"Atacaram a Turquia. Tínhamos de os punir e por isso atingimos alvos do Daesh"
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"Atacaram a Turquia. Tínhamos de os punir e por isso atingimos alvos do Daesh"
"Atacaram a Turquia. Tínhamos de os punir e por isso atingimos alvos do Daesh"
por Leonídio Paulo Ferreira
Mevlut Çavusoglu esteve em Lisboa para a inauguração do memorial às vítimas do atentado contra a embaixada turca de 1983
Mevlut Çavusoglu esteve em Lisboa para a inauguração do memorial às vítimas do atentado contra a embaixada turca de 1983 Fotografia © Carlos Manuel Martins/Global Imagens
Mevlut Çavusoglu, chefe da diplomacia turca, explica como o atentado suicida em Suruc obrigou a reação contra jihadistas e que aproveitamento pelo PKK da situação abriu nova frente.
Li recentemente propostas suas para uma zona de segurança na fronteira com a Síria. Pode explicar-me como iria funcionar?
Desde o início, temos sugerido que deve existir uma zona de segurança e uma no-fly zone na Síria, por várias razões. E recentemente chegámos a um acordo com os EUA para usarem as nossas bases e para um esforço conjunto para combater as organizações terroristas do Daesh. E as pessoas perguntam-me "quando vai haver uma zona de segurança". Bem, quando erradicarmos o Daesh no terreno, todas essas zonas serão automaticamente zonas de segurança. E todos os refugiados poderão voltar a casa. Não podemos agora obrigar as pessoas a voltar à Síria porque não é seguro lá.
Como explica a mudança de atitude da Turquia em relação ao Estado Islâmico, ou Daesh como prefere dizer, e à guerra na Síria?
Não há qualquer mudança nas nossas políticas em relação ao Daesh. É uma organização terrorista e nós declarámo-lo como tal quando a maior parte dos países nem sabia que ele existia. Foi em outubro de 2013. Desde então que vimos a sublinhar que é uma ameaça global, mas primeiro é uma ameaça direta contra a Turquia. Eles mantiveram o pessoal do nosso consulado, incluindo o cônsul-geral, reféns durante 102 dias. E temos sido membros ativos da coligação contra o Daesh desde o início. Não há mudança de atitude. O que temos enfatizado é a necessidade de uma mudança de estratégia para combatê-lo. Infelizmente não há uma estratégia. Se houvesse uma estratégia predeterminada, a Turquia iria participar ativamente. Agora começámos com o programa de treino. OK, mas não vai ser suficiente. Todos percebem isso. Temos repetido que ataques aéreos esporádicos não chegam para travar o Daesh e muito menos para o erradicar. Logo, temos de discutir como melhorar os nossos esforços, ter uma melhor estratégia para o combater. E temos um acordo com os EUA. Temos tentado travar os combatentes estrangeiros terroristas, incluindo 16 mil estrangeiros na lista de pessoas proibidas de entrar na Turquia. Já impedimos 1300 de atravessar a fronteira. E capturámos e deportámos 1600 combatentes estrangeiros. Temos treinado os peshmergas. Temos apoiado o governo iraquiano também. A Turquia tem sido muito ativa. Sabemos que o Daesh é uma ameaça direta à Turquia e à sua segurança. Mas não tínhamos sido alvo de ataques. Agora fomos. Em Suruç, mataram 33 cidadãos.
O atentado de dia 20 mudou tudo?
por Leonídio Paulo Ferreira
Mevlut Çavusoglu esteve em Lisboa para a inauguração do memorial às vítimas do atentado contra a embaixada turca de 1983
Mevlut Çavusoglu esteve em Lisboa para a inauguração do memorial às vítimas do atentado contra a embaixada turca de 1983 Fotografia © Carlos Manuel Martins/Global Imagens
Mevlut Çavusoglu, chefe da diplomacia turca, explica como o atentado suicida em Suruc obrigou a reação contra jihadistas e que aproveitamento pelo PKK da situação abriu nova frente.
Li recentemente propostas suas para uma zona de segurança na fronteira com a Síria. Pode explicar-me como iria funcionar?
Desde o início, temos sugerido que deve existir uma zona de segurança e uma no-fly zone na Síria, por várias razões. E recentemente chegámos a um acordo com os EUA para usarem as nossas bases e para um esforço conjunto para combater as organizações terroristas do Daesh. E as pessoas perguntam-me "quando vai haver uma zona de segurança". Bem, quando erradicarmos o Daesh no terreno, todas essas zonas serão automaticamente zonas de segurança. E todos os refugiados poderão voltar a casa. Não podemos agora obrigar as pessoas a voltar à Síria porque não é seguro lá.
Como explica a mudança de atitude da Turquia em relação ao Estado Islâmico, ou Daesh como prefere dizer, e à guerra na Síria?
Não há qualquer mudança nas nossas políticas em relação ao Daesh. É uma organização terrorista e nós declarámo-lo como tal quando a maior parte dos países nem sabia que ele existia. Foi em outubro de 2013. Desde então que vimos a sublinhar que é uma ameaça global, mas primeiro é uma ameaça direta contra a Turquia. Eles mantiveram o pessoal do nosso consulado, incluindo o cônsul-geral, reféns durante 102 dias. E temos sido membros ativos da coligação contra o Daesh desde o início. Não há mudança de atitude. O que temos enfatizado é a necessidade de uma mudança de estratégia para combatê-lo. Infelizmente não há uma estratégia. Se houvesse uma estratégia predeterminada, a Turquia iria participar ativamente. Agora começámos com o programa de treino. OK, mas não vai ser suficiente. Todos percebem isso. Temos repetido que ataques aéreos esporádicos não chegam para travar o Daesh e muito menos para o erradicar. Logo, temos de discutir como melhorar os nossos esforços, ter uma melhor estratégia para o combater. E temos um acordo com os EUA. Temos tentado travar os combatentes estrangeiros terroristas, incluindo 16 mil estrangeiros na lista de pessoas proibidas de entrar na Turquia. Já impedimos 1300 de atravessar a fronteira. E capturámos e deportámos 1600 combatentes estrangeiros. Temos treinado os peshmergas. Temos apoiado o governo iraquiano também. A Turquia tem sido muito ativa. Sabemos que o Daesh é uma ameaça direta à Turquia e à sua segurança. Mas não tínhamos sido alvo de ataques. Agora fomos. Em Suruç, mataram 33 cidadãos.
O atentado de dia 20 mudou tudo?
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118212
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