O caminho de Cavaco
2 participantes
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Noticias observadas DAS GALAXIAS SOBRE O PLANETA TERRA
Página 1 de 1
O caminho de Cavaco
O caminho de Cavaco
por Fernanda Câncio
O presidente não resiste à vontade de ser "o homem do leme". De "apontar caminhos". De preferência o que leva a ele.
Pedro Marques Lopes escreveu ontem no DN que Cavaco Silva é um homem previsível e como presidente fez o que se esperava dele. Difícil não concordar. Cavaco é tão fiel à ideologia hiperconservadora que o enforma em termos de costumes que um mês após a entrada em vigor de uma lei que vetou, a do divórcio, foi a Fátima fazer um discurso em que atribuía ao efeito da lei um aumento dos casos de pobreza. "Dizem-me que", disse o presidente no meio de uma assembleia de prelados, sem cuidar de dizer quem lho tinha dito e muito menos como seria possível, num mês, medir tais consequências de uma lei.
Na altura, estas afirmações do Presidente foram lidas como evidência da sua irritação com a resistência do Parlamento à alteração de uma lei que tinha desaprovado. Não houve quem sublinhasse nelas "uma relação difícil com a verdade" - para usar uma expressão cara ao seu apoiante Pacheco Pereira - ou, para usar uma palavra mais gasta, a demagogia.
Demagogia é, sabe-se, um vício da política. Mas estamos habituados a associá-la ao - e a aceitá-la no - combate partidário. A existência de um pendor demagógico - o que despreza a verdade e/ou a instrumentaliza para obter um determinado efeito - no discurso de um Presidente, e ainda por cima num presidente que passa a vida a reiterar a necessidade de rigor e de contenção no seu próprio discurso, só pode significar que este aceitou ser parte no combate político-partidário.
Tinha havido disso alertas anteriores: o pesado silêncio face às repetidas ofensivas madeirenses "ao regular funcionamento das instituições" - desde a resistência anunciada ao cumprimento da lei do aborto ao barrar da entrada de um deputado na Assembleia Regional, passando pela acabrunhante visita presidencial ao arquipélago e pelo facto de ter aceitado que o Governo Regional o impedisse de ir à Assembleia "por se tratar de um bando de loucos" -, silêncio que contrastou com a fúria contra o Estatuto dos Açores (independentemente das razões que lhe poderiam assistir) e que demonstrou ao País a clara existência de dois pesos e duas medidas, pesos e medidas que renegam a ideia (algo lírica, é certo) de um Presidente como vértice vigilante e sem pendor partidário.
Mas também isso estava previsto: Entre as objecções à sua eleição, em 2006, contou-se a de que seria incapaz de se ater às funções presidenciais estatuídas na Constituição. A ideia, fundamentada numa avaliação psicológica de Cavaco como alguém que acha que só ele sabe o que é bom e certo, era a de que não resistiria à vontade de ser "o homem do leme". O prefácio do livro Roteiros III, em que anuncia não se poder limitar a "fazer diagnósticos" mas achar ser sua obrigação "apontar caminhos", como os termos do seu último discurso, repetindo quase palavra por palavra a doutrina da líder do PSD e estrategicamente pronunciado quando já não pode dissolver o Parlamento, vieram apenas confirmar que está em campanha - e, portanto, na campanha. Desenganem-se, porém, os que crêem que o faz pelo PSD. O caminho que aponta é só um: Cavaco, Cavaco, Cavaco
por Fernanda Câncio
O presidente não resiste à vontade de ser "o homem do leme". De "apontar caminhos". De preferência o que leva a ele.
Pedro Marques Lopes escreveu ontem no DN que Cavaco Silva é um homem previsível e como presidente fez o que se esperava dele. Difícil não concordar. Cavaco é tão fiel à ideologia hiperconservadora que o enforma em termos de costumes que um mês após a entrada em vigor de uma lei que vetou, a do divórcio, foi a Fátima fazer um discurso em que atribuía ao efeito da lei um aumento dos casos de pobreza. "Dizem-me que", disse o presidente no meio de uma assembleia de prelados, sem cuidar de dizer quem lho tinha dito e muito menos como seria possível, num mês, medir tais consequências de uma lei.
Na altura, estas afirmações do Presidente foram lidas como evidência da sua irritação com a resistência do Parlamento à alteração de uma lei que tinha desaprovado. Não houve quem sublinhasse nelas "uma relação difícil com a verdade" - para usar uma expressão cara ao seu apoiante Pacheco Pereira - ou, para usar uma palavra mais gasta, a demagogia.
