Lapsos de memória
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Lapsos de memória
Lapsos da Dra. Manuela sobre consolidação orçamental
A alegada quebra das receitas fiscais assenta num raciocínio homólogo completamente disparatado. Falar-se em quebra quando as receitas fiscais foram inferiores em 20,7% nos 5 primeiros meses de 2009 face aos 5 primeiros meses de 2008, não tem nexo. A minha pergunta mais honesta é: e depois? Não resulta daí nenhuma consequência directa para o défice. Este é afectado quando as receitas nos 5 primeiros meses de 2009 são inferiores ao que era previsível (e com certeza são porque previsão económica no contexto de crise actual está sujeita a um erro quadrático médio superior ao desejável). Só que o âmago da questão é comparar receitar previstas e efectivas do mesmo ano, não do ano anterior. Isso não fornece qualquer indicação relevante para o montante do défice em 2009.
Imagine o leitor que o ano passado ganhou 30000 euros ao longo do ano e gastou 25000. No final do ano sobram-lhe 5000. Sabe ainda que até final de Maio tinha recebido 15000 euros. Suponha agora que este ano previu em Janeiro que, no final, teria um saldo de 1000 euros. As receitas previstas seriam, por exemplo, 27000 euros e as despesas 26000 Euros. No final de Maio tinha recebido 11895 euros, um valor inferior em 20,7% ao do ano anterior. Conclui daqui alguma coisa sobre o saldo no final do ano de 2009?
É grave que a líder do PSD, que é economista mas que pelos vistos não é das credíveis, para usar a expressão dela, venha a público indignar-se com base nestes números, que não demonstram rigorosamente nada. Volto a dizer: importante era saber, para quem se preocupe com o défice, quando o desemprego está onde está, qual a relação entre o valor efectivo e o valor previsto para esta altura de 2009.
Contudo, Manuela Ferreira Leite dá uma prova de incoerência mental assustadora quando vem dizer que este fenómeno de diminuição homóloga da receita fiscal resulta de uma consolidação orçamental feita pelo lado da receita e não pelo lado da despesa. Porque, como todos se lembram, a forma que a ex-Ministra das Finanças de Durão Barroso teve de tentar reduzir o défice em 2002 passou pela subida da taxa normal de IVA de 17% para 19%. Tanto quanto um economista não tão iluminado como MFL entende, isto é aumentar a receita! Não é reduzir a despesa. O que ela tenta criticar hoje é exactamente o que fez há poucos anos.
Por outro lado, e aí ela admite o óbvio, os efeitos da crise iam cortar necessariamente a receita fiscal, a menos que se tivessem subido taxas de imposto. Mas, diz ela, que se poderia ter reduzido a despesa. Ora, redução de despesa pública entre 2005 e 2007 era uma coisa. Mas, a partir daí era agir a contraciclo com a crise internacional, como MFL devia saber enquanto economista. Com o aumento do desemprego, os mecanismos de estabilização automática da economia disparam, significando um agravamento da despesa por via dos apoios sociais designadamente aos desempregados. Se tivesse havido corte na despesa pública como Manuela Ferreira Leite vem argumentar, entre 2005 e 2007, isso significaria na prática o quê? Está Manuela a dizer que se deveriam ter despedido funcionários públicos? Assumindo portanto que o mercado os teria absorvido? É que se não absorvesse, o desemprego era hoje ainda maior, e portanto, maiores seriam as transferências sociais de apoio.
Seria interessante que MFL concretizasse que medidas acha que deviam ter sido tomadas em 2005-2007 para essa consolidação do lado da despesa. De outra forma, corre o risco, de, sei lá, ser demagoga? Contudo, ela não o fará porque isso poderia ter de implicar assumir que teria provocado despedimentos maciços nessa altura. Em todo o caso, a experiência do que ela fez anos antes, mostra que teria simplesmente mexido nos impostos. Exactamente o que crítica agora.
Tenha memória, Drª Manuela!
Publicada por Carlos Santos
A alegada quebra das receitas fiscais assenta num raciocínio homólogo completamente disparatado. Falar-se em quebra quando as receitas fiscais foram inferiores em 20,7% nos 5 primeiros meses de 2009 face aos 5 primeiros meses de 2008, não tem nexo. A minha pergunta mais honesta é: e depois? Não resulta daí nenhuma consequência directa para o défice. Este é afectado quando as receitas nos 5 primeiros meses de 2009 são inferiores ao que era previsível (e com certeza são porque previsão económica no contexto de crise actual está sujeita a um erro quadrático médio superior ao desejável). Só que o âmago da questão é comparar receitar previstas e efectivas do mesmo ano, não do ano anterior. Isso não fornece qualquer indicação relevante para o montante do défice em 2009.
