Com novas eleições, Netanyahu tenta formar governo ainda mais à direita em Israel
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Com novas eleições, Netanyahu tenta formar governo ainda mais à direita em Israel
Com novas eleições, Netanyahu tenta formar governo ainda mais à direita em Israel
Guila Flint (*) | Tel Aviv - 03/12/2014 - 16h19
Pleito antecipado já foi marcado para março de 2015; pesquisas dão força à estratégia de premiê, sugerindo crescimento da extrema direita
A decisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de demitir ministros centristas para levar à antecipação das eleições, baseia-se em uma aposta de que os resultados das urnas lhe conferirão a possibilidade de liderar uma coligação de direita sem empecilhos a seus planos futuros.
As últimas pesquisas demonstram que há uma lógica na aposta do premiê. De acordo com a pesquisa do Instituto Camil Fuchs, divulgada nesta terça-feira (02/12), o bloco de partidos de direita e extrema direita obteria 51 das 120 cadeiras do Parlamento. Se esse bloco se unisse com os partidos ultraortodoxos, obteria uma maioria de 66 cadeiras e não precisaria fazer coligação com partidos de centro.
Em discurso à nação, Netanyahu justificou sua decisão de demitir o ministro das Finanças, Yair Lapid, e a ministra da Justiça, Tzipi Livni, acusando-os de "conspiração" e "tentativa de golpe".
Agência Efe
Netanyahu espera bom resultado na eleição de março para formar coalizão ainda mais conservadora que a atual
O premiê acusou os politicos centristas de discordarem da posição do gabinete em questões como Irã, palestinos e as relações com o governo norte-americano.
"Assim não dá para continuar", disse ele. "Vamos às urnas para formar um governo estável e amplo, com colaboração de todos os membros, para que haja uma governabilidade verdadeira".
Netanyahu já deu uma amostra dos planos futuros que pretende promover se voltar a liderar o país após as eleições. O projeto de lei para classificar Israel como "Estado-nação" do povo judeu foi a gota d'água que tornou a convivência entre direitistas e centristas impossivel.
Tanto Lapid como Livni se opuseram à formulação da lei, que sobrepõe o caráter judaico do Estado a principios democráticos. Mas apesar da divergência de seus parceiros na coligação, Netanyahu decidiu encaminhar o projeto à votação do Parlamento.
Agora, com a dissolução do Parlamento e a antecipação das eleições, a legislação provavelmente será adiada. No entanto, se as pesquisas se comprovarem, Netanyahu não terá dificuldades de obter a aprovação do próximo Parlamento para o projeto que classifica a grande minoria de árabes-palestinos, que compõem 20% da população do país, como cidadãos de segunda categoria.
As pesquisas também indicam o fortalecimento do partido de extrema direita Habait Hayehudi, liderado pelo atual ministro de Indústria e Comércio, Naftali Bennet, que se tornaria o segundo maior partido do país.
Wikicommons
Nesse caso, Bennet, que apoia a anexação de 60% da Cisjordânia a Israel e representa os colonos que moram em assentamentos nos territorios ocupados, poderia ser nomeado ministro da Defesa, o segundo cargo mais importante no governo.
[Bennet deve ganhar espaço em um possível novo governo do atual premiê]
Tal coligação governamental tornaria impensável a retomada das negociações de paz com os palestinos.
Nessas circunstâncias se elevam as vozes da esquerda e do centro conclamando todas as forças "sensatas" do país a se unirem em um bloco cujo objetivo seria barrar a reeleição de Netanyahu.
A deputada Zahava Galon, do partido social-democrata Meretz, propôs a formação de uma frente que englobaria os partidos de centro e esquerda, juntamente com os partidos que representam a população árabe de Israel.
Segundo Galon, todos os integrantes dessa frente deveriam se comprometer a não entrar em uma coligação com Netanyahu "em hipótese alguma".
A frente sugerida pela deputada defenderia a criação de um Estado Palestino ao lado de Israel, os princípios da democracia e a redução das desigualdades sociais.
