ony Blair: Não há nada mais importante do que a paz no Médio Oriente
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ony Blair: Não há nada mais importante do que a paz no Médio Oriente
ony Blair: Não há nada mais importante do que a paz no Médio Oriente
10.05.2009 - 09h43 Teresa de Sousa
O ex-primeiro-ministro britânico veio a Portugal participar na primeira edição das Conferências do Estoril sobre a globalização. Numa breve entrevista ao PÚBLICO antes de entrar em palco para a sua conferência (ver texto ao lado), Tony Blair disse que, apesar dos riscos, esta crise pode ser uma oportunidade para o mundo, deu nota máxima ao início do Presidente Obama, disse que o conflito do Médio Oriente chegou à hora da verdade e evitou comprometer-se com a possibilidade de vir a ser candidato a presidente do Conselho Europeu. O actual enviado especial para o Médio Oriente explicou também por que é que vê as religiões como um elemento fundamental da política internacional.
Esta crise pode ou deve abrir uma oportunidade para uma nova ordem mundial, mais justa e mais equilibrada?
A crise é uma oportunidade. Em primeiro lugar, para conseguir criar um sistema financeiro que seja estável no longo prazo. Em segundo lugar, para canalizar os estímulos orçamentais [à economia] para o investimento em energia limpa para o futuro. E, em terceiro lugar, para reequilibrar o comércio entre a China e o Ocidente, o que é importante para a futura estabilidade mundial. Nesse sentido, penso que esta crise surge como uma oportunidade, por mais dura que possa ser para as pessoas.
Podemos considerar que estamos a terminar uma era e a começar outra. O que é que sobrou da sua "terceira via"?
Pessoalmente, penso que a "terceira via" é a resposta para aquilo que acabo de dizer. Porque, precisamente, o que é preciso é intervenção do Estado - é verdade que ela é necessária -, mas intervenção do Estado para estabilizar a economia, para educar os nossos cidadãos da maneira mais adequada, para levar a cabo uma mudança em direcção às energias limpas, e não Estado para dirigir as empresas. Esta não é uma crise de toda a economia de mercado, é uma crise, muito séria, do sector financeiro. Que não deve alterar a ideia central da "terceira via" - que precisamos de um governo moderno, que dê mais poder às pessoas, e de um sistema empreendedor forte.
Estamos também a viver uma deslocação profunda de riqueza e de poder de ocidente para leste. Vamos em direcção a um mundo cada vez mais multipolar...
É verdade.
Há hoje um risco de a Europa ficar para trás?
De forma nenhuma. Mais uma vez, esta crise pode e deve ser uma enorme oportunidade para nós. É agora que o mundo mais precisa de uma Europa forte, que esteja preparada para trabalhar com a América, mas também com a China, que é a grande potência emergente...
Mas isso é o que habitualmente se diz da Europa e do seu papel no mundo. O mundo precisa de uma Europa forte mas a Europa parece que não quer ser forte.
Mas pode ser forte. Não se esqueça de que somos o maior mercado comercial do mundo e que temos a mais avançada união política do mundo. Não há qualquer razão para não podermos ser fortes.
Então o que é que falta?
Precisamos de concentrar as nossas energias na construção do nosso poder. Na economia, na defesa, na política externa, na energia, na forma de resolver as questões que os cidadãos europeus consideram importantes.
Do meu ponto de vista, a Europa pode ser um actor principal no mundo. Hoje, cada vez mais, países como o meu, ou países com uma grande história como o seu, são muito mais fortes se agirem em conjunto com os outros países da União Europeia.
Considera a possibilidade de regressar à cena política, mas agora no palco europeu?
(Amplo sorriso) Não...
Pode perfeitamente considerar.
Esse cargo em que está a pensar [presidente do Conselho Europeu] ainda nem sequer existe. Quando existir, posso pronunciar-me sobre isso.
Mas a Europa ainda o interessa em termos da sua futura carreira política?
Não vou especular sobre isso. Há um tempo para isso. Sempre fui pró-europeu, acredito profundamente que a Europa é e será um actor-chave no futuro, mas ainda falta saber se haverá um presidente da União Europeia, isso é assunto para o futuro.
