Tutu, Obama e o Médio Oriente
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Tutu, Obama e o Médio Oriente
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05-Dez-2008
Amy GoodmanEnquanto o presidente eleito Barack Obama se concentra no derretimento da economia dos Estados Unidos, há outro fogo a arder: o conflito israelo-palestiniano.
Pode ser que não tenha ouvido falar muito ultimamente acerca do desastre na Faixa de Gaza. Esse silêncio é intencional: o governo israelita impediu que os jornalistas internacionais entrassem nos territórios ocupados
Na semana passada, executivos da Associated Press, do New York Times, da Reuters, da CNN, da BBC e de outras organizações noticiosas enviaram uma carta de protesto ao primeiro-ministro israelita Ehud Olmert criticando a decisão do seu governo de impedir os jornalistas de entrar em Gaza. Israel selou virtualmente a Faixa de Gaza e cortou os fornecimentos de ajuda e de combustível. Um porta-voz do Ministério de Defesa israelita disse que Israel estava desagradado com a cobertura dos média internacionais que, segundo ele, exageravam o sofrimento palestiniano e não deixavam claro que as medidas de Israel eram em resposta à violência palestiniana.
Um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, o grupo que venceu as eleições há cerca de três anos e que controla Gaza, foi rompido depois de um raid israelita ter causado a morte de seis militantes do Hamas há duas semanas. Seguiram-se mais raids israelitas, que mataram aproximadamente 17 membros do Hamas, e militantes palestinianos dispararam dezenas de rockets para o Sul de Israel, ferindo várias pessoas.
O secretário-geral de ONU, Ban Ki-moon, criticou Israel por causa dos seus bloqueios à superlotada Gaza, lar de quase 1,5 milhão de pessoas. A Agência das Nações Unidas para os Refugiados está a avisar que Gaza enfrenta uma "catástrofe" humanitária se Israel continuar a impedir que a ajuda chegue ao território.
A paisagem claramente dividida entre Israel e os territórios ocupados é um terreno conhecido do arcebispo sul-africano Desmond Tutu. Ele obteve o Prémio Nobel da Paz pela sua oposição ao apartheid na África do Sul. Tutu esteve em Nova York na semana passada para receber o Prémio do Circulo Global de Cidadãos (Global Citizens Circle Award). Sentei-me ao seu lado na residência do vice-cônsul da África do Sul. Tutu fez uma reflexão sobre a ocupação israelita: "Vindo da África do Sul... e olhando para os checkpoints... quando se humilha um povo nesta extensão - e, sim, lembramo-nos do tipo de experiência que tivemos quando fomos humilhados - quando se faz isso, não se está a contribuir para a sua própria segurança."
Tutu disse que é preciso levantar o embargo. "O sofrimento é inaceitável. Não promove a segurança de Israel ou de qualquer outra parte desta tão volátil região", disse. "Há muitos e muitos em Israel que se opõem ao que está a acontecer."
Tutu aponta para o primeiro-ministro de Israel demissionário. Em Setembro, Olmert fez uma assombrosa declaração ao Yedioth Ahronoth, o maior jornal israelita. Disse que Israel deveria retirar de quase todo o território capturado na guerra de 1967 no Médio Oriente em troca da paz com os palestinianos e a Síria: "Estou a dizer o que nenhum líder anterior de Israel jamais disse: deveríamos retirar de quase todos os territórios, incluindo Jerusalém oriental e as Colinas do Golã."
Olmert disse que os estrategas tradicionais de Israel nada aprenderam das últimas experiências e que parecem encravados nas considerações da guerra de Independência de 1948. Disse: "Com eles, do que se trata é de tanques e de terra e de controlar territórios e de territórios controlados e deste cume e daquele cume. Todas essas coisas são inúteis."
