Romano Prodi: 'Porque se ataca o euro e não o dólar?'
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Romano Prodi: 'Porque se ataca o euro e não o dólar?'
Romano Prodi: 'Porque se ataca o euro e não o dólar?'
11 de Outubro, 2011
A
crise da dívida europeia é sistémica mas isso deve-se à falta de
implementação de uma política económica comum e à mudança do ambiente
político europeu, hoje mais «populista», afirmou Romano Prodi.«Quando
fizemos o euro era nossa vontade implementar decisões comuns de
política económica, mas isso não foi feito», disse o antigo dirigente,
questionado pela Lusa em Barcelona sobre a actual crise na zona euro.
Ao
mesmo tempo, afirmou, o ambiente político mudou, tornando-se «mais
populista», esquecendo-se de dar os passos necessários para «proteger o
euro como tem que ser protegido».
Prodi está hoje em Barcelona
onde, à noite, apresenta o novo livro de Jordi Pujol, o ex-presidente da
Generalitat (Governo regional da Catalunha), intitulado Semear, trabalhar e colher - Escritos de Reflexão e de Agitação que reúne textos que escreveu entre 2005 e 2011.
Os
dois ex-líderes mantiveram hoje um encontro prévio à apresentação, com
um pequeno grupo de jornalistas, com quem analisaram a situação
europeia, tendo Prodi deixado duras críticas à falta de solidariedade e
de acção conjunta na Europa.
Prodi recordou que quando participou
nos debates de criação do Euro, ele próprio defendeu a criação de
estruturas de controlo das contas públicas dos Estados da Zona euro -
«que pelo menos o Eurostart controlasse a aritmética das contas, mesmo
que não o conteúdo».
«Mas foram a França e a Alemanha que disseram que não. Que isso seria controlar a sua soberania. Essa é a verdade», afirmou.
Hoje
a situação agravou-se ainda mais, por ter «começado o medo» e porque a
Europa «não criou instrumentos que sempre se disse seriam
indispensáveis».
«Há medo de tudo: do imigrante, da globalização,
dos chineses, de tudo. E agora a liderança europeia tem, acima desses
medos todos, o outro medo, de perder eleições», afirmou.
Para
Prodi é vital que a Europa crie mecanismos mais fortes - como as
'eurobonds' [títulos de dívida europeus] ou algo equivalente - e um
grande fundo que sirva de barreira de defesa.
«Porque se ataca o
euro e não o dólar? Porque estamos divididos», afirmou, recordando que
quando era presidente da Comissão Europeia já disse que «o pacto de
estabilidade é estúpido, se não tiver outros instrumentos».
O
ex-primeiro-ministro visou ainda directamente a Alemanha, considerando
que hoje é o país mais interessado na protecção do Euro «não por
caridade, mas por mera sobrevivência».
«A verdadeira China do
mundo é a Alemanha, proporcionalmente, claro. A Alemanha tem 197 mil
milhões de excedente. Nunca tiveram isso antes porque nós estávamos
sempre a desvalorizar as nossas moedas», considerou.
Questionado
sobre o porquê dos países com maiores problemas financeiros não saírem
do Euro, Prodi insistiu que continua a sentir «orgulho» de ver a criação
do Euro e a entrada da Itália na moeda única.
«Poderíamos
desvalorizar a moeda. Mas economias baseadas na desvalorização das suas
moedas estarão sempre viradas para o passado, sem inovação», considerou.
«Para que o euro funcione continuamos a ter que ter instrumentos que defendam o euro», concluiu.
Lusa/SOL
Tags: Romano Prodi, União Europeia, Dólar, Economia, Euro, Crise
11 de Outubro, 2011
A
crise da dívida europeia é sistémica mas isso deve-se à falta de
implementação de uma política económica comum e à mudança do ambiente
político europeu, hoje mais «populista», afirmou Romano Prodi.«Quando
fizemos o euro era nossa vontade implementar decisões comuns de
política económica, mas isso não foi feito», disse o antigo dirigente,
questionado pela Lusa em Barcelona sobre a actual crise na zona euro.
Ao
mesmo tempo, afirmou, o ambiente político mudou, tornando-se «mais
populista», esquecendo-se de dar os passos necessários para «proteger o
euro como tem que ser protegido».
Prodi está hoje em Barcelona
onde, à noite, apresenta o novo livro de Jordi Pujol, o ex-presidente da
Generalitat (Governo regional da Catalunha), intitulado Semear, trabalhar e colher - Escritos de Reflexão e de Agitação que reúne textos que escreveu entre 2005 e 2011.
Os
dois ex-líderes mantiveram hoje um encontro prévio à apresentação, com
um pequeno grupo de jornalistas, com quem analisaram a situação
europeia, tendo Prodi deixado duras críticas à falta de solidariedade e
de acção conjunta na Europa.
Prodi recordou que quando participou
nos debates de criação do Euro, ele próprio defendeu a criação de
estruturas de controlo das contas públicas dos Estados da Zona euro -
«que pelo menos o Eurostart controlasse a aritmética das contas, mesmo
que não o conteúdo».
«Mas foram a França e a Alemanha que disseram que não. Que isso seria controlar a sua soberania. Essa é a verdade», afirmou.
Hoje
a situação agravou-se ainda mais, por ter «começado o medo» e porque a
Europa «não criou instrumentos que sempre se disse seriam
indispensáveis».
«Há medo de tudo: do imigrante, da globalização,
dos chineses, de tudo. E agora a liderança europeia tem, acima desses
medos todos, o outro medo, de perder eleições», afirmou.
Para
Prodi é vital que a Europa crie mecanismos mais fortes - como as
'eurobonds' [títulos de dívida europeus] ou algo equivalente - e um
grande fundo que sirva de barreira de defesa.
«Porque se ataca o
euro e não o dólar? Porque estamos divididos», afirmou, recordando que
quando era presidente da Comissão Europeia já disse que «o pacto de
estabilidade é estúpido, se não tiver outros instrumentos».
O
ex-primeiro-ministro visou ainda directamente a Alemanha, considerando
que hoje é o país mais interessado na protecção do Euro «não por
caridade, mas por mera sobrevivência».
«A verdadeira China do
mundo é a Alemanha, proporcionalmente, claro. A Alemanha tem 197 mil
milhões de excedente. Nunca tiveram isso antes porque nós estávamos
sempre a desvalorizar as nossas moedas», considerou.
Questionado
sobre o porquê dos países com maiores problemas financeiros não saírem
do Euro, Prodi insistiu que continua a sentir «orgulho» de ver a criação
do Euro e a entrada da Itália na moeda única.
«Poderíamos
desvalorizar a moeda. Mas economias baseadas na desvalorização das suas
moedas estarão sempre viradas para o passado, sem inovação», considerou.
«Para que o euro funcione continuamos a ter que ter instrumentos que defendam o euro», concluiu.
Lusa/SOL
Tags: Romano Prodi, União Europeia, Dólar, Economia, Euro, Crise
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118209
Re: Romano Prodi: 'Porque se ataca o euro e não o dólar?'
ex-primeiro-ministro visou ainda directamente a Alemanha, considerando
que hoje é o país mais interessado na protecção do Euro «não por
caridade, mas por mera sobrevivência».
«A verdadeira China do
mundo é a Alemanha, proporcionalmente, claro. A Alemanha tem 197 mil
milhões de excedente. Nunca tiveram isso antes porque nós estávamos
sempre a desvalorizar as nossas moedas», considerou.
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Vitor mango- Pontos : 118209
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