Daniel Oliveira -Cronica Expresso
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Daniel Oliveira -Cronica Expresso
Mediocracia
Com as obras na Assembleia da República, alguns deputados estão preocupados com o facto de os jornalistas conseguirem filmar e fotografar o que eles estão a fazer nos seus computadores. A inquietação não será muito popular: afinal de contas, num país onde vigora a estúpida máxima de que "quem não deve não teme", a privacidade nunca foi valor que merecesse grande respeito. Mas, para mim, motivo de indignação é os políticos terem fundadas razões para temer o voyeurismo.
O acesso dos jornalistas à maioria dos parlamentos é relativamente recente. E no mais antigo do mundo, a Câmara dos Comuns inglesa, só depois de várias experiências é que, no final dos anos 80, as televisões foram definitivamente autorizadas a transmitir as sessões. Não se tratava de defender a opacidade. O que os deputados sabiam é que a entrada da televisão mudaria todas as regras jogo. Valorizaria o lado cénico da política e retiraria importância à palavra e ao argumento. E dessacralizava os espaços de poder. Em princípio, seria excelente. Mas há um limite a partir do qual se torna destrutivo: quando os cidadãos deixam de respeitar quem elegem podem passar a preferir quem não é eleito.
Nos últimos anos os jornalistas transformaram-se numa espécie de fiscais e juízes de cada eleito. Não dos seus actos políticos, mas dos seus gestos mais triviais: fazem-lhes perguntas de algibeira nos corredores, escutam as suas conversas, fotografam os seus computadores e até já publicaram trocas de mensagens. Como as decisões que se tomam no Parlamento não são muito telegénicas, a fiscalização que interessa fica de fora dos alinhamentos. O pequeno escândalo e a coscuvilhice vendem muito mais.
A lógica populista do jornalismo comercial transformou, aos olhos de todos, cada deputado no bombo da festa, no suspeito do costume, num parasita da sociedade, num cidadão sem defesa. Não sabem muitos jornalistas que ao rebaixar a dignidade dos eleitos estão a destruir todos os instrumentos que defendem a sua própria liberdade. E que a mediocracia para onde caminhamos será bem pior do que aquilo que temos.
A barbárie
À medida que, através de observadores da ONU e jornalistas, vamos sabendo o que aconteceu em Gaza no princípio do ano alguns mitos vão caindo por terra. Os soldados israelitas usaram crianças palestinianas como escudo humano, funcionando como pequenos sapadores. Os instrutores ensinavam os jovens recrutas a não distinguir civis de militares, como provam testemunhos de soldados publicados em vários jornais de Israel. Como símbolo da selvajaria instalada, começou a aparecer pelos quartéis uma T-shirt com a imagem de uma mira sobre uma árabe grávida com uma sugestiva frase: "um tiro, duas mortes". Haverá histórias iguais do lado de lá. Não duvido. A guerra é a barbaridade humana em acto. Mas tudo o que vamos sabendo deveria chegar para pôr fim à propaganda que nos vende que estamos perante um confronto entre civilizações. Que de um lado temos terroristas e do outro os defensores de supostos valores ocidentais. De um lado e do outro temos a barbárie, como em quase todas as guerras. O que resta? Um ocupante e um ocupado. É só mesmo essa a diferença entre palestinianos e israelitas. E faz toda a diferença.
Daniel Oliveira
Com as obras na Assembleia da República, alguns deputados estão preocupados com o facto de os jornalistas conseguirem filmar e fotografar o que eles estão a fazer nos seus computadores. A inquietação não será muito popular: afinal de contas, num país onde vigora a estúpida máxima de que "quem não deve não teme", a privacidade nunca foi valor que merecesse grande respeito. Mas, para mim, motivo de indignação é os políticos terem fundadas razões para temer o voyeurismo.
O acesso dos jornalistas à maioria dos parlamentos é relativamente recente. E no mais antigo do mundo, a Câmara dos Comuns inglesa, só depois de várias experiências é que, no final dos anos 80, as televisões foram definitivamente autorizadas a transmitir as sessões. Não se tratava de defender a opacidade. O que os deputados sabiam é que a entrada da televisão mudaria todas as regras jogo. Valorizaria o lado cénico da política e retiraria importância à palavra e ao argumento. E dessacralizava os espaços de poder. Em princípio, seria excelente. Mas há um limite a partir do qual se torna destrutivo: quando os cidadãos deixam de respeitar quem elegem podem passar a preferir quem não é eleito.
