Em memória do PSD
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Em memória do PSD
Em memória do PSD
O PSD é, segundo os seus notáveis, uma agremiação medíocre, constituída por gente medíocre.
E, neste melancólico final do ano, com a economia de rastos e o país à beira do precipício, em que se entretém o PSD? Afogado no seu próprio umbigo, o maior partido da Oposição deambula embevecido pelo seu próprio suicídio. De dia para dia, crescem teses magníficas sobre a inutilidade da agremiação. Os fundadores falam, para uma plateia inexistente, da crescente irrelevância da tribo, enquanto apelam a uma espécie de regresso às origens, quando o dr. Sá Carneiro comandava as hostes e o partido era constituído por homens de boa-vontade dispostos a servir a pátria em detrimento das suas próprias carreiras que, aliás, se recomendavam a todos os títulos. Outros, de militância mais recente, deixam-se encantar pelo poder das ideias. Nas suas palavras, o PSD tem de "debater ideias" ou, na hipótese mais provável de não as ter, de "construir ideias" que o aproximem de um eleitorado que teima em fugir--lhe apesar das inúmeras lideranças que tem ensaiado nestes últimos anos.
O diagnóstico, generosamente partilhado por todos estes iluminados, é unânime: o partido, dividido entre grupos e grupinhos que se distanciam pela intriga e pela sua notória insuficiência, caminha, a passos largos, para o abismo (ou para o "suicídio colectivo", se se preferir) consumido por pequenos ódios, pequeninos interesses e pequeníssimas vaidades. No estado actual das coisas, o PSD, de acordo com os seus próprios notáveis, é uma agremiação medíocre, constituída por gente medíocre que resplandece naturalmente na sua natural mediocridade.
Aparentemente, é deste caldo de miséria que, segundo os mesmos notáveis, se há-de erguer, por milagre, um portentoso debate de ideias e de projectos que relance o partido junto do seu eleitorado perdido. Como? Não se sabe. Recuperando os abnegados dirigentes dos bons velhos tempos da fundação como alguns reclamam? Não parece provável. Ou "construir ideias" à força nas cabecinhas recalcitrantes que, por acção ou omissão, contribuíram generosamente para o descalabro do partido e para a sua reconhecida mediocridade? Convenhamos que parece ainda menos provável.
Por muito que isso custe a alguns teóricos da regeneração, mais do que de ideias o PSD precisa de pessoas que saibam apresentar ideias. E isso, num partido cuja elite é uma ficção, é algo que o PSD há muito que deixou de ter. O Congresso defendido pelo dr. Santana Lopes tinha, pelo menos, o mérito de revelar esta triste evidência. Se como o próprio diz "o PSD precisa de se olhar ao espelho" – é certo e sabido que o partido não irá gostar do que vai ver.
Constança Cunha e Sá, Jornalista no Correio da Manhã
O PSD é, segundo os seus notáveis, uma agremiação medíocre, constituída por gente medíocre.
E, neste melancólico final do ano, com a economia de rastos e o país à beira do precipício, em que se entretém o PSD? Afogado no seu próprio umbigo, o maior partido da Oposição deambula embevecido pelo seu próprio suicídio. De dia para dia, crescem teses magníficas sobre a inutilidade da agremiação. Os fundadores falam, para uma plateia inexistente, da crescente irrelevância da tribo, enquanto apelam a uma espécie de regresso às origens, quando o dr. Sá Carneiro comandava as hostes e o partido era constituído por homens de boa-vontade dispostos a servir a pátria em detrimento das suas próprias carreiras que, aliás, se recomendavam a todos os títulos. Outros, de militância mais recente, deixam-se encantar pelo poder das ideias. Nas suas palavras, o PSD tem de "debater ideias" ou, na hipótese mais provável de não as ter, de "construir ideias" que o aproximem de um eleitorado que teima em fugir--lhe apesar das inúmeras lideranças que tem ensaiado nestes últimos anos.
O diagnóstico, generosamente partilhado por todos estes iluminados, é unânime: o partido, dividido entre grupos e grupinhos que se distanciam pela intriga e pela sua notória insuficiência, caminha, a passos largos, para o abismo (ou para o "suicídio colectivo", se se preferir) consumido por pequenos ódios, pequeninos interesses e pequeníssimas vaidades. No estado actual das coisas, o PSD, de acordo com os seus próprios notáveis, é uma agremiação medíocre, constituída por gente medíocre que resplandece naturalmente na sua natural mediocridade.
Aparentemente, é deste caldo de miséria que, segundo os mesmos notáveis, se há-de erguer, por milagre, um portentoso debate de ideias e de projectos que relance o partido junto do seu eleitorado perdido. Como? Não se sabe. Recuperando os abnegados dirigentes dos bons velhos tempos da fundação como alguns reclamam? Não parece provável. Ou "construir ideias" à força nas cabecinhas recalcitrantes que, por acção ou omissão, contribuíram generosamente para o descalabro do partido e para a sua reconhecida mediocridade? Convenhamos que parece ainda menos provável.
Por muito que isso custe a alguns teóricos da regeneração, mais do que de ideias o PSD precisa de pessoas que saibam apresentar ideias. E isso, num partido cuja elite é uma ficção, é algo que o PSD há muito que deixou de ter. O Congresso defendido pelo dr. Santana Lopes tinha, pelo menos, o mérito de revelar esta triste evidência. Se como o próprio diz "o PSD precisa de se olhar ao espelho" – é certo e sabido que o partido não irá gostar do que vai ver.
Constança Cunha e Sá, Jornalista no Correio da Manhã
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