Gaza e Israel: caminho que leva ao passado
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Gaza e Israel: caminho que leva ao passado
Gaza e Israel: caminho que leva ao passado
Foto: AP/Khalil Hamra
Foto de arquivo
Em 29 de agosto de 1967, começou um encontro de cúpula da Liga Árabe em Cartum, capital do Sudão. O ambiente na sala de reuniões foi sombrio – apenas há 2,5 meses, a Força Aérea israelense destruiu completamente a aviação egípcia e assestou um golpe pesado aos exércitos sírio e jordano. Em resultado, Israel ocupou as colinas de Golã, no norte, o Sinai, no sul, e a Cisjordânia. As discussões não foram longas, as resoluções – mais curtas ainda: não – ao reconhecimento do Estado de Israel, não – à paz com Israel, não – às conversações com Israel.
Muito tempo passou desde então: o Sinai foi devolvido ao Egito que, seguido pela Jordânia, assinou acordos de paz com o Estado hebraico; a Arábia Saudita apresentou um plano regional de regularização pacífica, intitulado de “iniciativa árabe de paz”, enquanto o chefe da Liga Árabe apoiou abertamente a fórmula “dois Estados para dois povos”.
Não mudou apenas a situação na Faixa de Gaza. Aquele território continua a ser a “terra de ninguém”. De 1948 a junho de 1967, Gaza foi controlada pelo Egito, mas não foi anexada. Palestinos obtiveram passaportes egípcios, mantendo porém o estatuto de refugiados, e ninguém no Egito nunca os considerava “seus”.
A história dessa faixa estreita de terra mudou bruscamente no decorrer de seis dias da guerra em 1967 – as tropas de Israel ocuparam facilmente Gaza e já dentro de alguns anos apareceram ali primeiras colônias israelenses. Posteriormente, Israel pagará caro por esta vitória fácil.
Após a guerra, a população obteve a possibilidade de trabalhar em Israel, mas a maioria continuava a viver abaixo do limiar de pobreza. Perdendo a cidadania egípcia, os palestinos não receberam um novo estatuto, o que contribuiu para o crescimento de movimentos nacionalistas. Em 1974, em Gaza, apareceu o movimento Al-Mujama Al-Islami, precursor do Hamas contemporâneo.
Passados mais 13 anos, em dezembro de 1987, em Gaza começou a primeira intifada palestina, insurreição que durava quase quatro anos. Em conformidade com os Acordos de Oslo, assinados em 1993 entre Israel e a Organização de Libertação da Palestina, Gaza, em conjunto com a cidade de Jericó, foi a primeira a passar sob controle da nova formação Autoridade Palestina.
Durante os anos 90, o líder palestino Yasser Arafat está desdobrando uma campanha de repressão de islamitas e muitos líderes atuais do Hamas ficam presos.
Entretanto, Israel acusa naqueles tempos a direção da Autoridade de esforços insuficientes para desarmar agrupamentos terroristas. Shimon Peres, que então desempenhava as funções de ministro de Relações Exteriores, declarava na altura que se os palestinos não acabassem com o terror, Israel não iria cumprir também sua parte de entendimentos alcançados:
“Não há e não pode haver quaisquer medidas unilaterais. Não solicitamos quaisquer favores, assim como não solicitamos nada de novo. Os palestinos, conforme foi acordado entre nós, são obrigados a exterminar o terror, a desarmar os agrupamentos terroristas, a colher suas armas e a meter na prisão os envolvidos no terror”.
A incapacidade de Israel e da Autoridade Palestina de elaborar um acordo de paz permanente e de formar um Estado palestino leva a uma atmosfera explosiva em Gaza e na Cisjordânia. Em 29 de setembro de 2000, começa a segunda intifada, intitulada de Intifada Al-Aqsa. Durante quase seis anos, a Faixa de Gaza está formando dezenas de terroristas suicidas que se explodem em supermercados, transportes públicos e clubes noturnos israelenses. Solados que protegem colônias israelenses no território de Gaza também pagam com sangue o preço da intifada.
