A palavra TRAIDOR
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A palavra TRAIDOR
Há palavras que para mim têm um peso muito grande e por isso nunca ou raramente as utilizo.
Vem isto a propósito do pomposo título desta secção "Galeria dos traidores á Pátria".
Quando eu era rapaz, não tinha, como tenho agora, a mesma dificuldade no uso do conceito "Traição".
A idade, como todos sabem, ensina-nos muitas coisas que não se aprendem nos livros e obriga-nos frequentemente, a interrogarmo-nos sobre aquilo que nos rodeia, porque razão certas pessoas têm certos comportamentos, porque razão nós próprios nos comportamos de certa forma.
Nunca concebi, enquanto jovem, que um português pegasse em armas contra aquilo que me foi ensinado que era a minha "PATRIA". E tinha razão, em face do conceito que me tinham inculcado quanto àquilo que era a minha PÁTRIA.
Da mesma forma, considerava que a falta de cumprimento da palavra dada, constituía, não uma traição à Pátria mas uma traição à boa fé da pessoa ou pessoas a quem essa palavra fosse dada.
Todavia, a passagem dos anos e o conhecimento da história, levou-me a ser mais cuidadoso no uso da palavra "traição".
Enquanto militar, combatente, sempre considerei que estava do lado certo do combate e considerava como o maior crime possível, que deveria ser severamente punido, a acção daqueles que, sendo portugueses e não concordando com aquilo que eu chamava de "defesa de Portugal", se apresentavam de armas na mão a lutar contra o exército português.
Os acontecimentos de 25 de Abril de 1974, vieram alterar profundamente o meu pensamento.
A minha Pátria, que até essa data era o espaço que, como dizia Salazar, ia do Minho a Timor, perdeu sentido em face dos acontecimentos.
Como se sabe, a palavra traição começou a ser usada indistintamente por defensores da permanência de Portugal nas colónias portuguesas podendo embora ter outro estatuto, como por aqueles que, querendo acabar com a colonização acharam que os antigos colonos eram os verdadeiros traidores. Houve insultos de parte a parte e ainda hoje, o problema não está resolvido, sendo frequentemente usada a palavra para classificar Mário Soares, Manuel Alegre ou Álvaro Cunhal na esfera civil, e Otelo Saraiva de Carvalho, Ramalho Eanes, Salgueiro Maia e outros na esfera militar.
O conceito de Pátria, para mim, deixou de ser um conceito espacial para se aproximar mais de um conceito espiritual. A Pátria já não é um território mas uma maneira de estar que é suportada por uma cultura e uma língua construídas ao longo de séculos e que portanto me esforço por respeitar. Como dizia Fernando Pessoa, "A MINHA PÁTRIA É A MINHA LÍNGUA".
Nos últimos tempos, o conceito de traição à Pátria estendeu-se muito para além do conceito de negação do espaço territorial e começou a atingir outras órbitas que transvasam também o conceito espiritual.
Estamos a assistir nos últimos dias a uma crítica exacerbada do comportamento de Alexandre Soares dos Santos a propósito da transferência para a Holanda de uma parte do negócio da Jerónimo Martins, intitulando-o de "traidor". Tenho dificuldade em compreender este tipo de raciocínio tanto mais que o mesmo tipo de raciocínio não foi usado com outras empresas, nomeadamente com Belmiro de Azevedo, que já fez o mesmo percurso há mais tempo.
Como se costuma dizer, o dinheiro não tem pátria e, se pensarmos um pouco, qualquer de nós, se estivéssemos em posição semelhante, por certo faríamos o mesmo.
Há já alguns anos, surgiu em Portugal um movimento chamado de "COMPROMISSO PORTUGAL".
Esse movimento era constituído, em grande parte, por aqueles que neste momento têm algum poder económico, seja por via de propriedade própria, seja por se encontrarem em posição de gestão. Propunha-se esse movimento, manter os centros de gestão das empresas em Portugal, de forma a conseguir o máximo de rendimento para o país através de decisões que evitassem a fuga de capitais e de empresas para propriedade estrangeira. Pouco tempo depois, a SOMAGUE, propriedade de um senhor chamado VAZ GUEDES, foi vendida aos espanhóis. Escusado será dizer que esse senhor Vaz Guedes foi subscritor do documento que lançou a ideia de manter os centros de decisão em Portugal. Este, que poderia com toda a propriedade, ser considerado um traidor, não digo ao país, mas à ideia, continua a passear-se por aí com toda a calma sem que alguém se lembre de lhe atirar com o labéu de "TRAIDOR".
