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Conflito em Gaza pode fortalecer os radicais no Oriente Médio AFP O agravamento do conflito em Gaza pode ameaçar o delicado equilíbrio no Oriente Médio e fortalecer os movimentos radicais e países como o Irã,

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Conflito em Gaza pode fortalecer os radicais no Oriente Médio  AFP O agravamento do conflito em Gaza pode ameaçar o delicado equilíbrio no Oriente Médio e fortalecer os movimentos radicais e países como o Irã, Empty Conflito em Gaza pode fortalecer os radicais no Oriente Médio AFP O agravamento do conflito em Gaza pode ameaçar o delicado equilíbrio no Oriente Médio e fortalecer os movimentos radicais e países como o Irã,

Mensagem por Admin Sex Jan 09, 2009 6:43 am

Conflito em Gaza pode fortalecer os radicais no Oriente Médio

AFP
O agravamento do conflito em Gaza pode ameaçar o delicado equilíbrio no Oriente Médio e fortalecer os movimentos radicais e países como o Irã, lançando por terra as escassas esperanças da criação de um Estado palestino viável, segundo especialistas consultados pela AFP.

"O que está acontecendo reforça os elementos mais radicais e pode desestabilizar governos moderados como o do Egito", explicou Denis Bauchard, do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI).

Para este especialista em Oriente Médio, o Hamas pode reforçar sua imagem política entre os árabes, mesmo que saia militarmente fragilizado do conflito, assim como o Hezbollah, que soube tirar proveito do conflito no sul do Líbano em 2006.

"A intervenção militar israelense é em si mesma uma forma de reconhecimento da influência do Hamas, que pode sair fortalecido", declarou.

Opinião esta compartilhada pelo americano Anthony Cordesman, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS, em inglês) de Washington, especialista em assuntos da região e ex-conselheiro do rival de Barack Obama na eleição para presidente dos Estados Unidos, o republicano John McCain.

"A situação presente reforça politicamente tudo o que é radical no mundo árabe-muçulmano. A única maneira de compensar isso é conseguir uma solução política. Mas atualmente as possibilidades disso acontecer não são imensas", afirmou em entrevista ao jornal francês Le Monde.

Para Laleh Jalili, da Escola de estudos orientais e africanos de Londres (Middle East School of Oriental and African studies) "embora isto não tenha impacto regional, dentro dos países mais radicais os elementos mais extremistas ganham força".

"Exemplo disso ocorre em Teerã, importante apoio do Hamas, onde esta crise é explorada pelo presidente e inimigo declarado de Israel, Mahmud Ahmadinejad, com a proximidade da eleição presidencial iraniana", destacou.

Para Antonio Basbous, diretor do Observatório dos Países Árabes (OPA), é a própria representação da causa palestina, oficialmente a cargo da Autoridade Palestina de Mahmud Abbas, que está sendo questionada.

"O Hamas quer encarnar a representação simbólica da Palestina e suas reivindicações em vez de um Mahmud Abbas completamente desgastado. Se ganhar, o eixo Síria-Irã-Hezbollah ganhará com ele", disse Basbous.

"Pelo contrário, se esta aventura resultar dramática para os palestinos e o Hamas for esmagado, Abbas poderá aparecer como um recurso, como um sábio que não assume riscos exagerados", destacou o diretor do OPA.

O desenlace desta crise pesará sobre as eleições israelenses previstas para daqui a algumas semanas, onde a equipe atual dirigida pelo primeiro-ministro Ehud Olmert e sua chanceler Tzipi Livni está enfrentado um duelo com o Likud de Benyamin Netanyahu.

A volta ao poder de Netanyahu, partidário de uma linha ainda mais dura, é considerado por inúmeros observadores um risco suplementar para as escassas esperanças de paz.

Neste contexto, as chances de se obter um Estado palestino viável são mais fracas do que nunca, comentaram.

Esta crise pode por fim ao processo iniciado no fim de 2007 em Annapolis (Estados Unidos), teme Denis Bauchard.

Entre o Hamas que sairá fortalecido de Gaza, e uma Cisjordânia continuamente recortada por Israel mediante a colonização e o muro de separação, cabe perguntar se "ainda resta lugar para um Estado palestino que não seja um Estado fantasma", disse Bauchard.
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