Em 2005, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, impôs de fato ao parlamento a decisão sobre uma demarcação unilateral com Gaza. Em resultado, Israel retirou suas forças do território da Faixa e desmontou as existentes colônias.
Passados apenas seis meses após a demarcação, ao poder em Gaza chega o movimento islamita Hamas que apela para que Israel seja exterminado. Ismail Hanya torna-se chefe da formação:
“A insurreição e a morte de mártir são caminhos seguros que levam à libertação da Palestina e à devolução de Al-Aqsa e de Jerusalém. Os túneis de combate que estamos abrindo são uma nova estratégia na luta contra o inimigo. Vou dizer mais e mais vezes que não reconhecemos Israel! Não – ao reconhecimento de Israel! Não – ao reconhecimento de Israel!”
Naqueles anos, os militantes do Hamas e da Jihad Islâmica já utilizam lança-foguetes e morteiros para atacar habitantes de Israel na zona fronteiriça. Em junho de 2007, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, dissolveu o governo de unidade nacional. Mas dentro de alguns dias o Hamas organiza um golpe armado e ganha novamente o poder. Em resposta, o governo de Israel impõe bloqueio econômico a Gaza para cortar fornecimentos de armas a palestinos.
A primeira guerra entre Israel e Gaza começa no fim de dezembro de 2008 e dura quase um mês. A situação voltou a agravar-se no outono de 2012. A terceira guerra, que começou este verão, já está ganhando um caráter de guerra de extenuação.
Mas nem Israel nem o Hamas estão dispostos a fazer concessões. Assim a vitória que em 1967 foi alcançada em poucas horas levou a uma confrontação trágica que continua durante muitas dezenas de anos.
Palestina, Israel, Faixa de Gaza, Oriente Médio, Internacional
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_08_25/gaza-e-israel-caminho-que-leva-ao-passado-1603/
Foto: AP/Khalil Hamra
Foto de arquivo
A operação militar israelense na Faixa de Gaza já continua durante 48 dias – em 8 vezes mais que a Guerra dos Seis Dias vitoriosa em 1967. Entretanto, muitos analistas em Israel e no exterior consideram que os atuais acontecimentos dramáticos são ligados diretamente ao ocorrido naquela altura, primeiros dias de junho de 1967, em Gaza.
Em 29 de agosto de 1967, começou um encontro de cúpula da Liga Árabe em Cartum, capital do Sudão. O ambiente na sala de reuniões foi sombrio – apenas há 2,5 meses, a Força Aérea israelense destruiu completamente a aviação egípcia e assestou um golpe pesado aos exércitos sírio e jordano. Em resultado, Israel ocupou as colinas de Golã, no norte, o Sinai, no sul, e a Cisjordânia. As discussões não foram longas, as resoluções – mais curtas ainda: não – ao reconhecimento do Estado de Israel, não – à paz com Israel, não – às conversações com Israel.Muito tempo passou desde então: o Sinai foi devolvido ao Egito que, seguido pela Jordânia, assinou acordos de paz com o Estado hebraico; a Arábia Saudita apresentou um plano regional de regularização pacífica, intitulado de “iniciativa árabe de paz”, enquanto o chefe da Liga Árabe apoiou abertamente a fórmula “dois Estados para dois povos”.
Não mudou apenas a situação na Faixa de Gaza. Aquele território continua a ser a “terra de ninguém”. De 1948 a junho de 1967, Gaza foi controlada pelo Egito, mas não foi anexada. Palestinos obtiveram passaportes egípcios, mantendo porém o estatuto de refugiados, e ninguém no Egito nunca os considerava “seus”.
A história dessa faixa estreita de terra mudou bruscamente no decorrer de seis dias da guerra em 1967 – as tropas de Israel ocuparam facilmente Gaza e já dentro de alguns anos apareceram ali primeiras colônias israelenses. Posteriormente, Israel pagará caro por esta vitória fácil.
