Ministra da Justiça Tzipi Livni culpa palestinos por falta de acordo de paz, e diz que tempo corre contra solução de dois estados
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ORIENTE MÉDIO
28/05/2013 - 19h17 | Redação | São Paulo
Negociadora de paz afirma que Israel está disposto a "dolorosas concessões", mas critica Abbas
Ministra da Justiça Tzipi Livni
culpa palestinos por falta de acordo de paz, e diz que tempo corre
contra solução de dois estados
Atualizada às 22h05
A ministra da Justiça do governo israelense, Tzipi Livni, afirmou em
uma coletiva para diplomatas e jornalistas internacionais que a paz
baseada na solução de dois Estados implicará em “dolorosas concessões”,
mas que estas são a “única via” para a sobrevivência do país como um
Estado democrático. No entanto, ela criticou tanto o movimento islâmico
Hamas, que controla a Faixa de Gaza, quanto o presidente da ANP
(Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, por não ser “um parceiro
ideal para a paz”. Além de ministra, ela é a responsável pela
negociação de paz com grupos palestinos.
Segundo ela, qualquer acordo com Abbas tem o mesmo valor de um cheque
proveniente de uma conta bancária vazia, já que a ANP não controla a
Faixa de Gaza, que está nas mãos do Hamas, que não reconhece Israel nem
defende a paz com os vizinhos. Ela também levantou dúvidas sobre a
legitimidade de Abbas no comando da Cisjordânia pela ausência de
eleições há anos.
Agência Efe (23/05)
Livni (à direita), em recente encontro com o premiê Benjamin Netanyahu e o chanceler dos EUA, John Kerry
“Uma questão legítima a ser feita é com quem nós vamos assinar um
acordo de paz. (...) No passado, tínhamos laços com quem queria fazer
paz com Israel, mas era incapaz de obtê-la. E, às vezes, tínhamos
aqueles que não queriam a paz com Israel mas eram fortes o suficiente
para obtê-la. E, agora, temos os dois”, disse Livni, em referência à ANP
e ao Hamas, respectivamente. “Portanto, qual a utilidade de assinarmos
um acordo?”
Para ela, a única solução seria um acordo internacional para isolar e
deslegitimizar o Hamas. E pediu para que a comunidade internacional faça
com que Abbas mude de ideia e não busque a reconciliação com o grupo
rival, “pois isso só tornaria o Hamas mais forte”.
Os comentários de Livni, que já ocupou o posto de chanceler entre 2006 a
2009, durante a última administração do partido centrista Kadima, vão
ao encontro de uma entrevista do vice-primeiro-ministro e responsável
pelas Finanças do país, o também centrista Yair Lapid, que na semana
passada classificou Abbas como “um dos fundadores do conceito de
vitimização dos palestinos”.
Leia mais
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Ela admitiu, no entanto, que “o tempo corre contra a solução de dois
estados”, ao comentar sobre a possibilidade de retomar o processo de paz
em poucas semanas.
“Cada dia que se passa sem uma solução ao conflito ou sem negociações é
uma vitória para alguns, mas esses são felizmente uma minoria em
Israel”, afirmou a ex-líder da centro-esquerda israelense, que se reuniu
em quatro ocasiões com o secretário de Estado americano, John Kerry,
nos últimos cinco dias.
"Está claro que teremos que tomar alguns riscos, mas serão riscos
calculados", afirmou Livni, para quem a "segurança de Israel deve ser
preservada nas negociações".
Nas últimas eleições, em janeiro, Livni conseguiu com sua nova
formação, o Hatnuah, apenas seis deputados, que no entanto serviram para
transformar o partido em um dos membros mais importantes da nova
coalizão de governo formada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Livni destacou que seu papel no novo Executivo é "colocar de novo a paz
como parte da agenda", após as conversas entre israelenses e palestinos
terem ficado de fora do debate político nacional nos últimos anos.
Segundo sua opinião, retomar as negociações pode, além disso,
contribuir para mudar o processo de "deslegitimização" que Israel
enfrenta diante da comunidade internacional.
"Perder legitimidade reduz as possibilidades de defender a si próprio",
afirmou frente aos que argumentam que um acordo com os palestinos
poderia pôr Israel em risco, como assegurou ontem o ministro da
Economia, Naftali Benet, líder do partido ultradireitista Habait
Hayehudi.
Livni destacou que as negociações precisam dar resposta a "todas as
questões", entre elas assuntos como fronteiras, refugiados, segurança,
água e Jerusalém.
"É a única maneira de acabar com o conflito", disse antes de ressaltar
que os palestinos precisam declarar claramente que o acordo "será o
final do conflito".
Em relação à questão dos refugiados, a ministra afirmou que o futuro
Estado palestino deverá recebê-los e descartou que estes possam voltar a
seus lugares de origem, que estão atualmente em Israel.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
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