A hora da Palestina
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A hora da Palestina
A hora da Palestina
10.11.2011 - 00:01
Por Michel Rocard
Passaram quase duas décadas desde que o
“quarteto” – a ONU, os Estados Unidos, a União Europeia e a Rússia –
concordou que a Autoridade Palestiniana e o governo de Israel deveriam
estabelecer a paz, coexistindo como dois estados separados. E no
entanto, enquanto o Presidente dos EUA Barack Obama se referia à decisão
do quarteto como o seu princípio norteador para a acção diplomática no
conflito Israelo-Palestiniano, a situação permanece tão sombria como
antes, porque permanecem ainda demasiados detalhes por resolver.
Os
Palestinianos querem um estado independente, mas na condição de
manterem Jerusalém como a sua capital, e que Israel cesse de expandir
colonatos no território que ocupou desde a Guerra dos Seis Dias de 1967.
Israel, contudo, nunca perspectivou ceder Jerusalém à Palestina. Muitos
esperam que, sob a pressão de reformar os limites municipais, Israel
considere esta solução.
Mas a questão dos colonatos é ainda mais
difícil de resolver. Mesmo sob pressão da comunidade internacional e,
mais importantemente, dos EUA, Israel tem consistentemente recusado em
abrandar a expansão dos seus colonatos na Cisjordânia.
Tragicamente,
a forte resistência de Israel e da diáspora Judia levou Obama a
reconhecer abertamente a sua impotência no conflito, e consequentemente a
abandonar a pressão política dos EUA sobre Israel. Como resultado, um
pequeno grupo de congressistas pró-Israel tem tido liberdade para
ameaçar e pressionar os países que poderiam votar favoravelmente pelo
reconhecimento do estado Palestiniano.
Em qualquer caso, os
líderes de Israel não estão verdadeiramente interessados numa paz real.
Em vez disso, parecem querer uma solução reminiscente da Irlanda do
século dezanove – que levou a um século de perdas em ambas as facções.
Israel está efectivamente a exigir o desaparecimento da identidade
Palestiniana.
O resto do mundo não deveria tolerar essa
exigência, mesmo que os EUA o façam. Todos os países sabem que é difícil
e dispendioso embarcar num conflito explícito com os EUA. Mas quando os
EUA deixam de agir como um líder global por causa da sua frágil
política interna, os outros países não têm que seguir o seu exemplo.
Abbas
compreende bem a natureza arriscada da sua estratégia: haverá
retaliação brutal por parte de Israel. Mas a sua persistência em
perseguir esta última oportunidade para a paz granjeou-lhe um claro
aumento de popularidade interna e um maior respeito no exterior.
O
Hamas, rival da Autoridade Palestiniana em Gaza, tentará sem dúvida
frustrar o esforço de Abbas. Uma organização como o Hamas, que suporta a
guerra permanente – e com quem Israel negociou durante cinco anos a
libertação de um único soldado Israelita, Gilad Shalit, por troca de
mais de mil prisioneiros Palestinianos – é exactamente o inimigo que
Israel necessita para justificar a sua posição radical.
Durante
muito tempo, os líderes Israelitas reuniram apoiantes como eu, que,
desde o Holocausto, têm defendido o direito do povo Judeu à segurança e à
cidadania. Mas as tácticas de Israel relativamente à Palestina têm sido
pouco escrupulosas. Têm fortalecido o Hamas, um oponente hostil da paz,
têm levado os EUA a votar contra o estado Palestiniano cujo nascimento
defendem, e têm recusado liminarmente aceitar quaisquer condições que
pudessem resolver o conflito.
Nenhum país civilizado pode
permitir este comportamento. À Palestina deve ser concedido um estatuto
legal para que, no mínimo, o seu povo tenha acesso à estrutura legal
internacional, com o entendimento de que é necessário apoio
internacional para ajudar e defender este jovem estado.
Os
Americanos perderam o seu direito moral à liderança na resolução do
conflito Israelo-Palestiniano. É chegada a hora da Europa avançar para o
combate.