Mas se quisermos ser honestos connosco próprios, teremos que considerar que o nosso país nasceu de uma traição. Como sabemos, o Condado Portucalense era propriedade do Reino de Leão e, foi através de um roubo (talvez uma traição), que Portugal se tornou independente. Mas há outras situações que não podem ser esquecidas e que sistematicamente são invocadas como heróicas, patrióticas, etc., mas que à luz da época configuram autênticas traições.
Como sabemos, Portugal enquanto país como o concebemos actualmente, não existia no tempo de D. Fernando ou D. João I. Os nobres, dentre os quais D. Nuno Álvares Pereira, não tinham jurado fidelidade ao país mas sim ao seu soberano e sua descendência. D. João I de Portugal ainda não existia como Rei e portanto as juras de fidelidade tinham sido feitas a D. Beatriz, casada com D. João se Castela. Quando o povo de Lisboa se revoltou contra D. Leonor, pôs-se o problema das fidelidades e alguns nobres, dentre os quais alguns irmãos de Nuno Álvares Pereira, seguiram a fidelidade da palavra dada e por essa razão, foram mais tarde, considerados traidores enquanto, verdadeiramente, à luz dos usos e costumes da época, o verdadeiro traidor foi D. Nuno Álvares Pereira.
Já na revolução de 1640, D. Luísa de Gusmão, mulher de D. João IV, esqueceu-se de que era espanhola e seguiu e aconselhou o marido a tomar a chefia da revolta contra Espanha que levaria à recuperação de independência de Portugal. Também neste caso, a palavra traição poderia ser usada pelos espanhóis mas a verdade é que os portugueses lhe ficaram muito agradecidos.
Mas o caso mais marcante, foi o caso de D. Pedro IV de Portugal, que declarou a independência do Brasil.
Outros casos houve na história portuguesa que não vale a pena para aqui chamar até porque o texto se tornaria muito extenso.
Esta minha reflexão que compartilho com aqueles que tiverem a paciência suficiente para a lerem, tem só em mente, chamar a atenção para as duas faces da mesma moeda que o termo “traição” comporta.
Tendo em conta o que acabo de dizer, sinto dificuldade em perceber o pensamento de VITOR MANGO quando afirma que não voltará a comprar nada no Pingo Doce.
Eu Explico.
O comércio de mercearia, frutaria, charcutaria, vinhos, etc., está quase todo nas mãos das grandes empresas de distribuição como sejam o Pingo Doce, o Continente, O Lidl, o Minipreço, os Mosqueteiros, etc.. O comércio tradicional quase desapareceu.
O Pingo Doce, e o Continente têm os seus donos com suas SGPS’s na Holanda. Os outros são estrangeiros. Quando se trata de distribuir lucros, tanto uns como os outros vão distribuí-los no estrangeiro. Ainda que fosse possível abastecermo-nos sem recorrermos ao Pingo Doce, acabaríamos por estar a mandar o nosso dinheiro lá para fora.
Então, o mais razoável, é exigirmos a quem nos governa, que tenha em atenção os impostos que nos são cobrados e às nossas empresas de forma a impedir que elas se transfiram para o estrangeiro.
Vem isto a propósito do pomposo título desta secção "Galeria dos traidores á Pátria".
Quando eu era rapaz, não tinha, como tenho agora, a mesma dificuldade no uso do conceito "Traição".
A idade, como todos sabem, ensina-nos muitas coisas que não se aprendem nos livros e obriga-nos frequentemente, a interrogarmo-nos sobre aquilo que nos rodeia, porque razão certas pessoas têm certos comportamentos, porque razão nós próprios nos comportamos de certa forma.
Nunca concebi, enquanto jovem, que um português pegasse em armas contra aquilo que me foi ensinado que era a minha "PATRIA". E tinha razão, em face do conceito que me tinham inculcado quanto àquilo que era a minha PÁTRIA.
Da mesma forma, considerava que a falta de cumprimento da palavra dada, constituía, não uma traição à Pátria mas uma traição à boa fé da pessoa ou pessoas a quem essa palavra fosse dada.
