Uma anedota chamada Otelo
Página 1 de 1
Uma anedota chamada Otelo
Uma anedota chamada Otelo
posted by Dr. Assur at 08:02 1 comments
"[Antes de 1974, o capitão Otelo Saraiva de Carvalho serviu diligentemente a ditadura salazarista. Após o 25 de Abril, de que ele próprio foi operacional destacado, ajudou a impor uma ditadura comunista. Derrotada esta no 25 de Novembro de 1975, prosseguiu a defesa dos macaquinhos que lhe habitam o sótão quase sozinho e literalmente à bomba até ser preso. Hoje, seria de esperar que duas tiranias, um golpe de Estado e uma apreciável incursão pelo terrorismo, satisfizessem as ambições profissionais do major Otelo Saraiva de Carvalho, que aproveitaria o Outono da vida para contemplar o passado heróico e gozar de uma reforma pacífica. Evidentemente, não satisfazem.
Há homens que não sossegam enquanto um único dos seus semelhantes estiver privado de exercer o direito de voto. O tenente-coronel Otelo Saraiva de Carvalho não é desses. O que o aflige é justamente a possibilidade de os semelhantes escolherem os respectivos destinos em liberdade. Parafraseando As Vinhas da Ira, onde houver o vestígio de um sistema democrático, o coronel Otelo Saraiva de Carvalho lá irá tentar acabar com ele. Ou pelo menos fica no sofá de casa a pedir a outros que o façam.
A última do brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho é aquela espécie de entrevista na qual explica que "os militares têm a tendência para estabelecer um determinado limite à actuação da classe política", que o poder político "está próximo de exceder os limites aceitáveis", que, "ultrapassados os limites", os militares devem "fazer uma operação militar e derrubar o Governo", e que "bastam 800 homens".
Em troca, alguém de bom senso deveria explicar ao general Otelo Saraiva de Carvalho que, grosso modo, a coisa funciona ao contrário. Os limites da política são decididos pela Constituição e pela lei. O poder militar está submetido ao político. O poder político, tontinho que seja, está submetido ao voto dos cidadãos e não aos apetites de 800 hipotéticos valentes. As sugestões em causa configuram o crime de incitação à violência. Etc.
Pensando melhor, não vale a pena. Há muito, provavelmente desde sempre, que o marechal Otelo Saraiva de Carvalho se encontra além da racionalidade, da imputabilidade e da paciência. Evangelizá-lo na exacta democracia que lhe permite ostentar os delírios seria tão inútil quanto pregar o feminismo aos aiatolas. Mais do que um déspota falhado e arcaico, o sr. Otelo é uma anedota, só perigosa na medida em que alguns ainda a ouvem sem se rir"Alberto Gonçalves
Há homens que não sossegam enquanto um único dos seus semelhantes estiver privado de exercer o direito de voto. O tenente-coronel Otelo Saraiva de Carvalho não é desses. O que o aflige é justamente a possibilidade de os semelhantes escolherem os respectivos destinos em liberdade. Parafraseando As Vinhas da Ira, onde houver o vestígio de um sistema democrático, o coronel Otelo Saraiva de Carvalho lá irá tentar acabar com ele. Ou pelo menos fica no sofá de casa a pedir a outros que o façam.
A última do brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho é aquela espécie de entrevista na qual explica que "os militares têm a tendência para estabelecer um determinado limite à actuação da classe política", que o poder político "está próximo de exceder os limites aceitáveis", que, "ultrapassados os limites", os militares devem "fazer uma operação militar e derrubar o Governo", e que "bastam 800 homens".
Em troca, alguém de bom senso deveria explicar ao general Otelo Saraiva de Carvalho que, grosso modo, a coisa funciona ao contrário. Os limites da política são decididos pela Constituição e pela lei. O poder militar está submetido ao político. O poder político, tontinho que seja, está submetido ao voto dos cidadãos e não aos apetites de 800 hipotéticos valentes. As sugestões em causa configuram o crime de incitação à violência. Etc.
Pensando melhor, não vale a pena. Há muito, provavelmente desde sempre, que o marechal Otelo Saraiva de Carvalho se encontra além da racionalidade, da imputabilidade e da paciência. Evangelizá-lo na exacta democracia que lhe permite ostentar os delírios seria tão inútil quanto pregar o feminismo aos aiatolas. Mais do que um déspota falhado e arcaico, o sr. Otelo é uma anedota, só perigosa na medida em que alguns ainda a ouvem sem se rir"Alberto Gonçalves
posted by Dr. Assur at 08:02 1 comments
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Uma anedota chamada Otelo
Pensando melhor, não vale a pena. Há muito, provavelmente desde sempre, que o marechal Otelo Saraiva de Carvalho se encontra além da racionalidade, da imputabilidade e da paciência. Evangelizá-lo na exacta democracia que lhe permite ostentar os delírios seria tão inútil quanto pregar o feminismo aos aiatolas. Mais do que um déspota falhado e arcaico, o sr. Otelo é uma anedota, só perigosa na medida em que alguns ainda a ouvem sem se rir"
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Tópicos semelhantes
» Verdades que doem
» Efemérides
» [b]Vasco Lourenço diz que declarações de Otelo são "incompreensíveis"
» José Sócrates e Otelo Saraiva de Carvalho
» Otelo: precisamos de um homem honesto como Salazar
» Efemérides
» [b]Vasco Lourenço diz que declarações de Otelo são "incompreensíveis"
» José Sócrates e Otelo Saraiva de Carvalho
» Otelo: precisamos de um homem honesto como Salazar
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos