"Aliança entre Bersani e Berlusconi seria suicídio para centro-esquerda", diz analista italiano
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"Aliança entre Bersani e Berlusconi seria suicídio para centro-esquerda", diz analista italiano
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26/02/2013 - 14h24 | Giorgio Trucchi | Milão
"Aliança entre Bersani e Berlusconi seria suicídio para centro-esquerda", diz analista italiano
Gennaro Carotenuto, historiador da Universidade de Macerata, sustenta que eleitores puniram partidos tradicionais
Tweet
A Itália acordou neste primeiro dia pós-eleitoral em meio à incerteza
política, mas com uma mensagem muito clara de rejeição aos partidos
tradicionais, os políticos de carreira e as receitas tecnocráticas do
“novo” centro.
A queda dos votos da centro-direita do ex-premiê Silvio Berlusconi, ao
lado da incapacidade da centro-esquerda de interpretar e assumir a raiva
de milhões de italianos frente à “casta política” e à violenta crise
econômica, abriu caminho para o êxito sem precedentes do Movimento 5
Estrelas (M5S), liderado pelo humorista Beppe Grillo.
Efe (24/02/2013)
Para historiador italiano, resultado das eleições palramentares significiou uma dura derrota para o ex-premiê Silvio Berlusconi
O resultado o levou a ser o primeiro partido do país e uma força
determinante na composição do Senado da República, um dos dois setores
do Parlamento italiano que os resultados eleitorais deixaram
praticamente ingovernável.
Diante dessa situação, Gennaro Carotenuto, historiador e docente na
Universidade de Macerata, Itália, descarta a opção de ir a novas
eleições e, em sua conversa com Opera Mundi, traça dois cenários
improváveis e um tragicamente possível.
Opera Mundi: Qual é sua análise do voto na Itália?
Gennaro Carotenuto: Há vários dados que devemos analisar para fazer uma
primeira análise deste processo eleitoral. A centro-direita, aglutinada
ao redor de Berlusconi, teve seus votos e consequentemente
representantes no Parlamento reduzido à metade em apenas quatro anos. A
mesma coisa acontece com os partidos de extrema direita, que reduzem
viram sua porcentagem de quase dois terços cair.
Leia mais
Da mesma forma, a direita tecnocrática de Mario Monti vem sendo
contundentemente derrotada, em sua tentativa de se apresentar como
alternativa à bipolaridade na Itália. Se por um lado manteve seu perfil
no que vai ser o debate político no país, por outro se mostrou
irrelevante quanto à quantidade de representantes no Parlamento.
Quanto à centro-esquerda de Pierluigi Bersani, acredito que perdeu
outra chance. Não soube interpretar a rejeição das pessoas à “casta
política”, desprendendo-se de sua imagem de partido tradicional que é
“um pouco melhor que o partido de Berlusconi”. As pessoas estão cansadas
de tudo isso e já não se conformam com essas propostas
insípidas. Enfim, as eleições significaram uma dura derrota para
Berlusconi e para uma centro-esquerda que, mais uma vez, não venceu.
OM: E o que dizer sobre o bom resultado do M5S de Grillo?
GC: Ele soube interpretar uma raiva que tem muitas facetas,
apresentando um programa que, em quase sua totalidade, contém elementos
claramente de esquerda, e no resto combina elementos meio direitistas e
pura demagogia.
Também soube interiorizar o desejo profundo entre os italianos de ver
que alguma coisa está mudando; que é possível pensar em uma alternativa
aos partidos tradicionais e é por isso que a metade dos votos do M5S
veio da centro-esquerda. Não tenho a menor dúvida de que, se fôssemos
votar novamente, Grillo e M5S ganhariam as eleições.
OM: Que cenário político se abre agora?
GC: Não há uma maioria clara e o Senado é ingovernável. Há somente duas
alianças possíveis que permitirão governar: a de Bersani
(centro-esquerda) com Berlusconi (centro-direita) ou a de Grillo com
Bersani.
A primeira seria um suicídio político para a centro-esquerda e o
desengajamento definitivo das pessoas com essa formação política. No
segundo caso, certamente há elementos comuns às duas forças que poderiam
levar à composição de um governo de coalizão, para realizar algumas
reformas importantes, eleger o novo Presidente da República e preparar o
país para novas eleições em uns dois anos.
No entanto, acho que no final das contas, as forças tradicionais vão
impor um novo governo técnico, para fazer uma reforma no sistema
eleitoral e voltar às urnas.
OM: A análise geral é de uma Itália cansada e preocupada com o futuro?
GC: É evidente que a alta abstenção (25%, 5% a mais que em 2008) e o
voto massivo na proposta de Grillo desenham um país que quer mudança e
que já não suporta escutar mais do mesmo e assistir às mesmas dinâmicas.
Uma possível aliança de Bersani com Berlusconi não só seria um suicídio
para a centro-esquerda, como consagraria a ruptura definitiva com boa
parte de sua base.
26/02/2013 - 14h24 | Giorgio Trucchi | Milão
"Aliança entre Bersani e Berlusconi seria suicídio para centro-esquerda", diz analista italiano
Gennaro Carotenuto, historiador da Universidade de Macerata, sustenta que eleitores puniram partidos tradicionais
Tweet
A Itália acordou neste primeiro dia pós-eleitoral em meio à incerteza
política, mas com uma mensagem muito clara de rejeição aos partidos
tradicionais, os políticos de carreira e as receitas tecnocráticas do
“novo” centro.