Foi o principal aliado do Presidente Bush. Mas foi também o primeiro líder europeu a visitar o Presidente Obama na Casa Branca. Pode explicar isto?
É muito simples. A minha visão das coisas é que é importante que a Europa trabalhe com a América.
Com Bush ou com Obama.
Ou com Clinton. Trabalhei muito com Bill Clinton, não se esqueça. E com George Bush. E trabalho agora com o Presidente Obama nas questões do Médio Oriente e em outras coisas. É assim que deve ser. O Presidente dos EUA é importante para o mundo.
Como avalia estes primeiros 100 dias de Obama? Toda a gente tem uma enorme expectativa quanto ao que ele pode fazer.
Essas expectativas são muito altas, mas ele merece nota máxima nos seus primeiros 100 dias porque tem tido uma extraordinária energia e está a pôr de pé uma visão forte, o que é bom.
Ainda é o Enviado Especial do Quarteto internacional para o Médio Oriente. O Presidente Obama vai mudar, provavelmente, a abordagem norte-americana ao conflito israelo-palestiniano. De que é que está à espera? Tem esperança de que as coisas avancem, com o novo Governo israelita?
Não há nada de mais importante do que a paz no Médio Oriente e a coisa mais importante é que a Administração Obama se empenhou no problema desde a primeira hora. Quando o problema é tratado apenas no fim de uma administração, as coisas tornam-se muito mais difíceis.
Os últimos nove meses foram muito duros. Tivemos as convulsões da política israelita, a transição da administração na América, tivemos muitas dificuldades do lado palestiniano. Mas creio que, nas próximas semanas, vamos ter de enfrentar um momento de oportunidade, um momento de decisão e um momento de verdade.
De oportunidade, porque temos Governos estabilizados e uma administração americana forte e vigorosa. De decisão, porque temos de decidir a solução dos dois Estados - todos nós, incluindo os israelitas e os palestinianos. E de verdade, que é saber se estamos realmente preparados a fazer aquilo que tem de ser feito para chegar até lá.
E espera continuar o seu trabalho de enviado especial?
Claro. Estou realmente empenhado e penso que nada há de mais importante do que este problema.
Disse em diferentes ocasiões que devemos dar mais atenção à importância das religiões na relação entre os povos e na política internacionais. Quando estava em Downing Street dizia que a fé devia ficar à porta do n.º 10...
Não era bem assim... Acho que se dá mais importância a isso agora do que teve realmente na altura. Mas enfim... A questão é que a religião é uma força muito importante no mundo de hoje. Temos de perceber isso e temos de garantir as condições para que pessoas de credos diferentes possam trabalhar em conjunto. Há dois elementos nas religiões. Um é um elemento que funciona na base do "nós contra vocês", "eu, com a minha fé, estou contra ti e a tua." E outro elemento, que é sobre compaixão, justiça social, solidariedade. Temos de desenvolver o segundo para reduzir ao mínimo o primeiro.
E pensa que hoje o factor se tornou um elemento a ter em grande conta na política internacional?
Se olhar para a realidade mundial, para o Afeganistão, o Paquistão, o Irão, a Palestina, o Líbano, o Iémen ou a Somália, tem a resposta. Tem de levar isso em consideração.
É de um país com uma forte tradição secular. A Europa é um continente profundamente secular. A América menos. Isso é um problema na nossa capacidade de entender o mundo e de agir sobre ele?
Penso que, por vezes, nós, Europa, temos alguma dificuldade em aceitar até que ponto a religião é uma força no resto do mundo. Basta olhar para os dados estatísticos. Quando pergunta qual é o papel da religião na sua vida, 30 por cento dos europeus consideram que tem um papel importante, para quase 60 por cento de americanos e 90 por cento no mundo islâmico. Temos de perceber isto.
Pensa que, no futuro, o mundo precisa de encontrar uma forma melhor de coexistência entre diferentes culturas e diferentes religiões e a maneira como isso de traduz na forma como encaram a vida e o mundo?
