Segura a Michelle, Obama!
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Segura a Michelle, Obama!
Segura a Michelle, Obama!
Ivan Lessa
Colunista da BBC Brasil
Ivan Lessa (ilustração de Baptistão)
Começou a inana. Dois meses para o Homem tomar posse e tome lenha.
Que homem? E poderia ser outro que não Obama? Sim, claro, com todo novo presidente é assim. Mas há diferenças sutis e grossas com Barack Obama. A começar com a venda de bugigangas: pratos coloridos à mão, meias, o de sempre, mas, e a CNN mostrou, camisinhas com o rosto de Obama estampado.
Livre iniciativa é isso aí.
Vamos começar por cima. Com a acadêmica, jornalista e escritora nascida na Austrália (não chega a ser desculpa, embora muitos usem como tal), Germaine Greer. Sim, corre a lenda de que os australianos são grossos, Lenda? Waal..., como dizia Paulo Francis. Devagar, no entanto.
Germaine, com 68 anos, é figura obrigatória em tudo quanto é programa de televisão. Seu esquema é simples. E simplório. Cair de pau, discordar de qualquer coisa que passe por consenso, que tenha caído no gosto do povo.
Em sua coluna semanal, no The Guardian, Germaine discorre sobre isso e aquilo outro emprestando sua voz oficial de tenorino, dita feminista. É respeitada na especialidade. Seu livro A Mulher Eunuco, de 1970, fez seu nome e permitiu que ela aparecesse e aparecesse. E aparecesse. Em 1972, identificava-se como comunista anarquista, chegada ao Marxismo. Mas isso passou, não dava blusa para mulher nenhuma.
Para Germaine, conforme declarações da época para o New York Times, o título do livro é uma indicação do problema feminino. Segundo ela, as mulheres não se dão conta do quanto os homens as odeiam e como são ensinadas a se detestarem.
Isso são águas passadas. Germaine se fez. Hoje pontifica, e como pontifica, sobre o que passar na sua frente. Maradona, música pop, artes plásticas, o diabo. Nunca li ou ouvi de sua boca qualquer opinião sensata ou inteligente. Dá no entanto, para viver, ela viver. E como. O que ela não pode deixar de fazer é insuflar as flamas da controvérsia. Passou na frente, é alvo legítimo.
Em sua coluna de 17 de novembro, ela dissecou, ou desconstruiu, conforme queiram, os vestidos de Michelle, Sasha e Malia Obama, por ocasião do júbilo de 4 de novembro, uma vez confirmada a vitória de Obama. O texto correu a Net e vários jornais, daqui e de lá.
O que teve de gente postando grossuras peludas não está no gibi. Ou melhor, está. Nos gibis de Carlos Zéfiro.
Segundo Germaine, na ocasião usando seu vestido caseiro de crítica de modas, as três Obamas não poderiam ter encontrado algo mais “saturnino” para botar em cima do corpo. Os quatro Obamas apresentaram-se no palco de Grant Park, em Chicago. Germaine nada diz de Obama. Um dos 10 mais, seguramente, no seu entender. Também não quer muito papo, está visto, com homem. No entanto, Sasha, de 7 anos, vestia-se da cabeça aos pés de preto. Malia, de 10 anos, idem, só que com meias pretas, apenas o vestidinho vermelho-sangue.
Germaine guarda o grosso da munição para Michelle Obama. Descreve seu costume como um painel vermelho de doer nos olhos, esparramado na frente da veste como uma hemorragia geométrica.
Pesado. Bem pesado.
Germaine não para aí: argumenta que as duas cores são as mais perturbantes que os homens conhecem. Cores do caos, segundo a beletrista. Lembra que as cobras corais e as aranhas venenosas dispõem dessas tonalidades a fim de avisar de seu potencial de destruição.
Foi uma farra para os bloggers, que postaram horrores. Exatamente o que Germaine queria, claro. Falou-se em avental de carniceiro, erupção havaiana. O estilista, Narciso Rodriguez (cubano?), levou uma boa pela fuça adentro.
Germaine sabe exatamente o que está fazendo. O que é lamentável. Mas caixinha é caixinha. “Obrigado!”, deve ter dito ela para sua legião de fã. Sim fã. No singular.