Todavia, a passagem dos anos e o conhecimento da história, levou-me a ser mais cuidadoso no uso da palavra "traição".
Enquanto militar, combatente, sempre considerei que estava do lado certo do combate e considerava como o maior crime possível, que deveria ser severamente punido, a acção daqueles que, sendo portugueses e não concordando com aquilo que eu chamava de "defesa de Portugal", se apresentavam de armas na mão a lutar contra o exército português.
Os acontecimentos de 25 de Abril de 1974, vieram alterar profundamente o meu pensamento.
A minha Pátria, que até essa data era o espaço que, como dizia Salazar, ia do Minho a Timor, perdeu sentido em face dos acontecimentos.
Como se sabe, a palavra traição começou a ser usada indistintamente por defensores da permanência de Portugal nas colónias portuguesas podendo embora ter outro estatuto, como por aqueles que, querendo acabar com a colonização acharam que os antigos colonos eram os verdadeiros traidores. Houve insultos de parte a parte e ainda hoje, o problema não está resolvido, sendo frequentemente usada a palavra para classificar Mário Soares, Manuel Alegre ou Álvaro Cunhal na esfera civil, e Otelo Saraiva de Carvalho, Ramalho Eanes, Salgueiro Maia e outros na esfera militar.
O conceito de Pátria, para mim, deixou de ser um conceito espacial para se aproximar mais de um conceito espiritual. A Pátria já não é um território mas uma maneira de estar que é suportada por uma cultura e uma língua construídas ao longo de séculos e que portanto me esforço por respeitar. Como dizia Fernando Pessoa, "A MINHA PÁTRIA É A MINHA LÍNGUA".
Nos últimos tempos, o conceito de traição à Pátria estendeu-se muito para além do conceito de negação do espaço territorial e começou a atingir outras órbitas que transvasam também o conceito espiritual.
Estamos a assistir nos últimos dias a uma crítica exacerbada do comportamento de Alexandre Soares dos Santos a propósito da transferência para a Holanda de uma parte do negócio da Jerónimo Martins, intitulando-o de "traidor". Tenho dificuldade em compreender este tipo de raciocínio tanto mais que o mesmo tipo de raciocínio não foi usado com outras empresas, nomeadamente com Belmiro de Azevedo, que já fez o mesmo percurso há mais tempo.
Como se costuma dizer, o dinheiro não tem pátria e, se pensarmos um pouco, qualquer de nós, se estivéssemos em posição semelhante, por certo faríamos o mesmo.
Há já alguns anos, surgiu em Portugal um movimento chamado de "COMPROMISSO PORTUGAL".
Esse movimento era constituído, em grande parte, por aqueles que neste momento têm algum poder económico, seja por via de propriedade própria, seja por se encontrarem em posição de gestão. Propunha-se esse movimento, manter os centros de gestão das empresas em Portugal, de forma a conseguir o máximo de rendimento para o país através de decisões que evitassem a fuga de capitais e de empresas para propriedade estrangeira. Pouco tempo depois, a SOMAGUE, propriedade de um senhor chamado VAZ GUEDES, foi vendida aos espanhóis. Escusado será dizer que esse senhor Vaz Guedes foi subscritor do documento que lançou a ideia de manter os centros de decisão em Portugal. Este, que poderia com toda a propriedade, ser considerado um traidor, não digo ao país, mas à ideia, continua a passear-se por aí com toda a calma sem que alguém se lembre de lhe atirar com o labéu de "TRAIDOR".
Mas se quisermos ser honestos connosco próprios, teremos que considerar que o nosso país nasceu de uma traição. Como sabemos, o Condado Portucalense era propriedade do Reino de Leão e, foi através de um roubo (talvez uma traição), que Portugal se tornou independente. Mas há outras situações que não podem ser esquecidas e que sistematicamente são invocadas como heróicas, patrióticas, etc., mas que à luz da época configuram autênticas traições.
