Repressão na Turquia se intensifica sem sinal de conciliação
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Repressão na Turquia se intensifica sem sinal de conciliação
Repressão na Turquia se intensifica sem sinal de conciliação
Mark Lowen
Da BBC News, em Istambul
Atualizado em 11 de junho, 2013 - 21:07 (Brasília) 00:07 GMT
Bastou amanhecer para que uma
nuvem de gás lacrimogêno cobrisse a Praça Taksim, no centro de Istambul,
na Turquia, na maior operação policial dirigida contra os manifestantes
nos últimos dias.
Tanques lançaram jatos d’água, em outra
tentativa de dispersar a multidão, que respondeu atirando bombas
caseiras e tijolos contra os policiais.
Notícias relacionadas
Tópicos relacionados
Há 12 dias a praça central da maior
cidade da Turquia estava sob controle do movimento que vem protestando e
ganhando força no país, além de gerar ampla repercussão internacional
para a crise. Na visão do governo, este era o momento para retomá-la.
O jogo de gato e rato prosseguiu durante todo o
dia, e até a noite desta terça-feira os confrontos continuavam, sem
definição. No início da noite, o governo local disse que manteria a
ofensiva noite e dia, até que a praça seja completamente desbloqueada.
Eu assisti aos caminhões das emissoras de TV
sendo incendiados, levantando uma fumaça preta que se fundia com a nuvem
de gás lacrimogêno.
Sem dar ouvidos
O que começou como um protesto de ambientalistas
contrários à construção de um shopping center onde atualmente está o
Parque Gezi acabou ganhando proporções muito maiores: um confronto
levado adiante por um grupo lutando por mais liberdade na Turquia e pela
preservação do Estado laico no país.
Para eles, o governo vem mostrando uma agenda
autoritária e neo-islâmica: com o maior número de jornalistas presos no
mundo, restrições à venda de álcool e grandes projetos de obras com
prioridade sobre direitos humanos.
"Isto não é uma Primavera Árabe", disse a manifestante Melis Behlil.
"Nós temos eleições livres aqui. Mas o problema é que a pessoa que foi eleita não nos dá ouvidos", acrescenta.
Ela me disse que estava no Parque Gezi desde a
manhã e que os policiais lançaram gás lacrimogêneo para dentro da área
onde ela se encontrava. "Uma bomba (de gás) foi atirada contra a cabeça
de um colega. Por sorte, ele estava usando um capacete, que foi partido
ao meio", disse.
E o que dizer sobre o timing da operação das forças de segurança?
A ofensiva para retomar a praça chega um dia
antes da data em que o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan,
supostamente manteria conversações com os manifestantes – uma chance
para um potencial diálogo que parece cada vez mais distante.
Apoio no Parlamento
Se a situação no país é extremamente volátil, a
posição do premiê tem-se mantido constante. Desde o início da crise ele
vem classificando os manifestantes de "vândalos" e "terroristas".
Na terça-feira, ele disse ao Parlamento que o
movimento era uma conspiração internacional contra a Turquia para
desestabilizar sua economia.
Ele atacou a imprensa internacional por lançar
"ataques" contra o país e alertou os manifestantes de que eles são
apenas reféns dentro de um jogo muito maior. "Não mostraremos mais
tolerância", disse.
Erdogan ainda conta com vasto apoio no país.
Embora o movimento de protesto tenha ganhado as manchetes, outro lado da
Turquia ainda existe, e a base de apoio do primeiro-ministro,
conservadora e religiosa, ainda se mantém.
Eles apoiam um premiê que venceu três eleições,
que aumentou consideravelmente o prestígio internacional da Turquia, que
deu início às conversas de ingresso na União Europeia e lançou um
processo de paz com a minoria curda.
Ele exaltou suas tropas nos últimos dias e planeja grandes marchas em Istambul e Ancara neste fim de semana.
O medo é que conforme os dois lados do conflito
fechem o cerco um contra o outro, a divisão no país aumente, levando a
uma paralisia.
Maioria pacífica
"Se ele quiser construir em cima deste parque,
ele vai ter que colocar cimento por cima de nossas cabeças", disse Mert
Ustas, um jovem manifestante.
O primeiro-ministro pediu aos manifestantes para
que mostrem suas insatisfações nas urnas nas próximas eleições
municipais e presidencias turcas, marcadas para o ano que vem.
Mas ele sabe que muito antes disso terá que conter a revolta e lançar um processo de reconciliação.
Os confrontos continuam com o cair da noite, mas
os manifestantes mais violentos são uma minoria dentro de um movimento
social pacífico.
Passei dias na Praça Taksim e no Parque Gezi e a
maioria das pessoas que conheci eram jovens turcos de esquerda em uma
atmosfera festiva.
A Turquia está em crise profunda, sem certeza do
que está adiante do caminho. Uma grande parte da população sente-se
alienada do governo e não será ameaçada por gás lacrimogêneo.
Uma das principais democracias muçulmanas do
mundo entra agora em águas cada vez mais perigosas, e até o momento, não
há sinal de conciliação.
Mark Lowen
Da BBC News, em Istambul
Atualizado em 11 de junho, 2013 - 21:07 (Brasília) 00:07 GMT
Bastou amanhecer para que uma
nuvem de gás lacrimogêno cobrisse a Praça Taksim, no centro de Istambul,
na Turquia, na maior operação policial dirigida contra os manifestantes
nos últimos dias.
Tanques lançaram jatos d’água, em outra
tentativa de dispersar a multidão, que respondeu atirando bombas
caseiras e tijolos contra os policiais.
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Há 12 dias a praça central da maior
cidade da Turquia estava sob controle do movimento que vem protestando e
ganhando força no país, além de gerar ampla repercussão internacional
para a crise. Na visão do governo, este era o momento para retomá-la.
O jogo de gato e rato prosseguiu durante todo o
dia, e até a noite desta terça-feira os confrontos continuavam, sem
definição. No início da noite, o governo local disse que manteria a
ofensiva noite e dia, até que a praça seja completamente desbloqueada.
Eu assisti aos caminhões das emissoras de TV
sendo incendiados, levantando uma fumaça preta que se fundia com a nuvem
de gás lacrimogêno.
Sem dar ouvidos
O que começou como um protesto de ambientalistas
contrários à construção de um shopping center onde atualmente está o
Parque Gezi acabou ganhando proporções muito maiores: um confronto
levado adiante por um grupo lutando por mais liberdade na Turquia e pela
preservação do Estado laico no país.
Para eles, o governo vem mostrando uma agenda
autoritária e neo-islâmica: com o maior número de jornalistas presos no
mundo, restrições à venda de álcool e grandes projetos de obras com
prioridade sobre direitos humanos.
"Isto não é uma Primavera Árabe", disse a manifestante Melis Behlil.
"Nós temos eleições livres aqui. Mas o problema é que a pessoa que foi eleita não nos dá ouvidos", acrescenta.
Ela me disse que estava no Parque Gezi desde a
manhã e que os policiais lançaram gás lacrimogêneo para dentro da área
onde ela se encontrava. "Uma bomba (de gás) foi atirada contra a cabeça
de um colega. Por sorte, ele estava usando um capacete, que foi partido
ao meio", disse.
E o que dizer sobre o timing da operação das forças de segurança?
A ofensiva para retomar a praça chega um dia
antes da data em que o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan,
supostamente manteria conversações com os manifestantes – uma chance
para um potencial diálogo que parece cada vez mais distante.
Apoio no Parlamento
Se a situação no país é extremamente volátil, a
posição do premiê tem-se mantido constante. Desde o início da crise ele
vem classificando os manifestantes de "vândalos" e "terroristas".
Na terça-feira, ele disse ao Parlamento que o
movimento era uma conspiração internacional contra a Turquia para
desestabilizar sua economia.
Ele atacou a imprensa internacional por lançar
"ataques" contra o país e alertou os manifestantes de que eles são
apenas reféns dentro de um jogo muito maior. "Não mostraremos mais
tolerância", disse.
Erdogan ainda conta com vasto apoio no país.
Embora o movimento de protesto tenha ganhado as manchetes, outro lado da
Turquia ainda existe, e a base de apoio do primeiro-ministro,
conservadora e religiosa, ainda se mantém.
Eles apoiam um premiê que venceu três eleições,
que aumentou consideravelmente o prestígio internacional da Turquia, que
deu início às conversas de ingresso na União Europeia e lançou um
processo de paz com a minoria curda.
Ele exaltou suas tropas nos últimos dias e planeja grandes marchas em Istambul e Ancara neste fim de semana.
O medo é que conforme os dois lados do conflito
fechem o cerco um contra o outro, a divisão no país aumente, levando a
uma paralisia.
Maioria pacífica
"Se ele quiser construir em cima deste parque,
ele vai ter que colocar cimento por cima de nossas cabeças", disse Mert
Ustas, um jovem manifestante.
O primeiro-ministro pediu aos manifestantes para
que mostrem suas insatisfações nas urnas nas próximas eleições
municipais e presidencias turcas, marcadas para o ano que vem.
Mas ele sabe que muito antes disso terá que conter a revolta e lançar um processo de reconciliação.
Os confrontos continuam com o cair da noite, mas
os manifestantes mais violentos são uma minoria dentro de um movimento
social pacífico.
Passei dias na Praça Taksim e no Parque Gezi e a
maioria das pessoas que conheci eram jovens turcos de esquerda em uma
atmosfera festiva.
A Turquia está em crise profunda, sem certeza do
que está adiante do caminho. Uma grande parte da população sente-se
alienada do governo e não será ameaçada por gás lacrimogêneo.
Uma das principais democracias muçulmanas do
mundo entra agora em águas cada vez mais perigosas, e até o momento, não
há sinal de conciliação.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Repressão na Turquia se intensifica sem sinal de conciliação
ERdogan tentou esticar o Islão numa sociedade laica por tradiçao ....e tentou que as hospedeiras da aviaçao Turca usassem veus vestidos esticados nao haver vinho e por ai fora
Ora o mundo esta cada vez mais a desligar-se de extremos e de religiosidade bafienta
...e ainda bem ja que todas as religiões mostraram ao longo dos milenios que quando armados fazem apenas uma coisa
Ora o mundo esta cada vez mais a desligar-se de extremos e de religiosidade bafienta
...e ainda bem ja que todas as religiões mostraram ao longo dos milenios que quando armados fazem apenas uma coisa
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Repressão na Turquia se intensifica sem sinal de conciliação
.
Era de esperar que, um dia, o seu querido Erdogan pusesse as manguinhas de fora e revelasse, quem na realidade é e a que vinha. Muito ele tardou!
Era de esperar que, um dia, o seu querido Erdogan pusesse as manguinhas de fora e revelasse, quem na realidade é e a que vinha. Muito ele tardou!
_________________
Amigos?Longe! Inimigos? O mais perto possível!
Joao Ruiz- Pontos : 32035
Re: Repressão na Turquia se intensifica sem sinal de conciliação
Joao Ruiz escreveu:.
Era de esperar que, um dia, o seu querido Erdogan pusesse as manguinhas de fora e revelasse, quem na realidade é e a que vinha. Muito ele tardou!
INDA Hoje descuti este assunto cokm o meu amigo bate-chapas ...bumba bumba ...dizia eu que hoje não ha paises mas um universo onde a Juventude comunga toda e anseia pertencer ao mundo moderno da NET TV Radio ...no antanho as igrejas reuniam livros e queimavam-nos em praça publica porque eram as ideias que nessa altura se infiltravam na juventude
Tambem em Israel fruto de uma feroz e teimosa religião as mulheres proibidas de rezar junto ao muro e usar o xaile (??? não sei dizer em alemão ) estão a desafiar os ortodoxos e a esticarem-se para oraram junto ao muro ...e..igualmente os Gays judeus em manifes fort e feia ...enquanto o Xico papa admite ter pandeleiros a jogar no vaticano
Um mundo efectivaçao em ebulição equivalente as sociedades nuam igualdade a tabelar por cima
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Repressão na Turquia se intensifica sem sinal de conciliação
Jovfem Turca vestida de vermelho que para as sociedades islamicas é pior que o Toucinho para o Maomé
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Repressão na Turquia se intensifica sem sinal de conciliação
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Repressão na Turquia se intensifica sem sinal de conciliação
mulheres catolica quando usavam veu
_________________
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Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Repressão na Turquia se intensifica sem sinal de conciliação
_________________
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Vitor mango- Pontos : 118184
Re: Repressão na Turquia se intensifica sem sinal de conciliação
uma pecadora
_________________
Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118184
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