Espanha atrai brasileiros para ajudar a repovoar 'cidades-fantasma'
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Espanha atrai brasileiros para ajudar a repovoar 'cidades-fantasma'
Espanha atrai brasileiros para ajudar a repovoar 'cidades-fantasma'
Anelise Infante
De Madri para a BBC Brasil
A brasileira Camille (de amarelo, à dir.) é uma das imigrantes da escola em Lorcha
Famílias brasileiras com crianças estão aproveitando a oferta de
benefícios feita por vilarejos da zona rural da Espanha que correm o
risco de desaparecer por causa da falta de habitantes jovens.
Pelo
menos 15 pequenos municípios espanhóis ofereceram ou estão oferecendo
casa, emprego e até dinheiro a famílias de imigrantes para tentar
repovoar suas ruas. O governo diz que pelo menos 2.648 municípios
enfrentam o mesmo problema de falta de população jovem e que, por isso,
ganharam o nome de "cidades-fantasmas".
Em
Lorcha, vilarejo de 735 habitantes encravado em uma montanha do leste
da Espanha, as paranaenses Adelle, de 8 anos, e Camille, de 10, além de
outros sete equatorianos, ajudaram a manter aberta a única escola
local. Sem esses alunos imigrantes, as 24 crianças nascidas na cidade
precisariam percorrer 18 km até a escola mais próxima.
A
Prefeitura de Lorcha deu à mãe das meninas, Sônia Regina Matos Farias,
uma casa grátis e um emprego de faxineira a 7 euros por hora (cerca de
R$ 21).
"É necessário oferecer algo
convincente. Quem vem para cá chega para ocupar nossos vazios. Só
pedimos que sejam jovens e com filhos porque senão esses lugarejos
estarão condenados ao esquecimento", disse à BBC Brasil o prefeito de
Lorcha, Guillermo Moratal.
Idéia
Em
Ayódar, no litoral mediterrâneo, outras duas crianças brasileiras,
Fernanda, de 11 anos, e Luana, de 6, ajudaram a evitar o fechamento da
escola local.
Elas pertencem a um grupo de
quatro famílias eleitas entre 182 candidatas, aceitando a proposta de
ajudar a repovoar a aldeia de 238 habitantes em troca de casa, trabalho
e um cheque de mil euros (aproximadamente R$ 3 mil).
A
primeira "cidade-fantasma" a lançar uma oferta para repovoar suas ruas
foi Aguaviva, no centro-leste do país, que, em 2000, ofereceu passagens
aéreas, refeitório para as crianças, aluguel subsidiado e emprego para
os pais. Em seis anos, a cidade ganhou 150 novos moradores, todos
imigrantes
O sucesso da ideia levou outras prefeituras a lançar propostas semelhantes através da imprensa.
Hoje,
cerca de 80% dos municípios com problemas de envelhecimento da
população e falta de jovens estão recebendo famílias imigrantes.
O
município de Ponga, no noroeste da Espanha, chegou a oferecer 6 mil
euros (cerca de R$ 18 mil) por cada família com ao menos cinco filhos,
mais um extra de 3 mil euros (aproximadamente R$ 9 mil) por cada
criança nascida na cidade, com um contrato de permanência na aldeia por
cinco anos.
Frustração
Segundo
os dados do Instituto Nacional de Estatística, os menores em idade
escolar nascidos em outros países já ocupam 8,4% do total de vagas dos
colégios públicos espanhóis, dez vezes mais do que há uma década.
"Graças
aos imigrantes, está sendo possível frear o esvaziamento de muitas
cidades da zona rural espanhola", disse à BBC Brasil José Luis Sáenz,
porta-voz do Centro de Estudos para a Despovoação de Áreas Rurais.
Ele, no entanto,
alerta que as prefeituras precisam ser prudentes. "Todo mundo se
interessa pelas ofertas, mas as características das aldeias-fantasmas a
meio e longo prazo não são levadas em consideração. Em muitos casos os
acordos acabam em frustrações."
Sáenz
lembra que em muitas localidades, há problemas para se conectar à
internet e conseguir cobertura de celular e pouco transporte público
para cidades maiores. Além disso, muitas não têm áreas de lazer,
perspectiva de empregos melhores, e escolas de formação profissional e
nível superior.
"O que recomendamos às prefeituras é escolher pessoas sem estudos, para evitar maiores frustrações", completou Sáenz.
O
prefeito de Ayórdar, Ramón Balaguer, concorda. "Procuramos imigrantes
não por preferência, mas por necessidade. Um espanhol quer ficar na sua
profissão, enquanto um estrangeiro se conforma com ter um trabalho e
outros benefícios a mais, nesses tempos".
A
última oferta das aldeias-fantasmas anunciada na passada terça-feira na
imprensa espanhola é a de Monreal de Ariza, no centro-leste. A
Prefeitura dá casa a famílias com filhos pequenos, mas não garante
empregos.
Anelise Infante
De Madri para a BBC Brasil
A brasileira Camille (de amarelo, à dir.) é uma das imigrantes da escola em Lorcha
Famílias brasileiras com crianças estão aproveitando a oferta de
benefícios feita por vilarejos da zona rural da Espanha que correm o
risco de desaparecer por causa da falta de habitantes jovens.
