Mais um jogo da selecção, mais uma exibição demasiado penosa

Mais um jogo da selecção, mais uma exibição demasiado penosa
10.06.2009 - 20:30 Manuel Mendes
Ints Kalnins/Reuters
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* Bento 16.5 10.06.2009 22:23, Bispo da Igreja do Batman
Vamos lá analisar o enredo: Portugal finge ser uma selecção de topo, então quando algo corre mal face a objectivos por vezes ilusórios previstos, marc...

Beto, que se estreou com a camisola da selecção principal, foi a grande figura da equipa portuguesa frente à modesta Estónia. O guarda-redes do Leixões realizou um punhado de defesas que evitaram uma humilhação da equipa de Carlos Queiroz perante uma das piores selecções europeias.

Além de Beto, apenas as exibições de Eliseu e Edinho merecem nota positiva. Tudo o resto foi para esquecer. Tudo o que se passou no Le Coq Arena, em Tallin, constituiu um banho de água fria para aqueles que acreditavam que, após a vitória na Albânia, a formação portuguesa poderia arrancar para um ciclo positivo. Um erro.

No primeiro teste seria impossível fazer pior. Nem mesmo o facto de ter estreado alguns jogadores e da partida servir fundamentalmente para fazer experiências pode explicar o que se passou na Estónia. Portugal não dominou. Foi dominado. E por uma das piores selecções do continente europeu. E só não perdeu porque tinha na baliza Beto.

Carlos Queiroz voltou a jogar com um central adaptado a “médio trinco”. Não foi Pepe, mas Zé Castro. Uma opção que custa a entender. Não parece a atitude mais sensata aproveitar os jogos particulares para realizar demasiadas experiências num momento em que a selecção precisa de consolidar uma equipa.

O jogo de hoje se poderia servir para alguma coisa, deveria mostrar a Carlos Queiroz que as várias adaptações que está a fazer não constituem uma solução. Zé Castro não se sente bem no meio-campo e Boa Morte também não é alternativa como médio. O resultado foi péssimo e no meio-campo apenas Tiago deu algum risco ao futebol português. Mas como uma andorinha não faz a Primavera...

De bom, apenas dois ou três aspectos. A confirmação de Beto como um elemento capaz de constituir alternativa a Eduardo e a exibição de Eliseu, um ala que merece outro tipo de atenção. Curiosamente, a equipa portuguesa teve um trio ofensivo (Eliseu, Nani e Edinho) que esteve bem, particularmente na primeira parte. Mas nunca teve um meio-campo capaz de lhe fazer chegar a bola em condições.

Sem bola pouco ou nada podiam fazer. E se na primeira parte Portugal ainda mandou no jogo, a verdade é que no segundo tempo quase foi encostada às cordas. Nem a entrada de Raul Meireles alterou fosse o que fosse, até porque, nessa altura, Boa Morte e Tiago já praticamente não existiam. Valeu Beto a defender dois ou três remates nos derradeiros cinco minutos para evitar o pior.

Carlos Queiroz, contudo, minimizou tudo isto no final do jogo. “O objectivo foi cumprido, porque pretendiamos dar minutos e experiência a vários jogadores”, disse o seleccionador no final, adiantando que está confiante no futuro. “Temos de cumprir os nossos objectivos e ganhar os jogos que temos pela frente”, afirmou. Depois fez um balanço e sobre a temporada que hoje terminou referindo que tudo foi cumprido, com excepção dos resultados em casa frente à Dinamarca e Albânia.

Ficha de jogo
Estónia 0
Portugal 0

Jogo no Estádio Le Coq Arena, em Tallin.
Assistência Cerca de 7.000 espectadores
Estónia Mart Poom (Pareiko, 31’), Jaager, Barengrub, Piiroja, Klavan, Kink (Kruglov, 70’), Dimitrijev, Vunk (Voskoboinikov, 54’), Purge (Sisov, 78’), Vassilijev e Zenjov (Puri, 70’).
Portugal Beto, Miguel, Ricardo Carvalho (Pepe, 59’), Rolando, Gonçalo Brandão (Duda, 68’), Zé Castro (Bruno Alves, 89’), Tiago, Boa Morte (Hugo Almeida, 84’), Eliseu (Raul Meireles, 68’), Edinho e Nani.
Árbitro Michael Svendson, da Dinamarca.
Amarelo Eliseu (51’).