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75 anos após “Noite dos Cristais”, antissemitismo cresce na Europa, diz pesquisa

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75 anos após “Noite dos Cristais”, antissemitismo cresce na Europa, diz pesquisa Empty 75 anos após “Noite dos Cristais”, antissemitismo cresce na Europa, diz pesquisa

Mensagem por Vitor mango Dom Nov 17, 2013 9:43 am

75 anos após “Noite dos Cristais”, antissemitismo cresce na Europa, diz pesquisa
Para 76% dos judeus europeus, conteúdo ofensivo é mais disseminado na internet


Um estudo da FRA (Agência de Direitos Fundamentais da União Europeia) publicado nesta sexta-feira (08/11), véspera do aniversário da “Noite dos Cristais”, mostrou que 76% dos judeus europeus consideram que o antissemitismo cresceu no continente nos últimos cinco anos, especialmente na internet. Dos cerca de seis mil judeus entrevistados, 66% consideram o antissemitismo um problema.

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A pesquisa foi realizada em 2012 em oito países que abrigam 90% da população judaica da União Europeia: Bélgica, França, Alemanha, Hungria, Itália, Letônia, Suécia e o Reino Unido. Os judeus foram questionados sobre “suas opiniões e percepções acerca de tópicos antissemitas e o antissemitismo como um problema no cotidiano”. Também houve perguntas sobre suas experiências pessoas com discriminação por causa da religião e preocupações quanto à própria segurança e a de familiares.

Agência Efe
75 anos após “Noite dos Cristais”, antissemitismo cresce na Europa, diz pesquisa Noite%20dos%20cristais
Homem judeu fotografa monumento em memória dos judeus na comemoração do aniversário da "Noite dos cristais"
Uma judia britânica afirmou que “passou por mais comentários antissemitas” desde que criou uma conta no Facebook do que havia vivenciado durante toda a sua vida. “Isso é muito desanimador. A velocidade com que os comentários hostis e a desinformação podem ser transmitidos é assustadora e leva a um mal-estar profundo, que não pode se conectar com a realidade do dia a dia de ser judeu em uma sociedade diversificada”, afirmou, segundo a BBC.
Um dos entrevistados, de nacionalidade francesa, denuncia “os fóruns de discussão na internet e os comentários no YouTube, [que] estão cheios de mensagens antissemitas e antissionistas”. A imprensa também foi uma “campeã” do antissemitismo na pesquisa: 59% dos entrevistados acham que a mídia apresenta conteúdo ofensivo em relação a judeus. 
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Há peculiaridades, entretanto, de uma região para outra: na França, por exemplo, 78% das pessoas que participaram do estudo consideram que o antissemitismo se manifesta em atos de vandalismo contra os edifícios, quando a média europeia é de 54%. Para 84% dos judeus húngaros, a ofensa está presente no discurso político: desde abril de 2010, o partido de extrema direita Jobbik, abertamente antissemita, possui 43 dos 386 deputados no Parlamento.
O diretor da FRA, o dinamarquês Morten Kjaerum, afirmou que o antissemitismo é um exemplo inquietante da persistência de “alguns preconceitos através dos séculos”. “Não tem seu lugar na sociedade de hoje”, afirmou.
Apesar de ter realizado a pesquisa em 2012, a FRA escolheu publicá-la agora para coincidir com a data de aniversário de 75 anos da “Noite dos Cristais”, episódio de violência contra os judeus durante o Terceiro Reich alemão, momento que ficou marcado como uma demonstração do antissemitismo nazista.

Agência Efe
75 anos após “Noite dos Cristais”, antissemitismo cresce na Europa, diz pesquisa Cemiterio%20judeu
Cemitério judeu em Leipzig, Alemanha. Antissemitismo está crescendo na Europa, segundo judeus do continente 
Na madrugada de 9 para 10 de novembro de 1938, e durante todo o dia que se seguiu, propriedades de judeus foram saqueadas em todo o país, vitrines de lojas judias foram quebradas, sinagogas foram queimadas e 30 mil homens, presos e deportados. 90 pessoas foram mortas como decorrência da ação violenta do governo de Adolf Hitler.
Celebrações
Para lembrar o aniversário da “Noite dos Cristais”, a Alemanha organizou uma série de comemorações em diversas partes do país. O presidente do Conselho Central de Judeus da Alemanha, Dieter Bauman, pediu que todos “participem sinceramente e com emoção” e declarou que esses aniversários conduzem frequentemente a um “recolhimento ritualizado”.
O presidente alemão, Joachim Gauck, participou na tarde de hoje de uma cerimônia no Memorial da sinagoga queimada de Eberswalde, cidade perto de Berlim, em 9 de novembro de 1938. No domingo, o ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, irá discursar em uma sinagoga no centro de Berlim.
Dezenas de lojas na capital alemã vão colar neste fim de semana em suas vitrines um adesivo plástico que cria a impressão de que elas estão quebradas, para lembrar as lojas judaicas saqueadas pelos nazistas.
A prefeitura pediu que os moradores limpem os cerca de cinco mil pequenos tijolos dourados, sobre os quais estão inscritos os nomes dos judeus e a data de sua deportação, e que estão inseridos nas calçadas de Berlim na frente de suas antigas casas.
No domingo, em frente ao Portão de Brandemburgo, coração turístico de Berlim, haverá uma instalação multimídia, com jovens apresentando vídeos curtos contra o racismo e o antissemitismo. Testemunhas e sobreviventes da época estarão presentes.
Esse não é o único momento importante da história alemã que ocorreu em 9 de novembro. Chamada de “dia do destino” a data é também o aniversário da queda do Muro de Berlim (1989), o 90º aniversário do Putsch de Munique (1923), uma tentativa frustrada de tomar o poder por parte de Hitler, e o 85º aniversário da primeira República Alemã, com a abdicação do Imperador Guilherme II em 1918.

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