Assad quer que países árabes rompam relações com Israel 16.01.2009 - 15h43 AFP, PÚBLICO

Assad quer que países árabes rompam relações com Israel
16.01.2009 - 15h43 AFP, PÚBLICO
O Presidente sírio, Bashar al-Assad, instou os países árabes que mantêm relações diplomáticas com Israel a encerrarem as suas embaixadas e a romperem todos os contactos com o Estado hebraico.

Assad falava na abertura de uma reunião de líderes árabes em Doha, no Qatar, destinada a discutir as consequências da ofensiva israelita, numa iniciativa rival aos esforços diplomáticos que estão a ser conduzidos pelo Egipto e que foi, por isso, boicotada por vários países. Entre as ausências notadas conta-se a dos dirigentes egípcios e sauditas, bem como a do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, enquanto o Hamas se fez representar pelo seu líder no exílio, Khaled Meshaal.

Sem nomear os países a que se referia, o Presidente sírio pediu-lhes para “fecharem as suas embaixadas de Israel e romperem todos os contactos directos ou indirectos com o Estado hebraico”. Dos 22 Estados-membros da Liga Árabe, apenas o Egipto e a Jordânia assinaram tratados de paz e albergam representações diplomáticas israelitas, ao passo que a Mauritânia mantém relações com o Estado hebraico e o Qatar aceitou a instalação de uma delegação de comércio israelita no país.

Confrontado com este apelo, um porta-voz da diplomacia mauritana adiantou à Reuters que Nouakchott suspendeu já todos os contactos políticos e económicos em Israel e mandou chamar o seu embaixador, em protesto contra a ofensiva israelita. “Esta decisão está relacionada com a situação no terreno. Se [a ofensiva] continuar vamos cortar todas as relações”, explicou Baba Sidi Abdallah.

A Al-Jazera noticiou que também o Qatar decidiu suspender as suas relações com Israel, mas a informação ainda não foi oficialmente confirmada.

Assad diz que iniciativa de paz árabe “está morta”

Insistindo numa “renovação do boicote” árabe a Israel, Assad recordou que, pouco depois do início dos bombardeamentos a Gaza, Damasco decidiu “suspender por tempo indeterminado as negociações indirectas”, mediadas pela Turquia.

Face à agressão israelita, afirmou, a iniciativa de paz árabe “está morta”. “Foi morta por Israel e devemos considerá-la morta”, afirmou. Este plano, de inspiração saudita, foi apresentado na cimeira de 2002 da Liga Árabe, em Beirute, e retomado cinco anos depois, numa reunião em Riad.

Entre outros aspectos, a iniciativa prevê a normalização das relações entre os países árabes e Israel, em troca da retirada dos territórios ocupados na Guerra dos Seus Dias (em 1967), a criação de um Estado palestiniano com Jerusalém-Leste como capital e uma resolução “equitativa e acordada” da questão dos refugiados palestinianos. O Governo israelita admitiu que o plano continha “aspectos positivos” mas nunca a aceitou formalmente, contestando em particular a menção ao direito de regresso dos refugiados palestinianos.

Em contraponto, Assad disse apoiar a resistência armada, tal como a que é liderada pelo Hamas, considerando que é essencial para garantir os direitos dos palestinianos “face a um inimigo que só compreende a linguagem da força”. “Uma paz sem resistência conduzirá à rendição”, declarou, numa referência aparente à proposta egípcia de cessar-fogo, que prevê uma trégua imediata nos combates entre Israel e o Hamas, o fim do bloqueio israelita, mediante condições que impeçam o movimento islamista de se rearmar.

o "rei" assad, TEM E QUE ESTAR caladinho!!!! mAIS UM ditadorzeco!!!