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Almada; 200 famílias de pescadores passam fome

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Almada; 200 famílias de pescadores passam fome Empty Almada; 200 famílias de pescadores passam fome

Mensagem por Kllüx Sáb Abr 18, 2009 6:01 am

Almada: Sindicato afirma que 200 famílias de pescadores passam fome



O Presidente da delegação do Sindicato dos Trabalhadores da Pesca do Sul na Costa da Caparica afirmou hoje que «metade das 400 famílias de pescadores na Costa da Caparica, Trafaria e Fonte da Telha passa fome».

De acordo com Lídio Galinho, “legalmente, um pescador não tem direito a coisa nenhuma e as famílias têm vergonha de dizer que passam necessidades. Têm o seu orgulho, orgulho de pescador”, sublinhou.

A miséria é encoberta com orgulho e vergonha, de olhar no chão: “Conto-lhe a minha história mas não escreva o meu nome”, pediram.

A história de cada mês é uma conta de subtrair que começa pelas despesas de casa, “para não se perder o tecto”, segue para a farmácia, “que leva quase metade do orçamento”, e termina na comida “com o que sobra, como se pode”, disseram.

“Temos que dar graças aos supermercados onde ainda vendem latas de grão e de feijão a 20 e 30 cêntimos, ou não sei onde isto ia dar”, afirmaram.

Lídio Galinho recordou os meses de Janeiro e Fevereiro deste ano como os mais difíceis de sempre para as famílias dos pescadores.

“O mau tempo não deixava os homens irem para o mar. Agora imagine-se o que é, durante um mês inteiro, estas pessoas, que contam o seu dinheiro todos os dias, um mês sem ganhar”, disse.

A pedido do Sindicato, que representa 95 por cento dos pescadores do Concelho de Almada, a Junta de Freguesia da Costa de Caparica dirigiu-se, em carta, ao Governo.

Como resposta, o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas sublinhou o Artº 4º do Decreto-lei nº 197/2006, de Outubro: «Está prevista a atribuição de compensações financeiras em condições especiais (...) mas não contemplam situações relacionadas com habituais dificuldades de operação durante o Inverno».

“A pesca está a bater no fundo”, lamentou Lídio Galinho. “Não temos ninguém com menos de 30 anos a trabalhar e não me parece que as coisas venham a mudar de figura, a ver pela forma como o Governo nos tem tratado”, acrescentou.

“Temos um grupo de homens já reformados, entre os 75 e os 84 anos, muitos com problemas de saúde, que ainda saem ao mar porque recebem reformas miseráveis, outro dos 55 aos 75 anos e poucos abaixo dos 55, até aos 30. Ninguém se chega à pesca”, afirmou.

“Os pescadores estão muito revoltados”, alertou Lídio Galinho. “Eu tenho feito um esforço para os acalmar, mas não garanto até quando. As pessoas estão mal, sentem-se injustiçadas, querem agir”.

O líder sindical culpou também “a sobrecarga de fiscalização” a que, diz, “estão sujeitos os pescadores”: “Lembraram-se agora de fazer cumprir regulamentos que têm já 20 anos e aos quais nunca se tinham referido”, afirmou.

“Um exemplo flagrante é a questão da sinalização das artes: numa lei de 1987, que nunca tinha sido tida em conta, é discriminado o tipo de bóias a usar, enquanto que numa de 1990 essa discriminação não é feita, sendo suficiente que haja sinalização”.

“Por não utilizar uma sinalização conforme estabelecido na lei de 1987, que na prática todos os pescadores desconhecem e nenhum utiliza, um pescador da Costa de Caparica arrisca-se agora a ter que pagar cinco mil euros de multa”, acrescentou.

“O mais ridículo”, afirmou, “é que a multa terá que ser paga quer pelo homem que comandava o barco, quer pelo proprietário da embarcação, que está acamado, muito doente”, adiantou.

O Sindicato vai ser recebido quarta-feira pelo grupo parlamentar dos CDS-PP para expor a situação dos pescadores do Concelho.
Kllüx
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