Como sabemos, Portugal enquanto país como o concebemos actualmente, não existia no tempo de D. Fernando ou D. João I. Os nobres, dentre os quais D. Nuno Álvares Pereira, não tinham jurado fidelidade ao país mas sim ao seu soberano e sua descendência. D. João I de Portugal ainda não existia como Rei e portanto as juras de fidelidade tinham sido feitas a D. Beatriz, casada com D. João se Castela. Quando o povo de Lisboa se revoltou contra D. Leonor, pôs-se o problema das fidelidades e alguns nobres, dentre os quais alguns irmãos de Nuno Álvares Pereira, seguiram a fidelidade da palavra dada e por essa razão, foram mais tarde, considerados traidores enquanto, verdadeiramente, à luz dos usos e costumes da época, o verdadeiro traidor foi D. Nuno Álvares Pereira.
Já na revolução de 1640, D. Luísa de Gusmão, mulher de D. João IV, esqueceu-se de que era espanhola e seguiu e aconselhou o marido a tomar a chefia da revolta contra Espanha que levaria à recuperação de independência de Portugal. Também neste caso, a palavra traição poderia ser usada pelos espanhóis mas a verdade é que os portugueses lhe ficaram muito agradecidos.
Mas o caso mais marcante, foi o caso de D. Pedro IV de Portugal, que declarou a independência do Brasil.
Outros casos houve na história portuguesa que não vale a pena para aqui chamar até porque o texto se tornaria muito extenso.
Esta minha reflexão que compartilho com aqueles que tiverem a paciência suficiente para a lerem, tem só em mente, chamar a atenção para as duas faces da mesma moeda que o termo “traição” comporta.
Tendo em conta o que acabo de dizer, sinto dificuldade em perceber o pensamento de VITOR MANGO quando afirma que não voltará a comprar nada no Pingo Doce.
Eu Explico.
O comércio de mercearia, frutaria, charcutaria, vinhos, etc., está quase todo nas mãos das grandes empresas de distribuição como sejam o Pingo Doce, o Continente, O Lidl, o Minipreço, os Mosqueteiros, etc.. O comércio tradicional quase desapareceu.
O Pingo Doce, e o Continente têm os seus donos com suas SGPS’s na Holanda. Os outros são estrangeiros. Quando se trata de distribuir lucros, tanto uns como os outros vão distribuí-los no estrangeiro. Ainda que fosse possível abastecermo-nos sem recorrermos ao Pingo Doce, acabaríamos por estar a mandar o nosso dinheiro lá para fora.
Então, o mais razoável, é exigirmos a quem nos governa, que tenha em atenção os impostos que nos são cobrados e às nossas empresas de forma a impedir que elas se transfiram para o estrangeiro.
Vagueante- Pontos : 1698
Re: A palavra TRAIDOR
Vagueante escreveu: Há palavras que para mim têm um peso muito grande e por isso nunca ou raramente as utilizo.
Vem isto a propósito do pomposo título desta secção "Galeria dos traidores á Pátria".
Quando eu era rapaz, não tinha, como tenho agora, a mesma dificuldade no uso do conceito "Traição".
A idade, como todos sabem, ensina-nos muitas coisas que não se aprendem nos livros e obriga-nos frequentemente, a interrogarmo-nos sobre aquilo que nos rodeia, porque razão certas pessoas têm certos comportamentos, porque razão nós próprios nos comportamos de certa forma.
Nunca concebi, enquanto jovem, que um português pegasse em armas contra aquilo que me foi ensinado que era a minha "PATRIA". E tinha razão, em face do conceito que me tinham inculcado quanto àquilo que era a minha PÁTRIA.
Da mesma forma, considerava que a falta de cumprimento da palavra dada, constituía, não uma traição à Pátria mas uma traição à boa fé da pessoa ou pessoas a quem essa palavra fosse dada.
Todavia, a passagem dos anos e o conhecimento da história, levou-me a ser mais cuidadoso no uso da palavra "traição".
Enquanto militar, combatente, sempre considerei que estava do lado certo do combate e considerava como o maior crime possível, que deveria ser severamente punido, a acção daqueles que, sendo portugueses e não concordando com aquilo que eu chamava de "defesa de Portugal", se apresentavam de armas na mão a lutar contra o exército português.
Os acontecimentos de 25 de Abril de 1974, vieram alterar profundamente o meu pensamento.
A minha Pátria, que até essa data era o espaço que, como dizia Salazar, ia do Minho a Timor, perdeu sentido em face dos acontecimentos.