O ponto central é que a globalização une as pessoas. Se a religião se transformar numa forma de separar as pessoas, de as colocar em oposição aos outros, então torna-se uma força reaccionária. Temos de garantir que as religiões desempenhem um papel construtivo e não um papel destrutivo.
Esta imensa crise económica ainda se pode transformar numa força de desglobalização?
Acho que há um risco real, mas acredito que as lideranças mundiais percebem esse risco e tentarão evitá-lo. Espero que não se avance em direcção ao proteccionismo, ao fim do comércio livre, para políticas anti-imigrante...
Mas há um risco, olhando para o que vê hoje?
Há sempre esse risco em tempos de crise como estes, que geram o medo. E, em tempos de medo, as pessoas tendem a reagir contra as outras pessoas.
Quando olha para as decisões do G20, para a América, para a Europa ou para a China, pensa que há condições para vencer esse risco?
Penso que podemos vencer esse risco e acredito que é fundamental que o façamos.
comentários
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Comentário 11.05.2009 - 02h26 - jpgijpg, V.N. de Gaia
Entretanto, 7300 euros é o que cobra o socialista Tony Blair por minuto (minuto...) de conferência. Ganhou 16,6 milhões de euros desde Junho de 2007 com as suas palestras neo-progressistas. Mas este é o socialista que invadiu e destruiu o Iraque, provocando centenas de milhares de mortos e de mutilados. É este o grande inspirador do nosso Pinócrates, que representa a comunidade internacional no Médio Oriente (não tendo no entanto esboçado uma crítica que fosse aquando do recente massacre de 1500 mulheres e crianças em Gaza por parte dos seus amigos israelitas). É este o vanguardista esclarecido, como o nosso "engenheiro Freeport", que se prepara para ser aclamado pela Internacional Socialista para ocupar o lugar de primeiro Presidente Permanente da União Europeia. E este execrável Tony Blair, que tal como o Menino de Ouro do PS foi cúmplice nos vôos da tortura da CIA, como a srta. Ana Gomes, o lamentável Vital Moreira e o Mário Soares bem sabem, esse Blair criminoso vai agora ser recompensado pelos socialistas. O socialista Blair, mais do que qualquer outra pessoa, é o expoente máximo do neoliberalismo e do servilismo mais abjecto dos dirigentes europeus face à Administração Bush.
Comentário 10.05.2009 - 22h19 - Anónimo, sítio dos pequeninos com (des)governantes e deputados a condizer...
...ERA ONDE DEVERIA TER IDO. APRESENTAR-SE PARA SER JULGADO POR CRIMES DE GUERRA ...E MAIS TRÊS...SÓ PARA NÃO IR SÓZINHO...TINHA BOA COMPANHIA E ERA MAIS COERENTE... MAS, COMO AINDA HÁ GENTE DISPOSTA A "CONTRIBUIR" PARA ESTA GENTE...NÃO É NOVIDADE !!! ENFIAM-SE UNS MILHÕEZITOS NOS BANCOS E PRONTO, JÁ ESTÁ !!!
Comentário 10.05.2009 - 21h03 - José Gonçalves Cravinho, Holanda
Pouco mais tenho para acrescentar ao que já foi dito contra o sorridente Blair,tal como Bush,um criminoso de guerra.Quanto ao seu Trabalhismo êle é um Político da casta dos Sociais Democratas Liberais defensores do Sistema Capitalista tal como os do Partido Conservador.Meteu-se no Partido Trabalhista para enganar os Trabalhadores,tal como Sócrates que é Social Democrata Liberal mas que usa a máscara de Socialista, para mais fàcilmente meter o Socialismo na gaveta.
Comentário 10.05.2009 - 16h10 - Gilson Gomes da Silva , Rio de Janeiro, Brasil
O Sr. Tony Blair é uma figura engraçada que cria o incendio e depois aparece para apaga-lo. Após o excelente serviço prestado deveria receber a maior das condecorações da Casa Branca. Um sujeito realmente fantástico. Vive la France !! que disse não quando convocada para essa loucura do Cowboy texano.
