Fábricas Lusitana. "Os pacotes de farinha mais antigos ainda têm inscrito o número de telefone 4, de Alcains, que era a linha directa de contacto entre os consumidores e a fábrica, durante o dia, e a casa do fundador, à noite", recorda Trigueiros de Aragão. O quarto ingrediente, como não podia deixar de ser, é a qualidade do produto, "que tem de ser sempre a mesma", salienta.

O espírito pioneiro de António Trigueiros de Aragão, nos anos 50, continuou vivo ao longo de mais de meio século das Fábricas Lusitana. Depois dos preparados para bolos e das farinhas para as máquinas de pão caseiras, da linha de produtos Branca de Neve, a gama Espiga, também criada em 1955, foi reforçada nos últimos anos. Esta linha de produtos sem aditivos passou a contar com especiarias (ao gosto português) e azeite (clássico, virgem e seleccionado), e, em 2010, houve duas novas apostas: um óleo alimentar e um spray de óleo alimentar para untar.

"Identificámos duas oportunidades de negócio: a dos sprays, que não existiam em Portugal, e a do óleo alimentar porque achámos que os consumidores não estavam suficientemente esclarecidos sobre o que estavam a consumir." A questão é simples: a legislação nacional permite que o rótulo refira apenas "óleo alimentar", sem especificar que óleo é utilizado, salvo a excepção da soja geneticamente modificada. Foi pela diferença que entraram no mercado: "O nosso rótulo refere a composição do óleo: 99% girassol e 1% amendoim", explica. "O óleo de amendoim é um dos melhores que existe, mas muito caro e esta nossa aposta não é fácil de transmitir aos consumidores. Mas um ano depois, o balanço é positivo: "Quem experimenta fica fidelizado", refere.

A equipa de investigação, com cinco jovens técnicos, três dos quais formados na Universidade da Beira Interior, e a e-mercearia - "lançada este ano para reforçar a divulgação dos produtos" - são "os dois grandes pólos em desenvolvimento", revela.

E apesar de o consumo em Portugal estar concentrado no litoral, a Lusitana mantém as instalações fabris em Alcains, num distrito com apenas 167 mil habitantes. "Com enormes custos acrescidos a nível de transportes e de economias de escala", explica Trigueiros de Aragão. Mas justifica: "A maior responsabilidade social que há no País é das empresas. Não se pode pensar só em rentabilizar, rentabilizar, rentabilizar. É preciso analisar a envolvente e encontrar mecanismos para se criar estruturas de forma a criar regiões sustentáveis."

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 00020441

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Limiano: A arte de fazer queijos para a família

Mensagem por Joao Ruiz Dom Dez 18, 2011 10:27 am

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Limiano: A arte de fazer queijos para a família

por JOANA CAPUCHO
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1747826

Já não são feitas pelo 'Papa dos Queijos', como em 1955, mas cada bola de queijo 'Limiano' continua a ser embalada à mão

"O queijo que faz parte da família." É assim que o Limiano se apresenta aos portugueses: um queijo que remete para as memórias da infância, que é sinónimo de tradição, sofisticação, portugalidade e qualidade. Embora a marca tenha sido registada em 1957, o queijo Limiano nasceu dois anos antes, em Ponte de Lima, pelas mãos de Américo Tavares da Silva. O primeiro queijo foi confeccionado por Manuel Ferreira Leite, aquele que era conhecido como o "Papa dos Queijos".

Cedo mereceu a atenção dos portugueses. "Quando só existia no norte de Portugal, as pessoas faziam fila à porta da fábrica à espera que o turno acabasse para levarem o queijo para casa. Posteriormente, o queijo era transportado de comboio, dentro de caixas de madeira, e foi assim que o resto do País passou a conhecê-lo", conta Paula Amaral, gestora da marca Limiano desde 2006.

Em 1999, a fábrica do Limiano deslocou--se para Vale de Cambra, onde se situa actualmente, processo envolto em grande polémica. E, em 2004, numa altura em que pertencia ao grupo Lacto, a Limiano foi adquirida pela multinacional francesa Bel, que também é detentora das marcas Terra Nostra e A Vaca Que Ri. No entanto, a produção de queijo Limiano continua a ser exclusivamente nacional.

"É a marca de queijo flamengo preferida por metade dos portugueses e é conhecida por 99% da população", realça Paula Amaral, que atribui tal facto ao "sabor suave do produto e à sua textura amanteigada". O processo de fabrico do queijo Limiano ainda é "extremamente delicado", como antigamente... "e a bola ainda é embalada à mão, uma a uma".

Um dos segredos do sucesso da marca Limiano é a aposta permanente na tradição, mas sempre aliada à inovação. Quando nasceu, o seu produto principal era a bola de queijo flamengo, tosco e amanteigado. Com o passar dos anos, foi evoluindo para outros formatos: as metades, os quartos, a bola mais pequena e, em 1999, as fatias. "As fatias da bola Limiano são um ponto diferenciador da nossa marca. Sabemos que os consumidores querem conveniência, e as fatias correspondem a essa grande necessidade. São as únicas redondas e têm um sabor muito diferente das outras que têm um aspecto mais industrial", explica a gestora.

A gama "menos 50% de gordura" é outro dos pontos fortes da marca. A última novidade Limiano é o "Amanteigado de Vaca e Ovelha" - um queijo que vai para a mesa dos portugueses - que "sai fora do espectro da marca, conhecida pelo queijo flamengo".

"Apesar de termos uma marca tradicional e forte, com valores tão ricos, se não insistirmos na inovação caímos no esquecimento", realça Paula Amaral. De acordo com a mesma, o crescimento de 5% no volume de negócios face ao ano passado (sendo o crescimento médio anual na ordem dos 3%), numa altura de crise, é "extraordinário" e deve-se à forte aposta nas fatias e ao lançamento deste novo produto.

Anualmente, são produzidas cerca de cinco mil toneladas de Limiano. O forte é o mercado nacional. No ano passado, foi criada uma equipa para se dedicar à exportação, mas as vendas no estrangeiro ainda só representam 1% do total. "Temos um longo caminho pela frente", diz Paula Amaral.

A gestora da marca acredita que o êxito assenta também nos investimentos de marketing e numa comunicação próxima com o consumidor. Sendo uma das marcas mais caras do mercado, a Limiano oferece algumas promoções, tentando responder às necessidades dos consumidores. "Achamos que o queijo é um bem essencial, e, como tal, nós devemos dar sempre o melhor à nossa família. O melhor é o que os nossos pais nos deram. Aquilo que eu recebi é aquilo que eu quero dar", sublinha.

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 00020534

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Viarco aposta na criação de lápis com valor acrescentado

Mensagem por Joao Ruiz Seg Dez 19, 2011 4:37 pm

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Viarco aposta na criação de lápis com valor acrescentado

por LINA SANTOS
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1748676

A fábrica remete para a Revolução Industrial e abre as portas ao público em Janeiro. Tudo o que faz é diferente

José Vieira, neto do fundador da Vieira e Araújo, a Viarco, e actual dono da fábrica e da marca, esteve na Suíça há duas semanas. Levou material de arte e lápis de cor para oferecer a um amigo artista plástico. A irmã deste, quando viu, fez várias encomendas para o Natal. Falta dizer que a Suíça é terra natal da toda-poderosa Caran d'Ache, uma das maiores multinacionais de papelaria. "Como se vê, isso não impede que haja espaço para uma empresa como nós", diz.

Quando diz "como nós", José Vieira refere-se a uma pequena, pequeníssima fábrica de lápis, a última na Península Ibérica que, incapaz de competir com o volume de produção e o marketing agressivo e milionário da marca suíça ou dos alemães da Faber-Castell ou da Staedtler, virou as agulhas para o negócio dos lápis com valor acrescentado.

Na Viarco dedicam-se a fazer diferente, receita de sucesso quando toda a gente lhe dizia que o melhor era fechar. "Nós vendemos mais do que aquilo que é o tradicional lápis escolar", destaca.

Vendem memórias (os lápis com que gerações e gerações de portugueses aprenderam escrever, a ler e contar), vendem soluções divertidas (o pior lápis do mundo, que não escreve e só serve para pregar partidas) e lápis à medida do que os clientes pedem. Estão a começar um processo de internacionalização com vendas para os Estados Unidos e a Itália, cujo pedido já foi repetido. Os produtos especiais também chegam à Alemanha, à Inglaterra e à França. E vendem também uma maneira de fazer as coisas que já não existe.

