Manuel José diz ter «mais legitimidade para ser seleccionador» O tetracampeão africano afirma que é o técnico «com mais legitimidade para reivindicar» o comando da Selecção Nacional.

Manuel José diz ter «mais legitimidade para ser seleccionador»
O tetracampeão africano afirma que é o técnico «com mais legitimidade para reivindicar» o comando da Selecção Nacional. «Queiroz não tem o currículo que eu tenho», assegura, afirmando que deverá terminar a carreira fora do país

«As forças de bloqueio impediram que fosse eu o escolhido. O poder maléfico e maligno tirou-me da selecção». É o que diz Manuel José, treinador do campeão egípcio Al-Ahly, quando lhe perguntam porque não foi escolhido para seleccionador nacional em 2002.

E em entrevista ao Diário de Notícias, o técnico português faz as mesmas críticas à escolha de Carlos Queiroz, este ano.

«Sou quem mais legitimidade tem para reivindicar o lugar. Eu e mais ninguém. O próprio Queiroz não tem o currículo que eu tenho», afirma Manuel José.

E quem é o rosto do «poder maléfico»? O treinador de 62 não o identifica, e também se esquiva quando se pergunta quais as razões do seu conflito com Pinto da Costa: «São muito fortes e não tenho de as contar».

Manuel José afirma que «Portugal é um país injusto com os seus cidadãos que se destacam», e não prevê regressar a terras lusas.

«Que prazer é que dá trabalhar em Portugal? As tricas são sempre as mesmas e os 'assobios' dourados nunca dão em nada», acusa.

«Acho que vou acabar a carreira fora do país. Mais três ou quatro anos e acabo», revela.

Manuel José jogou no Benfica, Boavista, Sporting e Braga e treinou o Espinho, Boavista, Marítimo, Benfica, Leiria e Belenenses.

Mas foi no Egipto que alcançou a glória. Ao comando do Al-Ahly, Manuel José conquistou quatro títulos egípcios, quatro Ligas dos Campeões Africanos e três Supertaças Africanas, entre outros troféus. «De Portugal não recebi nem uma florzinha», queixa-se.

No Cairo, a paixão é outra. «Até me custa falar disso porque podem pensar que é vaidade ou exagero (...) mas se quiser ir ao centro da cidade, sei que vou criar um sarilho enorme à polícia».

Ruas cheias de fãs a perseguir Manuel José não são um cenário inédito. Quando em 2007 ponderou abandonar o Egipto, um fã declarou: «Se ele se fosse embora, Portugal teria que acolher 60 milhões de egípcios».

«Não há nenhum outro treinador que tenha com a sua massa associativa a relação que eu tenho com os adeptos do Al-Ahly», garante.

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