Após a guerra, a população obteve a possibilidade de trabalhar em Israel, mas a maioria continuava a viver abaixo do limiar de pobreza. Perdendo a cidadania egípcia, os palestinos não receberam um novo estatuto, o que contribuiu para o crescimento de movimentos nacionalistas. Em 1974, em Gaza, apareceu o movimento Al-Mujama Al-Islami, precursor do Hamas contemporâneo.
Passados mais 13 anos, em dezembro de 1987, em Gaza começou a primeira intifada palestina, insurreição que durava quase quatro anos. Em conformidade com os Acordos de Oslo, assinados em 1993 entre Israel e a Organização de Libertação da Palestina, Gaza, em conjunto com a cidade de Jericó, foi a primeira a passar sob controle da nova formação Autoridade Palestina.
Durante os anos 90, o líder palestino Yasser Arafat está desdobrando uma campanha de repressão de islamitas e muitos líderes atuais do Hamas ficam presos.
Entretanto, Israel acusa naqueles tempos a direção da Autoridade de esforços insuficientes para desarmar agrupamentos terroristas. Shimon Peres, que então desempenhava as funções de ministro de Relações Exteriores, declarava na altura que se os palestinos não acabassem com o terror, Israel não iria cumprir também sua parte de entendimentos alcançados:
“Não há e não pode haver quaisquer medidas unilaterais. Não solicitamos quaisquer favores, assim como não solicitamos nada de novo. Os palestinos, conforme foi acordado entre nós, são obrigados a exterminar o terror, a desarmar os agrupamentos terroristas, a colher suas armas e a meter na prisão os envolvidos no terror”.
A incapacidade de Israel e da Autoridade Palestina de elaborar um acordo de paz permanente e de formar um Estado palestino leva a uma atmosfera explosiva em Gaza e na Cisjordânia. Em 29 de setembro de 2000, começa a segunda intifada, intitulada de Intifada Al-Aqsa. Durante quase seis anos, a Faixa de Gaza está formando dezenas de terroristas suicidas que se explodem em supermercados, transportes públicos e clubes noturnos israelenses. Solados que protegem colônias israelenses no território de Gaza também pagam com sangue o preço da intifada.
Em 2005, o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, impôs de fato ao parlamento a decisão sobre uma demarcação unilateral com Gaza. Em resultado, Israel retirou suas forças do território da Faixa e desmontou as existentes colônias.
Passados apenas seis meses após a demarcação, ao poder em Gaza chega o movimento islamita Hamas que apela para que Israel seja exterminado. Ismail Hanya torna-se chefe da formação:
“A insurreição e a morte de mártir são caminhos seguros que levam à libertação da Palestina e à devolução de Al-Aqsa e de Jerusalém. Os túneis de combate que estamos abrindo são uma nova estratégia na luta contra o inimigo. Vou dizer mais e mais vezes que não reconhecemos Israel! Não – ao reconhecimento de Israel! Não – ao reconhecimento de Israel!”
Naqueles anos, os militantes do Hamas e da Jihad Islâmica já utilizam lança-foguetes e morteiros para atacar habitantes de Israel na zona fronteiriça. Em junho de 2007, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, dissolveu o governo de unidade nacional. Mas dentro de alguns dias o Hamas organiza um golpe armado e ganha novamente o poder. Em resposta, o governo de Israel impõe bloqueio econômico a Gaza para cortar fornecimentos de armas a palestinos.
A primeira guerra entre Israel e Gaza começa no fim de dezembro de 2008 e dura quase um mês. A situação voltou a agravar-se no outono de 2012. A terceira guerra, que começou este verão, já está ganhando um caráter de guerra de extenuação.
Mas nem Israel nem o Hamas estão dispostos a fazer concessões. Assim a vitória que em 1967 foi alcançada em poucas horas levou a uma confrontação trágica que continua durante muitas dezenas de anos.
Palestina, Israel, Faixa de Gaza, Oriente Médio, Internacional
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