Na fábrica, no cima de uma rua, em São João da Madeira, há arqueologia industrial. Máquinas que datam do século XIX, totalmente mecânicas, carvão, uma maneira quase artesanal de produzir lápis que a câmara municipal da cidade achou, tal como José Vieira, que "é de todos" e para todos verem. Assim, a partir de Janeiro, as instalações passam a estar inseridas no roteiro industrial da autarquia, ao lado de uma fábrica têxtil, outra de calçado e outra de chapéus. A medida, defendida pelo proprietário há muito, permitirá "salvaguardar o património da fábrica".

Fundada em 1919, a Viarco está nas actuais instalações desde o final da década de 30, vinda de Vila do Conde, que foram objecto de uma restruturação importante e cuja factura é paga pela Câmara de São João da Madeira, liderada por Manuel Castro Almeida. "Não vamos pôr a fábrica nova. É para ser mantida a sua essência, não vamos descaracterizar o que ela é", sublinha José Vieira. Foi criada uma sala de acolhimento para receber os visitantes que obrigou a mudar secções de sítio e um espaço expositivo (e loja) da Viarco, com documentos, lápis e objectos que contam a história desta empresa que atravessou uma guerra mundial, uma ditadura e o ataque das multinacionais pós-adesão à Comunidade Europeia. José Vieira almeja "transformar isto num negócio rentável", de que tratarão as gerações vindouras. "Sem terem de passar pelo que nós passámos", frisa. Isto porque, lembra, "disseram-nos que devíamos vender a fábrica".

Com a Viarco trabalham imensos artistas portugueses que aproveitam a abertura da empresa para os receber nos seus ateliers. Dessas colaborações têm surgido ideias para novos produtos: um deles, o bastão de grafite, foi sugestão do pintor José Emídio. E esse é o ponto forte da empresa, segundo o seu proprietário: "A nossa disponibilidade para ouvir, para interpretar, para arriscar e não ter medo de falhar. E quando se ousa fazer o que nunca foi feito, a probabilidade de acertar é grande."

José Vieira conta que em Janeiro lançam dois novos produtos, um deles um carvão aguarelável, e têm outros 20 projectos na gaveta. "A questão é saber se vamos ter tempo para tudo!"

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 000206A6

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty A preto e branco se escreve a história da Almedina

Mensagem por Joao Ruiz Qui Dez 22, 2011 5:55 pm

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A preto e branco se escreve a história da Almedina

por RUI MARQUES SIMÕES
Ontem

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1752011

A marca emblemática da literatura técnica (principalmente jurídica) não se restringe a Portugal: está no Brasil e quer crescer em África

As paredes pretas e as estantes brancas são a imagem da marca das mais recentes livrarias do Grupo Almedina. A escolha é da responsabilidade dos arquitectos Manuel e Francisco Aires Mateus. E não é por acaso: o preto simboliza a ligação da editora à Universidade e à academia de Coimbra e o branco põe em evidência o mais importante, os livros. É disso que vive a empresa conimbricense, criada em 1955, e hoje uma referência na área dos livros técnicos (principalmente jurídicos), por todo o mundo lusófono.

"A imagem a preto e branco surgiu naturalmente. Na altura, chocou, mas, agora, as pessoas sentem-se muito bem nas nossas livrarias. Nós procurámos dar o protagonismo ao livro e ao leitor, com espaços muito sóbrios", explica, ao DN, o presidente do Conselho de Administração do Grupo Almedina, Carlos Pinto. Essa nova imagem - presente nas livrarias do Estádio Cidade de Coimbra, Arrábida Shopping (Matosinhos), Centro de Arte Moderna e Oriente-Parque das Nações (ambas de Lisboa) - é apenas mais um dos símbolos da nova Almedina, do século XXI.

Nos últimos anos, a marca cresceu e multiplicou-se. Antes havia apenas uma pequena editora, fundada nos anos 50, por um livreiro (Joaquim Machado) que começou "a publicar as lições dos professores da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra". Agora, há um grupo multifacetado, dedicado à edição e ao retalho, presidido pelo genro de Joaquim Machado e gerido por um grupo de gestores profissionais.

Carlos Pinto, engenheiro de formação mas especializado em gestão após anos de trabalho na Sonae, entrou na empresa em 1996, "então já com o objectivo de conseguir uma maior profissionalização". E, ao longo dos últimos anos, alavancou o crescimento de uma Almedina que hoje "é completamente profissionalizada". Da pequena livraria junto ao Arco de Almedina (um dos últimos vestígios da Coimbra medieval, no centro histórico da cidade) passou a um grupo de 11 lojas espalhadas pelo País. E à editora Almedina, especializada em livros de Direito, somou mais duas, Edições 70 ("com um catálogo muito rico na área das ciência sociais e humanas") e Actual (de economia e gestão), que alargaram o leque da sua oferta de livros técnicos - sendo que a Edições 70 tem ainda a chancela Minotauro, que edita literatura contemporânea espanhola.

Agora, com a economia nacional em quebra, o desafio da Almedina é o estrangeiro e o "mercado muito abrangente da língua portuguesa", aponta Carlos Pinto. O grupo livreiro está presente no Brasil desde 2005 e lá tem encontrado uma receptividade muito grande. "Lá a marca é muito conhecida, porque há um grande intercâmbio, na área do Direito, com a Universidade de Coimbra e isso acaba por transportar-nos para o outro lado do Atlântico", explica o presidente.

Porém, o objectivo da Almedina não é só a América do Sul. "Em 2012 vamos criar a Almedina Angola e um departamento internacional dentro da Almedina em Portugal. Vamos servir melhor as comunidades de língua portuguesa que estão dispersas pelo mundo, tendo actividade em Moçambique e nos outros países", afiança Carlos Pinto, esperando chegar aos 18% de exportações em 2012.

O direito continua a ser "a área principal" de uma casa que também se orgulha de lançar outras obras, como Académica - História do Futebol, de João Santana e João Mesquita. O livro, uma "enciclopédia" sobre a história da Briosa, é um marco da identidade da Almedina, explica Carlos Pinto. "É um livro ímpar. Não podia ser feito em outra editora. Transporta muito da história da Académica, da Universidade de Coimbra e também da Almedina, três instituições que têm feito a sua

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 000203CE

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty A confeitaria que trouxe o bolo-rei de Paris

Mensagem por Joao Ruiz Dom Dez 25, 2011 10:51 am

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A confeitaria que trouxe o bolo-rei de Paris

por CARLOS DIOGO SANTOS
Ontem

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1754057

Os fundadores desta casa lisboeta, em que clientes e funcionários se tratam pelo nome, criaram uma tradição

Foi no tradicional espaço da Confeitaria Nacional - durante a segunda metade do século XIX - que se instalou um dos primeiros telefones da cidade de Lisboa. Na altura, tinha pouco uso: servia apenas para fazer ligações entre os funcionários da antiga fábrica e os do espaço que ainda hoje está aberto ao público. Com o passar dos anos, os meios de comunicação foram ganhando mais importância na vida deste típico estabelecimento da Praça da Figueira e hoje é a Internet que assume um papel fundamental, levando a Confeitaria Nacional além-fronteiras.

"Chegam-nos muitas encomendas pela Internet. Há muitos emigrantes e mesmo pessoas de outros países que nos fazem pedidos por e-mail, sobretudo de bolo-rei, mas nós não podemos enviar tudo, uma vez que a legislação de países como a dos Estados Unidos ou do Canadá não o permite", revelou Benedita Salema, directora de operações desta confeitaria, salientando que é interessante sentir o carinho de pessoas que já não visitam Portugal há anos: "Em alguns casos falamos de portugueses que já não vêm ao nosso país há décadas, mas que todos os anos sentem falta do nosso bolo-rei."

E enquanto Benedita Salema descrevia a relação estreita que a Confeitaria Nacional tem com todos os que a procuram (quer sejam emigrantes ou não), numa mesa ao lado, uma mulher de cabelos loiros - que não prestava atenção à conversa - confirmava-o: "Isabel, podia trazer-me uma fatia de bolo-rei."

A fatia que chega à mesa da cliente traz consigo cumplicidade, mas, sobretudo, um segredo de várias décadas. Uma especialidade que está ligada a esta confeitaria desde o início.