Nos últimos anos os jornalistas transformaram-se numa espécie de fiscais e juízes de cada eleito. Não dos seus actos políticos, mas dos seus gestos mais triviais: fazem-lhes perguntas de algibeira nos corredores, escutam as suas conversas, fotografam os seus computadores e até já publicaram trocas de mensagens. Como as decisões que se tomam no Parlamento não são muito telegénicas, a fiscalização que interessa fica de fora dos alinhamentos. O pequeno escândalo e a coscuvilhice vendem muito mais.
A lógica populista do jornalismo comercial transformou, aos olhos de todos, cada deputado no bombo da festa, no suspeito do costume, num parasita da sociedade, num cidadão sem defesa. Não sabem muitos jornalistas que ao rebaixar a dignidade dos eleitos estão a destruir todos os instrumentos que defendem a sua própria liberdade. E que a mediocracia para onde caminhamos será bem pior do que aquilo que temos.
A barbárie
À medida que, através de observadores da ONU e jornalistas, vamos sabendo o que aconteceu em Gaza no princípio do ano alguns mitos vão caindo por terra. Os soldados israelitas usaram crianças palestinianas como escudo humano, funcionando como pequenos sapadores. Os instrutores ensinavam os jovens recrutas a não distinguir civis de militares, como provam testemunhos de soldados publicados em vários jornais de Israel. Como símbolo da selvajaria instalada, começou a aparecer pelos quartéis uma T-shirt com a imagem de uma mira sobre uma árabe grávida com uma sugestiva frase: "um tiro, duas mortes". Haverá histórias iguais do lado de lá. Não duvido. A guerra é a barbaridade humana em acto. Mas tudo o que vamos sabendo deveria chegar para pôr fim à propaganda que nos vende que estamos perante um confronto entre civilizações. Que de um lado temos terroristas e do outro os defensores de supostos valores ocidentais. De um lado e do outro temos a barbárie, como em quase todas as guerras. O que resta? Um ocupante e um ocupado. É só mesmo essa a diferença entre palestinianos e israelitas. E faz toda a diferença.
Daniel Oliveira
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Re: Daniel Oliveira -Cronica Expresso
À medida que, através de observadores da ONU e jornalistas, vamos sabendo o que aconteceu em Gaza no princípio do ano alguns mitos vão caindo por terra. Os soldados israelitas usaram crianças palestinianas como escudo humano, funcionando como pequenos sapadores. Os instrutores ensinavam os jovens recrutas a não distinguir civis de militares, como provam testemunhos de soldados publicados em vários jornais de Israel. Como símbolo da selvajaria instalada, começou a aparecer pelos quartéis uma T-shirt com a imagem de uma mira sobre uma árabe grávida com uma sugestiva frase: "um tiro, duas mortes". Haverá histórias iguais do lado de lá. Não duvido. A guerra é a barbaridade humana em acto. Mas tudo o que vamos sabendo deveria chegar para pôr fim à propaganda que nos vende que estamos perante um confronto entre civilizações. Que de um lado temos terroristas e do outro os defensores de supostos valores ocidentais. De um lado e do outro temos a barbárie, como em quase todas as guerras. O que resta? Um ocupante e um ocupado. É só mesmo essa a diferença entre palestinianos e israelitas. E faz toda a diferença.
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Re: Daniel Oliveira -Cronica Expresso
De um lado e do outro temos a barbárie, como em quase todas as guerras. O que resta? Um ocupante e um ocupado. É só mesmo essa a diferença entre palestinianos e israelitas. E faz toda a diferença.
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Re: Daniel Oliveira -Cronica Expresso
De um lado e do outro temos a barbárie, como em quase todas as guerras. O que resta? Um ocupante e um ocupado. É só mesmo essa a diferença entre palestinianos e israelitas. E faz toda a diferença.
O drama é que um ocupa o outro em nome de valores religiosos e numa situaçao que as cruzadas vai para 700 anos ja tinham demonstrado que nao resulta porque o Tal GOD especial dos Judeus é afinal o mesmo que o era o do PAPA guerreiro
Acima destas merdas ridiculas ( com ou sem pires na tola ) esta o SER Humano
E Um SER HUmano para ter liberdade tem que a dar ao seu vizinho
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Re: Daniel Oliveira -Cronica Expresso
nao vale a pena PERDER TEMPO com este assunto!!!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
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