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Entenda o conflito na Irlanda do Norte Plantão
Entenda o conflito na Irlanda do Norte
Plantão | Publicada em 10/03/2009 às 03h09m
BBC
Dois atentados ocorridos nos últimos dias na Irlanda do Norte trouxeram de volta os fantasmas do sangrento conflito que atingiu a região durante décadas.
No último sábado, 7 de março, dois soldados britânicos foram mortos e outras quatro pessoas ficaram feridas em um ataque contra o quartel de Massereene, no condado de Antrim, ao norte de Belfast.
No dia seguinte, o IRA Real, uma dissidência do IRA (Exército Republicano Irlandês) assumiu a autoria do atentado.
Já nesta segunda-feira, um policial foi morto a tiros em uma emboscada na cidade de Craigavon, a cerca de 40 quilômetros de Belfast.
Até o momento, nenhuma organização assumiu a autoria do segundo ataque.
A BBC preparou uma série de perguntas e respostas sobre os conflitos de raízes políticas e religiosas na Irlanda do Norte.
A Irlanda do Norte se formou em 1921, depois que um acordo entre a Grã-Bretanha e a República da Irlanda - que declarou sua independência de Londres em 1916 - dividiu a ilha.
Pelo acordo, 26 condados passaram a pertencer à Irlanda, enquanto outros seis condados do norte, parte da província do Ulster, ficaram sob o domínio do que passou a se chamar em 1927 de Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte.
O principal motivo para o conflito está nas desavenças sobre se a região deve fazer parte da Irlanda ou do Reino Unido.
Algumas pessoas, especialmente aquelas que pertencem à comunidade unionista protestante, defendem que a região deve continuar sob o domínio de Londres.
Outras, particularmente aquelas que fazem parte da comunidade católica nacionalista, acreditam que a região deve deixar o Reino Unido para se anexar à República da Irlanda.
As relações entre as duas partes começaram a ficar mais tensas a partir do final dos anos 1960, quando começou um ciclo de violência que durou mais de 30 anos, com episódios de tumultos nas ruas e campanhas de atentados a bomba.
Até agora, mais de 3,6 mil pessoas morreram durante os conflitos, a maioria delas civis.
O Exército britânico foi posicionado na região para tentar manter a paz depois que o Royal Ulster Constabulary (força policial da Irlanda do Norte até 2001) perdeu o controle da situação.
O Exército, no entanto, logo foi visto como uma força de ocupação pelos nacionalistas, o que fez com que as tropas fossem alvo de ataques de grupos paramilitares.
No período mais tenso do conflito, 28 mil soldados britânicos estavam na região. Atualmente, há cerca de 5 mil homens.
O processo de paz na Irlanda do Norte está sendo trabalhado nos últimos 20 anos.
Participaram das negociações os governos da Irlanda e da Grã-Bretanha e políticos da região.
Depois de declarações de cessar-fogo por parte do grupo paramilitar IRA (Exército Republicano Irlandês) e de grupos unionistas, começaram negociações entre os partidos políticos, que culminaram com o Acordo da Sexta-Feira Santa, de 1998.
Em 2007, o Partido Unionista Democrático (DUP, na sigla em inglês) e o Sinn Fein (antigo braço político do IRA) chegaram a um acordo para a transferência do governo.
Estes dois partidos dominam agora o cenário político da Irlanda do Norte.
Desde 2008, o primeiro ministro do governo da região é Peter Robinson, membro do DUP, enquanto seu vice é Martin McGuinnes, um ex-comandante do IRA.
Segundo especialistas em segurança, grupos republicanos dissidentes representam a maior ameaça ao processo de paz, sendo que muitos grupos paramilitares ainda estão em atividade.
Entre esses grupos estão o chamadao Continuity Irish Republican Army (Continuidade do Exército Republicano Irlandês, em tradução livre), o IRA Real, o Exército de Libertação Nacional Irlandês e o Óglaigh na hÉireann.
Informações dão conta de que os dois primeiros estariam "especialmente em atividade" e poderiam estar preparando novos ataques.
Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil
Plantão | Publicada em 10/03/2009 às 03h09m
BBC
Dois atentados ocorridos nos últimos dias na Irlanda do Norte trouxeram de volta os fantasmas do sangrento conflito que atingiu a região durante décadas.
No último sábado, 7 de março, dois soldados britânicos foram mortos e outras quatro pessoas ficaram feridas em um ataque contra o quartel de Massereene, no condado de Antrim, ao norte de Belfast.
No dia seguinte, o IRA Real, uma dissidência do IRA (Exército Republicano Irlandês) assumiu a autoria do atentado.
Já nesta segunda-feira, um policial foi morto a tiros em uma emboscada na cidade de Craigavon, a cerca de 40 quilômetros de Belfast.
Até o momento, nenhuma organização assumiu a autoria do segundo ataque.
A BBC preparou uma série de perguntas e respostas sobre os conflitos de raízes políticas e religiosas na Irlanda do Norte.
A Irlanda do Norte se formou em 1921, depois que um acordo entre a Grã-Bretanha e a República da Irlanda - que declarou sua independência de Londres em 1916 - dividiu a ilha.
Pelo acordo, 26 condados passaram a pertencer à Irlanda, enquanto outros seis condados do norte, parte da província do Ulster, ficaram sob o domínio do que passou a se chamar em 1927 de Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do Norte.
O principal motivo para o conflito está nas desavenças sobre se a região deve fazer parte da Irlanda ou do Reino Unido.
Algumas pessoas, especialmente aquelas que pertencem à comunidade unionista protestante, defendem que a região deve continuar sob o domínio de Londres.
Outras, particularmente aquelas que fazem parte da comunidade católica nacionalista, acreditam que a região deve deixar o Reino Unido para se anexar à República da Irlanda.
As relações entre as duas partes começaram a ficar mais tensas a partir do final dos anos 1960, quando começou um ciclo de violência que durou mais de 30 anos, com episódios de tumultos nas ruas e campanhas de atentados a bomba.
Até agora, mais de 3,6 mil pessoas morreram durante os conflitos, a maioria delas civis.
O Exército britânico foi posicionado na região para tentar manter a paz depois que o Royal Ulster Constabulary (força policial da Irlanda do Norte até 2001) perdeu o controle da situação.
O Exército, no entanto, logo foi visto como uma força de ocupação pelos nacionalistas, o que fez com que as tropas fossem alvo de ataques de grupos paramilitares.
No período mais tenso do conflito, 28 mil soldados britânicos estavam na região. Atualmente, há cerca de 5 mil homens.
O processo de paz na Irlanda do Norte está sendo trabalhado nos últimos 20 anos.
Participaram das negociações os governos da Irlanda e da Grã-Bretanha e políticos da região.
Depois de declarações de cessar-fogo por parte do grupo paramilitar IRA (Exército Republicano Irlandês) e de grupos unionistas, começaram negociações entre os partidos políticos, que culminaram com o Acordo da Sexta-Feira Santa, de 1998.
Em 2007, o Partido Unionista Democrático (DUP, na sigla em inglês) e o Sinn Fein (antigo braço político do IRA) chegaram a um acordo para a transferência do governo.
Estes dois partidos dominam agora o cenário político da Irlanda do Norte.
Desde 2008, o primeiro ministro do governo da região é Peter Robinson, membro do DUP, enquanto seu vice é Martin McGuinnes, um ex-comandante do IRA.
Segundo especialistas em segurança, grupos republicanos dissidentes representam a maior ameaça ao processo de paz, sendo que muitos grupos paramilitares ainda estão em atividade.
Entre esses grupos estão o chamadao Continuity Irish Republican Army (Continuidade do Exército Republicano Irlandês, em tradução livre), o IRA Real, o Exército de Libertação Nacional Irlandês e o Óglaigh na hÉireann.
Informações dão conta de que os dois primeiros estariam "especialmente em atividade" e poderiam estar preparando novos ataques.
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