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VAMOS FAZER DE CONTA QUE...

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Mensagem por Anarca Ter Fev 10, 2009 5:24 am

"Está bem... façamos de conta

Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.

Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos."

(MÁRIO CRESPO)
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Mensagem por Viriato Ter Fev 10, 2009 5:29 am

Opiniões.

Que me perdoem as almas talentosas e lúcidas, mas – incapacidade minha? - não vejo nada de relevante no tão louvado, à esquerda e à direita, artigo de opinião de Mário Crespo. Não revela um único facto novo (a não ser dois telefonemas, mas estes não valem um texto de opinião). No fundo, a «arte» é a de retirar da enumeração de factos por demais batidos e debatidos, em televisões, jornais e blogues, duas ilações, qual delas a pior: a primeira, compara José Sócrates a Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila, os quais agradecem o farto elogio (talvez à excepção de Fidel Castro que, mesmo adoentado, exclamará, cioso dos seus pergaminhos, desde os fuzilamentos de Havana, em 1960, até a feroz repressão do final dos anos 80: tonterias!); a segunda prende-se com a primeira: isto do pessoal votar é uma treta – é um fazer de conta – apenas redobra o elogio das ditaduras. E muita gente bate palmas em vez de se indignar. Que a extrema-esquerda aplauda o elogio a Fidel Castro, compreende-se. Mas os outros…. Aliás, Castro – só para citar um dos ditadores referenciados – já tinha dito o mesmo sobre o voto em eleições há 50 anos, não adianta Mário Crespo vir copiar agora o mesmo. E muito menos plagiar poetas mortos. Este vulgar artigo de opinião de Mário Crespo, coisa pobre em qualquer lado, só é alvo de tanto elogio porque, neste país, andam todos a fazer de conta


Por Tomás Vasques
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Mensagem por Vitor mango Ter Fev 10, 2009 5:31 am

Bora bamus a botus
vamos prender os culpados

Pera aí mas quem prende ?
Quem julga ?
Onde esta essa malta ?
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Mensagem por Viriato Ter Fev 10, 2009 5:31 am

COMO TODAS AS COISAS


É impressão minha, ou isto

«Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas.» [Mário Crespo, Jornal de Notícias.]

está a pedir aspas? Caso contrário, torna-se um plágio disto:

«[...]
Mas dancemos; dancemos
Já que temos
A valsa começada
E o Nada
Deve acabar-se também,
Como todas as coisas.
[...]»

Reinaldo Ferreira 1922-1959

Da Literatura
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Mensagem por Viriato Ter Fev 10, 2009 5:35 am

Obrigadinho, ó Crespo

O número dos que denunciam a opressão fascista em que vivemos não pára de aumentar. Eles estão em todo o lado: na comunicação social, na oposição, no PS, na bancada parlamentar socialista, nas escolas, nos blogues e na rua. Mário Crespo acaba de se juntar a esta maioria ruidosa, lançando o seu manifesto. E nele encontramos um elemento inovador. É que o costume estava a ser o da filha-da-putice rasteira. Esta modalidade, tão do agrado do filha-da-fruta comum, consiste em fazer denúncias não explicitadas, vagas, apelando ao preenchimento perverso pela imaginação da audiência. Estes filhas-da-fruta rasteiros expõem as suas teses conspirativas no curioso pressuposto da inexistência de autoridades: morais, políticas, judiciais ou policiais. Ao lê-los ficamos com a impressão de que vale tudo, de que se legalizou a infâmia, de que reina a impunidade nacional-porreirista. Mas com o Crespo, não. Veja-se:


Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por “onde é que eu ia começar” a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal.

Que temos aqui de anómalo? Não faço ideia. Pelo que está relatado, o Ministro interroga um jornalista quanto a uma interacção futura, o qual é livre de lhe responder como lhe der na gana. Para além disso, o Ministro pede profissionalismo no trato; o que se recomenda, aliás. Do que eu faço ideia, clara e distintamente, é da absoluta vantagem em saber o que foi dito, por contraste com a denúncia usual dos filhas-da-fruta comuns quanto a esconsos, crípticos e tenebrosos telefonemas de ministros e autoridades variegadas…

Portantos, ó Crespo, obrigados pá. Também alinhaste na filha-da-putice reinante, apanágio dos pulhas, mas tiveste estilo. E o estilo faz o homem, ó Crespo.

