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Ataques antissemitas põem França em alerta contra islamismo radical

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Ataques antissemitas põem França em alerta contra islamismo radical Empty Ataques antissemitas põem França em alerta contra islamismo radical

Mensagem por Vitor mango Ter Out 09, 2012 7:33 am

Ataques antissemitas põem França em alerta contra islamismo radical











Daniela Fernandes

De Paris para a BBC Brasil









Atualizado em 9 de outubro, 2012 - 05:56 (Brasília) 08:56 GMT


















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Ataques antissemitas põem França em alerta contra islamismo radical 121008232059_france_304x171_apNúmero de atos antissemitas na França aumentou 45% nos primeiros oito meses deste ano



A França está em estado de
alerta contra o islamismo radical após recentes ataques antissemitas no
país. Uma rede suspeita de atividades terroristas foi desmantelada no
sábado, e o governo afirma que as operações policiais vão continuar.

"O grupo que foi desmantelado é perigoso e
determinado a agir. São jovens convertidos recentemente ao islamismo
radical e que representam uma ameaça real para a França", disse nesta
semana o ministro do Interior, Manuel Valls, acrescentando que novas
prisões poderão ocorrer.




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O ministro afirmou ainda que existem na França "dezenas ou centenas de islamistas radicais dispostos a agir".

Segundo o serviço de proteção da comunidade
judaica, ligado ao conselho representativo da religião na França, o
número de atos antissemitas aumentou 45% nos primeiros oito meses deste
ano na comparação com igual período de 2011.

Eles também se tornaram mais violentos, diz a
organização. Os atos antissemitas registrados na polícia (386 até
agosto) podem ser desde simples ameaças a atos de vandalismo, agressões e
até homicídios.

Suspeitos


Atualmente, 12 pessoas do grupo desmantelado no
sábado, presas em Cannes, Estrasburgo e nos arredores de Paris, estão
sendo interrogadas pela polícia e pelo serviço de inteligência francês.

O grupo é suspeito de ter cometido, em setembro,
um ataque com uma granada contra uma loja de alimentos casher (ou
kosher, adequados a seguidores ortodoxos do judaísmo) e de preparar
novas ações tendo como alvo a comunidade judaica.

Na operação no sábado, o francês Jérémie Louis
Sidney, 33 anos, suposto chefe do grupo, foi morto ao atirar nos
policiais que invadiram sua casa, segundo o procurador de Estrasburgo.

De acordo com autoridades francesas, as
impressões digitais de Sidney foram identificadas na granada lançada
contra a loja de alimentação judaica.

Os jovens presos são todos nascidos na França,
com idades entre 19 e 25 anos, e vários já tinham ficha na polícia por
furto de carros e tráfico de drogas.

"A pobreza pode conduzir à delinquência e ao
tráfico, mas conduz também ao engajamento no islamismo radical",
declarou o ministro Valls.

Nas casas dos suspeitos, a polícia encontrou
munições, uma lista de organizações judaicas na periferia de Paris e
também quatro "testamentos" evocando Alá, inclusive o de Sidney, o que
foi interpretado pelas autoridades como um desejo de morrer como mártir.

Também no sábado, uma sinagoga em Argenteuil, na
periferia de Paris, foi atacada a tiros. Ninguém ficou ferido, mas o
ataque deixou as autoridades de diferentes religiões da região em
choque.

Atirador de Toulouse


Os atos antissemitas aumentaram
consideravelmente na França após o caso de Mohamed Merah, suspeito de
ter matado quatro pessoas em uma escola judaica em março, em Toulouse, e
três militares em outros ataques na região no mesmo período.

Merah, um francês de origem argelina de 24 anos,
foi morto no fim de março durante um amplo cerco policial à sua casa,
que durou dois dias.

Investigadores e especialistas afirmam que as
pessoas presas no sábado têm o mesmo perfil de Merah: jovens, nascidos
nos anos 80 ou 90, pequenos delinquentes, de classe social modesta e que
se voltaram para o islamismo radical.

"Merah rompeu uma barreira psicológica
importante, a de franceses, nascidos na França, que atacam o país", diz
Mathieu Guidère, especialista em movimentos radicais islâmicos.

"O caso Merah, longe de ser isolado e
excepcional, revela infelizmente a presença e a formação de novos
candidatos à radicalização do islã", diz o reitor da mesquita de Paris,
Dalil Boubakeur.

A França reúne a maior comunidade muçulmana da Europa, estimada em 6 milhões de pessoas, e também judaica.

Após os recentes ataques antissemitas,
representantes muçulmanos reiteraram sua solidariedade à comunidade
judaica e afirmaram temer que a imagem do Islã na França, que respeita
as leis do país, seja afetada por esses grupos radicais.

"O islamismo radical é como o nazismo. Ter
orgulho de exterminar inimigos, sejam eles crianças ou adultos, é a
característica dos nazistas", afirmou nesta segunda-feira Richard
Prasquier, presidente do Conselho Representativo das Instituições
Judaicas da França (Crif).

O presidente François Hollande, que se reuniu no
domingo com representantes da comunidade judaica, afirmou que a
segurança nos locais de culto sujeitos a ataques será reforçada e disse
que a França "está mobilizada para lutar contra o terrorismo".

