Benjamin Netanyahu "liberta-se" dos ultra-ortodoxos
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Benjamin Netanyahu "liberta-se" dos ultra-ortodoxos
Benjamin Netanyahu "liberta-se" dos ultra-ortodoxos
Uma das consequências do espinhoso processo de formação de Governo em
Israel actualmente em curso é o afastamento das formações partidárias
ultra-ortodoxas do espectro político executivo que, de uma maneira ou de
outra, têm marcado presença ou influência nos governos de direita desde
a fundação do Estado hebraico em 1948.
Benjamin Netanyahu, vencedor das últimas eleições, deverá optar por
alianças com partidos mais moderados, libertando-se, assim, dos
constrangimentos impostos pelos ultra-ortodoxos. Porque, o problema que
se tem colocado ao longo dos anos na coabitação com aquelas formações
não é apenas político. É sobretudo um choque permanente entre diferentes
modelos de sociedade. Nem "falcões" como Netanyahu se identificam com o
paradigma apregoado pelos ultra-ortodoxos.
Além disso, a classe política e a opinião pública em geral começam a
demonstrar uma insatisfação crescente perante aquilo que consideram ser a
imposição moral e religiosa de um grupo privilegiado de pessoas que
vivem à margem da sociedade e que, sob o pretexto do ensino dos valores
basilares da Torah, vão obtendo regalias. Financiamentos governamentais
ou a excusa de serviço militar obrigatório são apenas alguns exemplos
dos benefícios da comunidade ultra-ortodoxa.
Actualmente, cerca de 10 por cento dos israelitas são
ultra-ortodoxos, um número que deverá aumentar para 15 por cento em
2025. É uma questão sensível, já que a lógica de ensino ultra-ortodoxo
assenta quase exclusivamente no estudo da Torah, excluindo áreas de
saber como Matemática, Inglês ou ciências. A par desta realidade, os
mais velhos continuam a estudar a tempo inteiro graças aos apoios
estatais.
Com a comunidade ultra-ortodoxa "fechada" ao resto da sociedade e
virada para si mesma, a consequência natural é um maior desemprego e uma
taxa de pobreza mais elevada comparativamente ao resto da sociedade.
Mas, talvez o principal desafio para os governantes nos próximos
tempos seja gerir a fricção crescente entre a comunidade ultra-ortodoxa e
o resto da sociedade israelita (já para não falar dos palestinianos).
Recentemente, os activistas ultra-ortodoxos defenderam algumas
medidas consideradas radicais e que estão a gerar desconforto entre os
israelitas, nomeadamente a tentativa de incutir alguns costumes
restritivos na indumentária das mulheres judaicas.
Ainda mais preocupante e polémica é a medida que prevê práticas
consideradas segregacionistas, tal como a utilização de autocarros e
passeios exclusivamente para ultra-ortodoxos, estando os palestinianos
proibidos de coabitarem naqueles espaços.
Netanyahu, talvez já com pouca paciência para os ensinamentos dos
ultra-ortodoxos e antecipando futuros problemas, está a tentar libertar o
seu novo Governo das amarras dos radicais da Torah, o que também poderá
ser visto com alguma esperança pela sociedade israelita mais
"mainstream".
Texto publicado originalmente no Forte Apache.
tags: benjamin netanyahu, israel, ultra-ortodoxos
Publicado por Alexandre Guerra às 22:39link do post | comentarpartilhar
Uma das consequências do espinhoso processo de formação de Governo em
Israel actualmente em curso é o afastamento das formações partidárias
ultra-ortodoxas do espectro político executivo que, de uma maneira ou de
outra, têm marcado presença ou influência nos governos de direita desde
a fundação do Estado hebraico em 1948.