"Foi a Confeitaria Nacional que trouxe o bolo-rei de Paris para Portugal e por isso conhecemos tão bem a sua receita", esclarece a responsável. Esta tradição chegou ao nosso país através do filho de Baltazar Roiz, fundador deste estabelecimento lisboeta.

Hoje, este é ainda considerado por muitos o melhor bolo-rei da capital e isso faz coque na véspera de Natal se formem enormes filas na Praça da Figueira.

"Grande parte das pessoas vem por tradição. Os avós e os pais já vinham, e não vir seria quebrar esse hábito", adianta Benedita Salema, explicando que há possibilidade de comprar o bolo-rei da Nacional neste dia sem esperar horas a fio: "Temos um quiosque no Centro Comercial das Amoreiras, o Baltazar, onde se vende o mesmo bolo. Apesar disso, sentimos que toda a gente gosta de vir à Praça da Figueira nesse dia."

Uma das funcionárias mais antigas da casa contou ao DN algumas das situações mais caricatas nesta quadra festiva. Isabel, nome pelo qual é conhecida entre os clientes, avançou: "Temos de tudo. Desde pessoas que inventam desculpas para serem atendidas primeiro às que ficam horas e horas e, quando o bolo acaba, fazem questão de dividir o seu com quem está na fila à espera".

Este sucesso é explicado pela forte aposta que a Confeitaria Nacional sempre fez. Mesmo antes de se conhecer a viabilidade deste bolo em Portugal, Baltazar Castanheiro Filho trouxe da capital francesa, em meados do século XIX, confeiteiros especializados nesta receita. A moda pegou logo e só o nome gerou alguma discórdia em determinados momentos. Isto, porque aquando da proclamação da República, em 1911, chegou a ser proposta em sessão parlamentar a alteração do nome para bolo da República, mas já na época a tradição falou mais alto e não chegou a ser feita a alteração.

Os dados mais recentes mostram que na fábrica de Campo de Ourique são produzidas 20 toneladas de bolo-rei em cada Natal. Tudo é feito como no primeiro dia - "ovos de casca" e ingredientes naturais - e só uma pessoa conhece a receita, que todos os pasteleiros julgam saber.

In DN

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty A pasta 'Couto' ainda anda "na boca de muita gente"

Mensagem por Joao Ruiz Seg Dez 26, 2011 10:15 am

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A pasta 'Couto' ainda anda "na boca de muita gente"

por Rui Marques Simões
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1755275

À beira dos 80 anos, pasta dentífrica já não aposta em anúncios televisivos repletos de malabarismos. Mas continua em alta.

As imagens são a preto e branco. Um homem rodopia e faz malabarismos com uma cadeira segura pelos dentes. Depois, entra a voz off: "Dentes fortes, gengivas sãs, boca saudável: só com pasta medicinal Couto". Mais palavras para quê? Foi com este anúncio televisivo que, desde há quatro ou cinco décadas, uma pasta dentífrica entrou na memória colectiva dos portugueses. Hoje, fiel à tradição, ainda anda "na boca de muita gente".

Foi em 1932 que Alberto Ferreira Couto criou, com a ajuda de um amigo dentista, uma "pasta medicinal" para tratar dos problemas de dentes e gengivas. A pasta Couto depressa se tornou no mais conhecido produto da empresa homónima (criada em 1918). E os originais anúncios do passado, que diziam que andava "na boca de todo a gente", deram-lhe fama nacional.

Hoje, a empresa mora em Vila Nova de Gaia (para onde se mudou em 2004, deixando as envelhecidas instalações do Porto). A família Couto continuou ao leme, agora pela mão do administrador Alberto Gomes da Silva, sobrinho do fundador (a quem sucedeu, após a sua morte, em 1974). E tudo permaneceu quase igual ao longo dos anos. "Eu já era quase o gerente da empresa. Na altura da morte do fundador o pessoal nem sentiu a diferença. Continuámos na sequência do que se fazia...", conta o responsável, de 74 anos.

Na casa da Couto, a receita é antiga e tudo é tradição: a pasta ainda é produzida de forma semiartesanal, sem recurso a ingredientes de origem animal; e as embalagens amarelas mantêm o ar "retro" e as recomendações de outra era: "o dentífrico que evita afecções da boca". Só mudou mesmo a designação, de "pasta medicinal" para "pasta dentífrica" (em 2001, devido a directrizes comunitárias que limitavam o uso da palavra medicinal). "Isso prejudicou-nos bastante, porque tivemos de parar para mudar as embalagens. O mercado ficou sem pasta durante quatro meses e muita gente perguntava porque não havia. Mas conseguimos recuperar", recorda Alberto Gomes da Silva.

Agora, à beira de completar 80 anos (em 2012), a pasta Couto continua sem sentir os problemas da velhice. Parco em palavras, o administrador da empresa nem vê vantagens na onda nostálgica e revivalista que levou ao renascimento de muitas marcas históricas. Mas tem noção do potencial do seu produto: "Temos um mercado consagrado de clientes que continuam fiéis à marca, gente dos 15 anos aos 90 anos, que sempre gostou da Couto, sentiu curiosidade por ela ou voltou a usá-la".

É por isso que, mesmo sem estar à venda em grandes superfícies, a Couto continua em alta. Da sua fábrica - onde se fazem vaselina, água oxigenada, desodorizantes ou produtos históricos com o Restaurador (capilar) Olex - saem "600 ou 700 mil bisnagas" de pasta de dentes por ano. E algumas até vão para o estrangeiro. A empresa tem representantes para a Europa e América do Norte e, embora as exportações "não cheguem aos 10%", às vezes há surpresas... "Ainda há tempos uma senhora que foi a Las Vegas (EUA) me mandou uma fotografia a mostrar que encontrou lá a nossa pasta", revela Alberto Gomes da Silva.

De resto, são o boca-a-boca e a memória que vão fazendo a promoção de uma marca que já não se mostra na TV como antigamente. "São outros tempos. A televisão é um assunto caro" afirma o administrador, mais preocupado em "manter o presente" do que em apostar no crescimento futuro. Afinal, "em Portugal podem-se contar pelos dedos as empresas com esta idade".

E Alberto Gomes da Silva - que sempre trabalhou na Couto, "desde os 17 anos" - só quer honrar a tradição... e manter a empresa tão forte e saudável como o homem do anúncio.

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 000205AA

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty "Exportamos bolachas para importar dinheiro"

Mensagem por Joao Ruiz Ter Dez 27, 2011 8:32 am

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"Exportamos bolachas para importar dinheiro"

por CARLOS DIOGO SANTOS
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1756139

O negócio começou numa pequena confeitaria, em Famalicão. Em 1990 chegaram ao Japão e hoje exportam bolachas e rebuçados para 40 países.

António Vieira de Castro foi o fundador da marca Vieira de Castro em 1943. O negócio começou com uma pequena confeitaria de Famalicão, que se tornou pequena demais quando a concorrência começou a crescer. Foi nesse momento que o responsável decidiu começar uma nova etapa na sua vida: a actividade industrial.

No entanto, a lei do condicionamento industrial vigente na altura trocou-lhe as voltas e para ter a sua fábrica em Famalicão teve de comprar uma outra em Lisboa, desactivá-la e transferi-la então para o local pretendido - Gavião.

Tudo correu melhor que o esperado e em 1990, já com a empresa a cargo dos seus herdeiros, as bolachas Vieira de Castro chegaram ao mercado japonês. "Para nós este primeiro passo foi muito importante. Tínhamos noção de que se tudo corresse bem ali, num mercado tão conservador, poderíamos entrar em qualquer outro", disse ao DN Raquel Vieira de Castro, neta do fundador.

E o futuro confirmou-o. Hoje estão já presentes em cerca de 40 países e em Portugal têm uma distribuição nacional. Logo depois do mercado português é o angolano que mais consome os produtos desta empresa de Vila Nova de Famalicão. Mas os responsáveis estimam que, no próximo ano, o Brasil passe a ser o mercado mais consumidor.

O sucesso desta PME portuguesa está sobretudo no respeito pelo consumidor. "Deixámos o paradigma de apresentar o que nós queremos, e há 10 anos que o nosso objectivo é produzir o que o consumidor procura", disse a responsável, concluindo que "é isto que torna a Vieira de Castro distinta das restantes empresas."

