Um país dividido entre Donald, o grande líder, e Trump, o demagogo
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Um país dividido entre Donald, o grande líder, e Trump, o demagogo
Um país dividido entre Donald, o grande líder, e Trump, o demagogo
Alexandre Martins
08/12/2015 - 18:01
Donald Trump propôs que todos os muçulmanos sejam proibidos de entrar nos EUA e foi atacado por todos os lados. Um dos candidatos do Partido Republicano lançou uma petição contra ele, mas as sondagens sugerem outros sentimentos.
Trump lidera a maioria das sondagens na corrida do Partido Republicano Sean Rayford/AFP
Poucas horas depois de ter feito uma das propostas mais extremistas das últimas décadas numa campanha para as eleições presidenciais dos EUA, o magnata do imobiliário, estrela da televisão e candidato pelo Partido Republicano Donald Trump exercitava o seu poder na rede social Twitter para promover um dos seus outros preciosos objectivos para 2016: "Estou a autografar cópias do meu livro Crippled America. Encomende o seu agora – dá um óptimo presente de Natal!"
Entre a mensagem partilhada na segunda-feira em que defendeu a proibição da entrada de todos os muçulmanos nos EUA – imigrantes ou turistas – e aquela em que promoveu o seu livro Crippled America: How to Make America Great Again, Trump dedicou mais tempo a destacar uma sondagem da CNN que lhe dá vantagem entre os candidatos do Partido Republicano no estado do Iowa do que a responder à acusação de que se tornou oficialmente num fascista racista. Ou, segundo a versão mais branda do também candidato pelo Partido Republicano Jeb Bush, um "desequilibrado".
O senador Lindsey Graham, que também está na corrida dos Republicanos – e que é alvo de sátira em programas de entretenimento por fazer pouco mais nos debates do que sugerir declarações de guerra a todos os inimigos dos EUA – disse numa entrevista à CNN, esta terça-feira, que há uma forma de "devolver a grandeza à América": "Dizer ao Donald Trump que vá para o Inferno."
E a lista de puxões de orelha a Donald Trump no interior do próprio Partido Republicano continua. O governador John Kasich (correcto, mais um candidato à Casa Branca) lançou mesmo uma petição para "travar o Trump". "Já chega, Trump. A equipa de Kasich denunciou recentemente a retórica perigosa de Trump. Precisamos de um líder que nos una – e não que nos divida", lê-se no site da petição.
Se estas foram as reacções de outros candidatos do Partido Republicano, é fácil imaginar o que disseram os candidatos do Partido Democrata.
"Donald Trump afastou todas as dúvidas: ele está a concorrer para a Presidência como um demagogo fascista", escreveu no Twitter o antigo governador Martin O'Malley, o menos popular nas sondagens dos três candidatos oficiais do Partido Democrata.
Bernie Sanders, o candidato mais à esquerda dos três, dispensou o mesmo número de mensagens no Twitter à proposta de Donald Trump: "Os EUA são uma nação mais forte quando se une. Somos mais fracos quando permitimos que o racismo e a xenofobia nos divida"; "Ao longo da história, os demagogos tentaram dividir-nos com base na raça, no género, na orientação sexual ou nos países de origem"; "Agora, Donald Trump e outros querem que odiemos todos os muçulmanos."
Mentiras e divisões
Esta não é a primeira vez (e por esta altura é relativamente seguro afirmar que não será a última) que Donald Trump provoca uma gigantesca polémica na campanha para as presidenciais nos EUA.
Alexandre Martins
08/12/2015 - 18:01
Donald Trump propôs que todos os muçulmanos sejam proibidos de entrar nos EUA e foi atacado por todos os lados. Um dos candidatos do Partido Republicano lançou uma petição contra ele, mas as sondagens sugerem outros sentimentos.
Trump lidera a maioria das sondagens na corrida do Partido Republicano Sean Rayford/AFP
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Poucas horas depois de ter feito uma das propostas mais extremistas das últimas décadas numa campanha para as eleições presidenciais dos EUA, o magnata do imobiliário, estrela da televisão e candidato pelo Partido Republicano Donald Trump exercitava o seu poder na rede social Twitter para promover um dos seus outros preciosos objectivos para 2016: "Estou a autografar cópias do meu livro Crippled America. Encomende o seu agora – dá um óptimo presente de Natal!"