Ivan Lessa
Colunista da BBC Brasil
Ivan Lessa (ilustração de Baptistão)
Começou a inana. Dois meses para o Homem tomar posse e tome lenha.
Que homem? E poderia ser outro que não Obama? Sim, claro, com todo novo presidente é assim. Mas há diferenças sutis e grossas com Barack Obama. A começar com a venda de bugigangas: pratos coloridos à mão, meias, o de sempre, mas, e a CNN mostrou, camisinhas com o rosto de Obama estampado.
Livre iniciativa é isso aí.
Vamos começar por cima. Com a acadêmica, jornalista e escritora nascida na Austrália (não chega a ser desculpa, embora muitos usem como tal), Germaine Greer. Sim, corre a lenda de que os australianos são grossos, Lenda? Waal..., como dizia Paulo Francis. Devagar, no entanto.
Germaine, com 68 anos, é figura obrigatória em tudo quanto é programa de televisão. Seu esquema é simples. E simplório. Cair de pau, discordar de qualquer coisa que passe por consenso, que tenha caído no gosto do povo.
Em sua coluna semanal, no The Guardian, Germaine discorre sobre isso e aquilo outro emprestando sua voz oficial de tenorino, dita feminista. É respeitada na especialidade. Seu livro A Mulher Eunuco, de 1970, fez seu nome e permitiu que ela aparecesse e aparecesse. E aparecesse. Em 1972, identificava-se como comunista anarquista, chegada ao Marxismo. Mas isso passou, não dava blusa para mulher nenhuma.
Para Germaine, conforme declarações da época para o New York Times, o título do livro é uma indicação do problema feminino. Segundo ela, as mulheres não se dão conta do quanto os homens as odeiam e como são ensinadas a se detestarem.
Isso são águas passadas. Germaine se fez. Hoje pontifica, e como pontifica, sobre o que passar na sua frente. Maradona, música pop, artes plásticas, o diabo. Nunca li ou ouvi de sua boca qualquer opinião sensata ou inteligente. Dá no entanto, para viver, ela viver. E como. O que ela não pode deixar de fazer é insuflar as flamas da controvérsia. Passou na frente, é alvo legítimo.
Em sua coluna de 17 de novembro, ela dissecou, ou desconstruiu, conforme queiram, os vestidos de Michelle, Sasha e Malia Obama, por ocasião do júbilo de 4 de novembro, uma vez confirmada a vitória de Obama. O texto correu a Net e vários jornais, daqui e de lá.
O que teve de gente postando grossuras peludas não está no gibi. Ou melhor, está. Nos gibis de Carlos Zéfiro.
Segundo Germaine, na ocasião usando seu vestido caseiro de crítica de modas, as três Obamas não poderiam ter encontrado algo mais “saturnino” para botar em cima do corpo. Os quatro Obamas apresentaram-se no palco de Grant Park, em Chicago. Germaine nada diz de Obama. Um dos 10 mais, seguramente, no seu entender. Também não quer muito papo, está visto, com homem. No entanto, Sasha, de 7 anos, vestia-se da cabeça aos pés de preto. Malia, de 10 anos, idem, só que com meias pretas, apenas o vestidinho vermelho-sangue.
Germaine guarda o grosso da munição para Michelle Obama. Descreve seu costume como um painel vermelho de doer nos olhos, esparramado na frente da veste como uma hemorragia geométrica.
Pesado. Bem pesado.
Germaine não para aí: argumenta que as duas cores são as mais perturbantes que os homens conhecem. Cores do caos, segundo a beletrista. Lembra que as cobras corais e as aranhas venenosas dispõem dessas tonalidades a fim de avisar de seu potencial de destruição.
Foi uma farra para os bloggers, que postaram horrores. Exatamente o que Germaine queria, claro. Falou-se em avental de carniceiro, erupção havaiana. O estilista, Narciso Rodriguez (cubano?), levou uma boa pela fuça adentro.
Germaine sabe exatamente o que está fazendo. O que é lamentável. Mas caixinha é caixinha. “Obrigado!”, deve ter dito ela para sua legião de fã. Sim fã. No singular.
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