A estratégia é muito simples e passa, sobretudo, pela aposta em três áreas: diversificação de produtos, de clientes e de mercados. Segundo Raquel Vieira de Castro, só com esta atitude é possível atingir o êxito: "As empresas pequenas não se podem dar a luxos em países tão pequenos como o nosso." E é por isso que a internacionalização da marca continua a ser um dos principais focos, ainda que Portugal continue a ser o mercado prioritário. Ainda que das cerca de 12 mil toneladas produzidas durante este ano - entre bolachas, rebuçados e amêndoas - 55% já se destinar ao mercado externo, a Vieira de Castro quer exportar mais.

"Costumo dizer que nós seguimos os passos dos nossos antepassados, porque estamos a explorar locais onde os portugueses ainda não haviam chegado. E o mais importante disso, sobretudo no contexto actual, é o facto de nós exportarmos bolachas para importar dinheiro", disse a responsável, esboçando um sorriso.

Com duas unidades biscoiteiras e uma confeitaria (onde são feitos os rebuçados Flocos de Neve e as amêndoas) em Vila Nova de Famalicão, a Vieira de Castro não põem de parte a hipótese de abrir um novo complexo industrial num outro país: "Quando falo em internacionalizar a marca, falo em fortalecer a nossa posição a nível mundial e, com a nossa capacidade de investimento, não podemos rejeitar nunca o cenário de vir a produzir num outro país", lembrou.

Consciente de que a internacionalização não retira o apreço que a sua família tem por Portugal, esta neta do fundador garantiu ao DN que todos se esforçam por dar uma boa imagem do País: "Esforçamo-nos por levar, todos os dias, os melhores produtos para o estrangeiro. O reconhecimento deste trabalho tem chegado, anualmente, através de distinções como a PME excelência ou PME inovação." Mas não é só. A Vieira de Castro é agora uma das poucas marcas protegidas da cadeia de supermercados brasileira Pão de Açúcar. "Já nos pediram para que não haja quebras de stock nos nossos produtos, porque os seus clientes consideram que temos muita qualidade", concluiu.

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 00020472

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Esperança para doentes de leucemia espera investidores

Mensagem por Joao Ruiz Ter Jan 03, 2012 5:27 pm

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Esperança para doentes de leucemia espera investidores

por Sónia Simões
Ontem

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1762954

David, Daniela e Francisco, três dos sóciosEmpresa do ramo da biotecnologia pretende lançar no mercado uma terapia celular que soluciona a rejeição de transplantes. Falta o financiamento.

Ainda é uma start-up à procura de investidores, mas, por trás, tem quatro sócios com uma investigação certificada na área e um plano de negócios promissor: introduzir no mercado uma terapia celular já testada em doentes de leucemia - uma esperança na não rejeição do transplante de medula.

Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística são claros: em 2009 morreram 782 doentes de leucemia, uma média de 65 por mês. Conscientes da gravidade da doença, dois dos quatro investigadores que agora constituem a Cell2B estavam em doutoramento pelo MIT Portugal quando, em 2007, responderam ao desafio de experimentar esta terapia celular.

Os sete testados tinham contraído a doença do "enxerto contra o hospedeiro" depois de um transplante de medula óssea. "Pode ocorrer após transplante a cerca de 50% das pessoas, porque há rejeição do sistema imunitário do dador que é transplantado com as células - atacando uma grande amplitude de órgãos", explica Francisco dos Santos. Em caso de rejeição, o tratamento é feito com esteroides, mas "doentes com graus três e quatro não são curáveis". Esta terapia permite "modelar o sistema imunitário de modo a que ele deixe de atacar o corpo do paciente". Dos sete testados, só um faleceu de ataque cardíaco (em nada relacionado com a doença ou a terapia). "Alguns pacientes passaram a graus um e dois, podendo depois ser tratados com esteroides."

Francisco dos Santos e Pedro Andrade foram influenciados pelo colega de laboratório, David Braga, a não deixar morrer o projeto. Os três já se conheciam quando estudavam Engenharia Biológica, mas faltava-lhes alguém mais entendido no ramo empresarial. "Pediram-me um plano de negócios para apresentar numa competição do MIT", recorda Daniela Couto, licenciada em Engenharia Biomédica pela Universidade do Minho. O plano, apresentado em 2010, chegou às finais, mas não ganhou. Ninguém desistiu. "O projeto empresarial nasce porque para comercializar este produto é exigido um ensaio clínico", acrescenta David.

Se se provar que há um benefício, a European Medicins Agency (EMA) concede autorização de comercialização no espaço europeu e depois é possível pedir o equivalente nos Estados Unidos. Feitas as contas, a Cell2B procura alguém que invista oito milhões de euros no ensaio. "Em troca vendemos uma percentagem da empresa. Quando esta tiver receitas ou for vendida, o valor é dividido pelos acionistas", explica Daniela, apesar de aberta a outras possibilidades de financiamento.

Por agora, a Cell2B está em compasso de espera, apesar dos inúmeros telefonemas (até do Brasil) de familiares de doentes de leucemia desesperados. "Agora nada podemos fazer, a menos que os doentes integrem o ensaio."

Um ensaio que, a começar este ano, só terminará em 2015, com quase duas centenas de doentes testados. "A maior parte das empresas, quando chega a este ponto, só tem experiência feita em animais, nós temos testes feitos em pessoas", alerta Daniela. E reforça porque devem os investidores olhar para a Cell2B: "Conseguimos poupar cerca de 50 mil euros ao Sistema Nacional de Saúde por paciente, o que significa uma redução de quase um terço do custo total do tratamento." Mais, há estudos iniciais que apontam no sentido de esta terapia poder ser usada para outros fins, como na doença de Crohn ou em infeções hospitalares. "No total, estimamos que cerca de quatro milhões de doentes/ano sejam afetados por condições a que nós podemos responder."

Para já, dois dos sócios vivem de uma bolsa pós-doutoramento e a Cell2B sobrevive do prémio Tecnologias da Saúde e Biotecnologia, do Concurso Nacional de Inovação BES de 2011. Desconhecem até quando.

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 000204E1

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Brinquedos científicos saíram-lhe na rifa

Mensagem por Joao Ruiz Sáb Jan 07, 2012 5:22 pm

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Brinquedos científicos saíram-lhe na rifa

por Marina Marques
Ontem

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1768499

Ciência. De um projeto de final de curso nasceu uma empresa com escritórios em Lisboa, Porto e Madrid, que faturou 600 mil euros em 2011

Começou como projeto de final de curso de Miguel Pina Martins, no ISCTE. Completa quatro anos a 30 de janeiro, fatura cerca de 600 mil euros e emprega 15 pessoas. A Science4you é um dos muitos casos de empresas que surgiram em ambiente universitário e que se distinguem pelo carácter inovador dos produtos que desenvolvem. E, neste caso, essa ligação é uma verdadeira mais-valia, um selo que garante a qualidade e a credibilidade dos cerca de 80 brinquedos que já colocaram no mercado nacional e internacional.

Até pode parecer brincadeira, mas os brinquedos científicos da Science4you saíram-lhe literalmente na rifa. No final do curso de Finanças, no ISCTE, um chapéu com uns papelinhos embrulhados em forma de rifas continha as ideias dos alunos de Ciências para serem transformadas em negócios. E Miguel Pina Martins tirou o papelinho que sugeria a comercialização de kits de Física. Por resistência do professor que orientava o projeto, Miguel não alterou a ideia-base. Mas desde logo lhe pareceu pouco vendável. "Na prática, era material de laboratório para vender a escolas, a mil euros cada", recorda.

Regressou ao plano de negócios que de-senvolveu nessa altura, meses mais tarde depois de uma breve passagem pela banca de investimento. Foram quatro curtos meses que lhe deram uma certeza: não era aquilo que queria fazer em termos profissionais. Voltou a olhar para os kits de Física, agora já com a liberdade de poder fazer alterações. E logo à partida teve uma certeza: "O símbolo da Faculdade de Ciências nas embalagens dos kits constituíam uma mais-valia. Só faltava descobrir a forma de desenvolver um produto que fosse apelativo, rentável. Foi aí que surgiu a ideia de criar brinquedos científicos, com o símbolo e a certificação da Faculdade de Ciências", diz.

Com o apoio do Audax (centro de empreendedorismo do ISCTE) e o recurso a capital de risco, a 30 de janeiro de 2008 nasceu a Science4you. No verão desse ano, a organização do campo de férias científico, na faculdade, foi o meio utilizado para testar os primeiros brinquedos. E em outubro chegaram ao mercado os seis primeiros brinquedos científicos da Science4you, apenas disponíveis nas prateleiras da FNAC e do El Corte Inglés. "Considerámos que os clientes-tipo destes dois espaços seriam também o nosso público premium", justifica Miguel Pina Martins.