Como se sabe, a palavra traição começou a ser usada indistintamente por defensores da permanência de Portugal nas colónias portuguesas podendo embora ter outro estatuto, como por aqueles que, querendo acabar com a colonização acharam que os antigos colonos eram os verdadeiros traidores. Houve insultos de parte a parte e ainda hoje, o problema não está resolvido, sendo frequentemente usada a palavra para classificar Mário Soares, Manuel Alegre ou Álvaro Cunhal na esfera civil, e Otelo Saraiva de Carvalho, Ramalho Eanes, Salgueiro Maia e outros na esfera militar.
O conceito de Pátria, para mim, deixou de ser um conceito espacial para se aproximar mais de um conceito espiritual. A Pátria já não é um território mas uma maneira de estar que é suportada por uma cultura e uma língua construídas ao longo de séculos e que portanto me esforço por respeitar. Como dizia Fernando Pessoa, "A MINHA PÁTRIA É A MINHA LÍNGUA".
Nos últimos tempos, o conceito de traição à Pátria estendeu-se muito para além do conceito de negação do espaço territorial e começou a atingir outras órbitas que transvasam também o conceito espiritual.
Estamos a assistir nos últimos dias a uma crítica exacerbada do comportamento de Alexandre Soares dos Santos a propósito da transferência para a Holanda de uma parte do negócio da Jerónimo Martins, intitulando-o de "traidor". Tenho dificuldade em compreender este tipo de raciocínio tanto mais que o mesmo tipo de raciocínio não foi usado com outras empresas, nomeadamente com Belmiro de Azevedo, que já fez o mesmo percurso há mais tempo.
Como se costuma dizer, o dinheiro não tem pátria e, se pensarmos um pouco, qualquer de nós, se estivéssemos em posição semelhante, por certo faríamos o mesmo.
Há já alguns anos, surgiu em Portugal um movimento chamado de "COMPROMISSO PORTUGAL".
Esse movimento era constituído, em grande parte, por aqueles que neste momento têm algum poder económico, seja por via de propriedade própria, seja por se encontrarem em posição de gestão. Propunha-se esse movimento, manter os centros de gestão das empresas em Portugal, de forma a conseguir o máximo de rendimento para o país através de decisões que evitassem a fuga de capitais e de empresas para propriedade estrangeira. Pouco tempo depois, a SOMAGUE, propriedade de um senhor chamado VAZ GUEDES, foi vendida aos espanhóis. Escusado será dizer que esse senhor Vaz Guedes foi subscritor do documento que lançou a ideia de manter os centros de decisão em Portugal. Este, que poderia com toda a propriedade, ser considerado um traidor, não digo ao país, mas à ideia, continua a passear-se por aí com toda a calma sem que alguém se lembre de lhe atirar com o labéu de "TRAIDOR".
Mas se quisermos ser honestos connosco próprios, teremos que considerar que o nosso país nasceu de uma traição. Como sabemos, o Condado Portucalense era propriedade do Reino de Leão e, foi através de um roubo (talvez uma traição), que Portugal se tornou independente. Mas há outras situações que não podem ser esquecidas e que sistematicamente são invocadas como heróicas, patrióticas, etc., mas que à luz da época configuram autênticas traições.
Como sabemos, Portugal enquanto país como o concebemos actualmente, não existia no tempo de D. Fernando ou D. João I. Os nobres, dentre os quais D. Nuno Álvares Pereira, não tinham jurado fidelidade ao país mas sim ao seu soberano e sua descendência. D. João I de Portugal ainda não existia como Rei e portanto as juras de fidelidade tinham sido feitas a D. Beatriz, casada com D. João se Castela. Quando o povo de Lisboa se revoltou contra D. Leonor, pôs-se o problema das fidelidades e alguns nobres, dentre os quais alguns irmãos de Nuno Álvares Pereira, seguiram a fidelidade da palavra dada e por essa razão, foram mais tarde, considerados traidores enquanto, verdadeiramente, à luz dos usos e costumes da época, o verdadeiro traidor foi D. Nuno Álvares Pereira.
Já na revolução de 1640, D. Luísa de Gusmão, mulher de D. João IV, esqueceu-se de que era espanhola e seguiu e aconselhou o marido a tomar a chefia da revolta contra Espanha que levaria à recuperação de independência de Portugal. Também neste caso, a palavra traição poderia ser usada pelos espanhóis mas a verdade é que os portugueses lhe ficaram muito agradecidos.
