Fazer de morto 18 October 08 12:00 AM COM quase todos os políticos tive (e tenho) conversas irreproduzíveis.
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Fazer de morto 18 October 08 12:00 AM COM quase todos os políticos tive (e tenho) conversas irreproduzíveis.
Fazer de morto
18 October 08 12:00 AM
COM quase todos os políticos tive (e tenho) conversas irreproduzíveis.
Umas, irreproduzíveis para sempre; outras, irreproduzíveis na época em que ocorrem.
Esta tem cerca de 15 anos e está no segundo caso.
Pouco depois de ser eleito líder do PS, em 1992, António Guterres dizia-me que toda a oposição que Mário Soares (na altura, Presidente da República) fizesse a Cavaco Silva (na altura, primeiro-ministro) seria bem vinda, porque reverteria a seu favor.
– Não me importo que digam que é o Soares quem lidera a oposição. Porque serei sempre eu o beneficiário do desgaste do Governo – dizia-me Guterres pragmaticamente.
E em 1994, a cerca de um ano das eleições, ia mais longe:
– A partir de agora basta-me fazer de morto. Tendo em conta as sondagens, não preciso de fazer nada: basta-me estar quieto. Seria necessário fazer muitas asneiras para perder as eleições.
Tinha razão, como se sabe.
O TEMA da liderança da oposição veio agora outra vez à baila com novos protagonistas: Cavaco Silva e Manuela Ferreira Leite.
O ‘silêncio’ de Manuela (que eu defendi e continuo a defender, porque se tornava necessário fazer uma ruptura com o passado) e o aumento do protagonismo de Cavaco (com os vetos do Estatuto dos Açores e da Lei do Divórcio, entre outros episódios menores) levaram os analistas a dizer que o Presidente da República faz mais oposição ao Governo do que a líder do PSD.
É FÁCIL estabelecer o paralelo entre o que se passa hoje com Cavaco e Manuela e o que sucedeu no passado com Soares e Guterres.
Hoje, o Presidente e a líder da oposição são ambos do PSD, e o Governo é socialista, dispondo de maioria absoluta; há 15 anos, o Presidente e o líder da oposição eram do PS, e o Governo era social-democrata, dispondo de maioria absoluta.
Mas, apesar da óbvia semelhança das situações, acho que há diferenças decisivas – e que a evolução da conjuntura política será qualitativamente diferente.
Não creio que Cavaco venha a fazer a Sócrates a oposição que Soares fez a Cavaco.
SOARES fez a Cavaco uma oposição essencialmente ‘política’: basta pensar no congresso ‘Portugal, Que Futuro’, que congregava tudo quanto eram oposicionistas ao cavaquismo – socialistas de várias correntes, independentes de esquerda, sociais-democratas desalinhados, ex-comunistas, etc.
Ora os conflitos que Cavaco poderá ter com o Governo de Sócrates não serão de natureza política mas de natureza ‘institucional’.
O braço-de-ferro a propósito do Estatuto dos Açores é bem ilustrativo disso: não estava em causa nenhum diferendo político, não estava em causa nenhuma visão partidária mais próxima do PS ou do PSD – estava em causa uma questão institucional relacionada com os poderes do Presidente da República.
E aqui sim, poderá haver atritos.
SE SÓCRATES (ou o PS…) quiser subalternizar o Presidente ou reduzir-lhe o peso institucional do cargo, Cavaco reagirá com determinação.
Pelo contrário, se respeitar os seus poderes, os seus atributos e o seu papel, não haverá problemas.
A oposição política ao Governo nunca será conduzida pelo Presidente da República.
E, assim sendo, caberá à liderança do PSD levá-la a cabo.
Manuela Ferreira Leite não poderá, pois, ‘fazer de morta’.
Mas também não deverá falar demais.
E, quando falar, não deverá ser sempre para criticar o Governo: os elogios feitos esta semana às medidas para combater a crise foram uma boa iniciativa, que reforça a sua credibilidade.
Na boca de quem é capaz de fazer um elogio, as críticas que venhem a ser feitas ganharão outro peso.
18 October 08 12:00 AM
COM quase todos os políticos tive (e tenho) conversas irreproduzíveis.
Umas, irreproduzíveis para sempre; outras, irreproduzíveis na época em que ocorrem.