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Mensagem por Vitor mango Ter Out 09, 2012 7:34 am





JUDEUS NA
FRANÇA










Ataques antissemitas põem França em alerta contra islamismo radical Ilan

Os primeiros indícios da presença judia no território franco datam
do século IV E.C, quando a Gália (antiga França) era um anexo do Império
Romano. A existência de judeus não formava uma comunidade concreta até a
invasão romana de Jerusalém, que formou inúmeros refugiados e iniciou
uma união entre o povo judeu com foco nas cidades de Bordeaux, Lyons e
Arles.

O
anti-semitismo não é um sentimento forte encontrado nos franceses até
meados do século XI, quando começam as Cruzadas incitadas pela Igreja
Católica Apostólica Romana.


Após a Segunda Cruzada (1147- 49) o anti-semitismo cresce e adquire
força na França. Descriminações como taxas e flagelos começam a ser
impostas sobre os judeus até que em 1171 ocorre o primeiro libelo de
sangue. Na cidade de Blois 31 judeus são mortos queimados vivos.
A situação dos judeus piora drasticamente com a ascensão de
Felipe Augusto, que aprisiona todos os judeus e confisca os seus bens.
Subseqüentemente Felipe, o Belo expulsa 10.000 judeus das terras
francesas e Louis IX incita ataque anti-semita que ocasiona em 3.000
mortes.


Apesar de todas perseguições, massacres e ódio, o nível cultural do
povo judeu na França era enorme. O melhor exemplo disso foi o estudioso
Rashi, que criou sua própria
yeshiva.
Após a segunda metade do século XV a população judaica começou a
aumentar devido a massacres ocorridos no restante da Europa que
originaram refugiados. Com a comunidade crescendo novamente os franceses
tiveram de se adaptar com os judeus e os costumes anti-semitas
começaram a perder popularidade até que por volta de 1780 o país, que
mantinha 40.000 judeus, invalida diversas leis contra o povo israelita.


Com a Revolução Francesa, os judeus finalmente conseguiram seu
direito de serem considerados cidadãos pela pátria franca. Embora os
Ashkenazim tenham assegurado seu direito à cidadania após os Sefaradim,
no final, todos foram reconhecidos pelo governo.
Napoleão reconheceu os judeus como “uma nação sem nação”. Ele
convocou o Sanhedrim (Sinédrio) para ajudá-lo em assuntos referentes aos
judeus. O período napoleônico consentiu com a presença dos judeus, mas
estes viviam sob controle dos governantes.


O século XIX, conhecido pela Restauração Monárquica na França, foi
um marco importantíssimo na história franco-judaica. Escolas judaicas
foram abertas e reabertas, o ativismo político, a economia, a filosofia e
a ciência fizeram parte da vida de muitos israelitas como Achille
Fould, Emile Durkheim, Marcel Proust e as famílias
Rothschild e Periere.
Como muitos judeus ascenderam socialmente, teorias conspiratórias
e anti-semitas começaram a ganhar apoio novamente e o clima tenso
culminou no caso Dreyfus, que julgou injustamente o oficial judeu Alfred
Dreyfus de espionagem. Ele foi sentenciado ao exílio perpétuo na Ilha
do Diabo e só absolvido dez anos depois com a queda do governo que o
julgou.


Inspirado no caso Dreyfus o jornalista
Theodor Hertzl
escreveu “O Estado Judeu” e oficializou o surgimento do sionismo moderno.
No século XX viveram alguns dos principais artistas judeus, tais como
Modigliani, Soutine, Kisling, Pisarro e
Chagall. Neste mesmo século a população judaica aumentou com a vinda de 25.000 refugiados do Império Otomano.


A Primeira Guerra Mundial praticamente acabou com o anti-semitismo
já que a França necessitava de união pra passar a guerra com o mínimo de
lesões à pátria.
Duas décadas depois a Alemanha Nazista declara guerra à França e
elimina suas forças armadas em dois meses. Ocupada pelo Reich a França
teve seu governo deposto. O novo governo, sediado na cidade de
Vichy¹, era liderado pelo Marechal Pétain. Nesta época estima-se que 300.000 mil judeus moravam na França.


A partir de 1940, as Leis raciais de Nuremberg começaram a vigorar
nas fronteiras francesas e a campanha anti-semita ganhou força. Cerca de
77.000 judeus foram deportados para campos no Leste Europeu. Em um
campo de concentração francês, Gurs, em um momento houve 15.000
internos. Estima-se que um quarto da população franco-judaica foi
eliminada durante o período da Segunda Guerra Mundial.
De 1945 a 1970 a comunidade judaica triplicou e atualmente conta 600.000 pessoas, 375.000 só em Paris.


O maior problema contemporâneo para judeus na França é o
anti-semitismo, que culminou em diversos ataques a sinagogas e
cemitérios e num partido Nacionalista com ideais anti-judaicos que
reuniu um número alarmante de votos.
Embora ainda haja muito anti-semitismo em partes da população
francesa, diversos monumentos, memoriais e instituições voltadas à
lembrança da Shoá foram criados nas décadas de 80 e 90. Além disso,
ocorreram os julgamentos dos nazistas atuantes no país, como Maurice
Papon, Klaus Barbie e Paul Touvie.

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