Mas o caso mais marcante, foi o caso de D. Pedro IV de Portugal, que declarou a independência do Brasil.
Outros casos houve na história portuguesa que não vale a pena para aqui chamar até porque o texto se tornaria muito extenso.
Esta minha reflexão que compartilho com aqueles que tiverem a paciência suficiente para a lerem, tem só em mente, chamar a atenção para as duas faces da mesma moeda que o termo “traição” comporta.
Tendo em conta o que acabo de dizer, sinto dificuldade em perceber o pensamento de VITOR MANGO quando afirma que não voltará a comprar nada no Pingo Doce.
Eu Explico.
O comércio de mercearia, frutaria, charcutaria, vinhos, etc., está quase todo nas mãos das grandes empresas de distribuição como sejam o Pingo Doce, o Continente, O Lidl, o Minipreço, os Mosqueteiros, etc.. O comércio tradicional quase desapareceu.
O Pingo Doce, e o Continente têm os seus donos com suas SGPS’s na Holanda. Os outros são estrangeiros. Quando se trata de distribuir lucros, tanto uns como os outros vão distribuí-los no estrangeiro. Ainda que fosse possível abastecermo-nos sem recorrermos ao Pingo Doce, acabaríamos por estar a mandar o nosso dinheiro lá para fora.
Então, o mais razoável, é exigirmos a quem nos governa, que tenha em atenção os impostos que nos são cobrados e às nossas empresas de forma a impedir que elas se transfiram para o estrangeiro.
DE cinco estrelas
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: A palavra TRAIDOR
O conceito de Pátria, para mim, deixou de ser um conceito espacial para se aproximar mais de um conceito espiritual. A Pátria já não é um território mas uma maneira de estar que é suportada por uma cultura e uma língua construídas ao longo de séculos e que portanto me esforço por respeitar. Como dizia Fernando Pessoa, "A MINHA PÁTRIA É A MINHA LÍNGUA".
a pro9sam do vagueando esta como é seu costume de uma analise bem amanhada
A UNICA coisa que me deixou fulo no Jerónimo foi ele argumentar que cavava para a Holanda porque tinha medo que Portugal e o Euro zaza e ele mais esperto que NOXES deu á sola e a gente que lhe deu o negocio levamos um xutunuku
Tambem acho que a pátria não é o território mas as ligações que nos ligam uns aos outros
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Vai ja para uns tempos que o SAM meteu na NET uma baixo apanhado para meter na fogueira o mango e suponho o anarca ...e na lista citava o perigo que era o mango para o planeta terra
O anarca telefonou-me ar-se a informar que a coisa era seria e...bla bla ( não divulgo conversas em OFF...
A tal lista inquisitório teve 3 assinaturas TODAAAAS a apoiar o mango e com mimos ( que também nao vou dizer quem ...bla bla
e...e mango não leio nem sequer me di ao trabalho de cheirar os predicados ja que a experiência do Expresso tinha mimos ao nivel de bombas na minha passagem por Leiria
e... Fiz o SAM de moderador
O anarca ia indo ás nuvens
Mangooooooooooooooooooooooooo és maluco pah !
O sam ficou baralhado pela confiança que eu depositei nele e alinhou numa boa ...ble bla
Depois a zab entra a matar o mango que o Kllux agarrou no ataque de histeria da madame e factura ...bla bla
Depois o mano Viriato nao gostou da atitude do Sam e desafiou o gajo para um tira teima
O Sam simplesmente desapareceu do mapa
Tudo isto quer dizer que a traição é coisa nao simples ja que o Jorge Washington devia fidelidade á Inglaterra e o Tira dentes a Portugal e ...por ai dentro
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: A palavra TRAIDOR
.
Não desapareceu, não!
Tribuna, meu caro, Tribuna, o poiso das aves raras...
Não desapareceu, não!
Tribuna, meu caro, Tribuna, o poiso das aves raras...
_________________
Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: A palavra TRAIDOR
Joao Ruiz escreveu:.
Não desapareceu, não!
Tribuna, meu caro, Tribuna, o poiso das aves raras...
uix ???? madame ou gajo ???????????????????
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
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