Dias Loureiro afirma que alertou Vítor Constâncio
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Dias Loureiro afirma que alertou Vítor Constâncio
Dias Loureiro afirma que alertou Vítor Constâncio em 2001 sobre situação do BPN
Por Sofia Rainho
Manuel Dias Loureiro revelou, na Grande Entrevista na RTP, que em Abril de 2001 tomou a iniciativa de ir ao Banco de Portugal (BdP) solicitar a supervisão bancária do BPN
Na altura, o ex-administrador da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) – a holding que detém o BPN – falou com António Marta, o vice-governador com o pelouro da supervisão bancária, e pediu que o BdP tivesse «uma atenção especial» ao BPN e ao grupo. «Não pedi por causas concretas. Não tinha nenhuma desconfiança de irregularidades na SLN. Pedi por causa do que se ouvia cá fora, porque o modelo de gestão era de ‘não reuniões’. E porque queria estar tranquilo lá dentro», justificou.
Dias Loureiro esclareceu ainda que tinha acesso às contas da SLN no final do ano, para as assinar. Mas tinha «duas salvaguardas» que o tranquilizavam. Por um lado, «o facto de, a partir de determinado momento, o Banco de Portugal estar permanentemente lá» e, por outro, «o facto de haver um administrador do banco em quem confiava». Na entrevista, aliás, Dias Loureiro sustentou que Oliveira e Costa «é um homem brilhante, muito inteligente, um trabalhador incansável». «E eu não acredito que ele tenha tenha feito alguma coisa para seu interesse pessoal», acrescentou. Apesar de tudo, admitiu que falou por diversas vezes com Oliveira e Costa e que este lhe disse sempre que se tratava de «má-língua» e que «sabia o que estava a fazer».
A propósito do ‘Negócio de Porto Rico’, o ex-administrador da SLN confirmou as deslocações a Porto Rico e a compra das duas empresas tecnológicas em 2002. Mas negou que se tratassem de «empresas-fantasma», sustentando que em 2002 as empresas existiam e tinham pessoas da SLN a trabalhar lá.
Porém, «quando no final de 2002 vejo as contas do grupo, não vejo estas empresas lá». E quando confrontou Oliveira e Costa com este facto a resposta foi: «Pois não estão, nem podem estar porque estas empresas foram compradas por uma offshore, que foi financiada, não é nossa neste momento e eu não quero que seja, até poder fazer uma holding de todas as empresas tecnológicas do grupo para poder levar para a Bolsa». «E acreditou nessa explicação?», interrogou Judite de Sousa. «Acreditei sinceramente», respondeu.
Em 2002, Dias Loureiro anunciou a Oliveira e Costa que queria voltar à política. «O modelo de gestão aqui não é um modelo que me agrade, não há reuniões...», justificou.
O ex-secretário-geral do PSD deixou então todos os cargos executivos e passou a não executivo, tendo ficado até 2005 «com apenas dois dossiês: tentar que a Caixa Galiza comprasse uma participação na SLN e, por outro lado, com o dossiê dos plásticos e dos automóveis».
Questionado sobre o Banco Insular, de Cabo Verde, Dias Loureiro disse: «Não tenho nenhum conhecimento. Nunca participei em nenhuma reunião onde fosse decidido comprar um banco insular».
A propósito do negócio SIRESP, Dias Loureiro disse que só soube pelos jornais, que Daniel Sanches apenas fez o despacho enquanto ministro e que «foi tudo investigado».
Dias Loureiro assegurou nunca ter falado com o Presidente sobre o BPN e disse estar «de consciência tranquila», garantindo que, desde 2002, não tem nada a ver com o BPN.
sofia.rainho@sol.pt
Por Sofia Rainho
Manuel Dias Loureiro revelou, na Grande Entrevista na RTP, que em Abril de 2001 tomou a iniciativa de ir ao Banco de Portugal (BdP) solicitar a supervisão bancária do BPN
Na altura, o ex-administrador da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) – a holding que detém o BPN – falou com António Marta, o vice-governador com o pelouro da supervisão bancária, e pediu que o BdP tivesse «uma atenção especial» ao BPN e ao grupo. «Não pedi por causas concretas. Não tinha nenhuma desconfiança de irregularidades na SLN. Pedi por causa do que se ouvia cá fora, porque o modelo de gestão era de ‘não reuniões’. E porque queria estar tranquilo lá dentro», justificou.
Dias Loureiro esclareceu ainda que tinha acesso às contas da SLN no final do ano, para as assinar. Mas tinha «duas salvaguardas» que o tranquilizavam. Por um lado, «o facto de, a partir de determinado momento, o Banco de Portugal estar permanentemente lá» e, por outro, «o facto de haver um administrador do banco em quem confiava». Na entrevista, aliás, Dias Loureiro sustentou que Oliveira e Costa «é um homem brilhante, muito inteligente, um trabalhador incansável». «E eu não acredito que ele tenha tenha feito alguma coisa para seu interesse pessoal», acrescentou. Apesar de tudo, admitiu que falou por diversas vezes com Oliveira e Costa e que este lhe disse sempre que se tratava de «má-língua» e que «sabia o que estava a fazer».
A propósito do ‘Negócio de Porto Rico’, o ex-administrador da SLN confirmou as deslocações a Porto Rico e a compra das duas empresas tecnológicas em 2002. Mas negou que se tratassem de «empresas-fantasma», sustentando que em 2002 as empresas existiam e tinham pessoas da SLN a trabalhar lá.
Porém, «quando no final de 2002 vejo as contas do grupo, não vejo estas empresas lá». E quando confrontou Oliveira e Costa com este facto a resposta foi: «Pois não estão, nem podem estar porque estas empresas foram compradas por uma offshore, que foi financiada, não é nossa neste momento e eu não quero que seja, até poder fazer uma holding de todas as empresas tecnológicas do grupo para poder levar para a Bolsa». «E acreditou nessa explicação?», interrogou Judite de Sousa. «Acreditei sinceramente», respondeu.
Em 2002, Dias Loureiro anunciou a Oliveira e Costa que queria voltar à política. «O modelo de gestão aqui não é um modelo que me agrade, não há reuniões...», justificou.
O ex-secretário-geral do PSD deixou então todos os cargos executivos e passou a não executivo, tendo ficado até 2005 «com apenas dois dossiês: tentar que a Caixa Galiza comprasse uma participação na SLN e, por outro lado, com o dossiê dos plásticos e dos automóveis».
Questionado sobre o Banco Insular, de Cabo Verde, Dias Loureiro disse: «Não tenho nenhum conhecimento. Nunca participei em nenhuma reunião onde fosse decidido comprar um banco insular».
A propósito do negócio SIRESP, Dias Loureiro disse que só soube pelos jornais, que Daniel Sanches apenas fez o despacho enquanto ministro e que «foi tudo investigado».
Dias Loureiro assegurou nunca ter falado com o Presidente sobre o BPN e disse estar «de consciência tranquila», garantindo que, desde 2002, não tem nada a ver com o BPN.
sofia.rainho@sol.pt
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