Olmert parece ter-se aproximado do ponto de vista da sua própria filha. Em 2006, Dana Olmert estava entre as 200 pessoas que se reuniram na porta da residência do chefe do Estado-Maior do Exército e gritaram "assassino" em protesto contra as mortes de palestinianos perpetradas por israelitas (o arcebispo Tutu foi impedido de entrar em Gaza para, com apoio da ONU, para investigar estas mortes). Ehud Olmert renunciou recentemente diante de alegadas acusações de corrupção, mas continua no cargo de primeiro-ministro até que um novo governo seja aprovado pelo Parlamento.
O ministro dos negócios Estrangeiros palestiniano, Riyad al-Maliki, criticou Olmert por esperar até agora para se posicionar a favor do fim dos colonatos: "Gostaríamos de ter ouvido esta opinião pessoal quando Olmert era primeiro-ministro, não depois de ter renunciado. Penso que é um compromisso muito importante, mas chegou demasiado tarde. Esperamos que este compromisso seja mantido pelo próximo governo israelita."
Israel é um dos principais destinatários da ajuda militar dos EUA. O arcebispo Tutu disse do conflito israelo-palestiniano que, "quando for resolvido, vamos descobrir que as tensões entre o Ocidente e... grande parte do mundo muçulmano... vão-se evaporar." Disse de Obama: "Rezo para que o novo presidente tenha a capacidade de ver que temos de fazer alguma coisa sobre isto... pela saúde dos nossos filhos."
Denis Moynihan contribuiu com investigação para esta coluna.
Amy Goodman
25 de Novembro de 2008
Tradução de Luis Leiria
05-Dez-2008
Amy GoodmanEnquanto o presidente eleito Barack Obama se concentra no derretimento da economia dos Estados Unidos, há outro fogo a arder: o conflito israelo-palestiniano.
Pode ser que não tenha ouvido falar muito ultimamente acerca do desastre na Faixa de Gaza. Esse silêncio é intencional: o governo israelita impediu que os jornalistas internacionais entrassem nos territórios ocupados
Na semana passada, executivos da Associated Press, do New York Times, da Reuters, da CNN, da BBC e de outras organizações noticiosas enviaram uma carta de protesto ao primeiro-ministro israelita Ehud Olmert criticando a decisão do seu governo de impedir os jornalistas de entrar em Gaza. Israel selou virtualmente a Faixa de Gaza e cortou os fornecimentos de ajuda e de combustível. Um porta-voz do Ministério de Defesa israelita disse que Israel estava desagradado com a cobertura dos média internacionais que, segundo ele, exageravam o sofrimento palestiniano e não deixavam claro que as medidas de Israel eram em resposta à violência palestiniana.
Um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, o grupo que venceu as eleições há cerca de três anos e que controla Gaza, foi rompido depois de um raid israelita ter causado a morte de seis militantes do Hamas há duas semanas. Seguiram-se mais raids israelitas, que mataram aproximadamente 17 membros do Hamas, e militantes palestinianos dispararam dezenas de rockets para o Sul de Israel, ferindo várias pessoas.
O secretário-geral de ONU, Ban Ki-moon, criticou Israel por causa dos seus bloqueios à superlotada Gaza, lar de quase 1,5 milhão de pessoas. A Agência das Nações Unidas para os Refugiados está a avisar que Gaza enfrenta uma "catástrofe" humanitária se Israel continuar a impedir que a ajuda chegue ao território.
A paisagem claramente dividida entre Israel e os territórios ocupados é um terreno conhecido do arcebispo sul-africano Desmond Tutu. Ele obteve o Prémio Nobel da Paz pela sua oposição ao apartheid na África do Sul. Tutu esteve em Nova York na semana passada para receber o Prémio do Circulo Global de Cidadãos (Global Citizens Circle Award). Sentei-me ao seu lado na residência do vice-cônsul da África do Sul. Tutu fez uma reflexão sobre a ocupação israelita: "Vindo da África do Sul... e olhando para os checkpoints... quando se humilha um povo nesta extensão - e, sim, lembramo-nos do tipo de experiência que tivemos quando fomos humilhados - quando se faz isso, não se está a contribuir para a sua própria segurança."