Imagine o leitor que o ano passado ganhou 30000 euros ao longo do ano e gastou 25000. No final do ano sobram-lhe 5000. Sabe ainda que até final de Maio tinha recebido 15000 euros. Suponha agora que este ano previu em Janeiro que, no final, teria um saldo de 1000 euros. As receitas previstas seriam, por exemplo, 27000 euros e as despesas 26000 Euros. No final de Maio tinha recebido 11895 euros, um valor inferior em 20,7% ao do ano anterior. Conclui daqui alguma coisa sobre o saldo no final do ano de 2009?
É grave que a líder do PSD, que é economista mas que pelos vistos não é das credíveis, para usar a expressão dela, venha a público indignar-se com base nestes números, que não demonstram rigorosamente nada. Volto a dizer: importante era saber, para quem se preocupe com o défice, quando o desemprego está onde está, qual a relação entre o valor efectivo e o valor previsto para esta altura de 2009.
Contudo, Manuela Ferreira Leite dá uma prova de incoerência mental assustadora quando vem dizer que este fenómeno de diminuição homóloga da receita fiscal resulta de uma consolidação orçamental feita pelo lado da receita e não pelo lado da despesa. Porque, como todos se lembram, a forma que a ex-Ministra das Finanças de Durão Barroso teve de tentar reduzir o défice em 2002 passou pela subida da taxa normal de IVA de 17% para 19%. Tanto quanto um economista não tão iluminado como MFL entende, isto é aumentar a receita! Não é reduzir a despesa. O que ela tenta criticar hoje é exactamente o que fez há poucos anos.
Por outro lado, e aí ela admite o óbvio, os efeitos da crise iam cortar necessariamente a receita fiscal, a menos que se tivessem subido taxas de imposto. Mas, diz ela, que se poderia ter reduzido a despesa. Ora, redução de despesa pública entre 2005 e 2007 era uma coisa. Mas, a partir daí era agir a contraciclo com a crise internacional, como MFL devia saber enquanto economista. Com o aumento do desemprego, os mecanismos de estabilização automática da economia disparam, significando um agravamento da despesa por via dos apoios sociais designadamente aos desempregados. Se tivesse havido corte na despesa pública como Manuela Ferreira Leite vem argumentar, entre 2005 e 2007, isso significaria na prática o quê? Está Manuela a dizer que se deveriam ter despedido funcionários públicos? Assumindo portanto que o mercado os teria absorvido? É que se não absorvesse, o desemprego era hoje ainda maior, e portanto, maiores seriam as transferências sociais de apoio.
Seria interessante que MFL concretizasse que medidas acha que deviam ter sido tomadas em 2005-2007 para essa consolidação do lado da despesa. De outra forma, corre o risco, de, sei lá, ser demagoga? Contudo, ela não o fará porque isso poderia ter de implicar assumir que teria provocado despedimentos maciços nessa altura. Em todo o caso, a experiência do que ela fez anos antes, mostra que teria simplesmente mexido nos impostos. Exactamente o que crítica agora.
Tenha memória, Drª Manuela!
Publicada por Carlos Santos
Viriato- Pontos : 16657
Re: Lapsos de memória
depois da crise global passar, O QUE PARECE QUE VAI LEVAR anos , gracas AS POLITICAS SOCIALISTAS DO BANANA ,INCOMPETENTE OBAMA, que nunca ADMINISTROU NADA, PORTUGAL vai passar ANOS a se recuperar, OUTRA VEZ, dos DEFICITS BRUTAIS que sao originarios da CRISE e da
MEDIOCRIDADE SOCIALISTA. CONCLUSAO? PORTUGAL nao vai crescer nos proximos , pelo menos 10 anos. PODE SER QUE ATE SERA EXPULSA da U.E., se esta ainda EXISTIR. A PARTIR de 2013, nem ha mais DINHEIRO DA U.E. para PORTUGAL!!
MEDIOCRIDADE SOCIALISTA. CONCLUSAO? PORTUGAL nao vai crescer nos proximos , pelo menos 10 anos. PODE SER QUE ATE SERA EXPULSA da U.E., se esta ainda EXISTIR. A PARTIR de 2013, nem ha mais DINHEIRO DA U.E. para PORTUGAL!!
RONALDO ALMEIDA- Pontos : 10367
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