Médio Oriente Palestina quer investigação sobre alegados crimes de Israel

Médio Oriente Palestina quer investigação sobre alegados crimes de Israel

O Tribunal Russell para a Palestina
reclamou no domingo uma investigação do Tribunal Penal Internacional
sobre alegados crimes de Israel nos territórios palestinianos, durante
uma reunião em Bruxelas para concluir quatro anos de trabalhos.






Lusa


MUNDO







06:25 - 18 de Março de 2013 | Por Lusa









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Este ‘tribunal de opinião’, fundado em 2009 com base no
modelo do Tribunal Russell para o Vietname, considera que os
palestinianos que vivem nos territórios ocupados por Israel estão
submetidos a um regime comparável ao Apartheid, que esteve em vigor na
África do Sul.

Durante as sessões em Barcelona, Londres, Cidade do Cabo e Nova
Iorque, bem como no encontro final que teve lugar este fim-de-semana em
Bruxelas, os participantes no tribunal criticaram os "cúmplices" da
política israelita, denunciando primeiramente os Estados Unidos, mas
também as Nações Unidas e a União Europeia.

O tribunal, que foi patrocinado pelo diplomata e antigo
resistente francês Stéphane Hessel, que morreu a 27 de Fevereiro aos 95
anos, ouviu ao longo dos seus quatro anos de existência 150
especialistas e testemunhos, indicaram os seus promotores em conferência
de imprensa.

Na reunião que encerrou os trabalhos, que contou com a presença
de centenas de pessoas em Bruxelas, os membros do ‘júri’, entre os
quais a activista dos direitos humanos Angela Davis e o ex-líder da
banda Pink Floyd Roger Waters, adoptaram 26 recomendações para acções
futuras.

Além da mobilização da opinião pública para que "Israel ponha
fim às violações do direito internacional", o júri reclamou o
encaminhamento do caso para o TPI.


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O reconhecimento da Palestina como Estado observador na ONU, a
29 de Novembro, dá aos palestinianos o direito de o fazer, defende o
tribunal.

"O tribunal apoia os apelos da sociedade civil palestiniana
para que o TPI abra imediatamente uma investigação aos crimes contra a
humanidade e de guerra que lhe sejam apresentados", refere o documento
com as conclusões dos trabalhos que foi divulgado no domingo.

O Tribunal Russell recomendou ainda a retoma da comissão
especial da ONU para o Apartheid, desta vez para examinar a situação dos
palestinianos, e apelou à suspensão do acordo de cooperação entre a
União Europeia e Israel e ao fim das importações de produtos de colónias
israelitas nos territórios ocupados.

"Eles podem escrever o que quiserem, trata-se de um documento
ideológico de propaganda. Trata-se de um organismo privado sem poderes
políticos nem legais", reagiu o porta-voz do Ministério dos Negócios
Estrangeiros israelita, Yigal Palmor, citado pela agência AFP.