Entre a mensagem partilhada na segunda-feira em que defendeu a proibição da entrada de todos os muçulmanos nos EUA – imigrantes ou turistas – e aquela em que promoveu o seu livro Crippled America: How to Make America Great Again, Trump dedicou mais tempo a destacar uma sondagem da CNN que lhe dá vantagem entre os candidatos do Partido Republicano no estado do Iowa do que a responder à acusação de que se tornou oficialmente num fascista racista. Ou, segundo a versão mais branda do também candidato pelo Partido Republicano Jeb Bush, um "desequilibrado".
Mesmo para os padrões de Donald Trump, a ideia de fechar as portas dos EUA a um grupo da população mundial por causa da sua religião é "ridícula", disse o governador Chris Christie, outro candidato do Partido Republicano.Donald Trump is unhinged. His "policy" proposals are not serious.
— Jeb Bush (@JebBush) December 7, 2015
O senador Lindsey Graham, que também está na corrida dos Republicanos – e que é alvo de sátira em programas de entretenimento por fazer pouco mais nos debates do que sugerir declarações de guerra a todos os inimigos dos EUA – disse numa entrevista à CNN, esta terça-feira, que há uma forma de "devolver a grandeza à América": "Dizer ao Donald Trump que vá para o Inferno."
E a lista de puxões de orelha a Donald Trump no interior do próprio Partido Republicano continua. O governador John Kasich (correcto, mais um candidato à Casa Branca) lançou mesmo uma petição para "travar o Trump". "Já chega, Trump. A equipa de Kasich denunciou recentemente a retórica perigosa de Trump. Precisamos de um líder que nos una – e não que nos divida", lê-se no site da petição.
Até Ben Carson, o neurocirurgião reformado que até há bem pouco tempo surgia apenas atrás de Donald Trump nas sondagens, e que afastou completamente a ideia de os EUA virem algum dia a ter um Presidente muçulmano, torceu o nariz à proposta do magnata: "Todas as pessoas que visitam o nosso país devem ser registadas e monitorizadas durante a sua estadia, tal como acontece em muitos países. Nós não defendemos, nem defenderemos, uma selecção com base numa religião", disse o seu porta-voz, Doug Watts.America needs a leader that will unite us, not divide us @realDonaldTrump -Sign if you agree https://t.co/cdx5VrKtMt pic.twitter.com/wmsALudrA8
— John Kasich (@JohnKasich) December 8, 2015
Se estas foram as reacções de outros candidatos do Partido Republicano, é fácil imaginar o que disseram os candidatos do Partido Democrata.
"Donald Trump afastou todas as dúvidas: ele está a concorrer para a Presidência como um demagogo fascista", escreveu no Twitter o antigo governador Martin O'Malley, o menos popular nas sondagens dos três candidatos oficiais do Partido Democrata.
Bernie Sanders, o candidato mais à esquerda dos três, dispensou o mesmo número de mensagens no Twitter à proposta de Donald Trump: "Os EUA são uma nação mais forte quando se une. Somos mais fracos quando permitimos que o racismo e a xenofobia nos divida"; "Ao longo da história, os demagogos tentaram dividir-nos com base na raça, no género, na orientação sexual ou nos países de origem"; "Agora, Donald Trump e outros querem que odiemos todos os muçulmanos."
Do alto da sua enorme vantagem nas sondagens, Hillary Clinton reagiu de uma forma mais institucional: "Declarar guerra ao islão e demonizar os muçulmanos americanos não vai apenas contra os nossos valores – vai ao encontro dos objectivos dos terroristas."
Mentiras e divisões
Esta não é a primeira vez (e por esta altura é relativamente seguro afirmar que não será a última) que Donald Trump provoca uma gigantesca polémica na campanha para as presidenciais nos EUA.
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Só discuto o que nao sei ...O ke sei ensino ...POIZ
Vitor mango- Pontos : 118212
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