Pelo
menos 15 pequenos municípios espanhóis ofereceram ou estão oferecendo
casa, emprego e até dinheiro a famílias de imigrantes para tentar
repovoar suas ruas. O governo diz que pelo menos 2.648 municípios
enfrentam o mesmo problema de falta de população jovem e que, por isso,
ganharam o nome de "cidades-fantasmas".
Em
Lorcha, vilarejo de 735 habitantes encravado em uma montanha do leste
da Espanha, as paranaenses Adelle, de 8 anos, e Camille, de 10, além de
outros sete equatorianos, ajudaram a manter aberta a única escola
local. Sem esses alunos imigrantes, as 24 crianças nascidas na cidade
precisariam percorrer 18 km até a escola mais próxima.
A
Prefeitura de Lorcha deu à mãe das meninas, Sônia Regina Matos Farias,
uma casa grátis e um emprego de faxineira a 7 euros por hora (cerca de
R$ 21).
"É necessário oferecer algo
convincente. Quem vem para cá chega para ocupar nossos vazios. Só
pedimos que sejam jovens e com filhos porque senão esses lugarejos
estarão condenados ao esquecimento", disse à BBC Brasil o prefeito de
Lorcha, Guillermo Moratal.
Idéia
Em
Ayódar, no litoral mediterrâneo, outras duas crianças brasileiras,
Fernanda, de 11 anos, e Luana, de 6, ajudaram a evitar o fechamento da
escola local.
Elas pertencem a um grupo de
quatro famílias eleitas entre 182 candidatas, aceitando a proposta de
ajudar a repovoar a aldeia de 238 habitantes em troca de casa, trabalho
e um cheque de mil euros (aproximadamente R$ 3 mil).
A
primeira "cidade-fantasma" a lançar uma oferta para repovoar suas ruas
foi Aguaviva, no centro-leste do país, que, em 2000, ofereceu passagens
aéreas, refeitório para as crianças, aluguel subsidiado e emprego para
os pais. Em seis anos, a cidade ganhou 150 novos moradores, todos
imigrantes
O sucesso da ideia levou outras prefeituras a lançar propostas semelhantes através da imprensa.
Hoje,
cerca de 80% dos municípios com problemas de envelhecimento da
população e falta de jovens estão recebendo famílias imigrantes.
O
município de Ponga, no noroeste da Espanha, chegou a oferecer 6 mil
euros (cerca de R$ 18 mil) por cada família com ao menos cinco filhos,
mais um extra de 3 mil euros (aproximadamente R$ 9 mil) por cada
criança nascida na cidade, com um contrato de permanência na aldeia por
cinco anos.
Frustração
Segundo
os dados do Instituto Nacional de Estatística, os menores em idade
escolar nascidos em outros países já ocupam 8,4% do total de vagas dos
colégios públicos espanhóis, dez vezes mais do que há uma década.
"Graças
aos imigrantes, está sendo possível frear o esvaziamento de muitas
cidades da zona rural espanhola", disse à BBC Brasil José Luis Sáenz,
porta-voz do Centro de Estudos para a Despovoação de Áreas Rurais.
Ele, no entanto,
alerta que as prefeituras precisam ser prudentes. "Todo mundo se
interessa pelas ofertas, mas as características das aldeias-fantasmas a
meio e longo prazo não são levadas em consideração. Em muitos casos os
acordos acabam em frustrações."
Sáenz
lembra que em muitas localidades, há problemas para se conectar à
internet e conseguir cobertura de celular e pouco transporte público
para cidades maiores. Além disso, muitas não têm áreas de lazer,
perspectiva de empregos melhores, e escolas de formação profissional e
nível superior.
"O que recomendamos às prefeituras é escolher pessoas sem estudos, para evitar maiores frustrações", completou Sáenz.
O
prefeito de Ayórdar, Ramón Balaguer, concorda. "Procuramos imigrantes
não por preferência, mas por necessidade. Um espanhol quer ficar na sua
profissão, enquanto um estrangeiro se conforma com ter um trabalho e
outros benefícios a mais, nesses tempos".
A
última oferta das aldeias-fantasmas anunciada na passada terça-feira na
imprensa espanhola é a de Monreal de Ariza, no centro-leste. A
Prefeitura dá casa a famílias com filhos pequenos, mas não garante
empregos.
Admin- Admin
- Pontos : 5709
Re: Espanha atrai brasileiros para ajudar a repovoar 'cidades-fantasma'
Viu-se o resultado de Vila de Rei
Mas pode ser que os Espanhois sejam mais espertos que os Portugueses
Mas pode ser que os Espanhois sejam mais espertos que os Portugueses
ricardonunes- Pontos : 3302
Re: Espanha atrai brasileiros para ajudar a repovoar 'cidades-fantasma'
ricardonunes escreveu:Viu-se o resultado de Vila de Rei
Mas pode ser que os Espanhois sejam mais espertos que os Portugueses
Estava exactamente a pensar nesse fiasco quando meti a noticia
Admin- Admin
- Pontos : 5709
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