10.11.2011 - 00:01
Por Michel Rocard
Passaram quase duas décadas desde que o
“quarteto” – a ONU, os Estados Unidos, a União Europeia e a Rússia –
concordou que a Autoridade Palestiniana e o governo de Israel deveriam
estabelecer a paz, coexistindo como dois estados separados. E no
entanto, enquanto o Presidente dos EUA Barack Obama se referia à decisão
do quarteto como o seu princípio norteador para a acção diplomática no
conflito Israelo-Palestiniano, a situação permanece tão sombria como
antes, porque permanecem ainda demasiados detalhes por resolver.
Os
Palestinianos querem um estado independente, mas na condição de
manterem Jerusalém como a sua capital, e que Israel cesse de expandir
colonatos no território que ocupou desde a Guerra dos Seis Dias de 1967.
Israel, contudo, nunca perspectivou ceder Jerusalém à Palestina. Muitos
esperam que, sob a pressão de reformar os limites municipais, Israel
considere esta solução.
Mas a questão dos colonatos é ainda mais
difícil de resolver. Mesmo sob pressão da comunidade internacional e,
mais importantemente, dos EUA, Israel tem consistentemente recusado em
abrandar a expansão dos seus colonatos na Cisjordânia.
Tragicamente,
a forte resistência de Israel e da diáspora Judia levou Obama a
reconhecer abertamente a sua impotência no conflito, e consequentemente a
abandonar a pressão política dos EUA sobre Israel. Como resultado, um
pequeno grupo de congressistas pró-Israel tem tido liberdade para
ameaçar e pressionar os países que poderiam votar favoravelmente pelo
reconhecimento do estado Palestiniano.
Em qualquer caso, os
líderes de Israel não estão verdadeiramente interessados numa paz real.
Em vez disso, parecem querer uma solução reminiscente da Irlanda do
século dezanove – que levou a um século de perdas em ambas as facções.
Israel está efectivamente a exigir o desaparecimento da identidade
Palestiniana.
O resto do mundo não deveria tolerar essa
exigência, mesmo que os EUA o façam. Todos os países sabem que é difícil
e dispendioso embarcar num conflito explícito com os EUA. Mas quando os
EUA deixam de agir como um líder global por causa da sua frágil
política interna, os outros países não têm que seguir o seu exemplo.
Abbas
compreende bem a natureza arriscada da sua estratégia: haverá
retaliação brutal por parte de Israel. Mas a sua persistência em
perseguir esta última oportunidade para a paz granjeou-lhe um claro
aumento de popularidade interna e um maior respeito no exterior.
O
Hamas, rival da Autoridade Palestiniana em Gaza, tentará sem dúvida
frustrar o esforço de Abbas. Uma organização como o Hamas, que suporta a
guerra permanente – e com quem Israel negociou durante cinco anos a
libertação de um único soldado Israelita, Gilad Shalit, por troca de
mais de mil prisioneiros Palestinianos – é exactamente o inimigo que
Israel necessita para justificar a sua posição radical.
Durante
muito tempo, os líderes Israelitas reuniram apoiantes como eu, que,
desde o Holocausto, têm defendido o direito do povo Judeu à segurança e à
cidadania. Mas as tácticas de Israel relativamente à Palestina têm sido
pouco escrupulosas. Têm fortalecido o Hamas, um oponente hostil da paz,
têm levado os EUA a votar contra o estado Palestiniano cujo nascimento
defendem, e têm recusado liminarmente aceitar quaisquer condições que
pudessem resolver o conflito.
Nenhum país civilizado pode
permitir este comportamento. À Palestina deve ser concedido um estatuto
legal para que, no mínimo, o seu povo tenha acesso à estrutura legal
internacional, com o entendimento de que é necessário apoio
internacional para ajudar e defender este jovem estado.
Os
Americanos perderam o seu direito moral à liderança na resolução do
conflito Israelo-Palestiniano. É chegada a hora da Europa avançar para o
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_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: A hora da Palestina
em 1947 qiuando da votaçao do estado judaico foram tambem os azmericanos a recusarem o seu voto...quando a frança fazia o mesmo e a inglaterra fazia um manguito...e so depois de mjuito paleio la se dicidiram
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
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