A dificuldade seguinte foi um miúdo de 22 anos convencer os responsáveis das duas empresas a dedicarem algum espaço a este produto. Munido de gravata - que então fazia questão de usar para lhe dar um ar mais velho -, esgrimiu o argumento que acreditava ser mais poderoso: "Eu não percebo nada de ciência, mas os professores da Faculdade de Ciências sabem o que se deve ensinar às crianças e garantem que está tudo bem com o brinquedo."

A aposta revelou-se acertada e a perceção de Miguel Pina Martins sobre o valor do selo da Faculdade de Ciências também. Tão acertada que foi a própria FNAC que desafiou a Science4you a marcar presença nas suas lojas em Madrid. Desafio aceite, a empresa chegou ao mercado espanhol logo em outubro de 2009 e menos de dois anos depois, já com quase 80 brinquedos no portefólio, Miguel decidiu abrir escritórios e uma loja própria em Madrid. "Para apostarmos forte neste mercado, tínhamos de ter uma presença mais efetiva", explica. Falta agora conseguir uma parceria com uma universidade local, reconhecida pelo público espanhol, e que garanta a mesma credibilidade que em Portugal tem a Faculdade de Ciências. Nessa negociação, conta com a experiência que já tem em Portugal, Angola, Moçambique e Brasil e com os três prémios já conquistados: Prémio de Empreendedor do Ano 2010, da Comissão Europeia, Prémio Empreendedor Finicia Jovem 2009 IAPMEI e o 1.º Prémio da European Entreprise Awards na Categoria de Internacionalização a nível nacional (2011).

In DN

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Com um clique, a Nautilus rejuvenesceu salas de aula

Mensagem por Joao Ruiz Dom Jan 08, 2012 4:05 pm

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Com um clique, a Nautilus rejuvenesceu salas de aula

por Rui Marques Simões
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1769250

Empresa de Gondomar junta tecnologia ao mobiliário escolar, criando negócio de sucesso, premiado a nível internacional.

Esqueça os quadros de ardósia e secretárias antiquadas das escolas de outros tempos. As escolas do século XXI, com mesas informatizadas e quadros interativos, já estão espalhados pelo país e demais Europa ocidental. E é tudo obra da Nautilus e do empresário que soube reconverter uma empresa de mobiliário moribunda num negócio inovador, apoiado nas novas tecnologias.

Quando nasceu, em 1996, a Nautilus era mais uma produtora de mobiliário doméstico, área tradicional no concelho de Gondomar. Porém, seguindo esse caminho, não encontrou prosperidade. Em 1999, a empresa passava por grandes dificuldades, quando o seu destino se cruzou com o de Vítor Barbosa, um self-made man, trabalhador desde os 14 anos, formado na Faculdade de Engenharia do Porto e virado para as novas tecnologias. Este, usou a experiência entretanto adquirida no setor do mobiliário escolar, e deu um novo foco à Nautilus.

Hoje, Vítor Barbosa tem 44 anos, preside ao conselho de administração da Nautilus, e a marca pouco tem a ver com aquilo que era há 12 anos. Possui três unidades fabris (duas em Gondomar - Jovim e Zebreiros - e uma em Castelo de Paiva), produz mobiliário escolar normal aliado a produtos de vanguarda tecnológica, e exporta para Espanha, França, Itália e Reino Unido.

Na base do sucesso, está o salto dado da empresa. "Nós antecipámos o plano tecnológico", afiança Vítor Barbosa. "A tecnologia faz parte da vida das pessoas e as crianças brincam com ela"... por isso, a Nautilus levou-a para as salas de aula, fazendo um upgrade digital, ao mobiliário que vendia.

As mesas informatizadas UniNet (com PC incorporado) e os quadros/estações interativas NetBoard foram os primeiros passos da oferta tecnológica que deu fama à Nautilus (rendendo-lhe mesmo prémios internacionais da World Didac, pela inovação, design e qualidade dos seus produtos). Mais recentemente, surgiu também a mesa interativa NetPower, que integra um computador multi touch, semelhante a um tablet.

UniNet, NetBoard e NetPower são exemplos do salto digital da empresa. E foram também o seu passaporte para a internacionalização. " Os produtos que integram tecnologia - a nossa grande aposta ultimamente - são inovadores não só em Portugal como em outros países europeus (até porque, em muitos deles, o processo de introdução de tecnologias em sala de aula está numa fase anterior ao português)", explica o presidente do conselho de administração.

Assim, a empresa já exporta 20% do que produz e Vítor Barbosa espera "chegar aos 50% no prazo de dois anos". O objetivo é contornar a "contração do mercado nacional" - o Estado era o principal cliente mas todas as escolas do 2.º/3.º ciclo e secundárias já estão equipadas com a versão anterior do NetBoard... e o momento é de crise. A "forte ambição" da Nautilus vai até para além da Europa: este ano, abrirá uma empresa no Brasil e espera construir lá uma unidade fabril em 2012.

Ao mesmo tempo, mantém-se "a preocupação de desenvolver novos produtos". A empresa tem um Núcleo de Investigação Tecnológica, que trabalha em parcerias com as universidades do Porto e de Aveiro e com o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores. E assim espera mudar a imagem de um país pouco associado às novas tecnologias - "em 2006, quando vencemos, pela primeira vez, o prémio da World Didac, a audiência ficou espantada ao ouvir o nome de Portugal", recorda Vítor Barbosa.

O lema da empresa é claro: "o futuro está na educação". E Vítor Barbosa acredita que está a fazer um bom trabalho na formação das novas gerações, lembrando, a sorrir: "Agora toda a gente quer ir ao quadro, já ninguém se esconde com medo das perguntas do professor...".

In DN

Portuguesíssimamente - Página 2 Computador

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Escolher uma rota sem trânsito apenas num clique

Mensagem por Joao Ruiz Seg Jan 09, 2012 4:11 am

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Escolher uma rota sem trânsito apenas num clique

por Sónia Simões
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1769997

A 'spin-off' da primeira empresa a digitalizar os mapas de Portugal agora só vende 'software' e concebeu uma aplicação para telemóvel que é muito mais do que um GPS.

O sistema Ndrive é uma aplicação para telemóveis que permite definir rotas sem estar ligado à Internet, escolher o melhor percurso para fugir ao trânsito, procurar locais de interesse e, até, saber informações meteorológicas. A criação é portuguesa, de uma empresa com sede no Porto, e está já presente em cerca de 70 países.

A ideia nasceu no seio da empresa Infoportugal, a primeira a digitalizar os mapas de Portugal e a lançar no mercado os PND (portable navigation device) ultrafinos. "Em bom rigor a Ndrive é um spin-off da Infoportugal (nascida em 2001) e surgiu no final de 2006, quando percebemos que podíamos dar mais ao utilizador e que o negócio do hardware, para crescer, implicava muitos outros serviços", conta o diretor-geral Luís Baptista-Coelho .

O timming foi perfeito e, em 2008, a empresa abandonou por completo o hardware focando-se em sistemas de navegação para iphones e androides. "Hoje em dia, 50% do nosso negocio é em telemóveis. Para os PND antigos só vendemos software."

Numa pausa entre uma viagem ao Dubai e outra a São Francisco, nos EUA, o responsável aterrou nas instalações do centro empresarial de Leça do Balio, para onde mudaram em abril último, e explicou quais as variações possíveis num produto que "nunca se poderia limitar ao consumidor português" (98% das vendas são para fora).

Recentemente a Ndrive fez uma aplicação para a TMN que permite ao utilizador definir rotas e percursos sem estar ligado à internet, procurar locais e saber informações sobre meteorologia. O mesmo produto foi agora vendido à francesa Mappy, chegando ao consumidor de forma gratuita e sendo pago com publicidade. "Por exemplo, se o utilizador estiver próximo de um qualquer restaurante, aparecer-lhe-á a publicidade do espaço." E, ressalva, "estamos a falar em anunciantes de qualquer dimensão, até um pequeno estabelecimento".