A queda dos votos da centro-direita do ex-premiê Silvio Berlusconi, ao
lado da incapacidade da centro-esquerda de interpretar e assumir a raiva
de milhões de italianos frente à “casta política” e à violenta crise
econômica, abriu caminho para o êxito sem precedentes do Movimento 5
Estrelas (M5S), liderado pelo humorista Beppe Grillo.
Efe (24/02/2013)
Para historiador italiano, resultado das eleições palramentares significiou uma dura derrota para o ex-premiê Silvio Berlusconi
O resultado o levou a ser o primeiro partido do país e uma força
determinante na composição do Senado da República, um dos dois setores
do Parlamento italiano que os resultados eleitorais deixaram
praticamente ingovernável.
Diante dessa situação, Gennaro Carotenuto, historiador e docente na
Universidade de Macerata, Itália, descarta a opção de ir a novas
eleições e, em sua conversa com Opera Mundi, traça dois cenários
improváveis e um tragicamente possível.
Opera Mundi: Qual é sua análise do voto na Itália?
Gennaro Carotenuto: Há vários dados que devemos analisar para fazer uma
primeira análise deste processo eleitoral. A centro-direita, aglutinada
ao redor de Berlusconi, teve seus votos e consequentemente
representantes no Parlamento reduzido à metade em apenas quatro anos. A
mesma coisa acontece com os partidos de extrema direita, que reduzem
viram sua porcentagem de quase dois terços cair.
Leia mais
- Resultado de eleições italianas indica dificuldade para formação de novo governo
- Imprensa europeia teme possibilidade de Itália não conseguir formar governo
- Líderes italianos estudam opções de coalizão para formação de novo governo
Da mesma forma, a direita tecnocrática de Mario Monti vem sendo
contundentemente derrotada, em sua tentativa de se apresentar como
alternativa à bipolaridade na Itália. Se por um lado manteve seu perfil
no que vai ser o debate político no país, por outro se mostrou
irrelevante quanto à quantidade de representantes no Parlamento.
Quanto à centro-esquerda de Pierluigi Bersani, acredito que perdeu
outra chance. Não soube interpretar a rejeição das pessoas à “casta
política”, desprendendo-se de sua imagem de partido tradicional que é
“um pouco melhor que o partido de Berlusconi”. As pessoas estão cansadas
de tudo isso e já não se conformam com essas propostas
insípidas. Enfim, as eleições significaram uma dura derrota para
Berlusconi e para uma centro-esquerda que, mais uma vez, não venceu.
OM: E o que dizer sobre o bom resultado do M5S de Grillo?
GC: Ele soube interpretar uma raiva que tem muitas facetas,
apresentando um programa que, em quase sua totalidade, contém elementos
claramente de esquerda, e no resto combina elementos meio direitistas e
pura demagogia.
Também soube interiorizar o desejo profundo entre os italianos de ver
que alguma coisa está mudando; que é possível pensar em uma alternativa
aos partidos tradicionais e é por isso que a metade dos votos do M5S
veio da centro-esquerda. Não tenho a menor dúvida de que, se fôssemos
votar novamente, Grillo e M5S ganhariam as eleições.
OM: Que cenário político se abre agora?
GC: Não há uma maioria clara e o Senado é ingovernável. Há somente duas
alianças possíveis que permitirão governar: a de Bersani
(centro-esquerda) com Berlusconi (centro-direita) ou a de Grillo com
Bersani.
A primeira seria um suicídio político para a centro-esquerda e o
desengajamento definitivo das pessoas com essa formação política. No
segundo caso, certamente há elementos comuns às duas forças que poderiam
levar à composição de um governo de coalizão, para realizar algumas
reformas importantes, eleger o novo Presidente da República e preparar o
país para novas eleições em uns dois anos.
No entanto, acho que no final das contas, as forças tradicionais vão
impor um novo governo técnico, para fazer uma reforma no sistema
eleitoral e voltar às urnas.
OM: A análise geral é de uma Itália cansada e preocupada com o futuro?
GC: É evidente que a alta abstenção (25%, 5% a mais que em 2008) e o
voto massivo na proposta de Grillo desenham um país que quer mudança e
que já não suporta escutar mais do mesmo e assistir às mesmas dinâmicas.
Uma possível aliança de Bersani com Berlusconi não só seria um suicídio
para a centro-esquerda, como consagraria a ruptura definitiva com boa
parte de sua base.
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: "Aliança entre Bersani e Berlusconi seria suicídio para centro-esquerda", diz analista italiano
A queda dos votos da centro-direita do ex-premiê Silvio Berlusconi, ao
lado da incapacidade da centro-esquerda de interpretar e assumir a raiva
de milhões de italianos frente à “casta política” e à violenta crise
econômica, abriu caminho para o êxito sem precedentes do Movimento 5
Estrelas (M5S), liderado pelo humorista Beppe Grillo.
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Vitor mango- Pontos : 118184
Re: "Aliança entre Bersani e Berlusconi seria suicídio para centro-esquerda", diz analista italiano
a raiva
de milhões de italianos frente à “casta política” e à violenta crise
econômica, abriu caminho para o êxito sem precedentes do Movimento 5
Estrelas (M5S), liderado pelo humorista Beppe Grillo.
de milhões de italianos frente à “casta política” e à violenta crise
econômica, abriu caminho para o êxito sem precedentes do Movimento 5
Estrelas (M5S), liderado pelo humorista Beppe Grillo.
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