Combate a aquecimento só dará certo se gerar lucros, diz Clinton Marina Wentzel De Hong Kong para a BBC Brasil
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Combate a aquecimento só dará certo se gerar lucros, diz Clinton Marina Wentzel De Hong Kong para a BBC Brasil
Combate a aquecimento só dará certo se gerar lucros, diz Clinton
Marina Wentzel
De Hong Kong para a BBC Brasil
Bill Clinton e Glória Macapagal-Arroyo
Clinton defendeu medidas pragmáticas para envolver países ricos
O esforço internacional para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa só terá sucesso se for economicamente justificável, afirmou nesta terça-feira em Hong Kong o ex-presidente americano Bill Clinton.
“Precisamos descobrir como fazer isso ser economicamente viável”, disse ele, durante um evento organizado por sua fundação, a Clinton Global Initiative.
O ex-presidente afirmou que o combate ao aquecimento global precisa gerar lucro e criar empregos para motivar os países a se comprometer com a causa ambiental por questões pragmáticas.
Além de Clinton, o ministro das Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, a presidente das Filipinas, Glória Macapagal-Arroyo, e outras autoridades também participaram do evento.
O encontro da organização ocorre ao mesmo tempo em que mais de 9 mil delegados de países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) se reúnem em Poznan, na Polônia, para discutir a mudança climática e tentar esboçar um acordo para o próximo encontro, marcado para o ano que vem em Copenhague, na Dinamarca.
Emergentes
Os participantes concordaram que é necessário cooperação para conseguir desenhar uma estratégia sucessora do Protocolo de Kyoto, que funcione na prática e não seja um ponto de confrontação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
“Havia pessoas na China que acreditavam que isso (o Protocolo de Kyoto) era um complô para desacelerar o crescimento econômico dos emergentes”, disse Clinton. “Mas eles mudaram, só que agora vamos ter que negociar um novo acordo desde o princípio”.
Clinton perguntou ao ministro Yang Jiechi como seria possível “evitar a briga que arruinou Kyoto”, referindo-se à posição antagônica que Estados Unidos e China adotaram nas negociações do acordo.
Yang Jiechi reiterou a posição chinesa e cobrou dos países ricos transferência de tecnologia e recursos financeiros para o combate ao aquecimento global.
“Acredito que os países desenvolvidos devem liderar o combate dando ajuda tecnológica e de capital aos países em desenvolvimento”, disse Yang.
China e Estados Unidos se acusam mutuamente de ser o maior poluidor do mundo.
Em termos absolutos, os chineses são os maiores emissores de gases causadores do efeito estufa, mas argumentam que os norte-americanos têm um nível de emissões de gases per capita muito superior.
Fundo
Há um mês, a China sugeriu, em uma conferência da ONU em Pequim, que os países ricos doassem 1% do seu Produto Interno Bruto (PIB) para um fundo internacional que proveria a transferência de tecnologia verde para os países em desenvolvimento.
Na ocasião, o presidente Hu Jintao criticou o estilo de vida ocidental, que chamou de “insustentável”, e disse que eles têm "responsabilidade e obrigação" de mudar o modo como vivem.
“Não podemos pedir a países como a Índia ou a China que façam um voto de pobreza para que nós continuemos com o nosso estilo de vida”, reconheceu Clinton, referindo-se aos hábitos de consumo dos países ricos.
Clinton não chegou a falar especificamente no Brasil, mas ressaltou que cerca de 18% de todas as emissões causadas pelo mundo têm origem no desmatamento, e que a Amazônia, juntamente com as florestas da Indonésia, são um caso preocupante.
Yang Jiechi e Macapagal-Arroyo também aproveitaram a ocasião para felicitar Clinton pelo sucesso de sua esposa, Hillary, que foi apontada nova secretária de Estado no governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama.
Marina Wentzel
De Hong Kong para a BBC Brasil
Bill Clinton e Glória Macapagal-Arroyo
Clinton defendeu medidas pragmáticas para envolver países ricos
O esforço internacional para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa só terá sucesso se for economicamente justificável, afirmou nesta terça-feira em Hong Kong o ex-presidente americano Bill Clinton.
“Precisamos descobrir como fazer isso ser economicamente viável”, disse ele, durante um evento organizado por sua fundação, a Clinton Global Initiative.
O ex-presidente afirmou que o combate ao aquecimento global precisa gerar lucro e criar empregos para motivar os países a se comprometer com a causa ambiental por questões pragmáticas.
Além de Clinton, o ministro das Relações Exteriores da China, Yang Jiechi, a presidente das Filipinas, Glória Macapagal-Arroyo, e outras autoridades também participaram do evento.
O encontro da organização ocorre ao mesmo tempo em que mais de 9 mil delegados de países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) se reúnem em Poznan, na Polônia, para discutir a mudança climática e tentar esboçar um acordo para o próximo encontro, marcado para o ano que vem em Copenhague, na Dinamarca.
Emergentes
Os participantes concordaram que é necessário cooperação para conseguir desenhar uma estratégia sucessora do Protocolo de Kyoto, que funcione na prática e não seja um ponto de confrontação entre países desenvolvidos e em desenvolvimento.
“Havia pessoas na China que acreditavam que isso (o Protocolo de Kyoto) era um complô para desacelerar o crescimento econômico dos emergentes”, disse Clinton. “Mas eles mudaram, só que agora vamos ter que negociar um novo acordo desde o princípio”.
Clinton perguntou ao ministro Yang Jiechi como seria possível “evitar a briga que arruinou Kyoto”, referindo-se à posição antagônica que Estados Unidos e China adotaram nas negociações do acordo.
Yang Jiechi reiterou a posição chinesa e cobrou dos países ricos transferência de tecnologia e recursos financeiros para o combate ao aquecimento global.
“Acredito que os países desenvolvidos devem liderar o combate dando ajuda tecnológica e de capital aos países em desenvolvimento”, disse Yang.
China e Estados Unidos se acusam mutuamente de ser o maior poluidor do mundo.
Em termos absolutos, os chineses são os maiores emissores de gases causadores do efeito estufa, mas argumentam que os norte-americanos têm um nível de emissões de gases per capita muito superior.
Fundo
Há um mês, a China sugeriu, em uma conferência da ONU em Pequim, que os países ricos doassem 1% do seu Produto Interno Bruto (PIB) para um fundo internacional que proveria a transferência de tecnologia verde para os países em desenvolvimento.
Na ocasião, o presidente Hu Jintao criticou o estilo de vida ocidental, que chamou de “insustentável”, e disse que eles têm "responsabilidade e obrigação" de mudar o modo como vivem.
“Não podemos pedir a países como a Índia ou a China que façam um voto de pobreza para que nós continuemos com o nosso estilo de vida”, reconheceu Clinton, referindo-se aos hábitos de consumo dos países ricos.
Clinton não chegou a falar especificamente no Brasil, mas ressaltou que cerca de 18% de todas as emissões causadas pelo mundo têm origem no desmatamento, e que a Amazônia, juntamente com as florestas da Indonésia, são um caso preocupante.
Yang Jiechi e Macapagal-Arroyo também aproveitaram a ocasião para felicitar Clinton pelo sucesso de sua esposa, Hillary, que foi apontada nova secretária de Estado no governo do presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama.
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