Publicado por Valupi às 15:04 em Valupi.
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Mensagem por Vitor mango Ter Fev 10, 2009 6:28 am

Tou a gostar da music ate porque é o unico noticiario que OVO o das nove com o Crespo ...todos os outros abro mas nao escuto porque gosto de ouvir noticiario mudo
Vejo os bonecos
Ressalvo ...o Crespo o Vitorino ...O Miguel e ao Domingo o gozo que me da ver o professor a dar as facadas aos amigos em que a entrevistadora só diz
HUM HUM HUM HUM ...HUM HUM HUM HUM ...HUM HUM HUM HUM ..HUM HUM HUM HUM
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Mensagem por Viriato Ter Fev 10, 2009 8:23 am

Adolfo Contreiras (comentário a um post)

Fev 9th, 2009 at 18:07

O boca-em-bico ainda não curou o ressentimento de ser despedido por calaceiro de jornalista residente nos USA, onde gastava um balúrdio mensal contra fraco trabalho.
O tio Balsemão, depois que o foi buscar para director do “Diário Popular” onde foi um fracasso total e eram risíveis os seu editoriais, de consciência pesada, vendo-o sem emprego e desprezado no meio, deu-lhe a mão na SIC.
No seu feitiozinho pulha de sorriso malandro de boca-em-bico, foi ganhando espaço “fazendo-se” a todos os campos políticos para grangear alguma unanimidade. Contudo o seu fim último será sempre ajustar contas com o PS que correu com ele. Deve ter achado que chegou a altura certa.



Conheci Crespo em Washington, onde durante alguns anos foi correspondente da RTP. Eventualmente maltratado pela tutela, foi afastado. Crespo nunca aceitou que houvesse tutelas. Tornou-se azedo, conflituoso e mesmo desagradável com quem tentava ajudá-lo numa fase difícil da sua vida. Gostaria ele que todos os seus amigos se demitissem como acto de desagravo e de apoio á sua causa. E, tal como Belmiro de Azevedo, por não lhe terem dado a PT, jurou vingar-se do PS. Estará no seu direito. Não pode é ser jornalista.

Crespo, reconheço, prepara-se bem para as entrevistas. E chega a ser brilhante se a matéria for inóqua. Mas se tiver qualquer conotação política, perde as estribeiras, esquece-se de que um jornalista, embora com direito a opinião, deve ser neutro nos comentários. Ele não é comentador. Esses sim, podem e devem ter opinião e defendê-la. Crespo, repetindo-me, imita a tal senhora de boca grande da TVI. Só falta bater nos entrevistados que com ela não concordam. Crespo quase que mete a resposta na boca dos convidados. O ódio nem sempre é bom conselheiro. E Crespo é a prova disso.
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Mensagem por Vitor mango Ter Fev 10, 2009 8:51 am

No seu feitiozinho pulha de sorriso malandro de boca-em-bico, foi ganhando espaço “fazendo-se” a todos os campos políticos para grangear alguma unanimidade. Contudo o seu fim último será sempre ajustar contas com o PS que correu com ele. Deve ter achado que chegou a altura certa.

Confesso a minha ignorancia na materia
nao o sabia do PS
Eu vejo todos os dias o noticiario das nove nao pelas noticias mas sim pelos comentadores
... " sorriso malandro de boca-em-bico, " ja tinha reparado que o sorriso tinha algo de estranho
Vitor mango
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Mensagem por Viriato Ter Fev 10, 2009 8:59 am

Vitor mango escreveu:
No seu feitiozinho pulha de sorriso malandro de boca-em-bico, foi ganhando espaço “fazendo-se” a todos os campos políticos para grangear alguma unanimidade. Contudo o seu fim último será sempre ajustar contas com o PS que correu com ele. Deve ter achado que chegou a altura certa.

Confesso a minha ignorancia na materia
nao o sabia do PS
Eu vejo todos os dias o noticiario das nove nao pelas noticias mas sim pelos comentadores
... " sorriso malandro de boca-em-bico, " ja tinha reparado que o sorriso tinha algo de estranho

Creio que nunca foi do PS. Quando se escreve "ajustar contas com o PS que correu com ele" referem-se a ter sido afastado de Washigton por um governo PS. (Guterres).
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Mensagem por Admin Ter Fev 10, 2009 10:23 am

Eu quando era director das sanitas tinha uma maxima
Prostitutas ?
Só trabalho com profissionais
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Mensagem por Viriato Ter Fev 10, 2009 3:50 pm

Façamos de conta

9 Fevereiro 2009, 18:48 · Tiago Barbosa Ribeiro

Freeport, Freeport, Competências linguísticas de José Sócrates, Universidade Independente, Freitas do Amaral, Competências de gestão de José Sócrates, Freeport, Computador Magalhães, Educação, OCDE, Jorge Coelho, Augusto Santos Silva, Freeport, Freeport, Freeport, Edmundo Pedro, Manuel Alegre, Freeport, DREN, Fernando Charrua, PSP, Manifestações de Professores, PGR, SIS, Freeport, Freeport. Sobre tudo isto, e sensivelmente nesta ordem, escreveu Mário Crespo um artigo que, façamos de conta, é de opinião. Façamos de conta que Mário Crespo não é jornalista e que não tem explorado nenhuma destas ideias pessoais nos seus telejornais. Façamos de conta que não há nenhuma campanha por aí. Façamos de conta que ninguém vê toda esta tristeza, toda esta máxima tristeza. Façamos de conta.
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Mensagem por Viriato Qua Fev 11, 2009 2:39 am

Continuemos a fazer de conta

Rogério da Costa Pereira

Mário Crespo faz de conta que escreve uma crónica, que é o mesmo que dizer que faz de conta que comenta factos da actualidade.

