O SANGUE DOS INOCENTES
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O SANGUE DOS INOCENTES
O SANGUE DOS INOCENTES
Adriano Moreira - DN
Professor universitário
No balanço do ano que findou, e que os analistas desejariam elaborar dando espaço à esperança de que as coisas não correrão pior no ano novo, não foi excepção encontrar registada a convicção de que a nova Administração americana reconhecerá que, sem uma solução justa do conflito Israel-Palestina, será impossível conseguir uma estabilidade em qualquer dos países onde cresce a actividade dos movimentos islamitas. Passados tantos anos sobre a criação do Estado de Israel, os mesmos anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, parece difícil racionalizar as causas que impedem a paz entre os dois povos, sendo que as premissas necessárias estão definidas. Designadamente, poucos observadores duvidam de que o quarteto liderado por Tony Blair, enviado especial ao Próximo Oriente, esteja consciente de que, sem a intervenção decidida dos Estados Unidos da América, a solução não será encontrada.
É certo que a crise actual encontra enfraquecidos os líderes que em Novembro de 2007 relançaram as negociações em Anápolis, não só porque o Presidente George W. Bush perdeu a autoridade antes de perder o mandato, mas também porque o primeiro-ministro Ehoud Olmert estava de partida e agora a tomar decisões vitais cujas consequências serão assumidas por outro, e Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, apenas controlava parte do seu território.
A circunstância actual levou, também nesta questão, à esperança de uma intervenção fecunda de Obama, o qual vai necessitar de um tempo longo para conseguir tomar bom conhecimento de todos os milagres que lhe requerem. Quando se acreditava, como premissa destas múltiplas esperanças na mudança de líder, que a adquirida convicção da necessária acção estabilizadora dos EUA seria apoiada na retoma do diálogo entre Israel e a Síria com intervenção da Turquia, fazendo do Irão a preocupação central por evidentes razões de urgência, a súbita explosão do confronto militar em Gaza mergulhou todos os animados prognósticos e ilusões num pântano de sangue. O caminho para que a Síria deixe o isolamento em que se tem encontrado parece ter ganho obstáculos novos, tal como a nomeação de um Presidente para o Líbano em resultado do reconhecimento de facto do Hezbollah como força incontornável deixou de ser lido como bom presságio.
Era já suficiente, para inquietação, a situação que se agravou no Afeganistão, assim como o desastre que os indícios anunciam para o Paquistão, um Estado que, no que respeita às armas atómicas, oferece apenas a garantia de que o exército está vigilante. De facto parece ameaçada a viabilidade do Paquistão como Estado confiável, presunção de que beneficiou em tempos, assim como é pouco crível a sua sustentabilidade económica nesta data de crise financeira global.
Voltando à convicção, largamente participada, de que a questão do conflito interminável entre Israel e a Palestina não terá solução sem uma forte intervenção dos Estados Unidos, não é animador que a guerra em progresso tenha recebido, do Presidente Bush em retirada, apenas o comentário de que a culpa é dos bombardeamentos a que o Hamas tem submetido Israel.
Parece de primeira evidência que não é destes juízos, sem cuidar da autoridade da fonte, que a paz geral está necessitada. Aquilo de que é necessário que aquela sede do poder mundial se ocupe é das causas, que se encadeiam repartidas desde a decisão inicial, não observada, da ONU sobre a criação dos dois Estados, tendo Jerusalém como cidade livre. Que sobretudo medite sobre os desastrosos efeitos, directos e colaterais, que o massacre da acção militar desencadeará no agravamento da questão do confronto das civilizações, incluindo a mobilização das colónias interiores que se multiplicaram nos Estados europeus, no fortalecimento dos extremismos, no abalar das fragilizadas esperanças de reorganizar a paz mundial e na fragmentação dos projectos de reinventar as sociedades civis multiculturais. O sangue dos inocentes apaga a invocável razão dos que ficam responsáveis pelo desastre humano em curso, justamente porque são essas vítimas que estão isentas de culpa, a culpa da longa inoperância das grandes potências.
Gostei bastante. Um homem tido como conservador mas com uma visão do mundo profunda que a sua vasta experiência política lhe deu. Meditem, caros foruenses...
Adriano Moreira - DN
Professor universitário
No balanço do ano que findou, e que os analistas desejariam elaborar dando espaço à esperança de que as coisas não correrão pior no ano novo, não foi excepção encontrar registada a convicção de que a nova Administração americana reconhecerá que, sem uma solução justa do conflito Israel-Palestina, será impossível conseguir uma estabilidade em qualquer dos países onde cresce a actividade dos movimentos islamitas. Passados tantos anos sobre a criação do Estado de Israel, os mesmos anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, parece difícil racionalizar as causas que impedem a paz entre os dois povos, sendo que as premissas necessárias estão definidas. Designadamente, poucos observadores duvidam de que o quarteto liderado por Tony Blair, enviado especial ao Próximo Oriente, esteja consciente de que, sem a intervenção decidida dos Estados Unidos da América, a solução não será encontrada.
É certo que a crise actual encontra enfraquecidos os líderes que em Novembro de 2007 relançaram as negociações em Anápolis, não só porque o Presidente George W. Bush perdeu a autoridade antes de perder o mandato, mas também porque o primeiro-ministro Ehoud Olmert estava de partida e agora a tomar decisões vitais cujas consequências serão assumidas por outro, e Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana, apenas controlava parte do seu território.