Esta tem cerca de 15 anos e está no segundo caso.
Pouco depois de ser eleito líder do PS, em 1992, António Guterres dizia-me que toda a oposição que Mário Soares (na altura, Presidente da República) fizesse a Cavaco Silva (na altura, primeiro-ministro) seria bem vinda, porque reverteria a seu favor.
– Não me importo que digam que é o Soares quem lidera a oposição. Porque serei sempre eu o beneficiário do desgaste do Governo – dizia-me Guterres pragmaticamente.
E em 1994, a cerca de um ano das eleições, ia mais longe:
– A partir de agora basta-me fazer de morto. Tendo em conta as sondagens, não preciso de fazer nada: basta-me estar quieto. Seria necessário fazer muitas asneiras para perder as eleições.
Tinha razão, como se sabe.
O TEMA da liderança da oposição veio agora outra vez à baila com novos protagonistas: Cavaco Silva e Manuela Ferreira Leite.
O ‘silêncio’ de Manuela (que eu defendi e continuo a defender, porque se tornava necessário fazer uma ruptura com o passado) e o aumento do protagonismo de Cavaco (com os vetos do Estatuto dos Açores e da Lei do Divórcio, entre outros episódios menores) levaram os analistas a dizer que o Presidente da República faz mais oposição ao Governo do que a líder do PSD.
É FÁCIL estabelecer o paralelo entre o que se passa hoje com Cavaco e Manuela e o que sucedeu no passado com Soares e Guterres.
Hoje, o Presidente e a líder da oposição são ambos do PSD, e o Governo é socialista, dispondo de maioria absoluta; há 15 anos, o Presidente e o líder da oposição eram do PS, e o Governo era social-democrata, dispondo de maioria absoluta.
Mas, apesar da óbvia semelhança das situações, acho que há diferenças decisivas – e que a evolução da conjuntura política será qualitativamente diferente.
Não creio que Cavaco venha a fazer a Sócrates a oposição que Soares fez a Cavaco.
SOARES fez a Cavaco uma oposição essencialmente ‘política’: basta pensar no congresso ‘Portugal, Que Futuro’, que congregava tudo quanto eram oposicionistas ao cavaquismo – socialistas de várias correntes, independentes de esquerda, sociais-democratas desalinhados, ex-comunistas, etc.
Ora os conflitos que Cavaco poderá ter com o Governo de Sócrates não serão de natureza política mas de natureza ‘institucional’.
O braço-de-ferro a propósito do Estatuto dos Açores é bem ilustrativo disso: não estava em causa nenhum diferendo político, não estava em causa nenhuma visão partidária mais próxima do PS ou do PSD – estava em causa uma questão institucional relacionada com os poderes do Presidente da República.
E aqui sim, poderá haver atritos.
SE SÓCRATES (ou o PS…) quiser subalternizar o Presidente ou reduzir-lhe o peso institucional do cargo, Cavaco reagirá com determinação.
Pelo contrário, se respeitar os seus poderes, os seus atributos e o seu papel, não haverá problemas.
A oposição política ao Governo nunca será conduzida pelo Presidente da República.
E, assim sendo, caberá à liderança do PSD levá-la a cabo.
Manuela Ferreira Leite não poderá, pois, ‘fazer de morta’.
Mas também não deverá falar demais.
E, quando falar, não deverá ser sempre para criticar o Governo: os elogios feitos esta semana às medidas para combater a crise foram uma boa iniciativa, que reforça a sua credibilidade.
Na boca de quem é capaz de fazer um elogio, as críticas que venhem a ser feitas ganharão outro peso.
Vitor mango- Pontos : 117523
Re: Fazer de morto 18 October 08 12:00 AM COM quase todos os políticos tive (e tenho) conversas irreproduzíveis.
Manuela Ferreira Leite não poderá, pois, ‘fazer de morta’.
Mas também não deverá falar demais.
E, quando falar, não deverá ser sempre para criticar o Governo: os elogios feitos esta semana às medidas para combater a crise foram uma boa iniciativa, que reforça a sua credibilidade.
Na boca de quem é capaz de fazer um elogio, as críticas que venhem a ser feitas ganharão outro peso.
Vitor mango- Pontos : 117523
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