O Ndrive foi também lançado no Brasil sob lema de muitas outras vantagens: passar menos tempo no trânsito e mais tempo com a família. A ideia é sugerir alternativas de acordo com o tráfego automóvel. Outra novidade neste sistema de navegação é a possibilidade de escolher o sotaque do Português do Brasil. "Pode escolher-se paulista ou carioca." Como o sistema é adequado a androides e smartphones, está já presente em cerca de 70 países - apesar de o negócio "só estar organizado e estruturado em 30 países". "Se um indivíduo na Arábia Saudita compra o Ndrive através da AppleStore, não significa que haja um negócio organizado naquele país", especifica.

À semelhança da parceria estabelecida com a TMN, estes portugueses conseguiram contratos semelhantes com operadoras de outros países. Por isso é difícil falar de crise. "Costumamos dizer que vendemos folhas de Excel com códigos de ativação. A cada um recebemos dinheiro."

Códigos e sistemas complexos que nascem de rascunhos numa das paredes da empresa concebida e desenhada a pensar somente em tecnologia. No andar de baixo, entre paredes brancas com linhas de rooters pintadas a vermelho há salas de reuniões, zona lounge, ilhas de secretárias para o pessoal que trata das contas, do marketing e da área comercial. Ao cimo das escadas, numa espécie de mezanine gigante, está o pessoal do desenvolvimento. Na sala ao lado, a de convívio, há uma máquina com sanduíches à discrição e cacifos para todos os funcionários - com inscrição de um país diferente para cada um. Será este o molde do edifício que a Ndrive acaba de abrir em Silicon Valley, nos Estados Unidos.

"Morei em onze países e não vi em lado algum nada que me espantasse. Em Portugal fazemos coisas tão bem como noutros países", conclui o responsável..

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty O 'designer' que trouxe mais cores à vida dos daltónicos

Mensagem por Joao Ruiz Ter Jan 10, 2012 8:44 am

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O 'designer' que trouxe mais cores à vida dos daltónicos

por Carlos Diogo Santos
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1771461

Miguel Neiva criou um sistema universal de identificação de cores que permite aos daltónicos superar as dificuldades do dia a dia

São essencialmente homens. Veem a cores, mas com as suas cores. Têm dificuldades em conjugar roupa e até uma partida de Uno pode ser um problema. A disfunção que têm é conhecida por daltonismo e, apesar de não ter cura, os daltónicos podem agora respirar de alívio. Em causa está uma invenção portuguesa que atribui um símbolo a cada uma das cores primárias, e as restantes são etiquetadas com símbolos que resultam da mistura dos símbolos primários.

A empresa responsável por esta inovação é a Coloradd e os resultados foram já aplicados em alguns dos piores quebra-cabeças para daltónicos. O sistema de triagem do Hospital de São João que é feito por cores, as linhas do metro do Porto ou até mesmo os lápis de cor da Viarco são alguns desses exemplos de aplicação do sistema universal de identificação de cores.

Para Miguel Neiva, designer e criador deste novo código, o sucesso da ideia está para além do esperado. "Como designer, procurei apenas um tema para a tese de mestrado que pudesse contribuir para o conceito de design inclusivo e por isso lembrei-me destas pessoas que são discriminadas diariamente por algo que não é visível a olho nu e de que não têm culpa", adverte.

A ideia é simples: cada uma das cores primárias - amarelo, vermelho e azul - tem um símbolo próprio. As imagens que identificam as restantes cores provêm da junção dos símbolos das cores primárias que lhes dão origem. Na prática, o verde é identificado por uma imagem que corresponde à junção do símbolo do amarelo com o do azul.

Ainda que em muitos casos os daltónicos não sintam grande discriminação, este designer diz ter conhecimento de histórias terríveis a esse nível.

"Não podemos esquecer que este problema, que atinge cerca de 10% da população masculina, significa em alguns casos muita violência psicológica", diz, adiantando que quem vê um cego mal vestido atribui o episódio ao seu problema visual mas quem vê um daltónico mal vestido justifica-o com "o mau gosto daquela pessoa".

"Num dos muitos depoimentos que recebi, um padre contou-me que só passou a ter paz quando começou a usar a batina, porque assim deixou de correr o risco de andar mal vestido e de ser gozado pelos outros", revelou o criador deste código universal.

Esta disfunção, vulgarmente conhecida por daltonismo - alusão a John Dalton, o ciêntista que estudou o porquê de confundir as cores -, por motivos genéticos, raramente atinge mulheres. Estima-se que só 2% do total de daltónicos sejam mulheres.

Apesar da pouca expressão percentual, existem no mundo inteiro milhões de daltónicos que poderão ser beneficiados com este código. Para o autor deste sistema o exemplo mais flagrante é o mercado de roupa no Brasil, onde todos os anos saem dos bolsos de daltónicos cerca de 13 milhares de milhões de reais, mais de cinco mil milhões de euros.

É por isso que Miguel Neiva ganhou o reconhecimento da comunidade científica, que até hoje havia sido incapaz de arranjar uma solução para quem confunde as cores.

O estudo durou cerca de oito anos e houve desde o início uma grande preocupação com a universalidade do código.

Por oposição a sistemas como o braille, este novo código será igual em todos os países. "Há já interesse de alguns grupos em que este código de cores seja utilizado pelos cegos visto que, em braille, as cores se escrevem de forma diferente de país para país. O objetivo do também sócio maioritário da Coloradd é que cada peça de roupa, cada sinal de trânsito, cada lápis de cor seja acompanhado deste código. A partir daí, basta que os daltónicos conheçam os símbolos para que possam começar a ver as tonalidades que deveriam ver no dia a dia, mas que, dado o seu problema, lhes passam ao lado.

In DN

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Até o bolor de uma tela conseguem conservar

Mensagem por Joao Ruiz Qua Jan 11, 2012 10:58 am

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Até o bolor de uma tela conseguem conservar

por Marina marques
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1772782

Os materiais utilizados pela arte contemporânea colocam novos desafios à 20/21, que aposta na formação para os ultrapassar

Especializada em conservação e restauro de arte moderna e contemporânea, a 20/21 foi criada em 2008 por quatro conservadores restauradores e um economista - Joana Correia, Luís Pinho e Silva, Marta Palmeira, Raquel Ferreira e Pedro Pardinhas, respetivamente. Área de trabalho recente, requer formação constante pela especificidade dos materiais utilizados. Por isso apostaram na organização de cursos avançados, com especialistas internacionais que os ajudem a resolver os problemas com os quais são confrontados pelas obras de arte.

Além da vontade dos cinco sócios fundadores em encontrar uma saída profissional, a 20/21 surgiu em 2008 como resposta ao concurso lançado pela Fundação de Serralves para a criação da Incubadora de Indústrias Criativas INSerralves. Janeiro de 2008 foi passado a preparar a candidatura e em maio recolheram os frutos: de entre os 76 projetos empresariais candidatos, ficaram entre os sete selecionados para a incubadora. "Apesar de a nossa ideia não ser incrivelmente inovadora, acho que o júri ficou convencido com o facto de termos apresentado um projeto pensado para o mercado", conta Pedro Pardinhas.

Mas se a ligação a Serralves ajuda a abrir algumas portas, só por si não chega para garantir a entrada neste mercado. "No início, telefonámos para todos os sítios que achámos que poderiam ter interesse no nosso trabalho para nos apresentarmos", recorda.

"O Museu Marítimo de Ílhavo foi o primeiro que arriscou entregar-nos um trabalho: 17 pinturas de Cândido Teles", explica o economista. "Estávamos completamente por fora dos preços praticados no mercado e apresentámos um proposta muito baixa, um preço que hoje não faríamos", lembra.

Numa área tão específica como a arte moderna e contemporânea - que utiliza materiais nunca antes usados na realização de obras de arte e por isso mesmo estão pouco estudados em termos de conservação e restauro - a equipa da 20/21 percebeu rapidamente que precisava de apostar em formação para colmatar a pouca experiência. A frequência de cursos no estrangeiro foi a primeira opção, mas o custo era demasiado elevado.

A solução foi trazer a formação até eles. "Pensámos no que queríamos aprender, quais as técnicas que precisávamos de saber e decidimos convidar especialistas para virem ao Porto dar cursos avançados", relata. O primeiro aconteceu em abril de 2009 e desde então já organizaram mais quatro que, no total, tiveram a participação de especialistas oriundos de 15 países. Serralves, Departamento de Química da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Museu Soares dos Reis foram os espaços que acolheram os eventos.