As novas eleições, já marcadas para 17 de março de 2015, serão as mais decisivas na história do país, pois os israelenses terão que escolher entre duas opções de futuro totalmente opostas: ou marchar para a paz e consolidar a democracia ou perpetuar a ocupação dos territorios palestinos e ancorar na legislação a discriminação de não judeus.
(*) Guila Flint cobre o Oriente Médio para a imprensa brasileira há 20 anos e é autora do livro 'Miragem de Paz', da editora Civilização Brasileira.
Guila Flint (*) | Tel Aviv - 03/12/2014 - 16h19
Pleito antecipado já foi marcado para março de 2015; pesquisas dão força à estratégia de premiê, sugerindo crescimento da extrema direita
A decisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de demitir ministros centristas para levar à antecipação das eleições, baseia-se em uma aposta de que os resultados das urnas lhe conferirão a possibilidade de liderar uma coligação de direita sem empecilhos a seus planos futuros.
As últimas pesquisas demonstram que há uma lógica na aposta do premiê. De acordo com a pesquisa do Instituto Camil Fuchs, divulgada nesta terça-feira (02/12), o bloco de partidos de direita e extrema direita obteria 51 das 120 cadeiras do Parlamento. Se esse bloco se unisse com os partidos ultraortodoxos, obteria uma maioria de 66 cadeiras e não precisaria fazer coligação com partidos de centro.
Em discurso à nação, Netanyahu justificou sua decisão de demitir o ministro das Finanças, Yair Lapid, e a ministra da Justiça, Tzipi Livni, acusando-os de "conspiração" e "tentativa de golpe".
Agência Efe
Netanyahu espera bom resultado na eleição de março para formar coalizão ainda mais conservadora que a atual
O premiê acusou os politicos centristas de discordarem da posição do gabinete em questões como Irã, palestinos e as relações com o governo norte-americano.
"Assim não dá para continuar", disse ele. "Vamos às urnas para formar um governo estável e amplo, com colaboração de todos os membros, para que haja uma governabilidade verdadeira".
Netanyahu já deu uma amostra dos planos futuros que pretende promover se voltar a liderar o país após as eleições. O projeto de lei para classificar Israel como "Estado-nação" do povo judeu foi a gota d'água que tornou a convivência entre direitistas e centristas impossivel.
Tanto Lapid como Livni se opuseram à formulação da lei, que sobrepõe o caráter judaico do Estado a principios democráticos. Mas apesar da divergência de seus parceiros na coligação, Netanyahu decidiu encaminhar o projeto à votação do Parlamento.
Agora, com a dissolução do Parlamento e a antecipação das eleições, a legislação provavelmente será adiada. No entanto, se as pesquisas se comprovarem, Netanyahu não terá dificuldades de obter a aprovação do próximo Parlamento para o projeto que classifica a grande minoria de árabes-palestinos, que compõem 20% da população do país, como cidadãos de segunda categoria.
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Wikicommons
Nesse caso, Bennet, que apoia a anexação de 60% da Cisjordânia a Israel e representa os colonos que moram em assentamentos nos territorios ocupados, poderia ser nomeado ministro da Defesa, o segundo cargo mais importante no governo.
[Bennet deve ganhar espaço em um possível novo governo do atual premiê]
Tal coligação governamental tornaria impensável a retomada das negociações de paz com os palestinos.
Nessas circunstâncias se elevam as vozes da esquerda e do centro conclamando todas as forças "sensatas" do país a se unirem em um bloco cujo objetivo seria barrar a reeleição de Netanyahu.
A deputada Zahava Galon, do partido social-democrata Meretz, propôs a formação de uma frente que englobaria os partidos de centro e esquerda, juntamente com os partidos que representam a população árabe de Israel.
Segundo Galon, todos os integrantes dessa frente deveriam se comprometer a não entrar em uma coligação com Netanyahu "em hipótese alguma".
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(*) Guila Flint cobre o Oriente Médio para a imprensa brasileira há 20 anos e é autora do livro 'Miragem de Paz', da editora Civilização Brasileira.
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