Comentário 10.05.2009 - 16h03 - Anónimo, sintra
Este SUPER ASSASSINO ALDRABÃO deve ser uma fonte de inspiração para o "nosso" ALDRABÃOZINHO.
10.05.2009 - 09h43 Teresa de Sousa
O ex-primeiro-ministro britânico veio a Portugal participar na primeira edição das Conferências do Estoril sobre a globalização. Numa breve entrevista ao PÚBLICO antes de entrar em palco para a sua conferência (ver texto ao lado), Tony Blair disse que, apesar dos riscos, esta crise pode ser uma oportunidade para o mundo, deu nota máxima ao início do Presidente Obama, disse que o conflito do Médio Oriente chegou à hora da verdade e evitou comprometer-se com a possibilidade de vir a ser candidato a presidente do Conselho Europeu. O actual enviado especial para o Médio Oriente explicou também por que é que vê as religiões como um elemento fundamental da política internacional.
Esta crise pode ou deve abrir uma oportunidade para uma nova ordem mundial, mais justa e mais equilibrada?
A crise é uma oportunidade. Em primeiro lugar, para conseguir criar um sistema financeiro que seja estável no longo prazo. Em segundo lugar, para canalizar os estímulos orçamentais [à economia] para o investimento em energia limpa para o futuro. E, em terceiro lugar, para reequilibrar o comércio entre a China e o Ocidente, o que é importante para a futura estabilidade mundial. Nesse sentido, penso que esta crise surge como uma oportunidade, por mais dura que possa ser para as pessoas.
Podemos considerar que estamos a terminar uma era e a começar outra. O que é que sobrou da sua "terceira via"?
Pessoalmente, penso que a "terceira via" é a resposta para aquilo que acabo de dizer. Porque, precisamente, o que é preciso é intervenção do Estado - é verdade que ela é necessária -, mas intervenção do Estado para estabilizar a economia, para educar os nossos cidadãos da maneira mais adequada, para levar a cabo uma mudança em direcção às energias limpas, e não Estado para dirigir as empresas. Esta não é uma crise de toda a economia de mercado, é uma crise, muito séria, do sector financeiro. Que não deve alterar a ideia central da "terceira via" - que precisamos de um governo moderno, que dê mais poder às pessoas, e de um sistema empreendedor forte.
Estamos também a viver uma deslocação profunda de riqueza e de poder de ocidente para leste. Vamos em direcção a um mundo cada vez mais multipolar...
É verdade.
Há hoje um risco de a Europa ficar para trás?
De forma nenhuma. Mais uma vez, esta crise pode e deve ser uma enorme oportunidade para nós. É agora que o mundo mais precisa de uma Europa forte, que esteja preparada para trabalhar com a América, mas também com a China, que é a grande potência emergente...
Mas isso é o que habitualmente se diz da Europa e do seu papel no mundo. O mundo precisa de uma Europa forte mas a Europa parece que não quer ser forte.
Mas pode ser forte. Não se esqueça de que somos o maior mercado comercial do mundo e que temos a mais avançada união política do mundo. Não há qualquer razão para não podermos ser fortes.
Então o que é que falta?
Precisamos de concentrar as nossas energias na construção do nosso poder. Na economia, na defesa, na política externa, na energia, na forma de resolver as questões que os cidadãos europeus consideram importantes.
Do meu ponto de vista, a Europa pode ser um actor principal no mundo. Hoje, cada vez mais, países como o meu, ou países com uma grande história como o seu, são muito mais fortes se agirem em conjunto com os outros países da União Europeia.
Considera a possibilidade de regressar à cena política, mas agora no palco europeu?
(Amplo sorriso) Não...
Pode perfeitamente considerar.
Esse cargo em que está a pensar [presidente do Conselho Europeu] ainda nem sequer existe. Quando existir, posso pronunciar-me sobre isso.
Mas a Europa ainda o interessa em termos da sua futura carreira política?
Não vou especular sobre isso. Há um tempo para isso. Sempre fui pró-europeu, acredito profundamente que a Europa é e será um actor-chave no futuro, mas ainda falta saber se haverá um presidente da União Europeia, isso é assunto para o futuro.
Foi o principal aliado do Presidente Bush. Mas foi também o primeiro líder europeu a visitar o Presidente Obama na Casa Branca. Pode explicar isto?
É muito simples. A minha visão das coisas é que é importante que a Europa trabalhe com a América.
Com Bush ou com Obama.
Ou com Clinton. Trabalhei muito com Bill Clinton, não se esqueça. E com George Bush. E trabalho agora com o Presidente Obama nas questões do Médio Oriente e em outras coisas. É assim que deve ser. O Presidente dos EUA é importante para o mundo.
Como avalia estes primeiros 100 dias de Obama? Toda a gente tem uma enorme expectativa quanto ao que ele pode fazer.
Essas expectativas são muito altas, mas ele merece nota máxima nos seus primeiros 100 dias porque tem tido uma extraordinária energia e está a pôr de pé uma visão forte, o que é bom.
Ainda é o Enviado Especial do Quarteto internacional para o Médio Oriente. O Presidente Obama vai mudar, provavelmente, a abordagem norte-americana ao conflito israelo-palestiniano. De que é que está à espera? Tem esperança de que as coisas avancem, com o novo Governo israelita?
Não há nada de mais importante do que a paz no Médio Oriente e a coisa mais importante é que a Administração Obama se empenhou no problema desde a primeira hora. Quando o problema é tratado apenas no fim de uma administração, as coisas tornam-se muito mais difíceis.
Os últimos nove meses foram muito duros. Tivemos as convulsões da política israelita, a transição da administração na América, tivemos muitas dificuldades do lado palestiniano. Mas creio que, nas próximas semanas, vamos ter de enfrentar um momento de oportunidade, um momento de decisão e um momento de verdade.
De oportunidade, porque temos Governos estabilizados e uma administração americana forte e vigorosa. De decisão, porque temos de decidir a solução dos dois Estados - todos nós, incluindo os israelitas e os palestinianos. E de verdade, que é saber se estamos realmente preparados a fazer aquilo que tem de ser feito para chegar até lá.
E espera continuar o seu trabalho de enviado especial?
Claro. Estou realmente empenhado e penso que nada há de mais importante do que este problema.
Disse em diferentes ocasiões que devemos dar mais atenção à importância das religiões na relação entre os povos e na política internacionais. Quando estava em Downing Street dizia que a fé devia ficar à porta do n.º 10...
Não era bem assim... Acho que se dá mais importância a isso agora do que teve realmente na altura. Mas enfim... A questão é que a religião é uma força muito importante no mundo de hoje. Temos de perceber isso e temos de garantir as condições para que pessoas de credos diferentes possam trabalhar em conjunto. Há dois elementos nas religiões. Um é um elemento que funciona na base do "nós contra vocês", "eu, com a minha fé, estou contra ti e a tua." E outro elemento, que é sobre compaixão, justiça social, solidariedade. Temos de desenvolver o segundo para reduzir ao mínimo o primeiro.
E pensa que hoje o factor se tornou um elemento a ter em grande conta na política internacional?
Se olhar para a realidade mundial, para o Afeganistão, o Paquistão, o Irão, a Palestina, o Líbano, o Iémen ou a Somália, tem a resposta. Tem de levar isso em consideração.
É de um país com uma forte tradição secular. A Europa é um continente profundamente secular. A América menos. Isso é um problema na nossa capacidade de entender o mundo e de agir sobre ele?
Penso que, por vezes, nós, Europa, temos alguma dificuldade em aceitar até que ponto a religião é uma força no resto do mundo. Basta olhar para os dados estatísticos. Quando pergunta qual é o papel da religião na sua vida, 30 por cento dos europeus consideram que tem um papel importante, para quase 60 por cento de americanos e 90 por cento no mundo islâmico. Temos de perceber isto.
Pensa que, no futuro, o mundo precisa de encontrar uma forma melhor de coexistência entre diferentes culturas e diferentes religiões e a maneira como isso de traduz na forma como encaram a vida e o mundo?