Benjamin Netanyahu, vencedor das últimas eleições, deverá optar por
alianças com partidos mais moderados, libertando-se, assim, dos
constrangimentos impostos pelos ultra-ortodoxos. Porque, o problema que
se tem colocado ao longo dos anos na coabitação com aquelas formações
não é apenas político. É sobretudo um choque permanente entre diferentes
modelos de sociedade. Nem "falcões" como Netanyahu se identificam com o
paradigma apregoado pelos ultra-ortodoxos.
Além disso, a classe política e a opinião pública em geral começam a
demonstrar uma insatisfação crescente perante aquilo que consideram ser a
imposição moral e religiosa de um grupo privilegiado de pessoas que
vivem à margem da sociedade e que, sob o pretexto do ensino dos valores
basilares da Torah, vão obtendo regalias. Financiamentos governamentais
ou a excusa de serviço militar obrigatório são apenas alguns exemplos
dos benefícios da comunidade ultra-ortodoxa.
Actualmente, cerca de 10 por cento dos israelitas são
ultra-ortodoxos, um número que deverá aumentar para 15 por cento em
2025. É uma questão sensível, já que a lógica de ensino ultra-ortodoxo
assenta quase exclusivamente no estudo da Torah, excluindo áreas de
saber como Matemática, Inglês ou ciências. A par desta realidade, os
mais velhos continuam a estudar a tempo inteiro graças aos apoios
estatais.
Com a comunidade ultra-ortodoxa "fechada" ao resto da sociedade e
virada para si mesma, a consequência natural é um maior desemprego e uma
taxa de pobreza mais elevada comparativamente ao resto da sociedade.
Mas, talvez o principal desafio para os governantes nos próximos
tempos seja gerir a fricção crescente entre a comunidade ultra-ortodoxa e
o resto da sociedade israelita (já para não falar dos palestinianos).
Recentemente, os activistas ultra-ortodoxos defenderam algumas
medidas consideradas radicais e que estão a gerar desconforto entre os
israelitas, nomeadamente a tentativa de incutir alguns costumes
restritivos na indumentária das mulheres judaicas.
Ainda mais preocupante e polémica é a medida que prevê práticas
consideradas segregacionistas, tal como a utilização de autocarros e
passeios exclusivamente para ultra-ortodoxos, estando os palestinianos
proibidos de coabitarem naqueles espaços.
Netanyahu, talvez já com pouca paciência para os ensinamentos dos
ultra-ortodoxos e antecipando futuros problemas, está a tentar libertar o
seu novo Governo das amarras dos radicais da Torah, o que também poderá
ser visto com alguma esperança pela sociedade israelita mais
"mainstream".
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_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118178
Re: Benjamin Netanyahu "liberta-se" dos ultra-ortodoxos
por Vitor mango Hoje à(s) 1:24 pm
Benjamin Netanyahu "liberta-se" dos ultra-ortodoxos
Uma das consequências do espinhoso processo de formação de Governo em
Israel actualmente em curso é o afastamento das formações partidárias
ultra-ortodoxas do espectro político executivo que, de uma maneira ou de
outra, têm marcado presença ou influência nos governos de direita desde
a fundação do Estado hebraico em 1948.
Benjamin Netanyahu, vencedor das últimas eleições, deverá optar por
alianças com partidos mais moderados, libertando-se, assim, dos
constrangimentos impostos pelos ultra-ortodoxos. Porque, o problema que
se tem colocado ao longo dos anos na coabitação com aquelas formações
não é apenas político. É sobretudo um choque permanente entre diferentes
modelos de sociedade. Nem "falcões" como Netanyahu se identificam com o
paradigma apregoado pelos ultra-ortodoxos.
Além disso, a classe política e a opinião pública em geral começam a
demonstrar uma insatisfação crescente perante aquilo que consideram ser a
imposição moral e religiosa de um grupo privilegiado de pessoas que
vivem à margem da sociedade e que, sob o pretexto do ensino dos valores
basilares da Torah, vão obtendo regalias. Financiamentos governamentais
ou a excusa de serviço militar obrigatório são apenas alguns exemplos
dos benefícios da comunidade ultra-ortodoxa.
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