Tutu disse que é preciso levantar o embargo. "O sofrimento é inaceitável. Não promove a segurança de Israel ou de qualquer outra parte desta tão volátil região", disse. "Há muitos e muitos em Israel que se opõem ao que está a acontecer."
Tutu aponta para o primeiro-ministro de Israel demissionário. Em Setembro, Olmert fez uma assombrosa declaração ao Yedioth Ahronoth, o maior jornal israelita. Disse que Israel deveria retirar de quase todo o território capturado na guerra de 1967 no Médio Oriente em troca da paz com os palestinianos e a Síria: "Estou a dizer o que nenhum líder anterior de Israel jamais disse: deveríamos retirar de quase todos os territórios, incluindo Jerusalém oriental e as Colinas do Golã."
Olmert disse que os estrategas tradicionais de Israel nada aprenderam das últimas experiências e que parecem encravados nas considerações da guerra de Independência de 1948. Disse: "Com eles, do que se trata é de tanques e de terra e de controlar territórios e de territórios controlados e deste cume e daquele cume. Todas essas coisas são inúteis."
Olmert parece ter-se aproximado do ponto de vista da sua própria filha. Em 2006, Dana Olmert estava entre as 200 pessoas que se reuniram na porta da residência do chefe do Estado-Maior do Exército e gritaram "assassino" em protesto contra as mortes de palestinianos perpetradas por israelitas (o arcebispo Tutu foi impedido de entrar em Gaza para, com apoio da ONU, para investigar estas mortes). Ehud Olmert renunciou recentemente diante de alegadas acusações de corrupção, mas continua no cargo de primeiro-ministro até que um novo governo seja aprovado pelo Parlamento.
O ministro dos negócios Estrangeiros palestiniano, Riyad al-Maliki, criticou Olmert por esperar até agora para se posicionar a favor do fim dos colonatos: "Gostaríamos de ter ouvido esta opinião pessoal quando Olmert era primeiro-ministro, não depois de ter renunciado. Penso que é um compromisso muito importante, mas chegou demasiado tarde. Esperamos que este compromisso seja mantido pelo próximo governo israelita."
Israel é um dos principais destinatários da ajuda militar dos EUA. O arcebispo Tutu disse do conflito israelo-palestiniano que, "quando for resolvido, vamos descobrir que as tensões entre o Ocidente e... grande parte do mundo muçulmano... vão-se evaporar." Disse de Obama: "Rezo para que o novo presidente tenha a capacidade de ver que temos de fazer alguma coisa sobre isto... pela saúde dos nossos filhos."
Denis Moynihan contribuiu com investigação para esta coluna.
Amy Goodman
25 de Novembro de 2008
Tradução de Luis Leiria
Vitor mango- Pontos : 118271
Re: Tutu, Obama e o Médio Oriente
Pode ser que não tenha ouvido falar muito ultimamente acerca do desastre na Faixa de Gaza. Esse silêncio é intencional: o governo israelita impediu que os jornalistas internacionais entrassem nos territórios ocupados
Vitor mango- Pontos : 118271
Re: Tutu, Obama e o Médio Oriente
Israel é um dos principais destinatários da ajuda militar dos EUA. O arcebispo Tutu disse do conflito israelo-palestiniano que, "quando for resolvido, vamos descobrir que as tensões entre o Ocidente e... grande parte do mundo muçulmano... vão-se evaporar." Disse de Obama: "Rezo para que o novo presidente tenha a capacidade de ver que temos de fazer alguma coisa sobre isto... pela saúde dos nossos filhos."
Vitor mango- Pontos : 118271
Re: Tutu, Obama e o Médio Oriente
NAO SE ENGANE MAIS!!! Os ARABES estao-se BORRIFANDO para os PALESTINOS!!! Tudo tem mais a ver com o ODIO aos JUDEUS!! E e conveniente continuar com este conflito, PARA ELES!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
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