No verão de 2010 recolheram alguns dividendos do esforço investido em formação e parcerias: venceram o concurso internacional para fazer o levantamento do estado de conservação das 601 obras da coleção do Parlamento Europeu. Cientes da falta de experiência da 20/21, convidaram o especialista inglês Velson Horie para consultor deste projeto. "É lógico que nos custou mais dinheiro, implicou ganharmos menos, mas se calhar não tínhamos ganho nada se não tivéssemos convidado Velson Horie como consultor", refere Pedro Pardinhas.

Numa altura em que está a espreitar outros mercados - Médio Oriente, Brasil e China - a empresa já é reconhecida por artistas nacionais que, quando se deparam com problemas relacionados com materiais, recorrem ao conhecimento adquirido pela 20/21. E por vezes as solicitações podem surpreender: recentemente, uma pintora pediu-lhes para conseguirem manter o bolor que se tinha formado numa tela por ela pintada, impedindo tanto o avanço como a deterioração do bolor. Eles já têm a solução.

In DN

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty A tecnologia portuguesa que gere o metro de Londres

Mensagem por Joao Ruiz Qui Jan 12, 2012 4:41 am

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A tecnologia portuguesa que gere o metro de Londres

por carlos diogo santos
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1774580

João Pavão Martins e Ernesto Morgado doutoraram-se em inteligência artificial na América e trouxeram o conceito para Portugal

"Estávamos nos Estados Unidos da América a tirar um doutoramento em inteligência artificial, isto em 1980/81, quando nos apercebemos de que quem aplicava os conhecimentos ali adquiridos a novos projetos tinha sempre sucesso." Foi deste modo que João Pavão Martins, um dos sócios fundadores da SISCOG, explicou ao DN como surgiu a ideia de criar a empresa. Enquanto isso, folheava um livro, de capa branca, com a história, as peripécias e as fotografias que marcaram esta empresa 100% nacional. Na cadeira ao lado, o seu antigo colega de faculdade, e atual sócio, Ernesto Morgado, validava tudo o que era dito com a cabeça.

Hoje, um dos softwares da SISCOG - o Crews - é responsável pela gestão das escalas dos recursos humanos do Metropolitano de Londres. Mas tal sucesso foi difícil de alcançar.

Quando os dois colegas do Instituto Superior Técnico, que por acaso também se cruzaram nos corredores de uma universidade americana, regressaram a Portugal, tinham um projeto conjunto em mente - a aplicação prática do que haviam aprendido.

A principal dificuldade que sentiram foi explicar aos portugueses as vantagens da inteligência artificial. "Sempre que falávamos sobre os nossos conhecimentos a alguns responsáveis de empresas nacionais riam--se de nós", lembraram com um sorriso.

Ainda assim decidiram arriscar e a 5 de julho de 1986 constituíram a sociedade por quotas SISCOG, Consultas e Serviços em Sistemas Cognitivos, Lda., com capital social de 500 contos, ou seja, cerca de 2500 euros.

"É para si!", continuou João Pavão Martins, esticando-me a mão com que segurava o livro. O título - SISCOG Um Quarto de Século -, esse, já está desatualizado, porque este ano a empresa cumpre já o seu vigésimo sexto aniversário.

A primeira proposta formal feita pela SISCOG aconteceu logo no ano seguinte à sua criação. A pequena empresa de então propôs à CP o desenvolvimento de um protótipo para a geração de escalas dos maquinistas. Antes da assinatura do contrato foram necessários muitos meses de negociações. Na prática, a SISCOG propôs à CP revolucionar sua técnica de fazer as escalas dos maquinistas, que até aí era feita à mão. O protótipo ficou pronto a 27 de janeiro de 1989.

A 1 de julho do mesmo ano, o já extinto, Semanário escrevia: "Inovação nos comboios - SISCOG introduz inteligência artificial nos turnos da CP."

O sucesso estava garantido em Portugal, mas só dois anos depois chegou ao estrangeiro. O primeiro cliente foi o Nederlandse Spoorwegen, o mesmo será dizer, os caminhos de ferro holandeses.

"Mas para eles entregar o desenvolvimento do sistema de planeamento de tripulações a uma pequeníssima empresa portuguesa foi algo muito difícil na altura", revelou Ernesto Morgado.

A falta de alternativas e as provas já dadas pela SISCOG em Portugal foram suficientes para fazer com que os holandeses ganhassem confiança. Além disso, em 1992 fora feita uma demonstração do software à empresa holandesa e a votação dominante - entre os funcionários - foi favorável à compra do sistema.

Os dois colegas de faculdade que sempre se orgulharam de ser portugueses começaram a perceber o sucesso da empresa, quando um especialista em caminhos de ferro holandês lhes disse que, após a experiência com a SISCOG, tenta mostrar a toda a gente que Portugal é um país com muita qualidade.

Hoje, com mais software além do Crews, a SISCOG está presente em grandes empresas. O metro de Lisboa é uma delas, e em 2005 conseguiram entrar no gigante metro de Londres. "Os ingleses também tiveram receio, mas nestes sete anos já mostram que temos valor", assegurou Ernesto Morgado.

In DN

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty "O nosso país tem riquezas que merecem ser conhecidas"

Mensagem por Joao Ruiz Sex Jan 13, 2012 11:46 am

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"O nosso país tem riquezas que merecem ser conhecidas"

Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1776488

Manuel Casal, dono da loja Stivali, projeto que iniciou há 30 anos, destaca o turismo rural Villa Pedra como destino de lazer de eleição. Apaixonado por Portugal, confessa que "o nosso país tem riquezas que merecem ser conhecidas", como é o caso desta aldeia que foi totalmente reconstruída, após um abandono de 80 anos. Localizada numa das encostas da Serra do Sicó, bem no centro do País, entre Pombal e Coimbra, a antiga Aldeia de Cima voltou a ganhar vida. "Das ruínas foram já construídas oito casas das 14 finais. Um lugar onde a natureza domina, a flora é rica e a fauna abundante." Esta aldeia foi construída de forma a respeitar o meio ambiente circundante, rico em vestígios e arquitetura romana.

In DN

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Uma tecnológica "com muita alma e vontade de crescer"

Mensagem por Joao Ruiz Dom Jan 15, 2012 5:22 am

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Uma tecnológica "com muita alma e vontade de crescer"

por Rui Marques Simões
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1779027

Em Coimbra há uma empresa que desenvolve sistemas informáticos complexos para gigantes como a NASA

Atrás há uma larga sala com dezenas de trabalhadores concentrados a olharem para monitores de computadores. É ali que nascem muitos dos projetos da Critical Software. E não são uns projetos quaisquer: a empresa de Coimbra trabalha na área dos sistemas críticos, fornecendo soluções, serviços e tecnologias para clientes tão importantes como as Forças Armadas portuguesas, as principais agências espaciais internacionais (NASA incluída) ou gigantes das telecomunicações, como a Vodafone ou a Deutsche Telekom.

Este projeto, "com muito de alma" - fundado em 1998 por três estudantes de doutoramento da Universidade de Coimbra que decidiram levar para o terreno aquilo que estavam a aprender -, está agora a entrar num novo ciclo. No início do ano, Gonçalo Quadros passou a chairman (presidente do conselho de administração) da Critical, sendo rendido por Marco Costa no cargo de CEO (chief executive officer, diretor executivo) da empresa. Mas é ainda Gonçalo Quadros, sócio fundador e CEO durante sete anos, quem narra ao DN a história e evolução da tecnológica conimbricense.

A Critical nasceu quando Diamantino Costa, João Carreira e Gonçalo Quadros (os três estudantes) pressentiram que os sistemas críticos - "que garantem que uma estrutura informática não falha, ou quando falha se comporta de forma tal que é possível ultrapassar esse problema" - deixariam de ser importantes apenas nos mercados militares e passariam a ser também fundamentais para a sociedade civil. A democratização da tecnologia levou a isso. Hoje, há empresas das mais variadas áreas que precisam de "sistemas robustos, que não falham e correspondem ao que se espera deles mesmo quando há algum problema". E a Critical está lá para elas, para construir ou certificar o software informático de que precisam, seja para uma operadora de telecomunicações ou para um satélite de uma agência espacial (a norte-americana NASA, a europeia, a japonesa e a chinesa estão entre os clientes).