Comecemos por fazer de conta que Mário Crespo sabe tudo o que se passou no caso Freeport, que não mistura a gosto tios e primos, sobrinhas e sobrinhas. Que não recorre ao folhetineiro estilo “vocês sabem do que é que eu estou a falar”.

Continuando a acompanhar o estilo e a metodologia da mistela feita crónica, façamos de conta que o pregão onde Mário Crespo pretende fazer de conta “que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo” jamais poderia ser proferido numa feira, conjugado num “ó freguesa dois pares de cuecas pelo preço de uma; e a Universidade que licenciou José Sócrates está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo”.

Façamos ainda conta que tirar um curso numa universidade que “está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo” é, também por si, um caso de polícia. E que todo este fazer de conta de Mário Crespo quer dizer alguma coisa, que é afirmação contextualizada, com alguma espécie de substância, que não fica no ar uma espécie de conclusão que não chega a ser retirada. E aqui chegados façamos de conta que o inconclusivo não é propositado.

Façamos de conta que fazer de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês é arrasador para o destinatário. E que não há má fé na piadola e que a piadola ainda não chegou à tasca.

Façamos igualmente de conta que Mário Crespo sabe do que fala quando nos aconselha a fazer de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral. Façamos de conta que ignoramos as demais considerações que o neófito entrevistador de horário nobre tece a propósito da entrevista concedida por Freitas do Amaral. Façamos de conta, para isso, que Mário Crespo foi ao fundo de questão, que analisou quês e porquês, que estudou o assunto - que procurou, encontrou, comparou e concluiu. O que fez de conta que concluiu.

Façamos de conta que os media nada têm a ver com todo este mundo do faz de conta e que alguns jornalistas não escrevem crónicas como a que Mário Crespo deu à estampa, com elas contribuindo para tanto faz de conta. E, porque não?, façamos ainda de conta que uma mentira repetida à exaustão não tende a transformar-se numa verdade.

Façamos de conta que misturar o enjoativo "Magalhães", as declarações do director do Sol e a existência do SIS não dá origem a uma mixórdia que só desacredita quem a assina.

Façamos de conta que Mário Crespo não recupera também a falsa questão do relatório da OCDE que afinal não o era. E façamos de conta que ninguém percebeu que o dito “caso” não se reduz a uma monumental gaffe política e que o Governo pretendeu mesmo tirar dividendos duma pantominice gerada por negligência.

Façamos de conta que faz sentido trazer novamente a terreiro as afirmações de Jorge Coelho e de Augusto Santos Silva – e aqui façamos igualmente de conta que eu aprecio as personagens. E façamos de conta que invocar, neste ponto, o que o carniceiro Nazi Klaus Barbie terá dito, à laia de comparação, é coisa para ser levada a sério. Dita por gente que quer ser levada a sério.

Façamos de conta que o que Mário Crespo diz acerca dos bastidores da entrevista com Pedro Silva Pereira não é dito por um jornalista. E façamos de conta que Mário Crespo nunca recebeu outros telefonemas de tão grave teor.

Façamos de conta que entender como Mário Crespo entendeu a suposta comparação entre o Caso Freeport e o Caso Dreyfus não é “infinitamente ridículo e perverso”. E que é de bom tom chamar os bois pelos nomes.

Façamos de conta que Sócrates é responsável directo pelos buracos da minha rua. E façamos de conta que é ele o responsável pelas indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Porque temos provas disso. E façamos, já agora, de conta que essas indagações vão além de meras indagações procedimentais.

Façamos de conta que a entrevista dada pela procuradora Cândida Almeida não foi um momento ímpar, um precedente a ser seguido e invocado, nas espinhosas relações entre a comunicação social e Justiça. E façamos de conta que é correcto traduzir essas declarações por “sequência de entrevistas do Ministério Público”. Façamos de conta que não se é preso por ter cão e preso por não ter. Que a relação entre a Justiça e a comunicação social não tem areias na engrenagem, que esta nunca as invocou para malhar no segredo de justiça, e que colocar um pouco de óleo no mecanismo não é agora passível de crítica.

Façamos de conta que não é normal o Presidente da República chamar o PGR nas circunstâncias em que o fez. E façamos de conta que algo que mexe com os órgãos de soberania não é assunto de Estado, sem que daí possam ser tiradas outras conclusões.

Façamos de conta que a alusão ao funcionamento da democracia, a Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos e Kabila não fica ali a matar e que foi proferida no calor da rítmica. Aqui chegados façamos de conta que no pasa nada, que todos podemos dizer o que nos der na real gana.

Se fizermos estes de conta todos, teremos uma crónica séria, circunstanciada, de argumentos sólidos. Coisa sem segundas intenções, um momento feliz. E neste caso, ser entrevistado por Mário Crespo não voltará a ser uma obrigação.

E será caso para dizer: parabéns, Mário, essa foi bem esgalhada.
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