O ponto central é que a globalização une as pessoas. Se a religião se transformar numa forma de separar as pessoas, de as colocar em oposição aos outros, então torna-se uma força reaccionária. Temos de garantir que as religiões desempenhem um papel construtivo e não um papel destrutivo.
Esta imensa crise económica ainda se pode transformar numa força de desglobalização?
Acho que há um risco real, mas acredito que as lideranças mundiais percebem esse risco e tentarão evitá-lo. Espero que não se avance em direcção ao proteccionismo, ao fim do comércio livre, para políticas anti-imigrante...
Mas há um risco, olhando para o que vê hoje?
Há sempre esse risco em tempos de crise como estes, que geram o medo. E, em tempos de medo, as pessoas tendem a reagir contra as outras pessoas.
Quando olha para as decisões do G20, para a América, para a Europa ou para a China, pensa que há condições para vencer esse risco?
Penso que podemos vencer esse risco e acredito que é fundamental que o façamos.
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Comentário 11.05.2009 - 02h26 - jpgijpg, V.N. de Gaia
Entretanto, 7300 euros é o que cobra o socialista Tony Blair por minuto (minuto...) de conferência. Ganhou 16,6 milhões de euros desde Junho de 2007 com as suas palestras neo-progressistas. Mas este é o socialista que invadiu e destruiu o Iraque, provocando centenas de milhares de mortos e de mutilados. É este o grande inspirador do nosso Pinócrates, que representa a comunidade internacional no Médio Oriente (não tendo no entanto esboçado uma crítica que fosse aquando do recente massacre de 1500 mulheres e crianças em Gaza por parte dos seus amigos israelitas). É este o vanguardista esclarecido, como o nosso "engenheiro Freeport", que se prepara para ser aclamado pela Internacional Socialista para ocupar o lugar de primeiro Presidente Permanente da União Europeia. E este execrável Tony Blair, que tal como o Menino de Ouro do PS foi cúmplice nos vôos da tortura da CIA, como a srta. Ana Gomes, o lamentável Vital Moreira e o Mário Soares bem sabem, esse Blair criminoso vai agora ser recompensado pelos socialistas. O socialista Blair, mais do que qualquer outra pessoa, é o expoente máximo do neoliberalismo e do servilismo mais abjecto dos dirigentes europeus face à Administração Bush.
Comentário 10.05.2009 - 22h19 - Anónimo, sítio dos pequeninos com (des)governantes e deputados a condizer...
...ERA ONDE DEVERIA TER IDO. APRESENTAR-SE PARA SER JULGADO POR CRIMES DE GUERRA ...E MAIS TRÊS...SÓ PARA NÃO IR SÓZINHO...TINHA BOA COMPANHIA E ERA MAIS COERENTE... MAS, COMO AINDA HÁ GENTE DISPOSTA A "CONTRIBUIR" PARA ESTA GENTE...NÃO É NOVIDADE !!! ENFIAM-SE UNS MILHÕEZITOS NOS BANCOS E PRONTO, JÁ ESTÁ !!!
Comentário 10.05.2009 - 21h03 - José Gonçalves Cravinho, Holanda
Pouco mais tenho para acrescentar ao que já foi dito contra o sorridente Blair,tal como Bush,um criminoso de guerra.Quanto ao seu Trabalhismo êle é um Político da casta dos Sociais Democratas Liberais defensores do Sistema Capitalista tal como os do Partido Conservador.Meteu-se no Partido Trabalhista para enganar os Trabalhadores,tal como Sócrates que é Social Democrata Liberal mas que usa a máscara de Socialista, para mais fàcilmente meter o Socialismo na gaveta.
Comentário 10.05.2009 - 16h10 - Gilson Gomes da Silva , Rio de Janeiro, Brasil
O Sr. Tony Blair é uma figura engraçada que cria o incendio e depois aparece para apaga-lo. Após o excelente serviço prestado deveria receber a maior das condecorações da Casa Branca. Um sujeito realmente fantástico. Vive la France !! que disse não quando convocada para essa loucura do Cowboy texano.
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Re: ony Blair: Não há nada mais importante do que a paz no Médio Oriente
quanto ganha o CLINTON?
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