A circunstância actual levou, também nesta questão, à esperança de uma intervenção fecunda de Obama, o qual vai necessitar de um tempo longo para conseguir tomar bom conhecimento de todos os milagres que lhe requerem. Quando se acreditava, como premissa destas múltiplas esperanças na mudança de líder, que a adquirida convicção da necessária acção estabilizadora dos EUA seria apoiada na retoma do diálogo entre Israel e a Síria com intervenção da Turquia, fazendo do Irão a preocupação central por evidentes razões de urgência, a súbita explosão do confronto militar em Gaza mergulhou todos os animados prognósticos e ilusões num pântano de sangue. O caminho para que a Síria deixe o isolamento em que se tem encontrado parece ter ganho obstáculos novos, tal como a nomeação de um Presidente para o Líbano em resultado do reconhecimento de facto do Hezbollah como força incontornável deixou de ser lido como bom presságio.
Era já suficiente, para inquietação, a situação que se agravou no Afeganistão, assim como o desastre que os indícios anunciam para o Paquistão, um Estado que, no que respeita às armas atómicas, oferece apenas a garantia de que o exército está vigilante. De facto parece ameaçada a viabilidade do Paquistão como Estado confiável, presunção de que beneficiou em tempos, assim como é pouco crível a sua sustentabilidade económica nesta data de crise financeira global.
Voltando à convicção, largamente participada, de que a questão do conflito interminável entre Israel e a Palestina não terá solução sem uma forte intervenção dos Estados Unidos, não é animador que a guerra em progresso tenha recebido, do Presidente Bush em retirada, apenas o comentário de que a culpa é dos bombardeamentos a que o Hamas tem submetido Israel.
Parece de primeira evidência que não é destes juízos, sem cuidar da autoridade da fonte, que a paz geral está necessitada. Aquilo de que é necessário que aquela sede do poder mundial se ocupe é das causas, que se encadeiam repartidas desde a decisão inicial, não observada, da ONU sobre a criação dos dois Estados, tendo Jerusalém como cidade livre. Que sobretudo medite sobre os desastrosos efeitos, directos e colaterais, que o massacre da acção militar desencadeará no agravamento da questão do confronto das civilizações, incluindo a mobilização das colónias interiores que se multiplicaram nos Estados europeus, no fortalecimento dos extremismos, no abalar das fragilizadas esperanças de reorganizar a paz mundial e na fragmentação dos projectos de reinventar as sociedades civis multiculturais. O sangue dos inocentes apaga a invocável razão dos que ficam responsáveis pelo desastre humano em curso, justamente porque são essas vítimas que estão isentas de culpa, a culpa da longa inoperância das grandes potências.
Gostei bastante. Um homem tido como conservador mas com uma visão do mundo profunda que a sua vasta experiência política lhe deu. Meditem, caros foruenses...
O dedo na ferida- Pontos : 0
Re: O SANGUE DOS INOCENTES
Voltando à convicção, largamente participada, de que a questão do conflito interminável entre Israel e a Palestina não terá solução sem uma forte intervenção dos Estados Unidos, não é animador que a guerra em progresso tenha recebido, do Presidente Bush em retirada, apenas o comentário de que a culpa é dos bombardeamentos a que o Hamas tem submetido Israel
Viracopos- Pontos : 580
Re: O SANGUE DOS INOCENTES
adquirida convicção da necessária acção estabilizadora dos EUA seria apoiada na retoma do diálogo entre Israel e a Síria com intervenção da Turquia, fazendo do Irão a preocupação central por evidentes razões de urgência, a súbita explosão do confronto militar em Gaza mergulhou todos os animados prognósticos e ilusões num pântano de sangue. O caminho para que a Síria deixe o isolamento em que se tem encontrado parece ter ganho obstáculos novos, tal como a nomeação de um Presidente para o Líbano em resultado do reconhecimento de facto do Hezbollah como força incontornável deixou de ser lido como bom presságio.
Viracopos- Pontos : 580
Re: O SANGUE DOS INOCENTES
A TURQUIA estava a fazer um trabalho nos bastidores muito interessante e prestes a conseguir algo para a paz ...nao é por acaso que o Primeiro Ministro da Turquia se tenha revoltado ao extremo de gritar para Israel
Porra seus bandalhos ( nao sic ...mas o tom de vox caiu mal nos falcões )
A Turquia é a chave de todo o medio Oriente ...o egipto passou a prostituta paga para levar recados ...perdeu tal como o Abbas espaço de manobra
Porra seus bandalhos ( nao sic ...mas o tom de vox caiu mal nos falcões )
A Turquia é a chave de todo o medio Oriente ...o egipto passou a prostituta paga para levar recados ...perdeu tal como o Abbas espaço de manobra
Viracopos- Pontos : 580
Re: O SANGUE DOS INOCENTES
Viracopos escreveu:Voltando à convicção, largamente participada, de que a questão do conflito interminável entre Israel e a Palestina não terá solução sem uma forte intervenção dos Estados Unidos, não é animador que a guerra em progresso tenha recebido, do Presidente Bush em retirada, apenas o comentário de que a culpa é dos bombardeamentos a que o Hamas tem submetido Israel
SEM DUVIDA ALGUMA!!! a culpa e do hamas!!! E essa da MORTE DOS INOCENTES so pode ser PIADA!!! 400 RATAZANAS DO TERROR DO HAMAS ja se foram!!! TER COM AS VIRGENS!!! E enquanto nao acabarem os ROCKETS, NAO HA PAZ!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: O SANGUE DOS INOCENTES
A TURQUIA tem um problema , UNICO que os preocupa. OS CURDOS!!! CAPECE?
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
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