José Saramago confessa que sempre desconfiou do «homem novo do comunismo»
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José Saramago confessa que sempre desconfiou do «homem novo do comunismo»
José Saramago confessa que sempre desconfiou do «homem novo do comunismo»
O escritor comunista e Nobel da Literatura José Saramago confessa que nunca acreditou totalmente que o comunismo atingisse os objectivos últimos, como «criação do homem novo», e volta a fazer uma dura crítica à experiência soviética
«Para um regime [na ex-União Soviética] que se dispunha a criar um homem novo, sabemos hoje que os métodos e as propostas para esse homem novo não eram grande coisa. (…) O actual quadro russo não tem nada que ver com aquilo que alguém, na melhor boa-fé, imagino, pensou que seria factível», afirma José Saramago numa longa entrevista de dez páginas à edição de Junho da revista Ler.
O autor de Memorial do Convento, que se define como «um materialista científico», admite que nunca chegou a ter essa «boa-fé»: «Sou suficientemente céptico para nunca acreditar. Quanto maior é a promessa mais eu desconfio».
Questionado pelo jornalista Carlos Vaz Marques sobre se pensava o mesmo no dia em que aderiu ao PCP - 16 de Janeiro de 1969 - o escritor respondeu: «Eu era assim. Evidentemente que era assim [céptico]»
Apesar de tudo, José Saramago, que em 2003 se autoproclamava «um comunista libertário», justifica a sua filiação, de quase 40 anos, no comunismo socorrendo-se da aritmética, afirmando que as suas dúvidas não podiam «conduzir ninguém à paralisia».
«Entre um cem que eu sei que não posso alcançar e um oitenta e quatro que sim, talvez então joguemos no oitenta e quatro», afirma o Nobel numa parte da entrevista em que teoriza sobre a sua «rocura da objectividade», enquanto escritor, quando se vive «no reino da subjectividade».
Em 1990, um ano após a queda do Muro de Berlim e o começo do fim da URSS, numa altura em que o próprio se incluia num «grupo de críticos» ao PCP, Saramago garantiu, numa entrevista à revista espanhola Tiempo que jamais tivera «qualquer dúvida» sobre a sua condição de comunista Passados 18 anos, e numa análise mais filosófica, o Nobel da Literatura admite que a «promessa de felicidade», implícita no «materialismo científico» e na utopia comunista, «era inalcançável».
«Essa promessa, no fundo (e hoje sabemo-lo melhor que nunca), consistia, ou deveria ter consistido, na melhoria das condições materiais de vida. O objectivo - e chamo-lhe objectivo porque se falou muito nisso - de criação de um homem novo, que teria os seus fundamentos nessa concepção da existência, fracassou», afirma.
E dá como exemplo «o caso da Rússia actual, (…) herdeira directa da Rússia comunista (para chamar-lhe assim), e não parece que o homem novo se distinga positivamente».
O escritor comunista e Nobel da Literatura José Saramago confessa que nunca acreditou totalmente que o comunismo atingisse os objectivos últimos, como «criação do homem novo», e volta a fazer uma dura crítica à experiência soviética
«Para um regime [na ex-União Soviética] que se dispunha a criar um homem novo, sabemos hoje que os métodos e as propostas para esse homem novo não eram grande coisa. (…) O actual quadro russo não tem nada que ver com aquilo que alguém, na melhor boa-fé, imagino, pensou que seria factível», afirma José Saramago numa longa entrevista de dez páginas à edição de Junho da revista Ler.
O autor de Memorial do Convento, que se define como «um materialista científico», admite que nunca chegou a ter essa «boa-fé»: «Sou suficientemente céptico para nunca acreditar. Quanto maior é a promessa mais eu desconfio».