Demagogia é, sabe-se, um vício da política. Mas estamos habituados a associá-la ao - e a aceitá-la no - combate partidário. A existência de um pendor demagógico - o que despreza a verdade e/ou a instrumentaliza para obter um determinado efeito - no discurso de um Presidente, e ainda por cima num presidente que passa a vida a reiterar a necessidade de rigor e de contenção no seu próprio discurso, só pode significar que este aceitou ser parte no combate político-partidário.
Tinha havido disso alertas anteriores: o pesado silêncio face às repetidas ofensivas madeirenses "ao regular funcionamento das instituições" - desde a resistência anunciada ao cumprimento da lei do aborto ao barrar da entrada de um deputado na Assembleia Regional, passando pela acabrunhante visita presidencial ao arquipélago e pelo facto de ter aceitado que o Governo Regional o impedisse de ir à Assembleia "por se tratar de um bando de loucos" -, silêncio que contrastou com a fúria contra o Estatuto dos Açores (independentemente das razões que lhe poderiam assistir) e que demonstrou ao País a clara existência de dois pesos e duas medidas, pesos e medidas que renegam a ideia (algo lírica, é certo) de um Presidente como vértice vigilante e sem pendor partidário.
Mas também isso estava previsto: Entre as objecções à sua eleição, em 2006, contou-se a de que seria incapaz de se ater às funções presidenciais estatuídas na Constituição. A ideia, fundamentada numa avaliação psicológica de Cavaco como alguém que acha que só ele sabe o que é bom e certo, era a de que não resistiria à vontade de ser "o homem do leme". O prefácio do livro Roteiros III, em que anuncia não se poder limitar a "fazer diagnósticos" mas achar ser sua obrigação "apontar caminhos", como os termos do seu último discurso, repetindo quase palavra por palavra a doutrina da líder do PSD e estrategicamente pronunciado quando já não pode dissolver o Parlamento, vieram apenas confirmar que está em campanha - e, portanto, na campanha. Desenganem-se, porém, os que crêem que o faz pelo PSD. O caminho que aponta é só um: Cavaco, Cavaco, Cavaco
Viriato- Pontos : 16657
Re: O caminho de Cavaco
Boa boa
Eu nao votei Cavaco ...ja nem lembro porque ...nem ja interessa
mas aquilo que eu mais adorei na entrevista do Socrates foi ele Ze das socas ter dito á entrevistadora com o ar mais candido que a mensagem do cAVACO NAO ERA PARA ELE
AJHHHHH...AHHHHHH
eU MATEI-ME RI-ME AOS BALDÕES
aDORO QUANDO VEJO UM BOA JOGADA EM BLUFF
sE EU VOTAVA lEITE
NEM PENSAR
pORQUE SOU UM EXECUTIVO ..DANADO PARA OBRAR ...SOU POUCO DE LAMENTOS
Eu nao votei Cavaco ...ja nem lembro porque ...nem ja interessa
mas aquilo que eu mais adorei na entrevista do Socrates foi ele Ze das socas ter dito á entrevistadora com o ar mais candido que a mensagem do cAVACO NAO ERA PARA ELE
AJHHHHH...AHHHHHH
eU MATEI-ME RI-ME AOS BALDÕES
aDORO QUANDO VEJO UM BOA JOGADA EM BLUFF
sE EU VOTAVA lEITE
NEM PENSAR
pORQUE SOU UM EXECUTIVO ..DANADO PARA OBRAR ...SOU POUCO DE LAMENTOS
Vitor mango- Pontos : 118184
Tópicos semelhantes
» A Carranca do Cavaco as bochechas do Mario e Churchill a caminho do Congresso...
» O Cavaco nao dá Cavaco ao Costa e muito menos ao Castelo...ele é que é o sabio
» A FELICIDADE É O CAMINHO QUE TRILHAMOS...
» O PS A CAMINHO DA DERROTA
» Caminho estreito
» O Cavaco nao dá Cavaco ao Costa e muito menos ao Castelo...ele é que é o sabio
» A FELICIDADE É O CAMINHO QUE TRILHAMOS...
» O PS A CAMINHO DA DERROTA
» Caminho estreito
Vagueando na Notícia :: Salas das mesas de grandes debates de noticias :: Noticias observadas DAS GALAXIAS SOBRE O PLANETA TERRA
Página 1 de 1
Permissões neste sub-fórum
Não podes responder a tópicos