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A nova porta-voz do Hamas: bons ventos para as mulheres em Gaza?

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Mensagem por Vitor mango Sex Dez 13, 2013 4:47 pm

A nova porta-voz do Hamas: bons ventos para as mulheres em Gaza?
terça-feira, 12 de novembro de 2013

A nova porta-voz do Hamas: bons ventos para as mulheres em Gaza? 06113-WN-GAZ05
Israa al-Mudallal em seu escritório, na cidade de Gaza. Imagem via Al-Monitor
 
A nova porta-voz do Hamas: bons ventos para as mulheres em Gaza? Samuel_Tablets
 
A jornalista palestina Israa al-Mudallal é a primeira porta-voz para a mídia internacional do Hamas, grupo político que controla a Faixa de Gaza. A nomeação de Israa causou furor na imprensa internacional, que destacou o fato de o Hamas ter indicado uma mulher jovem para um posto tão importante, o que seria um contraste frente às recentes medidas de cerceamento da liberdade das mulheres em Gaza.
 
Israa tem 23 anos e é formada em jornalismo pela Universidade Islâmica de Gaza. Ela trabalhou no site iraniano de notícias em inglês PressTV e no canal de TV Al-Kitab, onde apresentava um talk show sobre a cidade de Jerusalém, e refletiu bastante antes de aceitar o convite para ser a porta-voz do Hamas. “O governo de Gaza me convidou para ser porta-voz há um ano, mas recusei. Eu amava meus programas na TV. Eu tinha recusado o cargo, mas a situação mudou. Queria progredir na vida, ter mais conhecimento. Sofro com a situação em Gaza e quero estar em uma posição em que atinja mais pessoas”, comentou a jornalista.
 
A nomeação de Israa para o cargo recém-criado pelo Hamas é uma boa notícia, mas ao mesmo tempo deixa claro como o grupo e a imprensa internacional encaram a “questão da mulher” no mundo árabe e islâmico. Nas notícias sobre sua indicação, o fato de Israa ser mulher se sobrepõe ao ineditismo da iniciativa do Hamas: ela não é apenas a primeira mulher a ser porta-voz do grupo, mas também a primeira pessoa a ser porta-voz do Hamas para a imprensa estrangeira. O cargo teria sido instituído dentro do contexto da nova política de relações públicas do Hamas, iniciada com a assunção de Ihab Ghussein como novo chefe do departamento de mídia do governo de Gaza. Pessoas mais jovens e com mais familiaridade com as novas mídias foram contratadas, um novo site oficial do governo foi lançado e iniciou-se um uso constante das redes sociais (ou do Twitter, pelo menos).
 
A nomeação de Israa – um esforço “para abrir-se mais ao Ocidente”, segundo Ghussein – tem sido entendida como uma tentativa do Hamas de projetar uma imagem mais “suave” para o mundo não-árabe. O Hamas é considerado uma organização terrorista por várias potências ocidentais – EUA e União Europeia in primis. A Faixa de Gaza sofre desde 2007 com o bloqueio imposto por Israel desde que o Hamas passou a controlar o território (a Cisjordânia é controlada pelo Fatah, partido do presidente da Palestina, Mahmoud Abbas). O bloqueio econômico é a principal causa da situação de calamidade em que vivem os habitantes de Gaza, agravada pelas ocasionais ofensivas militares de Israel.
 
O furor pela nomeação de Israa também tem a ver com as medidas instauradas pelo Hamas nos últimos seis anos com relação aos direitos das mulheres. Em 2010, o grupo proibiu que mulheres fumassem narguilé em cafés pela Faixa de Gaza, alegando que o hábito destrói casamentos e mancha a imagem do povo palestino. “É inapropriado para uma mulher sentar-se de pernas cruzadas e fumar em público”, afirmou Ghussein, então ministro do interior (sim, o mesmo que nomeou Israa como porta-voz). Em janeiro desse ano, a universidade Al Aqsa, uma instituição pública considerada um espaço de diversidade política e intelectual no território, estabeleceu um “código de vestimenta” para as alunas: o hijab, cobrindo a cabeça, e o jilbab, uma cobertura até os pés que impede a exposição das “curvas do corpo da mulher”. Segundo matéria do site Al-Monitor, as mulheres em Gaza estariam proibidas também de andar de bicicleta, e o uso do hijab passou a ser obrigatório em instituições públicas como escolas e tribunais. A jornalista e ativista feminista Dunia al-Amal Ismail alega que quando as mulheres palestinas exigem mudanças e melhorias na sua situação social, elas ouvem que devem aguardar, já que ainda “não é o momento certo; estamos combatendo a ocupação israelense”.
 
Amira Haroun, sub-secretária do Ministério para as Questões das Mulheres, sustenta que o governo do Hamas está trabalhando para melhorar a situação das mulheres em Gaza. “Estamos lidando com as questões das mulheres a partir de uma perspectiva islâmica. Estamos investigando as verdadeiras necessidades das mulheres em Gaza, e não temos que suportar algo que não tenha a ver com a situação e o papel dessas mulheres. Temos nossa própria agenda e não estamos sofrendo de ‘ocidentofobia’. Apenas adotamos o que é conveniente para nós e deixamos de lado o que se opõe à nossa religião e à Sharia”.
 
Israa parece confiante em seu novo cargo, e sua história de vida dá a entender que, como ela mesma diz, é uma mulher forte. Mesmo assim, algumas declarações de seus colegas de trabalho são bastante incômodas. Ghussein – aquele que é contra mulheres fumando em público de pernas cruzadas – diz que a seleção de uma mulher foi intencional, como um contrapeso à percepção do Hamas como um “opressor das mulheres”: “Consultei vários oficiais do governo e a ideia foi bem recebida por todos. Nós sempre declaramos que não somos contra a participação das mulheres em todos os aspectos da vida, mas ações falam mais alto do que palavras, certamente. Escolhi Israa entre dezenas de nomes porque eu tinha certeza de que ela era a pessoa certa no lugar certo.”
 
Mulheres e seus direitos instrumentalizados por homens no poder… Já não vimos esse filme antes?
 
Tags: direitos das mulheres,gaza,hamas,Israa al-Mudallal,mulheres,palestina

  • Islândia, a terra prometida das mulheres
  • Mulheres e eleições municipais, na Palestina e no Brasil

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Vitor mango
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