Tudo aquilo que a Critical desenvolve são sistemas de "elevadíssima complexidade", explica Gonçalo Quadros. Mas a marca não deixou de crescer à imagem do que foi produzindo. Saltou, em poucos anos, de uma sala no Instituto Pedro Nunes (uma incubadora de empresas de Coimbra) para um amplo complexo no Parque Industrial de Taveiro, nos "arredores da cidade dos estudantes". E, da mesma forma, saltou do estatuto de empresa portuguesa para marca global. Começou por abrir subsidiárias nos EUA e no Reino Unido - "queríamos construir credibilidade, e tendo operações lá seríamos mais facilmente respeitados", diz Quadros - e depois expandiu-se para a Europa de Leste (Roménia), América do Sul (Brasil) e África (Angola e Moçambique). Hoje, exporta 80% do que faz. E pelo meio já criou quatro spin--off com potencial para crescer: as Critical Links, Manufacturing, Health e Materials.

Agora chega o novo ciclo, com Marco Costa ao leme. O grupo prepara o lançamento de novas empresas e subsidiárias da Critical Software no estrangeiro, mas Gonçalo Quadros não mostra a carta que tem na manga ("ainda é cedo"). "Hoje estamos muito mais bem preparados para enfrentar os desafios do futuro. Temos uma grande estrutura montada. O Marco ajudou-nos a criá-la e vai continuar a missão: manter um crescimento forte, com o objetivo de nos internacionalizarmos ainda mais", aponta o presidente do conselho de administração.

De resto, a empresa de Coimbra só quer dar mais um salto: passar da realização de serviços de software à criação de produtos - estipula Gonçalo Quadros. É isso que falta para que a Critical seja "uma marca tecnológica conhecida por todos à escala global".

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Imperial aposta em mercados do Oriente

Mensagem por Joao Ruiz Dom Jan 15, 2012 9:03 am

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Imperial aposta em mercados do Oriente

por Lusa
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1779524

A empresa de chocolates Imperial pretende apostar nos mercados do Médio e do Extremo Oriente este ano, para sustentar um ritmo positivo de crescimento, disse à Lusa a presidente executiva.

Detida pelo grupo RAR, a Imperial assegurou em 2011 distribuição em novos mercados como a Argélia, Vietname, Rússia, Moçambique e Israel, sendo que "em 2012 uma das principais apostas passa pela expansão" nas geografias asiáticas, como explicou, em resposta a questões colocadas pela Lusa, a presidente executiva, Manuela Tavares de Sousa.

"As exportações representam 20 por cento do volume de negócios da Imperial. Já ao nível do mercado interno, as nossas previsões apontam para um crescimento de cerca de três por cento em 2011", referiu a responsável da empresa que em 2010 apresentou um volume de negócios de 20,5 milhões de euros, com 155 colaboradores.

No mercado externo, o crescimento em 2011 da empresa que detém os chocolates Regina terá rondado os 12 por cento através dos crescimentos "em África (Moçambique, Angola e África do Sul), América Latina (Brasil e Venezuela) e Europa (Itália e Europa de Leste)", firmando um acordo no final do ano passado com um canal de vendas 'online' chinês.

Segundo Manuela Tavares de Sousa, o crescimento da empresa, que comemora 80 anos em 2012, em dois dígitos no mercado externo deverá manter-se em 2012 devido, precisamente, às apostas em novos países.

Em relação às movimentações de preços das matérias-primas que têm vindo a afetar a produção do chocolate, às quais Portugal não escapa, a "Imperial tem conseguido absorver parte desses custos, sem reflexo significativo no preço final", explicou a presidente executiva, acrescentando que as alterações de preços serão ditadas pela "evolução dos mercados ao longo do ano".

O chocolate em Portugal vale, nas contas da Associação dos Industriais de Chocolate e Confeitaria (ACHOC), cerca de 200 milhões de euros, apesar de o país registar um consumo 'per capita' de 1,5 quilos por ano, menos de metade de outros países europeus como Espanha, Itália ou França.

O porta-voz da ACHOC, Manuel Barata Simões, garantiu à Lusa que "o chocolate não tem uma resistência especial à crise", ainda que o entendimento "bastante generalizado de ser um produto de 'oferta' possa fazer emergir o chocolate com uma alternativa mais económica - e saborosa - como uma prenda".

Por isso, em ano de crise, o responsável prevê uma contração do mercado, nalguns casos, que vai rondar os cinco por cento em 2012, o que, combinado com o aumento dos preços das matérias-primas a nível internacional, vai poder levar a aumentos de preços por parte de alguns envolvidos no setor.

In DN

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Portuguesíssimamente - Página 2 Empty Vendem-se soluções para reduzir despesa da Saúde

Mensagem por Joao Ruiz Seg Jan 16, 2012 4:25 am

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Vendem-se soluções para reduzir despesa da Saúde

por Sónia Simões
Hoje

Portuguesíssimamente - Página 2 Ng1779841

Empresa está há dez anos a criar soluções inovadoras no sector da saúde para a gestão de áreas clínicas, telemedicina e rastreios

Os sistemas díspares em funcionamento nas unidades de Saúde em Portugal podem ter solução, ou melhor, soluções. Pelo menos é a isso a que se propõe a empresa First, nas mãos de um empresário que iniciou o seu percurso profissional no Ministério da Saúde. Investir em prevenção, através de rastreios, diminuição dos internamentos ou melhor gestão do orçamento são três das soluções tecnológicas que já permitiram ao Estado poupar milhares de euros.

Siima Rastreios, Hepic ou First Target são siglas para nomes pouco portugueses que, à partida, nada lhe diriam. Mas cada uma destas aplicações informáticas poderá poupar milhares de euros aos cofres do Estado e, por isso, ao contribuinte. Siima é o nome de um sistema de gestão de programas de rastreio. Foi o primeiro, ligado às administrações regionais de Saúde (ARS), a monitorizar rastreios do cancro do colo do útero, do cólon e reto, da retinopatia diabética e do cancro da mama. "A prevenção é fundamental e esta solução tem um verdadeiro papel social, porque salva vidas", diz ao DN o responsável pela empresa, sediada desde abril no quinto andar de uma torre envidraçada na Avenida da Boavista, no Porto. A aplicação Hepic permite aos hospitais controlar infeções. "Se diminuirmos em meio dia a média de internamento hospitalar, poupamos milhares de euros", admite o presidente do grupo, José Correia de Sousa. "Fomos nós que criámos o mercado e não temos concorrência!" A estas, o gestor soma uma aplicação mais recente, a First Target, para gerir o orçamento de cada unidade. "Numa altura de derrapagem orçamental, esta aplicação seria fundamental, porque o Ministério podia controlar ao dia, à semana ou ao mês os gastos de todos os hospitais do País", diz.

Além destas aplicações, um dos primeiros produtos (o Siima) da empresa , criada em 2001, permite gerir qualquer clínica das mais diversas áreas (são catorze, desde radiologia a pneumologia, por exemplo): desde clientes, à agenda, a faturação, os funcionários, a marcação de exames, tudo num só sistema. "Poupa-se tempo e possíveis erros". Mas há mais.

José Correia de Sousa ficou com a totalidade das ações da empresa em 2004 e, desde então, foi adquirindo outras empresas que agora integram o Grupo. A última foi no final de 2010 e tinha a ideia de um produto que a First conseguiu lançar há um mês: o serviço de call center para surdos. A ideia é que "a pessoa ligue de um telemóvel ou de uma empresa que tenha assinado o serviço, através de um videofone, e tem no outro lado uma pessoa que traduz em linguagem gestual". O produto é recente mas está já a ser procurado por outros países. Basta ser adaptado, como aliás foram todas as outras aplicações que a First comercializa a clientes não só portugueses mas também da Polónia, Brasil e Espanha. "Estamos também a tentar a internacionalização através de parcerias com multinacionais. É curioso perceber que em países mais desenvolvidos consideram os nossos produtos inovadores. E queremos fazer uma espécie de cluster para entrar na América do Sul."

No portfólio do Grupo destaque ainda para a componente de business intelligence e para os módulos de integração aplicacional - para articular as dezenas de sistemas diferentes que os hospitais e unidades de Saúde usam em Portugal. Um leque alargado de produtos que permite à empresa ter já 6 milhões de euros de capitais próprios e ter investido, em 2010, 15% do volume total de negócios em inovação.

O gestor tem um segredo, mas não teme partilhá-lo: é que de nada vale ter apenas uma boa ideia: "É preciso pô-la em prática, que ela dê dinheiro e que não seja apenas por um ano, mas de forma sustentável."

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