Clubes são “veículos perfeitos para a lavagem de dinheiro”, alerta OCDE
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Clubes são “veículos perfeitos para a lavagem de dinheiro”, alerta OCDE
Clubes são “veículos perfeitos para a lavagem de dinheiro”, alerta OCDE
01.07.2009 - 17:47 Lusa
Adriano Miranda (arquivo)
.
Isso era a sorte dos clubes nacionais......
Um relatório do Grupo de Acção Financeira (FAFT-GAFI) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aponta os clubes de futebol como “veículos perfeitos para a lavagem de dinheiro” por criminosos.
O documento salienta que a lavagem de dinheiro sujo através do futebol não passa apenas por investimento em clubes, mas também pelas transferências de jogadores, que por vezes envolvem “verbas astronómicas”, pela indústria de apostas, designadamente online, e pelos patrocínios e publicidade.
O relatório, intitulado “Lavagem de dinheiro através do sector de futebol”, salienta que, com a crescente cooperação do sector financeiro no combate à lavagem de dinheiro sujo, os criminosos adaptaram-se e procuraram novos canais para lavar os resultados das suas actividades ilegais, ficando vários sectores de actividade legais em risco de serem infectados pelas suas actividades.
O FAFT-GAFI, organização intergovernamental de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, assinala que as vulnerabilidades relacionadas com a estrutura, o financiamento e a cultura do sector tornam a indústria de futebol atractiva para os criminosos, destacando que nas duas últimas décadas o futebol passou de um passatempo popular para uma indústria global e os investimentos e fluxos financeiros do sector “cresceram exponencialmente”, nalguns casos com “ligações criminosas”.
De acordo com o relatório, a vulnerabilidade do futebol explica-se pela facilidade de penetrar neste mercado, pela complexidade e opacidade das redes de accionistas e interdependência entre diferentes actores, pela falta de uma gestão profissional do sector, pela diversidade de estruturas legais, de clubes a sociedades anónimas, muitas vezes com gestão autónoma de estádios e outras actividades e de fundos de jogadores.
Já a existência de enormes verbas envolvidas, muitas vezes com elevados fluxos em dinheiro vivo, facilita a vulnerabilidade da indústria num sector em que tradicionalmente grande parte das verbas provinha da venda de bilhetes e quotas de sócios, e pela irracionalidade de algumas verbas envolvidas.
O FAFT-GAFI aponta exemplos de clubes que trocaram jogadores sobreavaliando-os para inflacionarem o valor dos activos nas suas contas e assinala que as dificuldades financeiras de muitos clubes levam os seus responsáveis a aceitar financiamentos de proveniência duvidosa, observando que a actual crise económico-financeira pode acentuar essas dificuldades pela perda de patrocínios e receitas televisivas.
O documento destaca que a importância da imagem dos clubes para a sua actividade pode levar os seus gestores a não denunciar situações de lavagem de dinheiro e outras actividades ilegais de que tenham conhecimento. O FAFT-GAFI sublinha que o estatuto conferido aos dirigentes dos clubes pode ser uma forma atractiva de criminosos obterem prestígio social e ganharem acesso a pessoas e círculos poderosos na sociedade.
A organização apresenta ainda um conjunto de recomendações às autoridades públicas nacionais e internacionais, nomeadamente da União Europeia, e às entidades desportivas internacionais sobre medidas a adoptar para combater a lavagem de dinheiro através das indústrias do desporto
01.07.2009 - 17:47 Lusa
Adriano Miranda (arquivo)
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Isso era a sorte dos clubes nacionais......
Um relatório do Grupo de Acção Financeira (FAFT-GAFI) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) aponta os clubes de futebol como “veículos perfeitos para a lavagem de dinheiro” por criminosos.
O documento salienta que a lavagem de dinheiro sujo através do futebol não passa apenas por investimento em clubes, mas também pelas transferências de jogadores, que por vezes envolvem “verbas astronómicas”, pela indústria de apostas, designadamente online, e pelos patrocínios e publicidade.
O relatório, intitulado “Lavagem de dinheiro através do sector de futebol”, salienta que, com a crescente cooperação do sector financeiro no combate à lavagem de dinheiro sujo, os criminosos adaptaram-se e procuraram novos canais para lavar os resultados das suas actividades ilegais, ficando vários sectores de actividade legais em risco de serem infectados pelas suas actividades.
O FAFT-GAFI, organização intergovernamental de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, assinala que as vulnerabilidades relacionadas com a estrutura, o financiamento e a cultura do sector tornam a indústria de futebol atractiva para os criminosos, destacando que nas duas últimas décadas o futebol passou de um passatempo popular para uma indústria global e os investimentos e fluxos financeiros do sector “cresceram exponencialmente”, nalguns casos com “ligações criminosas”.
De acordo com o relatório, a vulnerabilidade do futebol explica-se pela facilidade de penetrar neste mercado, pela complexidade e opacidade das redes de accionistas e interdependência entre diferentes actores, pela falta de uma gestão profissional do sector, pela diversidade de estruturas legais, de clubes a sociedades anónimas, muitas vezes com gestão autónoma de estádios e outras actividades e de fundos de jogadores.
Já a existência de enormes verbas envolvidas, muitas vezes com elevados fluxos em dinheiro vivo, facilita a vulnerabilidade da indústria num sector em que tradicionalmente grande parte das verbas provinha da venda de bilhetes e quotas de sócios, e pela irracionalidade de algumas verbas envolvidas.
O FAFT-GAFI aponta exemplos de clubes que trocaram jogadores sobreavaliando-os para inflacionarem o valor dos activos nas suas contas e assinala que as dificuldades financeiras de muitos clubes levam os seus responsáveis a aceitar financiamentos de proveniência duvidosa, observando que a actual crise económico-financeira pode acentuar essas dificuldades pela perda de patrocínios e receitas televisivas.
O documento destaca que a importância da imagem dos clubes para a sua actividade pode levar os seus gestores a não denunciar situações de lavagem de dinheiro e outras actividades ilegais de que tenham conhecimento. O FAFT-GAFI sublinha que o estatuto conferido aos dirigentes dos clubes pode ser uma forma atractiva de criminosos obterem prestígio social e ganharem acesso a pessoas e círculos poderosos na sociedade.
A organização apresenta ainda um conjunto de recomendações às autoridades públicas nacionais e internacionais, nomeadamente da União Europeia, e às entidades desportivas internacionais sobre medidas a adoptar para combater a lavagem de dinheiro através das indústrias do desporto
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