Questionado pelo jornalista Carlos Vaz Marques sobre se pensava o mesmo no dia em que aderiu ao PCP - 16 de Janeiro de 1969 - o escritor respondeu: «Eu era assim. Evidentemente que era assim [céptico]»
Apesar de tudo, José Saramago, que em 2003 se autoproclamava «um comunista libertário», justifica a sua filiação, de quase 40 anos, no comunismo socorrendo-se da aritmética, afirmando que as suas dúvidas não podiam «conduzir ninguém à paralisia».
«Entre um cem que eu sei que não posso alcançar e um oitenta e quatro que sim, talvez então joguemos no oitenta e quatro», afirma o Nobel numa parte da entrevista em que teoriza sobre a sua «rocura da objectividade», enquanto escritor, quando se vive «no reino da subjectividade».
Em 1990, um ano após a queda do Muro de Berlim e o começo do fim da URSS, numa altura em que o próprio se incluia num «grupo de críticos» ao PCP, Saramago garantiu, numa entrevista à revista espanhola Tiempo que jamais tivera «qualquer dúvida» sobre a sua condição de comunista Passados 18 anos, e numa análise mais filosófica, o Nobel da Literatura admite que a «promessa de felicidade», implícita no «materialismo científico» e na utopia comunista, «era inalcançável».
«Essa promessa, no fundo (e hoje sabemo-lo melhor que nunca), consistia, ou deveria ter consistido, na melhoria das condições materiais de vida. O objectivo - e chamo-lhe objectivo porque se falou muito nisso - de criação de um homem novo, que teria os seus fundamentos nessa concepção da existência, fracassou», afirma.
E dá como exemplo «o caso da Rússia actual, (…) herdeira directa da Rússia comunista (para chamar-lhe assim), e não parece que o homem novo se distinga positivamente».
Vitor mango- Pontos : 117472
Re: José Saramago confessa que sempre desconfiou do «homem novo do comunismo»
O homem novo está dentro de cada homem justo e bom. Não nasce das ideologias políticas nem das religiões.
Pode, talvez, ser formado pela educação (mas tem de querer e de crer).
E os "educadores" também não prestavam...
Pode, talvez, ser formado pela educação (mas tem de querer e de crer).
E os "educadores" também não prestavam...
Urbana Guerra- Pontos : 0
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: José Saramago confessa que sempre desconfiou do «homem novo do comunismo»
RONALDO ALMEIDA escreveu:comunismo? NO!!!!
Comunismo para mim são os volumes teóricos do Karl Marx.
Ninguém mata por usar a pena e escrever um sistema, modelo de sociedade.
Rússia depois do comunismo foi a descoberta da MASSA ($$$$$), dos Oligarcas, dos esfomeados pelo $$$$. Mas continuam a ser uma grande nação, apesar das disputas nalgumas das suas províncias (próximas de regiões perto de anterior domínio por império islâmico, Tchetchenia, Georgia, Arménia).
Última edição por socialista trotskista em Qua Jun 11, 2008 2:06 pm, editado 1 vez(es)
Socialista Trotskista- Pontos : 41
Re: José Saramago confessa que sempre desconfiou do «homem novo do comunismo»
NA nova RUSSIA, cresce o novo FASCISMO/NAZISMO!!!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
Re: José Saramago confessa que sempre desconfiou do «homem novo do comunismo»
socialista trotskista escreveu:RONALDO ALMEIDA escreveu:comunismo? NO!!!!
Comunismo para mim são os volumes teóricos do Karl Marx.
Ninguém mata por usar a pena e escrever um sistema, modelo de sociedade.
Rússia depois do comunismo foi a descoberta da MASSA ($$$$$), dos Oligarcas, dos esfomeados pelo $$$$. Mas continuam a ser uma grande nação, apesar das disputas nalgumas das suas províncias (próximas de regiões perto de anterior domínio por império islâmico, Tchetchenia, Georgia, Arménia).
O que esta a suceder na Russia é tirado a papel quimico pós 25 de ABRIL
A democracia é chata
Demora no minimo 25 anos para limpar paredes
Outros 25 para
Outros para
e ainda outros 25 para esconder o lixo
Admin- Admin
- Pontos : 5709
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