Linha Saúde 24

A ministra da Saúde, Ana Jorge, admitiu hoje repensar a linha de Saúde 24 em termos de resposta à propagação da Gripe A, reconhecendo que tem havido congestionamento do serviço em alguns momentos por causa da epidemia

«Reconhecemos que tem havido situações de algum congestionamento e que será necessário eventualmente repensar o formato da linha para poder responder de outra forma mais rapidamente», admitiu Ana Jorge, destacando que o seu Ministério, perante os casos de suspeita de Gripe A H1N1, tem vindo a reforçar o atendimento através da Linha de Saúde 24.

Quanto à resposta a nível dos centros de saúde, Ana Jorge afirmou que, teoricamente, todos os centros de saúde poderão ser mobilizados.

«No plano de contingência prevê-se que todos os centros de saúde poderão ser mobilizados para aderir», declarou Ana Jorge no final do Conselho de Ministros, em que fez o ponto da situação da propagação da Gripe A em Portugal.

No entanto, na conferência de imprensa, a ministra da Saúde fez questão de salientar que os centros de saúde não serão todos mobilizados «hoje ou amanhã, nem todos ao mesmo tempo», até porque a adesão de centros de saúde na resposta à Gripe A implicará «a mobilização de muitos mais profissionais».

«Neste momento, não há a necessidade de estar a abrir e a fazer equipas dedicadas, alargando horários, dado que a situação de propagação em Portugal ainda é muito reduzida», sustentou, depois de reconfirmar que o país tem 61 casos confirmados de Gripe A H1N1.

Ainda em relação à forma como os centros de saúde se poderão integrar no combate à pandemia, Ana Jorge referiu que «irão abrir em função do número de casos e daquilo que for a evolução epidemiológica em Portugal».

«Portugal tem um número de casos positivos relativamente pequeno. Primeiro, temos que identificar os locais onde há maior procura e será depois nesses mesmos locais que se reforçarão as equipas de saúde», explicou a ministra da Saúde, que ainda invocou uma experiência recente para justificar a sua metodologia.

«Na última gripe sazonal, no Inverno, em menos de 24 horas abriram-se centros de saúde até à meia-noite e aos fins-de-semana», apontou.

Lusa / SOL

A ministra da Saúde admitiu, esta terça-feira, que a Linha Saúde 24 tem de melhorar a resposta aos utentes, numa altura em que alguns deles se queixam de demora no atendimento e no encaminhamento dos casos de gripe.

Ana Jorge, ministra da Saúde, reconhece a existência de falhas na Linha Saúde 24, em declarações registadas pela SIC Notícias

«Estamos com algumas dificuldades - que já são conhecidas - de que nem sempre a linha responde logo às chamadas quando as pessoas ligam», reconheceu Ana Jorge.

A governante explicou que foi feito um «reencaminhamento diversificado» dentro da Linha Saúde 24 para quem liga a propósito da gripe A, sendo que a capacidade de resposta nos «postos de atendimento para a linha gripe» tem de ser reforçada.

A titular da pasta da Saúde acrescentou que «está a ser feita formação a mais profissionais» nesse sentido.

Nesta altura, existem 1397 casos confirmados de gripe A em Portugal.

A ministra da Saúde acusou, esta quarta-feira, a empresa que gere a Linha Saúde 24 de não estar a cumprir o contrato. Durante a visita ao Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho, Ana Jorge anunciou ainda o alargamento do plano de contingência para a gripe A.

Ana Jorge diz que empresa que gere Linha saúde 24 tem que ser responsabilizadaAna Jorge anuncia alargamento do plano de contingência para a gripe A

A ministra da Saúde anunciou, esta quarta-feira, o alargamento do plano de contingência para a gripe A.

Durante a visita ao Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia e Espinho, Ana Jorge prometeu mais detalhes sobre o alargamento do plano de contingência para mais tarde, revelando apenas algumas das mudanças que vão ser postas em prática nesta nova fase da epidemia.

Notando que «existem seis casos internados neste momento», Ana Jorge sublinhou que Portugal vive actualmente um «ponto de viragem» nas fases de tratamento da gripe A e que, «ainda esta semana, será anunciada a passagem para outra fase».

De acordo com a ministra, Portugal está «num processo entre a passagem da fase de contenção até à fase de mitigação» da doença.


Sobre as falhas no atendimento da Linha Saúde 24, a ministra acusou a empresa que gere esta linha de aconselhamento médico de não estar a cumprir o contrato.

Ana Jorge revelou que, das dez mil chamadas que deveriam ser atendidas por dia, apenas cerca de um terço tem conseguido resposta.

Neste âmbito, Ana Jorge avisou que a empresa que gere a Linha Saúde 24 tem que ser responsabilizada pelo incumprimento do contrato.


TSF

A Ordem dos Enfermeiros (OE) considera "inaceitável" que o aumento das chamadas para a Linha Saúde 24, devido à gripe A, não tivesse sido acautelado e exige que a ministra da Saúde tome uma "posição firme" junto da empresa.

Num comunicado hoje divulgado, a OE lamenta que o previsível aumento de chamadas devido à gripe A (H1N1) "não tivesse sido acautelado há algum tempo atrás, com o necessário reforço dos profissionais que asseguram, 24 sob 24 horas, o atendimento telefónico de solicitações relacionadas com processos de saúde ou de doença".

Congratulando-se com as críticas da ministra Ana Jorge ao funcionamento do serviço, a Ordem dos Enfermeiros considera que, porém, "a acção do Ministério não deve ficar apenas pelas palavras, mas por uma atitude mais firme junto da empresa a quem foi contratualizado um serviço que não está a ser prestado nas condições acordadas.

"Estamos perante um serviço que tem vindo a ser garantido com eficácia e eficiência pelos profissionais que nele exercem, não podendo os mesmos assumir qualquer tipo de responsabilidade dos profissionais que prestam o atendimento pelos erros que a direcção da empresa possa ter cometido", frisa a OE.

Para a Ordem, "se as condições forem criadas, a Linha de Saúde 24 está numa excelente posição para responder a dúvidas da população e profissionais, assim como orientar os utentes para os serviços mais adequados, constituindo-se como um recurso de saúde imprescindível para a implementação do plano de contingência nacional da gripe A e para o reforço da saúde de todos os cidadãos".

O Director-Geral da Saúde, Francisco George, e o responsável da empresa Linha Cuidados de Saúde (LCS), Artur Martins, estiveram esta tarde reunidos cerca de duas horas, tendo as informações sobre a mesma sido remetidas para o Ministério da Saúde

Diário Digital / Lusa

A Linha Saúde 24 tem sido apontada como um instrumento fundamental para fazer face à pandemia, mas os seus problemas de funcionamento são cada vez maiores. Ontem, a ministra acusou a empresa que gere o serviço de não cumprir o contrato. A oposição diz que o alerta peca por tardio e a socialista Maria de Belém pediu explicações ao Governo com urgência.

A presidente da Comissão Parlamentar de Saúde, a socialista Maria de Belém Roseira, pediu ontem esclarecimentos ao Governo sobre as falhas na Linha Saúde 24. "Pedi urgência nas explicações", disse a deputada ao DN, salientando que dada a importância da Linha na gestão do combate à pandemia de gripe A, estas falhas ganham "relevância política".

Falhas que a ministra da Saúde atribui à má organização da empresa que gere o serviço, a Linha Cuidados de Saúde (LCS), do grupo Caixa Geral de Depósitos. Ana Jorge acusou ontem a empresa de não cumprir o contrato firmado para a gestão da Linha Saúde 24. Segundo a governante, "o que está contratualizado são, no mínimo, dez mil chamadas por dia" e o centro só está a atender três mil". Ou seja, cerca de um terço

No entanto, para João Semedo, do Bloco de Esquerda, a ministra só tem que se queixar dela própria. "É de grande desfaçatez a ministra vir dizer agora que a Linha não está a cumprir porque já não cumpre há muitos meses e o Governo decidiu manter o contrato", diz. Na altura, o Bloco propôs que o Ministério assumisse a condução da Linha, na sequência das polémicas que envolveram a empresa, nomeadamente os conflitos laborais (ver caixa). O contrato entre o Estado e LCS terminava em 2010 mas o Governo decidiu prolongá-lo até 2011, em Maio, argumentando que a avaliação feita pela Direcção-Geral de Saúde (DGS) foi muito favorável . Manuel Pizarro admitiu que havia problemas pontuais, mas dizia que a operadora estava "a trabalhar para superar o problema".

Quatro meses depois, também Jorge Pires, do PCP, se diz "estupefacto" por Ana Jorge se vir queixar de "uma empresa pela qual é a principal responsável". Os problemas laborais revelados tinham consequências no serviço prestado e antecipavam esta situação", disse ao DN. Para os representantes dos dois partidos , a situação só tem uma solução e passa pela DGS assumir a gestão do serviço.

Opinião diferente tem Teresa Caeiro, do CDS-PP. "Não tem de ser o Estado a prestar o serviço, tem é de cumprir o seu dever de monitorizar e aperceber-se das falhas mais cedo", explica, acrescentando que "houve inúmeros alertas sobre a ineficácia da Linha". Por isso, a reacção da ministra é "inexplicável", conclui. O DN não conseguiu obter uma reacção do PSD.

Para o socialista Paulo Pedroso, que tem acompanhado a situação, é preciso realçar que até hoje nenhum partido tinha apresentado números sobre a ineficácia que alegam. "Foi o Governo a fazê-lo, de forma transparente", salienta. Agora, são necessárias medidas imediatas porque a situação é preocupante, diz. E se a empresa não for capaz de resolver o problema considera que os números apresentados pela ministra são razão mais do que suficiente para denunciar o contrato. Uma solução que está aliás prevista no contrato entre o Estado e LCS. O incumprimento do contrato dá direito a rescisão unilateral e ainda ao pagamento de uma indemnização ao Estado, incluindo o dinheiro que teria de ser investido para tomar conta da linha. O contrato prevê ainda a rescisão por razões de interesse público, mas nesse caso o Estado teria de indemnizar a empresa.

O ultimato da ministra Ana Jorge, que realçou que o incumprimento da empresa não se deve à gripe A mas à incapacidade de "se organizar", produziu efeitos na reunião entre o director-geral da Saúde, Francisco George, e Artur Martins, da LCS. A empresa apresentou propostas para aumentar a capacidade de resposta do serviço que começarão a ser aplicadas "de imediato". A tutela promete uma avaliação das mesmas "num breve espaço de tempo".