É no que dão as aberrações
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É no que dão as aberrações
Vaticano em silêncio sobre vergonha irlandesa
por PATRÍCIA VIEGAS DN
Ao longo de sete décadas, milhares de crianças foram vítimas de abusos sexuais e corporais em reformatórios geridos pela Igreja Católica. Agora, as vítimas querem ver os nomes dos abusadores publicitados e que a imunidade que lhes foi garantida pelo Estado irlandês lhes seja retirada. A Igreja irlandesa pediu desculpa. Mas a Santa Sé absteve-se de comentar.
O Vaticano manteve ontem o silêncio sobre os milhares de casos de abusos cometidos contra crianças em instituições geridas por congregações religiosas irlandesas, depois de o líder da Igreja Católica do país, cardeal Sean Brady, ter dito, na véspera, que estava "profundamente desolado e coberto de vergonha por ver que crianças sofreram de uma maneira tão atroz nestas instituições".
Isto numa altura em que as vítimas estão revoltadas pelo facto de a comissão de inquérito, ao mesmo tempo que divulgou as conclusões de nove anos de investigação, não revelar os nomes daqueles que cometeram violência corporal e abusos sexuais sobre milhares de crianças entregues a estas instituições geridas por religiosos.
E em que os partidos da oposição irlandesa estão indignados com o acordo feito entre o Estado e a Igreja Católica, em 2002, para garantir a imunidade a suspeitos de abusos a troco de alguns milhões de euros e propriedades. A Igreja entrou com 128 milhões dos mil milhões que já foram pagos a 12 500 das 14 500 vítimas que já se manifestaram até hoje (o resto saiu dos contribuintes).
O relatório de mais de duas mil páginas da comissão, divulgado na quarta- -feira à tarde, denuncia que ao longo de quase sete décadas mais de duas mil crianças foram vítimas de abusos sexuais ou corporais, num total de 35 mil que foram colocadas em reformatórios geridos por congregações como os Irmãos Cristãos.
Ao longo de todo esse tempo muitos sabiam o que se passava, padres, freiras, até pessoas do Ministério da Educação, mas preferiram manter o silêncio e ignorar até alertas feitos por inspectores que falavam em crianças com ossos partidos ou com sinais de passar fome. O Governo da Irlanda, país fortemente católico, lamentou ontem um dos períodos "mais sombrios da sua história".
As conclusões da comissão não são novidade para o Vaticano, referiu ontem o jornal católico francês La Croix, dizendo que nestas situações a norma é deixar a Igreja nacional manifestar-se. Isso e o facto de o Osservatore Romano não ter dado a notícia não significa que o Papa não está atento. A sua posição tem sido, até agora, a de estabelecer a verdade "sobre crimes monstruosos".
Obrigar os padres ao celibato, quando, segundo a igreja, o homem foi feito por deus, com genitais e desejos normais e iguais a qualquer ser humano, além de um crime contra natura, é uma autêntica aberração. Depois multiplicam-se casos desses. E é só a ponta do iceberg...
por PATRÍCIA VIEGAS DN
Ao longo de sete décadas, milhares de crianças foram vítimas de abusos sexuais e corporais em reformatórios geridos pela Igreja Católica. Agora, as vítimas querem ver os nomes dos abusadores publicitados e que a imunidade que lhes foi garantida pelo Estado irlandês lhes seja retirada. A Igreja irlandesa pediu desculpa. Mas a Santa Sé absteve-se de comentar.
O Vaticano manteve ontem o silêncio sobre os milhares de casos de abusos cometidos contra crianças em instituições geridas por congregações religiosas irlandesas, depois de o líder da Igreja Católica do país, cardeal Sean Brady, ter dito, na véspera, que estava "profundamente desolado e coberto de vergonha por ver que crianças sofreram de uma maneira tão atroz nestas instituições".
