Europa não. Portugal, nunca!
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Quarta-feira, 2 de Janeiro de 2019
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Quarta-feira, 2 de Janeiro de 2019
O Bloco-Notas de José Cutileiro
Manifestação de mulheres em Portugal na década de 1970
Europa não. Portugal, nunca!
Tal era o grito de guerra, princípio de vida, lema de campanha do malogrado Mário Viegas quando se candidatou à presidência da nossa República. Não me lembro de apelo mais lúcido vindo de nenhum país europeu, substituindo Portugal pelo nome de qualquer dos outros 28 – um dia destes 27, se rasgo de bom senso britânico que parece extinto ou vítima de convulsões suicidárias, não pedir, como pode ainda fazer sem autorização seja de quem for, a anulação do seu fanfarronado anúncio de saída, ficando tudo como dantes. Se tal não acontecer (e se as duas Câmaras de Westminster, a dos Comuns e a dos Lordes, não aceitarem o plano de Theresa May) o dia a dia dos ingleses (e escoceses, galeses, irlandeses do Norte) será muito mais caro, laborioso, incerto e irritante do que é agora, o PIB receberá um rombo de que levará muitos anos a recuperar e – isso são favas contadas - a Irlanda do Norte resvalará outra vez para a guerra civil.
Toda esta tragédia - não há outro nome a dar-lhe, a não ser quiçà opera buffa - porque meia-dúzia de tontos nostálgicos de grandezas imperiais mitificadas, de súcia com aprendizes de ditador fartos do rame-rame da paz democrática, mentiram escandalosamente aos súbditos de Sua Magestade Britânica (é assim que se diz; cidadãos é nas repúblicas) sobre as consequências de sair da União (contaram ao povo que ficariam mais ricos quando, se tal chegar a acontecer, ficarão garantidamente mais pobres). O Partido Conservador que se dilacera há mais de 20 anos sobre a questão europeia deu provas de nem perceber o que a saida acarretava nem saber negociá-la. Os Trabalhistas são dirigidos por esquerdista irreformável da velha escola, que agrada à ala mais barulhenta e descerebrada do Partido e torna este alternativa de poder inaceitável para a maioria dos eleitores que, com um Tony Blair ou um Gordon Brown do outro lado da « Casa » já teria mandado os Tories às ortigas.
Vou deixar os «bifes» pela mão de um deles - «O patriotismo é o último refúgio do tratante» disse o Dr. Johson que na sua terra é quase tão citado como Shakespeare e do lado cá do Canal da Mancha passa por indústria farmaceutica – e voltar à Pátria. Na primeira Grande Guerra, médico mobilizado, amigo do meu avô, pavoneava-se por Évora já fardado para a Flandres, enquanto em Lisboa movia influências que o deixaram ficar em Portugal. Inglês da Várzea de Colares espantava-se por eu dizer tanto mal de Portugal e ele só dizer bem. Expliquei-lhe que ele gostava do país e eu o amava: caso houvesse uma broncalina do camandro, ele punha-se ao fresco e eu, se preciso fosse, ficava e morria. (Quem ama a Pátria é assim; depois há os que a namoram como Eça achou que Pinheiro Chagas fazia).
A maior exigência tem de ser com os nossos. Os Pais jantavam num hotel em Sevilha quando grupo palreiro de portugueses entrou. Sem combinação prévia, passaram a falar francês um com o outro. Nessa altura em Portugal havia nós e eles. Hoje não é tão simples.
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