Descoberto planeta tão quente como algumas estrelas 16.10.2008 -
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Descoberto planeta tão quente como algumas estrelas 16.10.2008 -
Descoberto planeta tão quente como algumas estrelas
16.10.2008 - 17h13 Inês Subtil
Uma bola gigante a escaldar e a alta velocidade. Uma equipa de astrónomos europeus descobriu um planeta que já bateu os recordes de temperatura e velocidade. Segundo a revista “New Scientist”, o WASP-12b é tão quente (2250 graus Celsius) como algumas estrelas e só demora um dia a completar a sua órbita.
O “novo” exoplaneta tem uma massa 1,8 vezes maior do que a de Júpiter e está a uma distância bastante curta da sua estrela, o que explica a razão pela qual é tão quente. No entanto, este mesmo facto foi uma surpresa para a equipa de cientistas que descobriu o “novo” corpo, porque desafia os modelos de cálculo da proximidade dos planetas às suas “estrelas-mãe”.
Os astrónomos acreditam que quando têm grandes dimensões, semelhantes às de Júpiter, os exoplanetas formam-se longe das suas estrelas e depois “migram” para órbitas mais próximas. Na opinião dos cientistas, não é possível acumular gases e poeiras suficientes perto das estrelas para “nascerem” aí “mundos gigantes”. “O raio do planeta é demasiado grande”, disse Sara Seager, citada pela “New Scientist”, investigadora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos. “A investigação está mais à frente do que a teoria e é desconfortável ter um planeta com um raio que não pode ser justificado pela teoria”.
Exoplaneta pela sombra
A equipa da Universidade de St Andrews, na Escócia, que descobriu o “novo” corpo celeste faz parte de um projecto, chamado SuperWASP “Super Wide Angle Search for Planets” - em português, Pesquisa de Planetas através de Ângulos Super Amplos -, que usa dois telescópios para procurar sinais de planetas que “passem em frente” das suas estrelas.
O processo é bastante simples, quando estão de frente para a Terra, é possível verificar uma diminuição da luminosidade das estrelas, uma sombra, sempre que os exoplanetas as "atravessam”, uma vez que são mais escuros.
Com estas observações, os astrónomos conseguem calcular o tamanho dos planetas e a distância orbital e, posteriormente, a quantidade de luz estelar que incide sobre eles e a sua temperatura.
Até aparecer o WASP-12b, o recorde do planeta mais quente pertencia ao HD149026b, que tem uma superfície completamente negra e que tem temperaturas da ordem dos 2040 graus Celsius.
Mas, mesmo tendo “rival” à altura nesta característica, o “novo” corpo não é só único por ser tão quente, mas também pela sua velocidade orbital. A maioria dos exoplanetas demoram três dias ou mais a completar as suas órbitas, o WASP-12b faz o mesmo num terço do tempo.
O próximo passo da equipa é procurar por luzes ultravioletas que estejam a ser emanadas pelo WASP-12b, o que poderá mostrar se a atmosfera do exoplaneta está a ser consumida ou evaporada pela sua “estrela-mãe”.
16.10.2008 - 17h13 Inês Subtil
Uma bola gigante a escaldar e a alta velocidade. Uma equipa de astrónomos europeus descobriu um planeta que já bateu os recordes de temperatura e velocidade. Segundo a revista “New Scientist”, o WASP-12b é tão quente (2250 graus Celsius) como algumas estrelas e só demora um dia a completar a sua órbita.
O “novo” exoplaneta tem uma massa 1,8 vezes maior do que a de Júpiter e está a uma distância bastante curta da sua estrela, o que explica a razão pela qual é tão quente. No entanto, este mesmo facto foi uma surpresa para a equipa de cientistas que descobriu o “novo” corpo, porque desafia os modelos de cálculo da proximidade dos planetas às suas “estrelas-mãe”.
Os astrónomos acreditam que quando têm grandes dimensões, semelhantes às de Júpiter, os exoplanetas formam-se longe das suas estrelas e depois “migram” para órbitas mais próximas. Na opinião dos cientistas, não é possível acumular gases e poeiras suficientes perto das estrelas para “nascerem” aí “mundos gigantes”. “O raio do planeta é demasiado grande”, disse Sara Seager, citada pela “New Scientist”, investigadora do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos. “A investigação está mais à frente do que a teoria e é desconfortável ter um planeta com um raio que não pode ser justificado pela teoria”.
Exoplaneta pela sombra
A equipa da Universidade de St Andrews, na Escócia, que descobriu o “novo” corpo celeste faz parte de um projecto, chamado SuperWASP “Super Wide Angle Search for Planets” - em português, Pesquisa de Planetas através de Ângulos Super Amplos -, que usa dois telescópios para procurar sinais de planetas que “passem em frente” das suas estrelas.
O processo é bastante simples, quando estão de frente para a Terra, é possível verificar uma diminuição da luminosidade das estrelas, uma sombra, sempre que os exoplanetas as "atravessam”, uma vez que são mais escuros.
Com estas observações, os astrónomos conseguem calcular o tamanho dos planetas e a distância orbital e, posteriormente, a quantidade de luz estelar que incide sobre eles e a sua temperatura.
Até aparecer o WASP-12b, o recorde do planeta mais quente pertencia ao HD149026b, que tem uma superfície completamente negra e que tem temperaturas da ordem dos 2040 graus Celsius.
Mas, mesmo tendo “rival” à altura nesta característica, o “novo” corpo não é só único por ser tão quente, mas também pela sua velocidade orbital. A maioria dos exoplanetas demoram três dias ou mais a completar as suas órbitas, o WASP-12b faz o mesmo num terço do tempo.
O próximo passo da equipa é procurar por luzes ultravioletas que estejam a ser emanadas pelo WASP-12b, o que poderá mostrar se a atmosfera do exoplaneta está a ser consumida ou evaporada pela sua “estrela-mãe”.
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