Isto numa altura em que as vítimas estão revoltadas pelo facto de a comissão de inquérito, ao mesmo tempo que divulgou as conclusões de nove anos de investigação, não revelar os nomes daqueles que cometeram violência corporal e abusos sexuais sobre milhares de crianças entregues a estas instituições geridas por religiosos.
E em que os partidos da oposição irlandesa estão indignados com o acordo feito entre o Estado e a Igreja Católica, em 2002, para garantir a imunidade a suspeitos de abusos a troco de alguns milhões de euros e propriedades. A Igreja entrou com 128 milhões dos mil milhões que já foram pagos a 12 500 das 14 500 vítimas que já se manifestaram até hoje (o resto saiu dos contribuintes).
O relatório de mais de duas mil páginas da comissão, divulgado na quarta- -feira à tarde, denuncia que ao longo de quase sete décadas mais de duas mil crianças foram vítimas de abusos sexuais ou corporais, num total de 35 mil que foram colocadas em reformatórios geridos por congregações como os Irmãos Cristãos.
Ao longo de todo esse tempo muitos sabiam o que se passava, padres, freiras, até pessoas do Ministério da Educação, mas preferiram manter o silêncio e ignorar até alertas feitos por inspectores que falavam em crianças com ossos partidos ou com sinais de passar fome. O Governo da Irlanda, país fortemente católico, lamentou ontem um dos períodos "mais sombrios da sua história".
As conclusões da comissão não são novidade para o Vaticano, referiu ontem o jornal católico francês La Croix, dizendo que nestas situações a norma é deixar a Igreja nacional manifestar-se. Isso e o facto de o Osservatore Romano não ter dado a notícia não significa que o Papa não está atento. A sua posição tem sido, até agora, a de estabelecer a verdade "sobre crimes monstruosos".
Obrigar os padres ao celibato, quando, segundo a igreja, o homem foi feito por deus, com genitais e desejos normais e iguais a qualquer ser humano, além de um crime contra natura, é uma autêntica aberração. Depois multiplicam-se casos desses. E é só a ponta do iceberg...
Viriato- Pontos : 16657
Re: É no que dão as aberrações
Viriato escreveu:Vaticano em silêncio sobre vergonha irlandesa
por PATRÍCIA VIEGAS DN
Ao longo de sete décadas, milhares de crianças foram vítimas de abusos sexuais e corporais em reformatórios geridos pela Igreja Católica. Agora, as vítimas querem ver os nomes dos abusadores publicitados e que a imunidade que lhes foi garantida pelo Estado irlandês lhes seja retirada. A Igreja irlandesa pediu desculpa. Mas a Santa Sé absteve-se de comentar.
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Obrigar os padres ao celibato, quando, segundo a igreja, o homem foi feito por deus, com genitais e desejos normais e iguais a qualquer ser humano, além de um crime contra natura, é uma autêntica aberração. Depois multiplicam-se casos desses. E é só a ponta do iceberg...
Completamente de acordo. Acontece porém que estes casos não se localizam com exclusividade entre aqueles que juraram o celibato ou que se comprometeram com a virgindade para toda a vida.
Infelizmente, estes casos sempre aconteceram ao longo da história, seja entre aqueles que se dizem civilizados seja entre aqueles que os civilizados consideram como selvagens.
Sabemos muito mais agora àcerca destas coisas do que sabíamos há poucos anos porque os conceitos de bem e de mal, de crime ou de simples abuso, foram sendo modificados.
Sendo as várias igrejas constituídas por HOMENS (envolvendo aqui os dois sexos), natural é que dentro delas se encontrem as mesmas aberrações que se encontram fora delas.
Logo, não me parece que o celibato seja o principal causador destes (actualmente), crimes.
A principal causa destes crimes, é o fechar de olhos para aquilo que se passa na sociedade e muito especialmente dentro de paredes da própria casa, e o HOMEM não ser o "BOM SELVAGEM de que falava Rousseau.
Vagueante- Pontos : 1698
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