Abrir asas e voar
Página 1 de 1
Abrir asas e voar
Abrir asas e voar
Tal
como com outras raparigas, a minha autoconfiança à medida que ia
crescendo praticamente não existia. Duvidava das minhas capacidades,
tinha pouca fé no meu potencial e questionava o meu valor pessoal. Se
tinha boas notas, acreditava que era apenas por sorte. Embora fizesse
amigos com facilidade, preocupava-me que, uma vez que as pessoas me
conhecessem, as amizades não perdurassem. E se as coisas corriam bem,
pensava apenas que estava no sítio certo no momento certo. Rejeitava
mesmo elogios e cumprimentos.
As
escolhas que fiz refletiam a imagem que tinha de mim própria. Ainda
adolescente, senti-me atraída por um homem com a mesma baixa estima.
Apesar do seu temperamento violento e de um relacionamento extremamente
complicado durante o namoro, decidi casar com ele. Ainda me lembro do
meu pai a sussurrar-me ao ouvido antes de me acompanhar ao altar “Ainda
não é tarde demais, Sue. Podes mudar de ideias. ” A minha família
sabia o erro terrível que eu estava a cometer. Umas semanas depois,
também eu.
A
violência física durou vários meses. Sobrevivi a ferimentos graves,
estava coberta de pisaduras a maior parte de tempo e tive que ser
hospitalizada em inúmeras ocasiões. A minha vida tornou-se uma mancha
obscura de sirenes da polícia, relatórios médicos e presenças da
família nos tribunais. No entanto, eu voltava sempre para aquela
relação, na esperança de que as coisas pudessem melhorar.
Depois
de as nossas duas meninas terem nascido, houve alturas em que tudo o
que me ajudava a superar mais aquela noite era ter aqueles bracinhos
rechonchudos à volta do meu pescoço, as bochechas gorduchas esmagadas
contra as minhas e aquelas deliciosas vozinhas infantis a dizer “Está
tudo bem, Mamã. Tudo vai ficar bem.” Mas eu sabia que não ia ficar bem.
Tinha mudanças a fazer – se não por mim, pelo menos para proteger as
minhas filhas.
Então
algo aconteceu que me deu coragem para mudar. Consegui, no âmbito do
meu trabalho, participar numa série de seminários sobre desenvolvimento
profissional. Num deles, uma oradora falou sobre “tornar os sonhos
realidade”. O que era muito difícil para mim – até mesmo sonhar com um
futuro melhor! Mas algo naquela mensagem me tocou.
Ela
pediu-nos que tivéssemos em conta duas questões importantes: “Se
pudessem ser, fazer, ou possuir algo, fosse ele o que fosse, sabendo à
partida que seria impossível falhar, o que escolheriam? E se pudessem
construir a vossa vida ideal, o que teriam a coragem de sonhar?”
Naquele momento, a minha vida começou a mudar. Comecei a sonhar.
Imaginei-me
a ter coragem de mudar com as crianças para um apartamento só nosso.
Começar de novo! Visualizei uma vida melhor para as minhas filhas e
para mim. Sonhei em ser uma oradora motivacional para poder inspirar as
pessoas do mesmo modo que a orientadora do seminário me tinha
inspirado. Vi-me a escrever a minha própria história para dar coragem a
outros. Assim sendo, continuei a construir a imagem visual do meu novo
sucesso. Visualizei-me a usar um fato muito profissional de cor
vermelha, uma pasta de couro na mão e a apanhar um avião. E nisto já
extrapolava bastante, uma vez que nessa altura não tinha sequer dinheiro
para o fato…
No
entanto, eu sabia que era importante preencher o meu sonho com
detalhes alusivos aos meus cinco sentidos. Por isso, fui a uma loja de
artigos em couro e pus-me ao espelho com uma pasta na mão. Como é que
aquilo ficaria, como é que eu me sentiria? Qual seria o cheiro do
couro? Experimentei alguns fatos vermelhos e até encontrei a imagem de
uma mulher com um, transportando uma pasta e entrando num avião.
Pendurei a imagem num sítio onde a pudesse ver todos os dias. Ajudava-me
a manter o sonho vivo.
E rapidamente as mudanças chegaram.
Mudei-me
com as crianças para um pequeno apartamento. Com apenas 77€ por
semana, comíamos muita manteiga de amendoim e deslocávamo-nos num velho
carro. Mas, pela primeira vez na vida, sentíamo-nos livres e em
segurança. Eu empenhava-me ao máximo na minha carreira de vendedora,
sempre concentrada no meu “sonho impossível.”
Então,
um dia, atendi o telefone, e a voz do outro lado pediu-me que falasse
na conferência anual da companhia a realizar em breve. Aceitei e o meu
discurso foi um sucesso. Isto levou-me a uma série de promoções, e
acabei coordenadora de vendas a nível nacional. Atualmente, promovo a
minha própria equipa de oradores motivacionais e viajo por imensos
países à volta do mundo. O meu “sonho impossível” tornou-se realidade!
Acredito que todo o sucesso começa quando abres as tuas ASAS
– quando acreditas no teu valor, confias no teu íntimo, cuidas de ti,
tens um objetivo e delineias uma estratégia pessoal. E, nesse momento,
os sonhos impossíveis tornam-se realidade.
Sue Augustine
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118212
Tópicos semelhantes
» voar aguiar
» Dá-me asas!
» Pilotos da Air France ameaçam parar de voar
» Da Ciência... da Tecnologia...
» ASAS DE GAIVOTA
» Dá-me asas!
» Pilotos da Air France ameaçam parar de voar
» Da Ciência... da Tecnologia...
» ASAS DE GAIVOTA
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos